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O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) irá julgar os recursos do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) no mesmo dia dos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Às 17h44, horas depois de ter incluído em mesa o julgamento dos embargos declaratórios de Lula, o tribunal fez o mesmo em relação aos do ex-deputado federal. Os julgamentos acontecerão na mesma sessão, na segunda-feira (26), em Porto Alegre.

Preso desde outubro de 2016, Cunha foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal da Justiça Federal do Paraná, em 30 de março de 2017, a 15 anos e 4 meses de prisão, pelos crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas, na Operação Lava Jato. A condenação foi confirmada pelo TRF-4 em 21 de novembro e reduziu a pena em dez meses.

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A sentença o apontou como destinatário de propina relacionada à compra de um campo petrolífero em Benin, na África, pela Petrobras, em 2011 - transação que teria garantido propina de US$ 1,5 milhão para Cunha.

A defesa ficou surpreendida com a marcação do julgamento, alegando que não havia previsão de ser pautado. "A forma açodada como o TRF-4 está marcando o julgamento dos embargos do Eduardo Cunha apenas demonstra que o objetivo é corrigir uma questão cronológica em relação aos embargos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse Ticiano Figueiredo, advogado de Cunha.

Em tese, não deve ser determinada a execução da pena de prisão de Eduardo Cunha porque ele ainda teria direito a embargos infringentes, como houve divergência na votação de novembro, em que o relator pediu aumento da pena, mas outros dois ministros votaram pela diminuição.

No TRF-4, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), chegou a pedir o aumento da pena de Cunha para 18 anos de prisão.

O desembargador Leandro Paulsen, que é revisor do processo, manteve a sentença do juiz Sérgio Moro, apenas excluindo um dos crimes de lavagem de dinheiro imputados a Cunha, e propôs a diminuição para 14 anos e 6 meses, no que foi acompanhado pelo desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus.

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou neste sábado, 24, não acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tempo de evitar uma prisão do petista. Em seminário realizado em Brasília e transmitido pelas redes sociais, a senadora criticou a "demora" do STF em pautar o pedido de Lula, que está na corte.

A defesa do petista tenta no STF evitar uma prisão antes do processo transitar em julgado, ou seja, chegar ao Supremo. O pedido já foi negado pelo ministro Luiz Edson Fachin, que enviou o caso ao plenário. A decisão de pautar o assunto cabe à presidente da corte, Cármen Lúcia.

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"A gente não consegue que o Supremo Tribunal Federal se manifeste sobre o habeas corpus que está lá, que pelo menos paute isso e se manifeste contra ou a favor", comentou a presidente do PT. "Eu acho que a tendência é eles deixarem o TRF-4 julgarem os embargos e aí confirmar a sentença", completou.

No Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), os advogados do petista entraram com embargos de declaração para questionar o julgamento que confirmou sua condenação e aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão, em janeiro. Se a apelação for negada, a prisão poderia ser decretada na sequência, antes de recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao STF.

Para Gleisi Hoffmann, não basta à Lava Jato impedir que Lula dispute a eleição presidencial, condenando o petista em segunda instância, mas "tem que prender para humilhar".

Admitindo a possibilidade de o ex-presidente ficar de fora da eleição, a senadora afirmou que a defesa do PT vai além de uma candidatura. "Nós queremos o Lula candidato, o PT quer, acredita nisso e vai lutar por isso, mas a candidatura do Lula, o direito de ser candidato, representa toda essa luta que estamos fazendo, essa resistência consubstancia isso, porque se não nós vamos ter uma eleição manietada".

O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma) pediu nesta quarta-feira, 7, ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região para ser interrogado novamente. A defesa de Palocci afirma que o petista quer "cooperar na elucidação dos fatos criminosos".

"A cooperação espontânea - ainda que nesta fase - pode ser extremamente relevante, vez que eliminará qualquer tipo de dúvida sobre a tese acusatória, viabilizando que a síntese decisória seja inquestionável e induvidosa", solicitou a defesa.

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Palocci está preso desde setembro de 2016. Em junho, o ex-ministro foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 12 anos, 2 meses e 20 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No processo, Palocci foi acusado de envolvimento no pagamentos de US$ 10.219.691,08 em propinas, referentes a contratos firmados pelo Estaleiro Enseada do Paraguaçu - de propriedade da Odebrecht - com a Petrobras, por intermédio da Sete Brasil. O dinheiro, segundo a Justiça, foi pago ao marqueteiro de campanhas do PT João Santana.

Este processo está, atualmente, no TRF-4, que ainda não o julgou. A Corte vai analisar a sentença aplicada por Moro a Palocci e a outros 13 condenados, incluindo o empresário Marcelo Odebrecht, e o casal de publicitários João Santana e Mônica Moura - os três, delatores da Lava Jato.

Ao TRF-4, Palocci afirmou que "tem buscado firmar acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal".

"Independente da realização de acordo, o peticionário escolheu a cooperação imediata e espontânea como caminho para a resolução jurisdicional de seus débitos com a Justiça", argumentou a defesa.

O ex-ministro apontou alguns tópicos que pretende abordar caso o Tribunal autorize o novo interrogatório: "formação e financiamento da Sete Brasil, conversações das quais participou para organizar o esquema de propina decorrente das sondas, atos por ele efetivamente praticados, na operacionalização do recebimento de propinas; vantagens indevidas por ele solicitadas; indicação da origem e do destino das propinas; e apresentação e indicação de elementos de corroboração de sua fala".

"Um segundo interrogatório do recorrente (Palocci) seria interessante não apenas para ele, mas igualmente para esse Tribunal Regional Federal. De um lado, para o Recorrente, porque este poderia dissipar a impressão errônea causada com o seu primeiro interrogatório, mostrando ao nobre colegiado que - de fato - Antônio Palocci busca apenas uma coisa: cooperar de modo pleno com a Justiça", alegou o ex-ministro. "De outro lado, para o Tribunal, porque este poderia finalmente esclarecer os fatos que são objeto da denúncia, conhecendo qual foi a participação do acusado na empreitada delitiva e, assim, podendo melhor delimitar a culpabilidade deste no presente processo."

O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) publicou na tarde desta terça-feira, 30, o relatório e o voto do desembargador João Pedro Gebran Neto e o voto do desembargador Leandro Paulsen no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso triplex. O petista foi condenado, por unanimidade, pela Corte de apelação da Operação Lava Jato e teve a pena aumentada para 12 anos e 1 mês.

O julgamento terminou em 3 a 0 na última quarta-feira, 24. Em 1.ª instância, Lula havia sido condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, em julho do ano passado, a 9 anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

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O voto de Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal, tem 296 páginas. O de Leandro Paulsen tem 44. Ainda falta ser publicados o voto do desembargador Victor Laus e o acórdão do julgamento.

A partir da publicação do acórdão - que ainda não ocorreu -, a defesa do ex-presidente vai ter até 12 dias corridos para entrar com Embargos de declaração. Por meio deste recurso, os defensores podem questionar obscuridades nos votos dos desembargadores.

Como se trata de um processo eletrônico, o prazo é estabelecido da seguinte forma. O advogado recebe a intimação para ciência do acórdão e pode abrir em até dez dias. Após o décimo dia, a Justiça conta mais dois dias de prazo.

Se o defensor abrir o documento eletronicamente no segundo dia após a intimação, o prazo de dois dias passa a ser contado por esta data. Caso o documento seja aberto apenas no último dos dez dias, a defesa tem, então, os 12 dias corridos de prazo.

Após votar pela condenação de Lula, no julgamento, Leandro Paulsen deixou expresso que a pena deve ser imediatamente executada em caso de decisão unânime da Corte e se esgotados todos os recursos ainda cabíveis no âmbito da segunda instância.

Paulsen seguiu integralmente o voto do relator do julgamento do petista, o desembargador Gebran Neto, que inaugurou a sessão com um voto de três horas e meia pela condenação do ex-presidente.

Nesta terça, a defesa de Lula entrou com um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para afastar a determinação da execução provisória da pena após o julgamento de recursos no Tribunal da Lava Jato.

Os advogados requerem à Corte que se conceda ordem de habeas corpus para garantir a Lula "o direito de aguardar em liberdade até a preclusão maior de eventual édito condenatório".

"A defesa também solicitou ao STJ a concessão de medida liminar para desde logo afastar a determinação de execução provisória da pena, de forma a assegurar a Lula a garantia da presunção da inocência que lhe é assegurada pela Constituição Federal nesta etapa da ação penal e, ainda, para paralisar uma indevida interferência de alguns órgãos do Poder Judiciário no processo político-eleitoral que se avizinha", informaram em nota os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Z. Martins.

O pedido de medida liminar do petista pode ser analisado pelo vice-presidente do tribunal, ministro Humberto Martins, durante o recesso. Martins fica responsável pelos despachos do STJ no plantão até esta quarta-feira, 31. As atividades do tribunal retomam nesta quinta-feira, 1.

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, afirmou nesta terça-feira, 30, que as investigações da corporação no âmbito da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região não foram motivadas por questões políticas. "O trabalho da Polícia Federal sempre foi técnico e profissional", afirmou Segovia durante posse do novo superintendente da PF em Minas Gerais, Rodrigo de Melo Teixeira.

A defesa do petista alega que o resultado do julgamento realizado no dia 24, em Porto Alegre, obedeceu a critérios políticos e, não, técnicos.

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Questionado sobre a preparação da PF para o momento em que terá de cumprir a ordem de prisão contra o ex-presidente, conforme publicado pela Coluna do Estadão na semana passada, Segovia afirmou: "Essa questão está com o Poder Judiciário. Não tem o que dizer sobre esse assunto", disse.

Já sobre o resultado da sessão do TRF-4 de 3 a 0 pela condenação e ampliação da pena de Lula, Segovia disse apenas que o tema "é uma decisão judicial".

O diretor-geral admitiu ter havido uma "queda natural" no ritmo das investigações da Operação Lava Jato pelo País desde que assumiu o cargo, em novembro. "Na realidade, a gente está fortalecendo. O que houve é uma queda natural pelas substituições dos comandos dentro dos Estados, tudo ainda acompanhado do tempo do Natal. Normalmente nas férias, há uma queda um pouco do efetivo nesse período, mas as investigações ainda continuam e a gente vai ter frutos logo logo no País."

Segovia reafirmou a intenção de concluir, até agosto, 273 investigações no âmbito de inquéritos que estão no Supremo Tribunal Federal (STF). Desse total, conforme ele, 15% são relativos a envolvidos na Lava Jato.

Na análise do primeiro recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) já refutou as teses centrais da defesa do petista que serão adotadas em outras ações penais nas quais ele é réu ou investigado. Lula foi julgado pela 8.ª Turma da Corte, de Porto Alegre, na quarta-feira passada, quando a pena imposta pelo juiz Sérgio Moro, da Lava Jato em Curitiba, foi confirmada e elevada de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês de prisão, no caso do triplex do Guarujá (SP).

O ex-presidente é réu na capital paranaense em outras duas ações penais abertas por Moro. Uma delas, em fase final, trata de suposta propina de R$ 12,2 milhões paga pela Odebrecht, segundo relatos de delatores, na compra de um terreno para o Instituto Lula e do apartamento usado pelo petista no edifício em que mora, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

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A outra se refere ao sítio de Atibaia (SP), em fase inicial. A reportagem apurou que há também pelo menos outras quatro investigações abertas na Polícia Federal e no Ministério Público Federal com potencial de virar processo.

A decisão unânime dos três desembargadores da 8.ª Turma do TRF-4 - João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus -, no caso dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, derrubou argumentos basilares da defesa de Lula. São alegações falta de provas de envolvimento do ex-presidente no esquema de corrupção na Petrobrás a partir de 2014; ausência de elementos que indiquem ingerência nas irregularidades, como indicação política de diretores e fraudes, o chamado ato de ofício; impedimento de Moro para julgá-lo por suspeição; incompetência da 13.ª Vara Federal de Curitiba para os processos; cerceamento de defesa, entre outros.

Grupos

As teses refutadas pela segunda instância - que confirmou a condenação de Lula pelo recebimento de R$ 2,2 milhões de propinas da OAS no triplex - são as linhas gerais da defesa na Lava Jato. Têm sido sustentadas pela banca de advogados contratados pelo ex-presidente desde março de 2016, após ele ser alvo da 24.ª fase das investigações, e serão levantadas em recursos futuros, em caso de novas condenações.

A estratégia da defesa pode ser dividida em dois grupos: o primeiro ataca supostas irregularidades processuais da investigação e da ação penal conduzida por Moro, como falta de direito de defesa e comprometimento do juízo por atuação política. O segundo combate a acusação de mérito sobre seu envolvimento com corrupção e lavagem de dinheiro.

Boa parte dos pontos negados pelos desembargadores no primeiro grupo de argumentos da defesa já era considerada batalha perdida. Em seus votos, os magistrados afirmaram que os temas já tinham sido tratados pelo tribunal e pelas cortes superiores, em Brasília, sem sucesso da defesa.

A maior derrota para Lula e seus advogados veio da rejeição pela 8.ª Turma dos argumentos de mérito do processo, em que Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente, disse não haver provas de que o petista tinha relação com a corrupção. A defesa sustentou - e sustentará - que não era Lula o responsável por indicar diretores da Petrobrás ou tratar de contratos.

Mas o entendimento dos desembargadores da 8.ª Turma foi de que "há cristalina comprovação da capacidade de influência do ex-presidente no processo de nomeação dos agentes políticos na Petrobrás e sua ciência no esquema criminoso".

STJ

Levantamento do Estadão/Broadcast com base em decisões do site do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostra que o ministro Felix Fischer, relator da Lava Jato na corte, não acatou nenhum dos dez pedidos feitos pela defesa de Lula em 2017. Fischer deve receber recurso de Lula contra a decisão do TRF-4. Procurada, a defesa do petista não respondeu à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse nesta quinta-feira (25) que é preciso ter "muita prudência" antes de uma eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) pode rever a possibilidade de execução da pena após condenação em segunda instância.

Segundo Torquato, a decisão que autorizou a prisão após a decisão de segundo grau "é precária". O julgamento, em outubro de 2016, terminou com placar de 6 a 5. A Corte deverá julgar duas ações que questionam essa autorização para a execução penal.

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"Seja qual for o brasileiro envolvido nesta questão é preciso muita prudência, porque o STF pode mudar de opinião, pode inverter o 6 a 5. Acho que devemos esperar a decisão final do STF antes de implementar. Estamos falando de liberdade e um dia perdido de liberdade é um dia irrecuperável", afirmou o ministro.

Elogio

O ministro disse que após o julgamento da 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região telefonou para o presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores, para cumprimentá-lo pela atuação "brilhante" dos três desembargadores. "Independentemente de concordar ou não com a decisão, temos que reconhecer que eles dominaram completamente o processo, sabiam exatamente o que estavam falando", disse.

Torquato, que já foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevê que a discussão sobre a impugnação da candidatura de Lula será um debate muito difícil na corte eleitoral. Para ele, sem a decisão final do Supremo, vai surgir a dúvida se o TSE pode negar registro para quem, "embora condenado por ato colegiado, não esteja condenado definitivamente".

O ministro disse discordar da tese que classifica como "golpe" uma eleição sem Lula. "No direito eleitoral o bem protegido pela lei não é a vida, é o mandato. E o mandato não é individual, é da sociedade", disse. "Um individuo é um instrumento dessa representação democrática. Quem tem direito adquirido a candidatura é o eleitorado", finalizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A nova derrota jurídica sofrida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente sepultou a possibilidade de partidos do chamado "Centrão" apoiarem uma eventual candidatura do petista ao Palácio do Planalto. Integrantes do PR e do PP, que flertavam com Lula, afirmam que, após os três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmarem a condenação do ex-presidente, uma aliança com o PT para a eleição nacional fica praticamente inviabilizada.

"A candidatura de Lula perde consistência. Uma coisa é você ser candidato com toda a segurança possível, outra é se lançar em meio a tanta insegurança", avalia o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA).

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Segundo o deputado, o PR vai agora analisar os quadros que irão se colocar na disputa para decidir quem apoiar na corrida presidencial. Uma das possibilidades é apoiar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Esta semana, integrantes da cúpula do DEM se reuniram com o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), que, na prática, comanda o partido.

No PP, a confirmação da condenação do ex-presidente deve suplantar de vez os setores do partido, especialmente do Nordeste, que apoiavam uma reaproximação com o PT. Para o líder do partido na Câmara, deputado Arthur Lira (AL), o resultado do julgamento da última quarta-feira, 24, modificou o quadro eleitoral, mas ainda é preciso esperar para ver para onde vão migrar os votos que iriam para o petista.

Apesar do discurso de afastamento de Lula adotado pela cúpula dos dois partidos, alguns parlamentares afirmam que é cedo para fazer uma avaliação do cenário. Para o deputado Dudu da Fonte (PP-PE), o desempenho do ex-presidente nas pesquisas pode garantir a ele alianças e competitividade nas eleições. "Acredito que ele ficará na frente nas pesquisas, o que fará com que os aliados não o abandonem", disse.

PR e PP fazem parte hoje da base aliada do governo do presidente Michel Temer. A avaliação desses e de outros partidos desse grupo é que uma eventual saída de Lula da disputa beneficiará um candidato de centro, que pode ser representado tanto por Maia quanto pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O nome do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é visto com mais resistência dentro da própria base.

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira, 25, que "é lamentável que advogados se prestem a uma iniciativa absurda e despropositada como essa". Martins comentou o pedido do advogado Carlos Alexandre Klomfahs ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), nesta quinta-feira, para que intime Lula a entregar o passaporte em 24 horas.

Ele foi condenado no processo do triplex do Guarujá, na Baixada Santista (SP), pelos desembargadores da 8.ª Turma do TRF-4, na quarta-feira, 24, e teve a pena aumentada para 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado - o ex-presidente ainda pode recorrer em liberdade.

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Após comemorar nas redes sociais, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a comentar, nesta quinta-feira, 25, a condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À imprensa, ele chamou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) de um "golpe praticamente fatal" no PT.

"Eu tinha convicção de que haveria a condenação. Foi uma goleada, golpe duríssimo no PT, praticamente um golpe fatal no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque a pena foi aumentada", declarou durante evento de aniversário de São Paulo no Vale do Anhangabaú, região central da cidade.

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Doria chamou os responsáveis pela decisão de "três juízes independentes, que deram uma demonstração de grandeza e firmeza extraordinária para o País como um todo e, em especial, para o Judiciário". Segundo ele, a decisão mostrou "que não é no grito que se pretende levar o Brasil e nem nas demonstrações de força e de intolerância: é na Justiça. É nisso que nós acreditamos, é nisso que se baseia a democracia brasileira".

O prefeito acredita ainda que "dificilmente" a decisão será diferente em outras instâncias do Judiciário. "Diante desse resultado é bem provável que Lula até o final deste ano, seja encarcerado e comece a pagar pelos seus crimes na cadeia, em Curitiba", completa.

Para Doria, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), possível candidato tucano à Presidência, deve angariar parte dos votos de Lula por ser uma alternativa de "centro", caso ele não possa se candidatar nas eleições presidenciais. "O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sai ganhando diante dessa circunstância de fragilidade do ex-presidente Lula, aliás outras eventuais candidaturas fora do âmbito da esquerda também vão se beneficiar", declara.

Doria acha, porém, que Lula não vai desistir por enquanto. "Teimoso como é. Vai insistir. O PT não tem outro rumo. O PT hoje é uma seita com um dono, o Lula, não é um partido."

Essa foi a fala de Lula após o julgamento desta quarta feira dia 24 de janeiro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na noite de ontem, que respeita a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que confirmou sua condenação e ampliou a pena de prisão para 12 anos e 1 mês. Em discurso a manifestantes na Praça da República, no Centro de São Paulo, Lula disse, no entanto, que não aceita “a mentira pela qual eles tomaram a decisão”. “A decisão de hoje eu até respeito. O que eu não aceito é a mentira pela qual eles tomaram a decisão. Eles sabem que eu não cometi um crime. Eu me disporia a ficar com os três juízes um dia inteiro para que eles me mostrem qual é o crime que o Lula cometeu”. Claro que os colegas, os partidários os mais próximos e o ex-presidente e o PT não se conformaram e foram às ruas protestar, principalmente em Porto Alegre, São Paulo e várias capitais do Nordeste. Vale desatacar quer a principal manifestação foi na praça da República, centro de São Paulo. Ainda cedo, Lula disse estar "extremamente tranquilo" com relação ao julgamento no caso do tríplex. Agora, se Lula ficar de fora das eleições este ano, deixa o PT órfão, sem um plano B para a disputa presidencial, vamos aguardar cenas dos próximos capítulos dessa guerra na justiça.

Bolsonaro comemora

O pré-candidato à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) comemorou, na tarde de ontem, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Pelas redes

Em uma rede social, ele classificou o resultado do julgamento como "um tiro de .50 na corrupção". Em vídeo postado após o julgamento, Bolsonaro disse que este é "um dia histórico" e ressaltou o fato de Lula ter sido condenado por unanimidade, o que dificulta sua candidatura.

Temer e o silêncio dos canalhas

O presidente Michel Temer determinou à equipe ministerial que não faça comentários públicos sobre a manutenção da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem.

Motivos

O receio do Palácio do Planalto é de que um comentário elogioso à decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região ou à defesa da independência do Poder Judiciário, mesmo que de forma genérica, possa ser usado pelo petista para fortalecer o discurso de que ele foi perseguido ou vitimizado.

Fala de Marun

"Em relação ao ex-presidente, o governo não tem que opinar. É uma questão da Justiça e está sendo resolvida na Justiça", disse o secretário de Governo, Carlos Marun.

IFPE inicia construção de Campus Jaboatão

No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), a semana vai terminar com ótimas notícias: o anúncio do começo das obras da sede definitiva do Campus Jaboatão dos Guararapes e a assinatura de ordens de serviço para construções e reformas em diferentes unidades do Instituto prometem movimentar a instituição nesta quinta (25) e sexta-feira (26). Os recursos são provenientes do Ministério da Educação (MEC).

Hoje

Na tarde desta quinta-feira (25), às 16h, acontece a solenidade de assinatura da ordem de serviço que autoriza o início da construção do Campus Jaboatão dos Guararapes. A cerimônia será realizada no Memorial Miguel Arraes, localizado no bairro de Prazeres.

Mendonça agindo

A sede definitiva do Campus Jaboatão dos Guararapes teve sua obra orçada em R$10.718.477,10. A ser iniciada em fevereiro, a construção terá um prazo de 14 meses para ser concluída. A unidade contará com 6.401,95 m2 de área a ser construída, além de capacidade para atender 1200 estudantes e estrutura para comportar 16 salas de aula, laboratórios, biblioteca, auditório, passarelas, bloco administrativo, área de convivência, guarita e estacionamento.  

Mais anúncios

Durante a solenidade, também será anunciada a liberação de recursos orçamentários previamente autorizados voltados para os campi Igarassu e Palmares. Com a iniciativa, o IFPE tem a possibilidade de iniciar a licitação para contratação de empresa para construção das sedes definitivas destas duas unidades. Contando com estruturas similares a do Campus Jaboatão dos Guararapes, o Campus Igarassu foi orçado em cerca de R$17.616.588,12 e, após a licitação, será construído na Rodovia BR 101 Norte, s/n, KM 29, Bairro Engenho Umbu, em Igarassu. Já o Campus Palmares foi orçado em R$18.073.164,51 e será construído na Rodovia BR 101 Sul, s/n, KM 117, no bairro Campus Universitário, em Palmares.

Agreste beneficiado

Amanhã  a partir das 9h, serão assinadas, no Campus Caruaru, as ordens de serviço para a construção da biblioteca do Campus Garanhuns, além da construção do bloco de Engenharia Mecânica do Campus Caruaru.

Mais educação

A implantação dos sete novos campi foi resultado da terceira fase de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Em Pernambuco, foram escolhidos para receber um campus do IFPE as cidades de Abreu e Lima, Jaboatão, Igarassu, Palmares, Paulista e Olinda. A escolha dos cursos a serem oferecidos foi feita após um estudo de mercado, realizado por uma consultoria especializada, e de audiências públicas promovidas em cada cidade. Todos os sete novos campi funcionam em sede provisória desde 2014, com exceção de Abreu e Lima, que passou a funcionar em sede provisória em 2015.

Classe produtora pede que governo reconsidere vetos à Lei 13.606/18

Representantes do setor produtivo rural reuniram-se com o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marum, para discutir os vetos do governo a alguns dispositivos da Lei 13.606/18, que trata do Funrural e da renegociação de dívidas de produtores do Norte e do Nordeste.

O pedido

 

Na ocasião, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, acompanhado pelos presidentes das Federações de Agricultura de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra, e da Paraíba (Faepa), Mário Borba, e pela deputada federal Tereza Cristina, entregou um Ofício ao ministro com as considerações das entidades em relação aos vetos. “São vetos que vão prejudicar os produtores e viemos pedir para que sejam reconsiderados”, alertou o presidente da CNA.

O presidente Michel Temer disse na quarta-feira (24) em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, que "não aceita mais" ser alvo de dúvidas sobre suspeitas de corrupção em seu governo. "Os meus detratores estão na cadeia e quem não está na cadeia está desmoralizado. Foram desmascarados pelos fatos", declarou o presidente.

No discurso no Fórum Mundial, Temer não fez referência ao julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). Ele, porém, comemorou o resultado positivo do mercado, registrado durante o dia, como um sinal de "confiança" nas instituições nacionais.

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Na interpretação dele, o discurso diante dos empresários em Davos, garantindo a continuidade da política econômica, teria neutralizado uma eventual turbulência por causa do julgamento do petista.

"Acabei de receber uma boa notícia", disse Temer, referindo-se ao movimento de alta na Bolsa. "De modo que o discurso intercedeu com a repercussão, pelo que estou vendo. E foi muito exitosa nossa vinda para cá", declarou o presidente.

Questionamento

Após o discurso no fórum, porém, Temer foi alvo de um questionamento por parte do fundador do evento, Klaus Schwab, sobre como a corrupção poderia ter um impacto nas eleições de outubro no País.

Temer minimizou a questão. "Acho que será um tema natural, já que há um combate pesado contra a corrupção no País", respondeu. O presidente enfatizou que as instituições estão funcionando com "toda tranquilidade" e que há uma "separação absoluta" dos Poderes. "Isso dá segurança jurídica para o investimento no País", disse.

Justiça

Horas mais tarde, quando voltou a ser questionado por jornalistas sobre a pergunta de Schwab, Temer reagiu com irritação. "Eu tive a oportunidade de dizer, assim como eu fiz no Brasil, que agora eu não vou mais tolerar essas coisas", afirmou.

Ele voltou a evitar comentários sobre o julgamento de Lula, mesmo depois de o resultado estar dois votos a favor da condenação. "Vamos aguardar a decisão final", afirmou. "É uma decisão que cabe à Justiça e, em particular, ao Tribunal Regional Federal", argumentou.

O presidente foi informado do resultado do julgamento, que manteve a condenação de Lula por 3 a 0, com aumento de pena, quando já estava no jantar oferecido pelo fórum.

Temer havia orientado os ministros a não comentar publicamente a ampliação da pena de Lula. O objetivo seria despolitizar a decisão e evitar que os aliados de Lula usem as eventuais falas dos integrantes do governo como sinal de que não há independência no Judiciário.

No jantar oficial, no hotel Derby, porém, a condenação de Lula por unanimidade foi comemorada como uma final de jogo de futebol. À mesa do jantar, a comitiva brasileira acompanhava e Temer e seus principais ministros, como Henrique Meirelles (Fazenda) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), eram informados a cada voto. Com celular na mão, alguns anunciavam, quase aos gritos, "três a zero, três a zero".

O jantar foi bastante concorrido, com as presenças de Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Pedro Parente (Petrobrás), Candido Bracher (Itaú), entre outros.

Na hora em que o desembargador Victor Laus proferiu o voto, encerrando o julgamento, foi um sem parar de toques de celular. Já em Zurique, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a decisão "não contaminará" a economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O julgamento do recurso do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) foi mencionado no Twitter em 811 mil postagens originadas no Brasil da 0 hora às 18 horas da quarta-feira (24), segundo levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Outras 110 mil postagens na rede social citaram o assunto em outros países, em português e em outras línguas. O nome do relator do caso no Tribunal, João Pedro Gebran Neto, foi citado em cerca de 48 mil postagens.

No debate gerado na rede social, com polarização entre detratores e simpatizantes de Lula, as contas mais influentes foram a do próprio ex-presidente, de um lado, e a do perfil de humor @jqteixeira, de outro.

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A conta de Lula no Twitter, que costuma ser alimentada por sua assessoria, tem 199 mil seguidores. Já @jqteixeira, que se identifica como Joaquin Teixeira, tem 186 mil seguidores.

Nos perfis contrários a Lula, a hashtag (marcação com uma ou mais palavras-chave) mais publicada na quarta, até as 17 horas, foi #molusconacadeia, com 98 mil ocorrências.

A seguir vieram #lulanacadeia (92,7 mil) e #cadeiasemlulaéfraude (44,7 mil). Do lado da defesa do ex-presidente, as principais hashtags foram #cadêaprova (84,6 mil) e eleiçãosemlulaéfraude (28,6 mil).

No fim da tarde, o levantamento da FGV-Dapp detectou grande quantidade de retuítes de uma postagem de 2010 da senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, na qual ela saudava a aprovação da Lei da Ficha Limpa. "Aprovação do 'Ficha Limpa' é importante avanço da democracia e torcemos para que já tenha validade para essas eleições", diz Gleisi no post.

Opositores de Lula ironizavam o fato de que a lei poderá agora ser usada para barrar uma eventual candidatura do petista à Presidência da República, uma vez que impede condenados por órgãos colegiados de concorrer.

O monitoramento da FGV-Dapp abarcou todas as postagens feitas no Twitter nos últimos dias, quando o julgamento se transformou em um dos principais assuntos debatidos na rede social. A análise mostrou interesse crescente no tema.

Na semana passada, o maior número de postagens sobre o julgamento foi de 117,9 mil, no dia 19. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A condenação em segunda instância na quarta-feira (24) do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá aumenta a possibilidade de o petista ser preso e impedido de disputar a sucessão presidencial em outubro, mas ainda deixa o cenário aberto para seus adversários, dificultando a definição de uma estratégia eleitoral. Com exceção do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que assume o discurso antipetista e se coloca no outro extremo do debate, os demais presidenciáveis que se opõem ao PT relutam em defender uma eleição sem Lula.

Provável candidato pelo PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, usa sempre a mesma tese de que "a lei é para todos, decisão judicial se respeita e adversário não se escolhe". Mesmo com a decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o tucano não pretende, ao menos por enquanto, alterar o planejamento traçado até aqui, de se posicionar como o nome da conciliação nacional, da austeridade fiscal e, mais recentemente, como representante do "povo".

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Assim como o PT está decidido a aguardar o último prazo possível para trocar de candidato, caso a condição de ficha-suja se confirme e o ex-presidente seja barrado pela Justiça Eleitoral, Alckmin também vai esperar para iniciar uma ofensiva direta à herança petista de 13 anos no governo federal centralizada na figura do ex-presidente.

Aliados do tucano ressaltam que é preciso aguardar as próximas pesquisas de intenção de voto para saber se a condenação de quarta já terá algum impacto no eleitorado petista - após o impeachment de Dilma Rousseff, há dúvidas sobre a capacidade de transferência de votos atribuída a Lula. Em suas redes, Alckmin disse que o julgamento reafirmou que ninguém está acima da lei. "O Brasil demonstra maturidade e segue em absoluto clima de normalidade democrática. O País deve buscar o rumo da ética".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atualmente no exercício da Presidência - Michel Temer está na Suíça -, contrariou a recomendação do governo de manter silêncio sobre o julgamento e divulgou nota oficial. "Construí minha carreira combatendo, no campo da política, as teses defendidas pelo ex-presidente Lula e pelo PT. Ainda assim, quem tem responsabilidade pública, em qualquer nação, não pode estar celebrando o dia de hoje."

Tido como pré-candidato à eleição presidencial, Maia afirmou ainda que, apesar da condenação ter sido confirmada pelo TRF-4, "na política, o melhor foro de enfrentamento de teses diferentes é a campanha eleitoral". "Nela, o veredicto é dado pelas urnas. Mas a campanha não começou, e quem se pronunciou hoje foi o Poder Judiciário. É necessário ouvi-lo e respeitá-lo", declarou.

Presente na comitiva de Temer à Suíça, o ministro da Fazenda e também presidenciável, Henrique Meirelles (PSD-SP), não se manifestou na quarta sobre o julgamento de Lula.

Munição

Menos discreto, Bolsonaro postou foto em que aparece na frente da TV comemorando a condenação quando o placar ainda estava 2 a 0 contra o recurso apresentado pela defesa do petista. Na legenda, o parlamentar classificou a condenação naquele momento por maioria como um "tiro de .50 na corrupção", em referência ao tipo de munição, uma metralhadora de alto alcance.

No início da noite, o vice-líder das pesquisas afirmou que o resultado "será usado pela esquerda para continuar se vitimizando como fizeram no período militar". As declarações foram dadas pelo deputado durante transmissão via Facebook realizada na página de um de seus filhos, Flávio, que é deputado estadual no Rio. A transmissão fora anunciada sob o título "Liberdade 3 x 0 Lula".

"Mais um dia histórico para todos nós. Eu costumo dizer que tão importante quanto você combater a corrupção é você combater o socialismo, e evitar que o Brasil chegue a um ponto tal que não dê para retornar mais. Ouso dizer que, se Dilma tivesse continuado, acho que dificilmente fugiríamos de um regime como está a Venezuela e como está entrando a Bolívia."

Pré-candidato pelo PPS, Cristovam Buarque (DF) afirmou que a confirmação da sentença contra Lula vai gerar "indecisão" no processo eleitoral. "A primeira consequência (para as eleições) é a indecisão. Vamos participar sem saber quem são os candidatos, quais vão chegar até o final, quais candidatos serão cassados ou não. A segunda é a credibilidade. É óbvio que gera uma perda de credibilidade no processo eleitoral se o candidato que tem mais prestígio neste momento sai por razões jurídicas, mesmo que em um julgamento justo."

Colega de Senado e presidenciável pelo Podemos, Álvaro Dias (PR) classificou o julgamento como "emblemático". "Ninguém acima da lei, mesmo um ex-presidente."

A ex-ministra Marina Silva, pré-candidata ao Planalto pela Rede, reiterou apoio ao trabalho da Justiça e afirmou que "todos são iguais perante a lei". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nos próximos dois meses o mérito de duas ações que discutem a possibilidade de execução de pena, incluindo prisão, após condenação em segunda instância, conforme apurou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) com auxiliares da Corte. No STF, a avaliação é de que o resultado do julgamento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) pressiona os ministros a se posicionar novamente sobre o assunto.

Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo no domingo, três ministros ouvidos reservadamente já apostavam que o TRF-4 manteria a condenação imposta pelo juiz federal Sérgio Moro ao ex-presidente no caso do triplex do Guarujá (SP).

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Para um deles, a pressão sobre a Corte estava colocada desde dezembro do ano passado, quando o ministro Marco Aurélio Mello pediu à presidente do Tribunal, ministra Cármen Lúcia, a inclusão na pauta das duas ações, do Partido Ecológico Nacional (PEN) e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pedem a suspensão da execução antecipada da pena após decisão em segunda instância. O Supremo ainda não analisou o mérito dessas duas ações.

Marco Aurélio é o relator de duas ações nas quais o STF firmou, em outubro de 2016, o entendimento de que é possível iniciar o cumprimento de pena após a condenação em segunda instância. O ministro foi voto vencido na época. Agora as ações estão liberadas para serem julgadas no mérito pelo plenário da Corte.

O ministro-relator lembrou do placar "apertado" em 2016. "Foi 6 a 5. Será que nós cinco estávamos tão errados?", questionou o ministro. "E, se o tribunal evoluir, vai evoluir em boa hora", disse.

Marco Aurélio disse considerar melhor que o STF decida o "quanto antes" sobre as ações. Elas agora têm como pano de fundo o destino do petista.

Repercussão

Para o ministro, uma eventual prisão de Lula serviria para incendiar o Brasil. "Eu duvido que o façam, porque não é a ordem jurídica constitucional. E, em segundo lugar, no pico de uma crise, um ato deste poderá incendiar o País", afirmou Marco Aurélio.

Outro integrante da Corte, ouvido sob a condição de anonimato, observou que o Supremo já decidiu três vezes sobre a possibilidade de execução de pena após condenação em segundo grau e "tribunais constitucionais normalmente decidem o tema uma única vez e todo mundo respeita".

Uma eventual mudança no entendimento do Supremo é vista com receio por integrantes do Ministério Público Federal. Procuradores disseram acreditar que uma revisão na posição da Corte pode atrapalhar investigações e desestimular a colaboração com a Justiça de investigados ou acusados.

A primeira sessão plenária do Supremo neste ano está marcada para o próximo dia 1.º, quando os ministros retornarão do recesso do Judiciário.

Cabe à ministra Cármen Lúcia, na condição de presidente do Tribunal, elaborar as pautas de julgamento e alterá-las ao longo da semana, incluindo novos processos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), comemorou nas redes sociais a confirmação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em segunda instância da Operação Lava Jato, nesta quarta-feira, 24. Doria disse que "a prisão aguarda em breve" o petista.

Em uma imagem publicada pelo tucano no Facebook e no Twitter, aparece a cor vermelha sobreposta pela bandeira do Brasil com o placar "3 x 0", em alusão aos votos dos desembargadores que confirmaram a sentença desfavorável ao petista.

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"O Brasil do bem celebra esse momento histórico. Ao aumentar a pena dada pelo juiz Sérgio Moro, o TRF 4 reforça a culpa do ex-presidente Lula. A Justiça está se cumprindo", escreveu o prefeito.

Um dos adversários que mais se manifestou publicamente a favor da condenação de Lula, Doria aproveitou para atacar o PT. "Essa corajosa decisão da justiça é um golpe duríssimo no PT e ajuda a fortalecer a esperança de um país mais justo e sem corrupção."

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Pré-candidato pelo PDT à Presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes disse nesta quarta-feira, 24, por meio de nota, que viu com muita "tristeza" a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Ele afirmou que o momento exige reflexão e que segue na torcida para que o petista consiga reverter a decisão nas próximas instâncias da Justiça.

"Assisti com tristeza a condenação pela 8ª turma do TRF-4 do meu amigo e ex-presidente Lula. O Brasil vive mais um capítulo dolorido de sua curta e dramática história democrática. Penso que o momento exige muita reflexão e, mais do que nunca, atenção para que o devido processo legal seja respeitado. Sigo na torcida para que Lula consiga reverter a decisão nas próximas instâncias", declarou Ciro na nota, cuja pré-candidatura será lançada oficialmente pelo PDT em 8 de março.

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Em julgamento nesta quarta-feira em Porto Alegre, o TRF-4 manteve, por 3 votos a 0, a condenação de Lula no caso do triplex no Guarujá (SP), decidida em julho de 2017 pelo juiz federal Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato na 1ª instância. Os desembargadores do tribunal não só mantiveram a condenação, como aumentaram a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês - ante 9 anos e meio determinado por Moro.

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse no início da noite desta quarta-feira, 24, que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marca "um dia histórico", mas afirmou que servirá também para (a esquerda) "continuar se vitimizando como fizeram no período militar". Para Bolsonaro, a condenação de Lula em segunda instância é "outra chance de nos afastarmos de vez do comunismo".

"Eles vão continuar martelando, se vitimizando, como fizeram no período militar. Os caras faziam barbaridade, treinavam em Cuba, pegavam em armas, metiam bomba aqui, executavam gente naquele mini manual de guerrilha do (Carlos) Marighella (comandante da Ação Libertadora Nacional, organização guerrilheira que combateu o regime militar), e eram coitados, estavam lutando por democracia. Aquela mentira de sempre. Vão continuar fazendo a mesma coisa", disse.

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As declarações do deputado federal foram dadas durante transmissão via Facebook realizada na página de um de seus filhos, Flávio, que é deputado estadual no Rio de Janeiro. A transmissão fora anunciada sob o título "Liberdade 3 x 0 Lula".

"Mais um dia histórico para todos nós. Eu costumo dizer que tão importante quanto você combater a corrupção é você combater o socialismo, e evitar que o Brasil chegue a um ponto tal que não dê para retornar mais. Ouso dizer que, se Dilma tivesse continuado, acho que dificilmente fugiríamos de um regime como está a Venezuela e como está entrando a Bolívia de Evo Morales agora", declarou Jair Bolsonaro.

Defensor da ditadura militar de 1964-85, Bolsonaro, capitão da reserva do Exército e deputado federal, comemorou a decisão.

"Hoje foi mais uma encruzilhada, um ponto marcante, um dia histórico, no nosso Brasil, (com) a condenação do Lula em segunda instância, e o que é mais importante, por unanimidade, o que dificulta uma possível tentativa dele para eleição", comentou o parlamentar.

Questionado por um internauta quem ele considerava que seria o candidato do PT a partir da condenação de Lula, Jair Bolsonaro citou os nomes do ex-governador baiano Jacques Wagner, do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e do ex-chanceler Celso Amorim. E fez graça sobre o ex-ministro das Relações Exteriores.

"O que nós queremos é o PT fora de combate, e não é querer por querer, é porque fizeram besteira demais. Pra mim, mais ou tão grave quanto a corrupção, é a questão ideológica. Acho que o Brasil ganha com o Lula fora de combate. Ele apontam aqui o Jacques Wagner como possível candidato deles, o (Fernando) Haddad em São Paulo, o Celso Amorim... É uma piada, né? O ex-ministro Celso Amorim é um fanfarrão, uma piada, pra baixo e pra cima com o Lula. Esse mesmo Celso Amorim, quando o Evo Morales tomou nossa refinaria lá na Bolívia, ele disse que o Evo estava certo, que o Brasil estava tendo um comportamento imperialista, e a refinaria era deles e ponto final. Olha a consequência. Olha o preço do gás", afirmou, omitindo que o preço do gás nas refinarias é fixado pela Petrobras.

Horas depois do fim do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, 24, manifestantes favoráveis à sua condenação ocuparam o Parcão, no bairro nobre Moinho dos Ventos. Apesar do chope, da banda, do carro de som e do resultado favorável, o chamado CarnaLula reuniu cerca de 100 pessoas.

No ato, organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e Nas Ruas, chamaram atenção dois grupos principalmente, uns de laranja e outros de roxo - camisetas do Novo e Livres, respectivamente. Diferente do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, em que conseguiam reunir milhares de pessoas e manifestações partidárias eram rechaçadas, no ato de comemoração da condenação do Lula, estiveram presentes partidos e movimentos políticos, além de candidatos nas eleições deste ano.

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Líder do MBL, Kim Kataguiri, voou de São Paulo para o CarnaLula gaúcho e viu com naturalidade o esvaziamento da manifestação. O jovem de 21 anos disse que, além de ser dia de semana, "o momento agora é outro, antes as pessoas se sentiam parte de algo maior". Paula Cassol, coordenadora do MBL no Rio Grande do Sul e uma das organizadoras do CarnaLula, diz que não é possível comparar o ato de hoje com as manifestações do impeachment. "Elas eram convocadas com muita antecedência e, o mais importante, eram feitas no domingo", disse.

Tanto Kim quanto Paula serão candidatos em outubro. Nenhum dos dois têm partido. O primeiro sairá para deputado federal e a segunda, estadual. O líder do MBL avalia que a presença de partidos, como o Novo, no ato é um sinal de "amadurecimento".

"Primeiro os movimentos, as iniciativas liberais, os think tanks evoluíram pra partidos políticos ou pra correntes internas de partido. E esse ano, claro, é ano de eleição e coincide com o ano em que o movimento liberal e conservador em si tá se institucionalizando mais, está buscando disputar eleição, ter quadros", afirmou.

Ex-MBL, Alexandre Paiva marcou presença no protesto, acompanhado de uma mulher que filmava e tirava suas fotos - como uma espécie de assessora de imprensa. Hoje presidente do Livres em Santa Cantarina, ele pretende se candidatar a deputado federal - possivelmente, pelo Novo. "Acho natural que partidos e movimentos liberais conversem entre si", disse Paiva.

Um dos que andavam de camiseta laranja do Novo no ato, Leonardo Granzotto também participou do ato, onde dançou ao som das marchinhas da Banda Loka Liberal - todas com teor negativo ao PT e ao ex-presidente Lula. Granzotto também pretende se candidatar a deputado federal em outubro e disse que o Novo "circula entre os movimentos sem ser taxado como partidário", porque não tem imagem vinculada às siglas tradicionais.

A prisão de Nelson Mandela na África do Sul e a posterior ascensão dele à Presidência do país foram lembradas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reforçar o discurso de que é preciso lutar contra supostas arbitrariedades da Justiça no julgamento do caso do triplex do Guarujá. Nesta tarde de quarta-feira, 24, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), negou o recurso de Lula contra a condenação sofrida em primeira instância.

"Prenderam o Mandela, ele ficou preso por 27 anos, nem por isso a luta diminuiu. Ele voltou e foi eleito presidente", disse Lula.

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Para o ex-presidente, sua condenação faz parte de um projeto que vai "retirar a esperança do povo brasileiro". "Tudo tende a piorar com a reforma da Previdência Social."

Em tom beligerante, o ex-mandatário desafiou: "Podem prender o Lula, mas as ideias já estão na cabeça dos brasileiros. Agora, eles sabem que é gostoso comer bem, viajar de avião, comprar carro novo, ter uma casa com televisão", declarou. "Pobres os que acham que prendendo o Lula acaba a luta. Eles não podem prender o sonho de liberdade, a esperança, e o Lula é apenas um homem de carne e osso."

Já no final do discurso, realizado na Praça da República, Lula convocou a militância e os movimentos sociais para ir até a Avenida Paulista e afirmou: "Eles que se preparem; partidos de esquerda terão a compreensão de que precisam se unir. Quero avisar a elite, esperem que vamos voltar, o País vai provar que o pobre não é o problema, é a solução".

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