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O salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.388,55 em julho, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor corresponde a 5,27 vezes o piso federal atual, de R$ 1.212.

A estimativa do Dieese é realizada mensalmente e indica qual é o rendimento mínimo necessário para que um trabalhador e sua família possam suprir as despesas do mês com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

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A estimativa do valor ideal para julho tem como base os preços da cesta básica de São Paulo, com custo de R$ 760,45, a mais cara do mês entre as 17 capitais que são analisadas na pesquisa.

Segundo o Dieese, considerando o preço da cesta básica, o trabalhador que recebe um salário mínimo comprometeu em média 59,27% do seu rendimento líquido de julho para adquirir os produtos alimentícios básicos.

Preços e produtos

O Dieese indica também que o valor da cesta básica diminuiu em julho em 10 das 17 capitais nas quais a pesquisa é realizada, com as reduções mais expressivas ocorrendo em Natal (-3,96%), João Pessoa (-2,40%), Fortaleza (-2,37%) e São Paulo (-2,13%). As sete cidades que tiveram alta foram Vitória (1,14%), Salvador (0,98%), Brasília (0,80%), Recife (0,70%), Campo Grande (0,62%), Belo Horizonte (0,51%) e Belém (0,14%).

A cesta básica mais cara, como mencionado anteriormente, foi a de São Paulo (R$ 760,45), seguida por Florianópolis (R$ 753,73), Porto Alegre (R$ 752,84) e Rio de Janeiro (R$ 723,75).

Entre os produtos que tiveram aumento, o Dieese destaca o leite integral e a manteiga, com alta em todas as cidades pesquisadas. O motivo, segundo o Dieese, seria a extensão do período de entressafra, devido ao clima seco e à ausência de chuvas, somada ao aumento do custo de produção e à maior demanda pelo produto.

O pão francês também subiu em todas as cidades, exceto em Aracaju (-0,57%), enquanto a farinha de trigo, coletada no Centro-Sul, teve alta no preço em oito das 10 capitais onde é pesquisada. O Dieese aponta que, apesar da queda no mercado internacional, internamente as cotações do trigo e da farinha seguiram em alto patamar, consequência da baixa oferta e da taxa de câmbio desvalorizada.

A banana (prata e nanica/caturra) aumentou em 15 das 17 capitais e, em 12 meses, a fruta apresentou alta de até 70,24% em Belo Horizonte. A razão seria a menor oferta, diante de uma demanda firme dos consumidores.

Já entre os produtos que apresentaram redução, a batata teve queda em todas as cidades na região Centro-Sul, onde o produto é pesquisado, devido à normalização da oferta. Em 12 meses, porém, as cidades apresentaram aumento, como em São Paulo, onde a batata dobrou de preço.

O tomate também teve redução de preço em todas as capitais, com um aumento da oferta. E o preço do óleo de soja também teve queda em todas as cidades, exceto em Vitória (0,49%). Em 12 meses, porém, o produto subiu em todas as cidades, com percentuais que variaram entre 17,75%, em Belo Horizonte, e 62,24%, em Curitiba.

Para o Dieese, apesar de os preços internacionais da soja caírem, por conta da menor demanda dos EUA e da China, no Brasil, a menor demanda devido ao alto preço explica a redução no valor médio do produto.

O custo da cesta básica de alimentos aumentou em junho em nove das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

Entre maio e junho, as maiores altas ocorreram no Nordeste, nas cidades de Fortaleza (4,54%), Natal (4,33%) e João Pessoa (3,36%). Oito cidades apresentaram reduções, sendo que as mais expressivas foram registradas no Sul: Porto Alegre (-1,90%), Curitiba (-1,74%) e Florianópolis (-1,51%).

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Segundo a pesquisa, São Paulo foi a capital onde a cesta básica teve o maior custo (R$ 777,01), seguida por Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 549,91), Salvador (R$ 580,82) e João Pessoa (R$ 586,73).

Na comparação com junho do ano passado todas as capitais pesquisadas tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.

A pesquisa indicou ainda que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em maio, o valor necessário era de R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o piso mínimo. Em junho de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.

Produtos

De acordo com a pesquisa, entre os produtos cujo preço aumentou em todas as capitais aparece o leite integral com as maiores altas em Belo Horizonte (23,09%), Porto Alegre (14,67%), Campo Grande (12,95%) e Rio de Janeiro (11,09%). No caso da manteiga, as maiores elevações ocorreram em Campo Grande (5,69%), Belém (5,38%) e Recife (3,23%).

Em 15 das 17 capitais o preço do quilo do pão francês subiu, com os maiores percentuais em Belém (10,29%), Salvador (3,36%) e Natal (3,21%). O preço da farinha de trigo, que é coletada no Centro-Sul, teve seu preço elevado em todas as capitais, com destaque para em Brasília (6,64%) e Vitória (5,49%).

O quilo do feijão carioquinha subiu em todas as cidades onde é pesquisado e teve variação entre entre 3,67%, em Belém e 13,74%, em Recife. O preço do quilo do café em pó cresceu em 13 capitais, com as principais altas em São Paulo (4,43%), Belém (3,31%) e Recife (3,31%).

No sentido contrário aparece a batata que apresentou queda de preço em todas as cidades, com as reduções mais expressivas em Campo Grande (-19,60%), Florianópolis (-16,31%) e Belo Horizonte (-14,72%).

O preço da cesta básica aumentou em todas as capitais brasileiras em março, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A instituição registrou as maiores altas no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%) e São Paulo (6,36%).

Entre as 17 capitais acompanhadas pelo Dieese, a cesta básica mais cara foi observada em São Paulo, aos R$ 761,19. Este valor representa 67,90% do salário mínimo, de R$ 1.212,0, e indica que são necessárias 138 horas e 10 minutos de trabalho para que um trabalhador que receba o mínimo legal possa comprar o conjunto de itens.

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Com base nos números de São Paulo, a instituição calcula que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.394,76, valor 5,28 vezes superior ao mínimo corrente. No mesmo mês de 2021, o salário mínimo necessário calculado pelo Dieese era de 5.315,74, 4,83 vezes o mínimo vigente à época (R$ 1.100).

Além de São Paulo, Rio e Curitiba, registram aumento nos preços da cesta básica em março Florianópolis (5,36%), Porto Alegre e Campo Grande (ambos em 5,51%), Brasília (5,02%), Belo Horizonte (4,28%), Fortaleza (4,17%), Goiânia (3,49%), João Pessoa (3,37%), Vitória (3,28%), Natal (3,25%), Recife (2,25%), Belém (1,29%), Aracaju (1,58%) e Salvador (1,46%).

Itens

A pesquisa do Dieese apurou aumento do feijão, óleo de soja e do pão francês em todas as capitais pesquisadas em março.

A variação de preços do óleo de soja oscilou entre 2,81%, em Belém, e 15,89%, em Salvador. Enquanto isso, a alta do pão francês atingiu 6,63% em Aracaju e 6,36% em Goiânia, segundo a instituição.

"O preço do quilo do pão francês aumentou em todas as cidades, em consequência da redução da oferta de trigo no mercado externo, uma vez que Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais do grão", diz o texto do Dieese.

Sobre o óleo de soja, a instituição destaca que os aumentos do petróleo pressionam o item, por tornarem vantajosa a produção de biocombustíveis.

O salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 5.997,14 em janeiro. É o que afirma a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgada nesta segunda-feira, 7. O valor corresponde a 4,95 vezes o piso federal atual, de R$ 1.212.

A estimativa do Dieese é realizada mensalmente e indica qual é o rendimento mínimo necessário para que um trabalhador e sua família possam suprir as despesas do mês com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. A estimativa do valor ideal para janeiro tem como base os preços da cesta básica de São Paulo, com custo de R$ 713,86, a mais cara do mês entre as 17 capitais que são analisadas na pesquisa.

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Segundo o Dieese, considerando o preço da cesta básica, o trabalhador que recebe um salário mínimo comprometeu em média 55,20% do seu rendimento líquido de janeiro para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo.

O valor ideal de janeiro, de R$ 5.997,14, representa um aumento de 3,4% em relação à estimativa da pesquisa para o salário mínimo ideal de dezembro de 2021, que foi de R$ 5.800,98, também levando em conta a cesta básica de São Paulo. Em dezembro, o piso nacional era R$ 1.100.

Alta de preços

O Dieese indica também que o valor da cesta básica aumentou em janeiro em 16 das 17 capitais nas quais a pesquisa é realizada, com as maiores altas ocorrendo em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).

A cesta básica mais cara, como mencionado anteriormente, foi a de São Paulo (R$ 713,86), seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).

As maiores altas acumuladas em 12 meses ocorreram em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%).

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O consumidor paraense tem que pagar mais da metade de um salário mínimo para adquirir a cesta básica, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A alta no preço da alimentação não é de agora: em outubro, a cesta básica custou R$ 538,44 aos moradores de Belém. Um ano atrás o valor era R$ 15,00 mais barato.

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A diferença, que para alguns pode parecer irrisória, é um alerta aos efeitos das políticas públicas do Governo Federal como a Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), também conhecida como paridade com o dólar. Essa medida, estabelecida em 2016 por Michel Temer e mantida durante o mandato de Jair Bolsonaro, aumentou o preço de diversos itens, afetando principalmente o bolso da população mais vulnerável.

“Se eu faço a paridade com o dólar, mesmo sendo autossuficiente em petróleo, eu estou equiparando o preço do barril nacional na flutuação do dólar. Assim, eu garanto a remuneração dos grandes acionistas e empurro o aumento do preço pro consumidor”, explicou o professor mestre em economia João Cláudio Arroio. Segundo o economista, isso acontece porque o valor dos combustíveis é embutido no preço de todos os produtos, inclusive os da cesta básica, já que a maior parte do transporte no Brasil é feito através da malha rodoviária.

O efeito disso é o aumento contínuo no custo da alimentação, que atinge mais fortemente as pessoas de baixa renda. “Mesmo com os auxílios chegando à população, dependendo do valor, chega defasado, porque a velocidade de reajuste é tamanha que nós estamos voltando ao tempo em que havia a prática de remarcação semanal de preços. Isso infelizmente está virando uma realidade no país”, afirmou o técnico de pesquisa do Dieese Everson Costa.

Com o dinheiro apertado, muitas famílias tiveram que diminuir o consumo para garantir a comida na mesa. “A gente precisou ajustar a nossa vida em função do aumento do preço dos produtos. Deixamos de comprar alguns alimentos para dar prioridade para o básico”, contou Lívia Alfaia, moradora da região metropolitana de Belém.

Além da dieta, a rotina também mudou. “Tínhamos passeios em família pra lanchar, passávamos finais de semana fora, mas nós precisamos cortar isso para que tivéssemos recursos para manter a nossa alimentação. Nós sentimos muito, porque esses momentos eram a nossa higiene mental, nossa recreação, mas a gente precisou se adequar”, disse.

Desemprego e depressão

De acordo com o professor Arroio, houve uma queda na renda das famílias desde 2016 e isso se refletiu também no aumento do desemprego. “O quadro é de depressão econômica. Não há estímulo ou segurança pro investidor de que ele vá ter retorno do seu investimento e com isso ele não consegue gerar emprego. Isso castiga a massa de trabalhadores, os setores mais populares da sociedade”, explicou.

O resultado é a diminuição da qualidade de vida do brasileiro. “O impacto da inflação na sociedade é enorme e gera desde a redução do acesso à alimentação até a perda da segurança, porque é exatamente em cima da fragilidade social e econômica das pessoas que a criminalidade, particularmente o crime organizado, vai entrar nas periferias, nos colégios, nas classes médias, para poder crescer e faturar ainda mais”, esclareceu o professor.

Há também um efeito no nível de capacitação dos profissionais, devido ao corte em áreas como lazer, cultura e educação. “Isso gera profissionais menos capacitados, diminuindo a produtividade no futuro próximo”, prevê Arroio. “É preciso reverter esse quadro porque ele nos enfraquece, nos divide, nos leva a perder qualidade de vida, segurança e conforto", finalizou o economista.

Por Sarah Barbosa e Erick Caldas.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos de outubro. Das 17 capitais analisadas, somente Recife não teve alta dos preços médios (queda de 0,87% ante setembro).

As maiores altas foram registradas em Vitória (6,00%), Florianópolis (5,71%), Rio de Janeiro (4,79%), Curitiba (4,75%) e Brasília (4,28%). Comparando com o mesmo período do ano passado, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as cidades que fazem parte do levantamento.

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Florianópolis ficou com a cesta mais cara (R$ 700,69), seguida por São Paulo (R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08). As mais baratas são as de Aracaju (R$ 464,17), Recife (R$ 485,26) e Salvador (R$ 487,59) - a cesta tem uma composição diferente no Norte e Nordeste se comparada com o resto do país.

No acumulado do ano, todas as capitais acumularam alta, com taxas entre 1,78%, em Salvador, e 18,42%, em Curitiba.

Com base na cesta mais cara, de Florianópolis, o Dieese estima que o salário mínimo necessário brasileiro deveria ser de pelo menos R$ 5.886,50, 5,35 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00.

O cálculo é feito considerando uma família de dois adultos e duas crianças. O tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta, em outubro, ficou em 118 horas e 45 minutos (a partir das cidades analisadas), maior do que em setembro, quando foi de 115 horas e 02 minutos.

O relatório destaca os preços da batata (alta em 10 cidades), do café em pó (alta em 16 cidades), quilo do tomate (alta em 16 cidades), açúcar (alta em 16 cidades), óleo de soja (alta em 13 cidades), leite e manteiga (alta em 11 cidades). Por outro lado, feijão (queda em 11 cidades) e carne bovina (queda em 9 cidades) foram os produtos que recuaram em mais municípios da pesquisa.

O aumento da bandeira tarifária na energia elétrica, que passou a valer no início deste mês, é mais um capítulo dramático da crise econômica brasileira. Em conjunto com a alta dos combustíveis, o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) e as oscilações no valor da cesta básica, a medida impopular é acompanhada por uma renda que pouco cresce - ou inclusive diminui - para a maioria da população.

Segundo o economista e presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco, André Morais, parte da escalada dos valores se deve ao processo de pandemia, que pode ecoar ainda em 2022. “A vacinação precisa avançar ainda mais para destravar o setor de serviços com mais força. Esse que foi um dos setores mais afetados. O que mais vem preocupando não é 2021, mas 2022, ano em que o país vai começar a sentir mais fortemente os efeitos recessivos dos juros altos”, disse.

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Apontada por Morais, a taxa básica de juros (Selic), regulada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, registrou inúmeros reajustes (de alta) neste ano, chegando ao percentual de 5,25% ao ano. Na prática, quando o BC aumenta a taxa de juros, ele pretende “esfriar” a economia, o que, em teoria, deveria desacelerar o consumo das famílias e colocar freio na alta dos preços.

Se a inflação, isto é, o índice que mede a oscilação de preços no mercado, está alta, por exemplo, o órgão aumenta os juros; se a inflação está baixa, há espaço para reduzir a Selic. Através do cenário de incerteza propagado pelas crises econômica e social, contudo, a inflação brasileira atingiu 9% no acumulado até julho, se tornando o terceiro maior da América Latina, atrás apenas da Argentina e do Haiti, de acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas.

Até o final de 2020, o País ocupava a sexta posição no mesmo ranking.

Cesta básica compromete metade do salário mínimo

A nova variante da Covid-19, chamada de Delta, aliada ao ritmo lento de retomada das indústrias alimentícias pelo mundo têm contribuído para a valorização das commodities de itens básicos. No Brasil, a soja e o milho foram alguns dos afetados pela perda de valor do real e aumento da exportação, levando ao desabastecimento do mercado local e, consequentemente, ao aumento dos preços.

De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), só no mês de agosto o preço da cesta básica aumentou em 13 das 17 capitais do país. No Recife (PE), que compõe a lista, a variação acumulada no último ano é de 11,90%.  Para comprar itens básicos, o trabalhador que ganha um salário mínimo na capital pernambucana gasta, em média, R$ 491,46, comprometendo pouco menos de 50% da renda mensal.

“As oscilações nos preços dos alimentos podem se dar por vários fatores. Tanto uma safra agrícola, como o dólar e demanda do mercado externo. Como exemplo temos o nosso pãozinho de cada dia, que precisa de trigo para sua fabricação. Que, por sua vez, em grande parte, é importado. Com a alta do dólar, os preços aumentaram significativamente e o empresário precisa repassar esse custo ao consumidor”, explicou André Morais, que acrescenta a preferência dos produtores em exportar como outro fator decisivo.

Embora o aumento dos juros seja também uma tentativa dos órgãos reguladores de reprimir o crescimento do dólar, diminuindo o fluxo de exportação exacerbada, as incertezas fiscais provocadas pela crise institucional fomentada pelo presidente Jair Bolsonaro impediram a queda da moeda estrangeira.

“Na minha visão, a tendência é que o dólar, apesar da queda recente, continue subindo. No cenário normal, teria uma tendência de queda com o aumento da Selic, porém estamos perto das eleições presidenciais, e é comum vermos o dólar subir nesse momento. Riscos políticos se tornam cada vez mais eminentes, e isso repercute no câmbio”, disse Morais.

Na prática, tudo indica que o mercado financeiro observa com insegurança a trajetória do Brasil diante da crise, o que também ocasiona a fuga de capital do País e desvaloriza o real, aumentando ainda mais a pressão inflacionária.

Combustíveis e crise hídrica

Contrariando a afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que atribuiu o aumento de preço dos combustíveis ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado por governos estaduais, dados apontam para os reajustes da Petrobrás como o maior “vilão” na precificação dos combustíveis e outros derivados de petróleo, a exemplo de gás encanado e de cozinha.

O economista André Morais pontua que, desde a gestão Michel Temer (MDB), a política de preços adotada pela estatal decidiu acompanhar o preço do barril de petróleo negociado no mercado internacional, ou seja, por meio do dólar. Sendo assim, o principal ‘motor’ das altas é o valor do real desvalorizado. Novamente, o câmbio reflete as incertezas dos investidores estrangeiros sobre o futuro político e institucional do Brasil.

Aliado a isso, a crise hídrica é outro ponto a corroer a renda média dos trabalhadores. “Essa falta de chuvas afeta diretamente a produção do agronegócio, aumenta os custos das indústrias pressionando a inflação e, consecutivamente, chegando a atingir o consumo das famílias. Além disso, alguns especialistas da área, já mostram preocupação com racionamentos obrigatórios e, no pior cenário, apagões”, considerou o economista.

Com isso, o mês de agosto também marca o início de uma nova taxa extra na conta de luz dos brasileiros. Chamada de “escassez hídrica”, a bandeira representa um aumento de quase 50% em relação ao que estava em vigor anteriormente. A determinação é válida até o dia 30 de abril de 2022 e deve continuar puxando a alta da inflação.

 

 

Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontou um aumento de 87% em desligamentos de trabalho por morte, no primeiro semestre deste ano, devido à pandemia da Covid-19. De janeiro a junho de 2020, a instituição registrou 31.001 desligamentos por óbito. No mesmo período em 2021, foram contabilizadas 57.862 mortes.

Quando comparado por área no comércio no mesmo período, o levantamento mostrou que o varejo apresentou um aumento de 92% no número de desligamentos, enquanto houve crescimento de 99% no atacado. Os estados que apresentaram maiores porcentagens foram Paraná (175%), Mato Grosso do Sul (172%), Rondônia (154%), Distrito Federal (151%) e Rio Grande do Sul (136%). Já os que apresentaram menos desligamentos foram Roraima (11%), Pará (21%), Ceará (28%), Rio de Janeiro (29%) e Alagoas (40%).

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O Amapá foi o único estado que apresentou um diminuição nos desligamentos por morte, com -17%. Por outro lado, as ocupações com maiores variações seguidas foram assistente administrativo e auxiliar de escritório (122%), motorista de caminhão (121%), vendedor do comércio varejista (117%)  e operador de caixa (107%).

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizou um levantamento de dados e apontou um crescimento de 128% no número de desligamentos de profissionais da área de educação por mortes nos primeiros quatro meses de 2021, se comparado com o mesmo período do ano passado.

Conforme o levantamento, foram 1.479 desligamentos por morte entre janeiro e abril deste ano, e 650 no mesmo período de 2020. O balanço ainda aponta que o quantitativo de mortes entre os trabalhadores da Educação foi mais acentuado nos três estados com as maiores taxas de mortalidade por Covid-19: Rondônia, Amazonas e Mato Grosso.

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Entre os mais afetados da área estão os professores e coordenadores, que tiveram, em 2021, 612 vínculos encerrados por morte. Os servidores que ajudam nas atividades das instituições de ensino foram o segundo grupo mais afetado. Os dados revelam que 263 trabalhadores de serviços, como faxineiros, porteiros, zeladores e cozinheiros, foram desligados por motivo de morte este ano.

Fonte: Dieese

Professores com nível superior que ministram aulas para estudantes do ensino médio tiveram, entre os profissionais da educação, o maior aumento no número de desligamentos por morte. Segundo o levantamento, no início de 2021, essa quantidade mais que triplicou em relação a 2020. Os educadores com nível médio que atuam na educação infantil e fundamental também tiveram um grande aumento: 238% nos quatro primeiros meses de 2021.

Fonte: Dieese

O balanço revelou também que trabalhadores com menos de 30 anos foram menos afetados. Ainda assim, nos primeiros quatro meses de 2021, os desligamentos por morte entre pessoas com idade entre 25 e 29 mais que dobrou. Entre os profissionais na faixa etária entre 30 e 39 anos, o aumento foi de 148%.

Recife está entre as 15 capitais brasileiras onde o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (DIEESE) confirmou que o aumento foi de 2,21%.

Em 12 meses, ou seja, comparando o custo em abril de 2020 e abril de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento.

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As maiores taxas foram observadas em Brasília (24,65%), Florianópolis (21,14%), Porto Alegre (18,80%) e em Campo Grande (18,27%). Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em abril, na média, 54,36% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em março, o percentual foi de 53,71%.

Foram divulgados nesta sexta-feira (5), os cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), sobre o salário mínimo ideal em fevereiro, que deveria ter sido de R$5.375,05. O resultado foi pensado para uma família com dois adultos e duas crianças, e chega a ser 4,89 vezes maior do que o salário em vigor, de R$1.100. Segundo o departamento, essa estimativa supriria as despesas de um trabalhador e da família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência.

Os valores são calculados com base na cesta básica mais cara do país, entre 17 capitais pesquisadas. Em janeiro, o montante de alimentos básicos custou mais caro em Florianópolis, por R$639,81. A cesta básica mais barata foi registrada em Aracaju, custando R$445,90. João Pessoa teve a maior variação percentual no custo da cesta básica, com alta de 2,69%, e passou a valer R$484,54. A maior redução ficou com Campo Grande, onde o preço caiu 4,67%, custando R$551,58.

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O custo médio da cesta básica caiu, em fevereiro, em 12 das 17 capitais brasileiras analisadas pelo Dieese. Nas demais cinco — Porto Alegre, Curitiba, Belém, João Pessoa e Natal —, o preço aumentou. Comparando o valor da cesta com o salário mínimo líquido atual (após descontar o valor da contribuição para a Previdência, de 7,5%),  análise mostra que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, 54,23% de seu salário em fevereiro para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em janeiro, esse percentual foi de 54,93%.

O tempo médio mensal necessário para adquirir os produtos da cesta, em fevereiro, ficou em 110 horas e 22 minutos, menor do que em janeiro, quando foi de 111 horas e 46 minutos.

Confira o preço médio da cesta básica em 17 capitais e sua variação frente a janeiro, segundo o Dieese:

Florianópolis: R$ 639,81 (-1,77%)

São Paulo: R$ 639,47 (-2,24%)

Porto Alegre: R$ 632,67 (+1,03%)

Rio de Janeiro: R$ 629,82 (-2,20%)

Vitória: R$ 609,27 (-2,46%)

Brasília: R$ 591,44 (-3,72%)

Belo Horizonte: R$ 573,53 (-3,16%)

Curitiba: R$ 572,77 (+2,33%)

Goiânia: R$ 560,67 (-2,45%)

Campo Grande: R$ 551,58 (-4,67%)

Fortaleza: R$ 523,46 (-1,78%)

Belém: R$ 512,95 (+1,11%)

João Pessoa: R$ 484,54 (+2,69%)

Salvador: R$ 479,19 (-1,99%)

Recife: R$ 469,71 (-0,95%)

Natal: R$ 464,43 (+2,19%)

Aracaju: R$ 445,90 (-1,10%).

 

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o valor atual do salário mínimo tem o menor poder de compra dos últimos dez anos. De acordo com o estudo, o aumento de R$ 1.045 para R$ 1,1 mil no piso salarial do país, que vigora no país desde a última sexta-feira (1º), não será suficiente para alavancar as condições da população na hora da compra do mês.

Segundo o Dieese, o atual mínimo tem potencial para adquirir 1,58 cesta básica, ao custo médio de R$ 696,70. Durante a última década, apenas no ano de 2016 o poderio de compra do piso salarial foi abaixo de duas cestas básicas. De acordo com o levantamento, os 5,26% de elevação no valor do salário com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) não significam que a população tenha vantagem para adquirir mais itens no mercado. Segundo o estudo, enquanto a alta da renda apenas patina, oferecendo só o aumento nominal e não um acréscimo real na renda mensal dos brasileiros, a alta da inflação entre os alimentos, por exemplo, atingiu 20% nos últimos 12 meses.

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Ainda de acordo com o Dieese, o valor ideal do salário mínimo brasileiro seria de cerca de R$ 4,3 mil. Segundo o instituto, quase 50 milhões de brasileiros têm a renda baseada no piso mensal, que é utilizado pela maior parte dos assalariados do país na aquisição de alimentos.

Os preços da cesta básica estão mais altos o estado de São Paulo. De acordo com o levantamento do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) paulista, o valor dos itens ficou 2,13% maior no último mês de outubro em relação aos índices de setembro de 2020. Ainda segundo o estudo, os alimentos, com elevação de 2,26%, foram os produtos com maior porcentual de aumento.

De acordo com a análise, entre os mantimentos que apresentaram maior elevação de preço estão itens como a batata (20,31% o quilo), o óleo de soja (12,15% garrafa de 900 ml), o frango resfriado (9% o quilo) e o arroz (7,62% no pacote de cinco quilos). Já entre os alimentos que registraram queda, aparecem a cebola (-16,74% o quilo), o alho (-5,44% o quilo), o leite UHT (-4,23% o litro), a farinha (3,93% o quilo) e os ovos brancos (-3,75% a dúzia). Segundo o levantamento, de 39 produtos da cesta básica, 21 tiveram alta e 18 mostraram redução nos preços de mercado.

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O levantamento, elaborado pela parceria do Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que a média de preços da cesta básica em 30 de setembro era de R$ 930,19. Já em 30 de outubro, o valor saltou para R$ 949,98.

Segundo o estudo, além da crise causada pela pandemia, o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os produtores do setor alimentício pode refletir em uma alta ainda maior nos próximos meses. De acordo com a análise, a variação anual dos preços é de 21,15% e tem como base de cálculo o mês de dezembro de 2019.

Levando em conta uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, o salário mínimo pago aos trabalhadores brasileiros deveria ser de R$ 4.420,11 - um valor 4,23 vezes maior do que o atual mínimo que profissionais recebem, no valor de R$ 1.045.

Esse salário mínimo necessário é calculado mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor apontado para o mês de julho foi menor do que o mínimo considerado adequado, calculado para o mês de junho, que era de R$ 4.694,57.

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Para os cálculos, o Dieese leva em consideração o preço da cesta básica de alimentos, que em julho chegou a comprometer 48,26% do salário dos trabalhadores brasileiros.

A cesta de produtos básicos consumidos pela população no Brasil ficou mais cara em oito capitais e mais barata em nove localidades, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Após ter suspendido o levantamento em 18 de março, por causa da pandemia novo coronavírus, o Dieese retomou a coleta à distância, por meio de telefone, e-mail e aplicativos de entrega.

Na capital paulista, onde a pesquisa foi feita presencialmente, a cesta básica custava R$ 556,36 em maio, sofrendo pouca variação em relação a abril (0,02%). No ano, o conjunto de preços de alimentos aumentou 9,84% e, em 12 meses, 9,72%.

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O Rio de Janeiro teve o maior preço - R$ 558,81 -, representando alta de 2,66% em relação a abril. Com base na cesta de maior valor, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 4.694,57 no quinto mês de 2020, ou seja 4,49 vezes o mínimo vigente de R$ 1.045,00.

Já o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em maio, foi de 100 horas e 58 minutos, menor que em abril, quando ficou em 101 horas e 44 minutos. "Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (alterado para 7,5%, a partir de março de 2020, com a reforma), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em maio, na média, 49,61% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos. Em abril, o porcentual foi de 50,00%", explica.

De acordo com o Dieese, os dados apurados apresentaram tendências semelhantes de alta ou queda em todas as capitais, coerência que permitiu a divulgação das informações capturadas.

Entretanto, pondera, em nota, que é importante levar em consideração que as variações na comparação a abril devem ser relativizadas. Além de o preço médio de maio ser resultado da atual conjuntura, há também o fato de não ter sido possível seguir à risca a metodologia da pesquisa. "Sem a coleta presencial, os preços podem estar subestimados ou superestimados", alerta.

Preços nas capitais

Além de São Paulo e Rio, a cesta básica ficou mais cara em maio ante abril em Curitiba (R$ 531,27; 3,92%); Florianópolis (R$ 524,07; 0,05%), Goiânia (R$ 505,99; 2,59%); Belém (R$ 453,36; 4,42%), João Pessoa (R$ 440,25; 0,53%) e Natal (R$ 429,57; 0,30%).

Aracaju foi onde a cesta básica de alimentos custou R$ 400,15 em maio (-0,30%), ocupando o posto onde foi registrado o menor preço. Também ficou mais barata em: Vitória (R$ 536,73; -0,22%), Porto Alegre (R$ 518,63; -1,59%), Belo Horizonte (R$ 484,02; -0,11%), Campo Grande (R$ 455,35; -8,14%), Fortaleza (R$ 455,18; -5,65%), Recife (R$ 451,45; -2,13%), Brasília (R$ 441,09; -6,38%) e Salvador (R$ 410,33; -3,48%).

Na cidade de São Paulo, um levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) registrou alta de 8,12% no valor da cesta básica no mês de abril. Segundo a análise, entre os 39 produtos pesquisados, apenas três tiveram redução de preço na variação mensal.

De acordo com o estudo, o valor médio da cesta, que era R$ 798,10 no último mês de março, passou a R$ 862,87 em abril. Os números ainda mostram elevação de 11,09% entre os itens de higiene pessoal, grupo em que a alta foi maior. Na sequência, ficaram os grupos de alimentação, com subida de 7,73%, e limpeza, com ascensão de 9,68%.

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Na observação individual dos índices, os produtos que mais subiram no mercado foram a cebola (31,28%), o papel higiênico (27,74%), o feijão carioca (19,30%) e a batata (17,56%). Entre os itens que registraram queda nos preços estão o frango (-3,24%), o açúcar (-1,04%) e o creme dental (-0,75%). De acordo com o Dieese e o Procon-SP, a variação anual da cesta básica é de 10,04% com base no mês de dezembro de 2019.

Na contramão dos analistas do mercado financeiro, o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, não vê motivos para comemorar a taxa de desemprego no trimestre encerrado em novembro, de 11,2%, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. O mercado, segundo expectativas colhidas pelo Projeções Broadcast, esperava por uma taxa de 11,4%, que já seria a menor desde junho de 2016.

O diretor do Dieese destacou que 38,833 milhões ou 41,1% das pessoas em idade ativa ainda encontram-se na informalidade, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

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Para Lúcio, um dos grandes problemas de se ter quase 50% da população em idade de trabalho atuando na informalidade é a dificuldade que a Previdência terá para se financiar.

"Do jeito que a coisa está andando, o governo se verá obrigado a conceder BPC (Benefício de Prestação Continuada) para grande parte da população e quem puder vai ter de recorrer à capitalização", alertou.

Segundo o diretor do Dieese, o País vive um desemprego estrutural resultante de uma mudança também estrutural da economia brasileira, que combina desindustrialização com venda de patrimônio, e que tenta se compensar com postos de trabalho precários.

"Partes destes empregos são informais, parte ilegais por serem assalariados sem carteira. Ou seja, a formalidade é precária, a informalidade cresce e a gente está perdendo densidade industrial, o que significa que esse mercado de trabalho não se sustenta", pondera Lúcio. Ele chama atenção ainda para o aumento das jornadas parciais e trabalhos intermitentes.

No longo prazo, esses fatores não só comprometem o mercado de trabalho como a demanda. De acordo com ele, é possível que mais pessoas numa família passarão a fazer uma jornada maior de trabalho para manter a mesma renda que antes uma só pessoa garantia. "Um chefe de família trabalhava para ganhar R$ 5 mil e agora três pessoas terão de trabalhar para ganhar os mesmos R$ 5 mil", exemplificou o diretor do Dieese.

Para Lúcio, não há dúvida de que, no curtíssimo prazo, para quem não ganhava nada, um emprego mesmo que precário é positivo. O problema é o longo prazo, quando a idade chega e essa pessoa não tem proteção social. "Se isso continuar, logo o governo vai ter de começar a pensar em outra reforma da Previdência", disse.

O pagamento do décimo terceiro salário deverá injetar na economia brasileira, até dezembro, R$ 214,6 bilhões, de acordo com estimativa divulgada nesta terça-feira (5) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).  Aproximadamente 81 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 2.451.

Têm direito a receber o salário extra os trabalhadores do mercado formal, inclusive empregados domésticos, os beneficiários da Previdência Social e os aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Em sua estimativa, o Dieese não leva em conta os trabalhadores autônomos, assalariados sem carteira ou quem recebe algum tipo de abono de fim de ano.

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Do total estimado de R$ 214 bilhões, cerca de R$ 147 bilhões (68% do total), vão ser destinados aos empregados formalizados, incluindo os trabalhadores domésticos. Aposentados e pensionistas vão receber R$ 67,7 bilhões (32%).

Entre os 81 milhões de brasileiros que devem receber o décimo terceiro salário, 49 milhões (61% do total) são trabalhadores no mercado formal. Os demais (39%) são aposentados ou pensionistas da Previdência, aposentados e beneficiários de pensão da União (Regime Próprio), de estados e municípios. Segundo os dados do Dieese, o volume de pessoas do mercado formal que receberão o décimo terceiro salário este ano aumentou em torno de 1% na comparação com os números de 2018.

O maior valor médio para o décimo terceiro salário deverá ser pago no Distrito Federal (R$ 4.558) e os menores, no Maranhão e no Piauí (R$ 1.651 e R$ 1.647, respectivamente). De acordo com o Dieese, as médias não incluem o pessoal aposentado pelo Regime Próprio dos estados e dos municípios.

 

O custo do conjunto de alimentos essenciais registrou queda em 13 capitais no mês de maio, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A maior diminuição ocorreu em Campo Grande (-13,92%), seguida por Belo Horizonte (-7,02%), Goiânia (-4,48%) e Rio de Janeiro (-4,39%). No entanto, os menores preços foram observados em Salvador (R$ 392,97) e João Pessoa (R$ 403,57).

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Já o maior aumento ocorreu em Florianópolis (1,17%) e, também, em Aracaju (0,86%), Recife (0,20%) e Brasília (0,06%). A capital com o preço mais caro foi São Paulo (R$ 507,07), seguida por Porto Alegre (R$ 496,13) e Rio de Janeiro (R$ 492,93).

Em 12 meses, todas as capitais acumularam elevação no preço da cesta básica, entre 6,49%, em Campo Grande, e 24,23% em Recife. Nos primeiros cinco meses deste ano, todas as capitais também tiveram alta acumulada, com destaque para Recife (22,69%), Vitória (20,07%) e Natal (18,94%). A menor elevação de preço foi registrada em Campo Grande (0,26%).

Com base na cesta mais cara, que em maio foi a da capital paulista, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de uma família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese avalia que o valor do salário mínimo para a manutenção de uma família de quadro pessoas deveria ser de R$ 4.259,90, o equivalente a quatro salários mínimos de R$ 998.

Em abril, o piso mínimo necessário correspondeu a R$ 4.385,75. Já em maio de 2018, o valor necessário estimado foi de R$ 3.747,10, quase quatro salários mínimos, que no ano passado era de R$ 954.

No ano passado, o preço da cesta básica subiu nas 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A informação foi divulgada hoje (8) pelo Dieese.

De acordo com a instituição, entre dezembro de 2017 e dezembro do ano passado, as maiores altas ocorreram em Campo Grande (15,46%), Brasília (14,76%) e Belo Horizonte (13,03%) e as menores, em Recife (2,53%) e Natal (3,09%).

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Os preços que mais subiram nesse período foram os do leite integral, tomate, pão francês, da carne bovina de primeira, do arroz agulhinha e da batata. As maiores quedas foram registradas no café em pó e no açúcar.

Dezembro

Considerando apenas o mês de dezembro, o valor da cesta básica aumentou em 15 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. Os preços subiram mais em Goiânia (5,65%), Salvador (4,13%) e Natal (2,77%). Houve queda de preço em Fortaleza (-3,48%), Vitória (-1,17%) e São Luis (-0,40%).

No mês passado, a cesta mais cara foi a de São Paulo, que custava, em média, R$ 471,44. Em seguida aparecem, as do Rio de Janeiro (R$ 466,75), de Porto Alegre (R$ 464,72) e de Florianópolis (R$ 457,82). Os menores valores médios de cestas básicas foram observados em Recife (R$ 340,57), Natal (R$ 341,40) e Salvador (R$ 343,82).

Em novembro e dezembro do ano passado, o preço da batata subiu em todas as capitais analisadas, porque o clima seco prejudicou a produção no centro-sul do país. O óleo de soja subiu em 16 das 18 capitais pesquisadas porque parte do óleo bruto foi usada para fabricação do biodiesel. O preço da carne bovina de primeira, que está em período de entressafra e bateu recorde de exportação, subiu em 15 cidades. Já o do leite integral caiu em 17 cidades por causa da oferta crescente.

Salário mínimo

Com base na cesta mais cara do país – a de São Paulo – o Dieese calculou em R$ 3.960,57 o valor do salário mínimo necessário em dezembro para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O valor equivale a 4,15 vezes o salário mínimo vigente em dezembro (R$ 954).

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