Tópicos | sucessor

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli disse nesta segunda-feira, 25, que o Brasil "teve a graça divina" de ter Augusto Aras no comando da Procuradoria-Geral da República pelos últimos quatro anos.

O magistrado discursou durante a Sessão de Outorga da Ordem Nacional do Mérito do Ministério Público, solenidade organizada pelo Conselho Nacional da categoria. Ele equiparou a atuação de Aras à do jurista e ministro aposentado do Supremo Sepúlveda Pertence, falecido no dia 2 de julho deste ano.

##RECOMENDA##

"Por que eu digo que o país teve a graça de ter Antônio Augusto Brandão de Aras? Se não fossem a responsabilidade, a paciência, a discrição e a força do silêncio de Sua Excelência, Augusto Aras, talvez não estivéssemos aqui. Não teríamos talvez democracia", disse Toffoli.

O PGR encerra nesta terça-feira, 26, o seu segundo mandato como chefe do Ministério Público Federal (MPF). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não decidiu quem será escolhido para o cargo e Aras tem perseguido uma segunda recondução.

A Constituição Federal não proíbe o gesto, embora não seja usual. Há dois subprocuradores no páreo, cujos nomes também são cotados: Paulo Gonet, que atua na Justiça Eleitoral, e Antonio Carlos Bigonha, próximo de José Dirceu e José Genoíno, lideranças históricas do PT. Lula não deve seguir a lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

"São coisas que serão contadas mais à frente da história, que poucas pessoas sabem. Nós estivemos muito próximos da ruptura (com a ordem democrática). E na ruptura não tem Ministério Público, não tem direitos. Não tem a graça. A graça é ser amigo do rei. (...) Acima de tudo, agradecemos, doutor Augusto Aras, à vossa pessoa e à graça divina de tê-lo tido nesses quatro anos", disse Dias Toffoli na solenidade desta segunda.

Aras divide a opinião de petistas por causa do apoio que prestou a Jair Bolsonaro durante a sua gestão. O atual PGR, escolhido e reconduzido ao cargo pelo ex-presidente, agiu para arquivar investigações sensíveis para o governo passado, como por exemplo, a gestão da pandemia da Covid-19. Na sua última sessão no Supremo, o PGR disse que foi "incompreendido".

De outro lado, algo que agrega o apoio de governistas é o fato de ter partido da gestão de Aras o sepultamento da força-tarefa da operação Lava Jato. A vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, deflagrou uma crise na operação ao visitar os gabinetes de Curitiba e exigir o acesso a documentos sigilosos da força-tarefa. Aras selou o destino da Lava Jato encerrando-a formalmente. Os processos que ainda estão em andamento foram para a "vala comum" das ações criminais da Justiça Federal.

Os elogios de Toffoli foram comemorados por Aras nas redes sociais. Um trecho da fala do ministro foi colocado em uma imagem de placa prateada e compartilhado pelo atual PGR, cujo perfil no X (antigo Twitter) tem reunido menções elogiosas e resultados do que fez nos quatro anos à frente da entidade.

Dias Toffoli sempre se posicionou de forma crítica à Lava Jato. Recentemente, ele determinou a anulação das provas de um acordo de leniência feito pela Odebrecht. Na decisão, ele chamou a prisão de Lula de "um dos maiores erros judiciários" do País e criticou os agentes da força-tarefa, determinando que eles sejam investigados por vários órgãos - como AGU, MP, TCU e Ministério da Justiça.

Como a decisão abrange todos os procuradores envolvidos com o acordo de leniência, a categoria recorre da decisão, que será reavaliada pela Segunda Turma do Supremo, composta por Gilmar Mendes, Edson Fachin, André Mendonça e Nunes Marques, além do próprio Dias Toffoli.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta segunda-feira, 25, que a Casa tentará sabatinar o quanto antes o indicado ou indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo ele, não há uma data para que isso aconteça, e Lula não lhe falou em possíveis candidatos ao posto.

"O que eu disse ao presidente da República é que assim que ele decidir pelo nome e encaminhar ao Senado, considerando a vacância pelo fim do mandato do senhor Augusto Aras, nós então sabatinaremos o mais rápido possível", afirmou Pacheco a jornalistas após participar da Fides 2023, evento internacional do mercado de seguros realizado no Rio de Janeiro.

##RECOMENDA##

O mandato de Aras termina nesta terça-feira, 26, e Lula ainda não indicou um substituto. O atual chefe do Ministério Público Federal foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e sofreu críticas durante a gestão por não ter dado seguimento a investigações que afetavam o então presidente.

Pacheco foi questionado ainda sobre a possibilidade de Lula não indicar um dos nomes da lista tríplice da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), que indica os três nomes mais votados pela categoria ao posto.

O presidente do Senado disse que a prerrogativa de indicar ou não um dos três é de Lula.

"A lista tríplice acabou sempre sendo um norte e um indicador importante, mas não há uma obrigatoriedade. Portanto, não é ilícito ou imoral se pensar em nomes de fora da lista", afirmou ele.

O mandato de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) encerra nesta terça-feira, 26, depois de quatro anos marcados por polêmicas. Indicado fora da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) por Jair Bolsonaro (PL), Aras tem sido alvo de críticas da oposição ao ex-presidente por supostamente protegê-lo ao não dar andamento a denúncias como as investigações da CPI da Covid ou indícios de corrupção na saúde e educação durante o governo anterior.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não indicou um sucessor para o principal cargo do Ministério Público. Seja qual for o nome, ele será o responsável por pedir a abertura de investigações contra o próprio Lula, como Aras foi para Bolsonaro.

##RECOMENDA##

Entre especulações sobre a recondução de Aras ao posto e dúvidas se Lula seguirá a lista tríplice da Associação dos Procuradores, o cargo deverá ser ocupado interinamente pela subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos a partir da quarta-feira, 27.

Quem deve ocupar a cadeira de Aras na PGR?

As especulações sobre quem será o novo procurador-geral da República começam pela lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Tradicionalmente, a organização elege três procuradores do Ministério Público Federal e, entre eles, o presidente escolhe quem deve ocupar a cadeira para um mandato de dois anos.

O órgão anunciou, ainda no final de junho, que o pleito interno teve como eleitos os subprocuradores-gerais da República Luiza Frischeisen (647 votos), Mario Bonsaglia (636) e Nicolao Dino (587).

Seguir a indicação do MPF é uma prática tradicional, esperada do presidente da República, mas não é uma obrigação, como mostrado pelo ex-presidente Bolsonaro, que inaugurou a prática de ignorar a lista em 2019, ao indicar Aras para substituir a procuradora Raquel Dodge. Fez o mesmo em 2021, ao reconduzir o PGR para o cargo.

Tanto Luiza Frischeisen quanto Mario Bonsaglia já ocuparam o primeiro lugar de listas tríplices encaminhadas à Presidência da República durante o mandato de Bolsonaro. Luiza foi a primeira escolha da classe em eleição realizada em 2021. Bonsaglia, em 2019. Em ambos os anos, o então presidente ignorou a indicação e colocou Aras na PGR.

Há indicativos de que Lula também não seguirá a lista tríplice. Em março deste ano, o presidente disse em uma entrevista que a escolha será pessoal. Já em julho, o líder do PT no Senado, Jaques Wagner (BA), afirmou que "não tem lista para a PGR, a decisão é do presidente Lula". Wagner também elogiou Aras, sinalizando que há possibilidade de recondução ao cargo. "Prestou importante serviço ao Brasil", disse o senador.

A ideia é criticada por aliados de Lula e por membros do governo. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que uma possível recondução do PGR seria um "desastre".

Como mostrou a Coluna do Estadão, há um quarto nome, fora da lista tríplice, que disputa o cargo. É o subprocurador Carlos Frederico Santos, responsável pelo oferecimento das denúncias criminais contra os manifestantes do 8 de Janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram atacadas.

Outro nome especulado para o cargo é o do procurador Antonio Carlos Bigonha, pianista e compositor que já teve canções gravadas por Nana Caymmi. Como mostrado pelo Estadão, ele aparece como um favorito da cúpula do PT para ocupar cadeira de Aras e é e amigo de José Genoino e José Dirceu.

Suposto alinhamento ao governo Bolsonaro

Durante seu período à frente da PGR, Aras sofreu duras críticas dos opositores de Bolsonaro sobre um suposto favorecimento ao então presidente. Ao indicar o procurador, Bolsonaro chegou a dizer que ele seria a "rainha" no xadrez de seu governo. Na prática: a peça mais poderosa na defesa do "rei".

A Procuradoria-Geral da República é, pela lei, a única entidade com o poder de oferecer denúncias contra um presidente e, sob comando de Aras, o órgão chegou a arquivar mais de 100 pedidos de investigação contra Bolsonaro.

Entre eles, estavam os pedidos originados na CPI da Covid, que investigou a conduta de Bolsonaro durante a crise da pandemia. Aras também realizou apenas "procedimentos preliminares" em casos em que havia indícios de corrupção na saúde e educação, por exemplo.

Mesmo em seu próprio ambiente, o chefe do Ministério Público Federal enfrentou contestações. Procuradores da cúpula da instituição o questionaram frequentemente sobre seus métodos na condução da PGR em tempos beligerantes.

Depois da posse de Lula, Aras fez acenos ao governo atual, enfatizando seu trabalho para "enfrentar e desestruturar as bases do lavajatismo", responsável pela prisão do presidente, além de reforçar que a PGR foi ativa, ainda que "estrategicamente discreta", na proteção da democracia.

Aras responde às críticas afirmando que a PGR não é um órgão político e que foi incompreendido: 'Nossa missão não é caminhar pela direita ou pela esquerda". "Os desafios, avolumados com o advento da pandemia, foram adicionalmente cercados por incompreensões e falsas narrativas, dissonantes com o trabalho realizado", afirmou, em artigo publicado no Estadão na edição de sábado, 23.

"Parte das incompreensões deve-se à equivocada expectativa de o Ministério Público protagonizar ou mesmo apoiar projetos partidários", acrescentou o PGR, em sua última semana no cargo.

Em seu artigo, Aras também destacou o que avalia importante em sua gestão à frente da Procuradoria. 'Substituímos o modelo precário de forças-tarefa por 27 Gaecos federais, os quais atualmente vêm conduzindo mais de 200 investigações complexas. Firmamos 37 acordos de colaboração premiada, negociamos o pagamento de mais de R$ 5 bilhões em multas, abrimos dezenas de novas investigações, denunciamos responsáveis por crimes diversos: corrupção, tentativa de abolição do Estado Democrático, organização criminosa', relatou.

Indicou ainda ações no período da pandemia de Covid 19, narrando que 'uma experiência inédita de coordenação nacional e conexão intra e interinstitucional salvou milhares de vidas, inclusive com a destinação de mais de R$ 4 bilhões. Evitamos a judicialização de milhares de casos, sem descuidar do combate aos desvios de recursos públicos. Tivemos um papel destacado nos momentos mais críticos da pandemia, como a falta de oxigênio em Manaus'.

Aras apontou também 'um olhar firme na defesa da dignidade da pessoa humana, especialmente das mulheres, gestantes e lactantes'. A PGR instituiu a Ouvidoria Nacional da Mulher e lançou o Movimento Nacional em Defesa das Vítimas. 'Fomos os promotores de uma campanha de combate ao discurso de ódio da mesma forma que combatemos abusos e defendemos o Estado Democrático de Direito', afirma ainda o procurador.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira, 25, que não adianta o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, correr para indicar um sucessor para Augusto Aras na Procuradoria Geral da República (PGR).

O mandato de Aras no cargo termina na terça-feira, 26. O posto deve ser ocupado interinamente pela subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos enquanto o presidente não indicar um novo nome e o Senado não aprovar.

##RECOMENDA##

"O Brasil já teve outras situações de interinidade no cargo", disse Padilha. "Ele [Lula] tem o tempo dele para definir, o presidente gosta de entrevistar as pessoas", declarou o ministro. "Além da escolha dele tem a sabatina no Senado, que pode demorar dias", disse Padilha. "Não tem por que ele [Lula] ser pressionado por uma data", declarou a jornalistas no Palácio do Planalto.

De acordo com o ministro, Lula não conversou com Elizeta até agora.

Os mais cotados para a indicação do presidente são os procuradores Antonio Carlos Bigonha e Paulo Gonet.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Jair Bolsonaro (PL) inelegível e, agora, o ex-presidente vai precisar decidir se mantém a extrema-direita sob seus domínios ou se vai confiar seu antigo espaço para um nome decidido nos bastidores. Entre as duas faces dos efeitos da sentença, a emersão do substituto nos próximos oito anos pode perpetuar Bolsonaro como uma peça fundamental ou abreviar sua posição junto aos eleitores. 

Com o placar de 5x2 pela condenação, a inelegibilidade do ex-presidente foi confirmada pela maioria dos sete ministros do TSE. O julgamento foi retomado ao meio-dia desta sexta (30), com o voto de Carmen Lúcia, que sentenciou Bolsonaro. Em seguida, se pronunciaram Kássio Nunes, que votou contra a condenação, e Alexandre de Moraes, que concluiu a votação acompanhando o relator e condenando o ex-presidente por abuso de poder. 

##RECOMENDA##

Em entrevista ao LeiaJá, o mestre em Ciências Jurídico Políticas Caio Sousa entende que a perda dos direitos políticos de Bolsonaro deixa "um vazio difícil de ser ocupado em curto espaço de tempo na extrema-direita".  

As últimas eleições mostraram que os brasileiros se acostumaram a personalizar o voto, sobretudo em políticos apoiados em discursos polarizados. "Bolsonaro teve como grande façanha reunir uma fatia considerável do eleitorado, seja pelo discurso que carrega ou por ser até então o único nome anti-petista", considerou. 

Com um público fidelizado para as próximas disputas, mas desqualificado para se eleger, o ex-presidente pode não ceder espaço para o surgimento de uma nova liderança de direita ou de centro-direita. Dessa forma, seria o início do seu projeto pessoal para garantir a manutenção política com um substituto dentro do seu clã. 

Na lista de sangue composta pelo senador Flávio Bolsonaro, pelo deputado Eduardo Bolsonaro, pelo vereador Carlos Bolsonaro e por Renan Bolsonaro, a esposa Michelle toma a dianteira da fila e pode surgir como a herdeira do capitão nas urnas. 

"No núcleo familiar do presidente, apenas a ex-primeira-dama representaria personagem mais fácil de ser trabalhado quanto ao marketing e à imagem, no entanto, a transferência de todo o capital político e a superação da rejeição do ex-presidente, são desafios que precisarão ser vencidos, em paralelo com a análise do êxito ou não do governo Lula", avaliou o cientista político. 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o marido.  Isac Nóbrega/PR

O "fenômeno Bolsonaro" conseguiu dar visibilidade a uma série de atores de fora da política e mostrou robustez para arrastá-los ao Congresso nas últimas eleições. Inclusive, um dos pontos mais debatidos na comparação com o presidente Lula é a eficiência do antecessor em fortalecer e renovar seu campo político com quadros jovens e estreantes no cenário. 

Embora Bolsonaro tenha praticamente unificado o voto da direita e conquistado boa fatia do centro, seu impedimento como candidato é percebido por Sousa como o enfraquecimento unicamente da política construída com base no bolsonarismo. Assim, a ampla direta não sofreria grandes riscos.  

"A direita possui outras vozes, inclusive de viés mais liberal, ao contrário do perfil mais interventivo e protecionista que tinha o ex-presidente", previu. 

Nesse entendimento, o afastamento do ex-presidente dá margem para mais “um exercício de articulação e contemplação de interesses por parte de quem queira emergir como novo, manter capital político antigo ou continuar no poder”, destacou Sousa.   

O mundo começará a conhecer a partir desta sexta-feira às 23h35 (horário de Brasília) quem é o novo homem mais rápido do mundo após a aposentadoria da lenda Usain Bolt, ganhador de três títulos olímpicos consecutivos na prova dos 100 metros em Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016, além de três ouros em sequência nos 200 metros também.

Pela primeira vez desde 2004, a medalha de ouro na prova dos 100 metros terá outro dono. E são muitos os candidatos a brilhar na pista do Estádio Olímpico de Tóquio. A ausência do campeão mundial Christian Coleman (suspenso por violar as regras de controle antidoping) deixa a disputa ainda mais indefinida, depois de tantos anos de domínio de Bolt.

##RECOMENDA##

O velocista norte-americano Trayvon Bromell surge como forte candidato à sucessão de Bolt. Mas outros nomes aparecem bem cotados também, como o canadense Andre De Grasse, o americano Fred Kerley, o sul-africano Akani Simbine, o jamaicano Yohan Blake e o japonês Ryota Yamagata.

A trajetória de Bromell até os Jogos de Tóquio como um favoritos ao ouro é marcada por uma recuperação impressionante depois de anos complicados por causa de uma grave lesão no tendão de Aquiles. É dele o melhor tempo na temporada, com 9s77.

Bromell apareceu no cenário internacional em 2015, quando cravou 9s84 nos 100m antes de fazer 20 anos - foi o tempo mais rápido já alcançado por um adolescente para a distância. No Mundial daquele ano, em Pequim, inclusive, ele foi medalha de bronze. Mas acabou indo muito mal na Olimpíada do Rio, quando terminou na oitava colocação na final dos 100m. O pior, porém, ainda estava por vir.

Na final do revezamento 4x100m, ele sofreu uma ruptura no tendão de Aquiles e deixou o Engenhão de cadeira de rodas. O velocista, então, se viu obrigado a abrir mão dos treinos e campeonatos para tratar da lesão por dois anos e entrou em uma depressão profunda. "Não sentia nenhuma razão para ainda viver. Eu me senti como se estivesse em um ambiente escuro, como se eu fosse uma sombra para o mundo", revelou Bromell.

Recuperado física e mentalmente, ele passou a acumular marcas expressivas novamente. Venceu 15 de suas últimas 16 corridas nos 100m, sendo que fez menos de dez segundos em dez desses eventos.

Outro corredor que tem chamado atenção é Fred Kerley. Dono de títulos nos 400m, o atleta surpreendeu quando decidiu correr provas mais rápidas e garantiu a vaga nos 100m nas seletivas dos Estados Unidos.

É bom também ficar de olho em Akani Simbine, da África do Sul. Quinto lugar nos Jogos do Rio, ele pode se tornar o primeiro africano a ganhar o ouro nos 100m desde o compatriota Reggie Walker nos Jogos de Londres de 1908.

O ótimo histórico do canadense Andre De Grasse também o coloca como uma ameaça. No Rio-2016, foram nada menos do que três medalhas: bronze nos 100m, prata nos 200m e bronze no revezamento.

Correndo por fora está o jamaicano Yohan Blake, de 31 anos. Campeão mundial dos 100m em 2011, ele foi prata em Londres-2012, e terminou em quarto lugar no Rio-2016. Apesar da idade considerada avançada por muitos, a experiência pode ajudá-lo a desbancar os favoritos.

Também não dá para descartar o japonês Ryota Yamagata, que bateu o recorde nacional de 9s95 este ano - apenas quatro velocistas do país já correram abaixo de 10 segundos na história, marca que nenhum brasileiro alcançou até hoje, por exemplo. Mesmo sem a presença de torcedores japoneses no Estádio Olímpico para incentivá-lo, Yamagata pode surpreender.

O presidente Jair Bolsonaro indicou nesta segunda-feira (29) um diplomata da "cozinha" do Palácio do Planalto como novo ministro das Relações Exteriores. O embaixador Carlos Alberto Franco França será o substituto do chanceler Ernesto Araújo, que entregou o cargo após forte pressão dentro e fora do governo e em choque com o Congresso.

Assim como o antecessor, França assume a chancelaria sem ter chefiado previamente nenhum posto no serviço exterior. Ele foi promovido a ministro de primeira-classe, o topo da carreira, já no fim de 2019 e, segundo diplomatas ouvidos pela reportagem, fez quase toda a carreira na área de cerimonial.

##RECOMENDA##

Já no primeiro ano do governo Bolsonaro, foi cedido pelo agora ex-ministro Ernesto Araújo para assumir a chefia do Cerimonial da Presidência da República. Atualmente, era assessor-chefe na Assessoria Especial do Presidente, onde trabalham assessores ligados ao núcleo ideológico apelidado de "gabinete do ódio", como Tércio Arnaud Tomaz e José Matheus Sales Gomes.

No Itamaraty, o novo chanceler é descrito como uma pessoa "executiva" e "discreta" pelos colegas. E que, sobretudo, tem familiaridade com o poder. França trabalhou no Planalto nos governos Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff e Michel Temer, sempre da área do Cerimonial.

Antes de Bolsonaro assumir, ele era adjunto do chefe do Cerimonial de Temer, o embaixador Pompeu Andreucci, atualmente em Madri, Espanha, onde faz defesa sistemática do governo. França assumiu o cargo de chefe em outubro de 2018 e foi mantido por Bolsonaro até o ano passado, quando foi trocado para a Assessoria Especial da Presidência.

Em outros cargos, ele passou pelas embaixadas brasileiras em Washington (Estados Unidos), Assunção (Paraguai) e La Paz (Bolívia), onde se dedicou a estudar temas ligados à energia, uma de suas especialidades. Ele tem livros sobre a exploração do potencial hidrelétrico do Rio Madeira e as relações entre Brasil e Bolívia. Foi chefe da Divisão de Ciência e Tecnologia no Itamaraty, em Brasília.

O novo ministro tem 56 anos e é natural de Goiânia (GO) e tem dois filhos. É formado em Direito e Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB).

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a dizer que a candidatura à chefia da Casa no próximo ano que será apoiada por ele terá como marca a garantia de uma "Câmara livre". Maia afirmou não ter "problema de relação" com ninguém, ao ser questionado sobre o adversário Arthur Lira (PP-AL) - um dos líderes do Centrão e aliado do Planalto - e emendou dizendo que é o governo quem trabalha para derrotar seu candidato. Para Maia, o Planalto tem "fixação" com seu nome.

"Não tenho problema de relação com ninguém, governo é que tem fixação no meu nome, trabalha para derrotar meu candidato", afirmou Maia em coletiva à imprensa. "Eu acho que o que vai acontecer é que o governo vai interferir, como já vem interferindo, nesse processo. Nosso candidato vai ficar de forma muito clara separado desse movimento de interferência", disse Maia.

##RECOMENDA##

Para o presidente da Câmara, "todos os candidatos" que se colocarem como independentes na disputa vão ter de "tomar cuidado" para deixar claro que não há uma interferência do Executivo no Parlamento. "É simples assim, eu espero que o Planalto deixe que deputados e deputadas decidam, mas não parece que é o que vai acontecer", disse Maia.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira, 7, que o nome que terá o apoio dele na sucessão da presidência da Casa deverá ser anunciado o mais breve possível. "Acho que está mais do que na hora", afirmou. Mais cedo, Maia disse que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impedir uma eventual tentativa de se reeleger na presidência da Câmara "não muda em nada" seus planos.

"Vou escolher nos próximos dias, dentro da aliança que estamos construindo desde setembro", afirmou. Na lista de deputados que poderão ter o apoio do grupo dele para a candidatura, estão Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).

##RECOMENDA##

Perguntado sobre como a oposição entraria nas negociações, Maia declarou que o importante para essa ala é a independência do Executivo, algo que "une" seus aliados e a esquerda. "O mais importante é a construção do movimento de uma Câmara livre", prosseguiu. O presidente da Câmara afirmou ainda que tem confiança em todos os possíveis nomes, mas considerou que o desafio é ter um candidato que mantenha "um bloco tão grande" de pé.

O presidente Jair Bolsonaro deve oficializar o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência, como o novo ministro da Justiça. Próximo da família, Oliveira não queria aceitar o cargo, mas Bolsonaro disse a ele que se tratava de uma "missão", segundo fontes do Palácio do Planalto.

Com a confirmação de Oliveira como substituto de Sergio Moro, o atual secretário de Assuntos Estratégicos (SAE), almirante Flávio Rocha, é o mais cotado para assumir como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

##RECOMENDA##

Bolsonaro também deve confirmar no comando da Polícia Federal o delegado Alexandre Ramagem, atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Integrantes do Planalto, no entanto, alertam que, apesar de o presidente ter tomado a decisão, até a publicação do Diário Oficial da União (DOU) ainda pode haver mudanças. Isso porque, na noite de sexta-feira (24), as nomeações de Oliveira e Ramagem era consideradas certas, mas Bolsonaro foi aconselhado a repensar pela proximidade de ambos com a família.

O presidente foi alertado que nomeá-los neste momento pode potencializar as acusações de Moro, que ao se demitir disse que Bolsonaro queria fazer interferência política na Polícia Federal e ter acesso a relatórios de inteligência.

O próprio chefe da Secretaria-Geral é um dos que alertaram para o risco de sua indicação ser encarada como uma comprovação de que as acusações de Moro estavam corretas.

Oliveira acumula também o comando da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), órgão que presta consultoria jurídica para atos do presidente. O posto exige uma pessoa de confiança de Bolsonaro. Ainda não há uma definição sobre o futuro da SAJ.

Ao longo de todo o sábado, auxiliares do presidente tentaram convencer o presidente a aceitar o ex presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o desembargador Carlos Thompson Flores, como novo ministro da Justiça. O magistrado atuou no julgamento que condenou o ex-presidente Lula no caso do sítio em Atibaia (SP).

No entanto, Bolsonaro resistiu, alegando não ter contato prévio com Thompson Flores. Segundo interlocutores, o presidente também queria evitar um desgaste como o que ocorreu com o Moro. Outra ponderação feita nos bastidores é que o desembargador é próximo do ex-juiz da Lava Jato.

Outro nomes que foram cotados para assumir o Ministério da Justiça foi do advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, e do ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori.

Homens de confiança

Alçado ao cargo de ministro em junho de 2019, Jorge Oliveira tem uma relação familiar com o clã Bolsonaro, onde é chamado de Jorginho. Filho do capitão do Exército Jorge Francisco, morto em 2018, que por 20 anos foi chefe de gabinete de Bolsonaro, Oliveira é advogado, major da Polícia Militar. Ele foi chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e também padrinho de casamento do parlamentar.

Oliveira iniciou o governo no comando da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), mas, ainda na transição, mostrava sua influência. Ele ajudou Bolsonaro na escolha de ministros, como o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça.

Ao chegar à Secretaria-Geral, se tornou um dos mais influentes ministros do governo. Considerado discreto por amigos e "astuto" por seus críticos, Oliveira também passou a ser cotado para ser indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Já Alexandre Ramagem, delegado da Polícia Federal, entrou para o rol auxiliares de confiança do Planalto com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao filho do presidente, é atribuído a nomeação de Ramagem para a Abin, em julho do ano passado.

A aproximação entre Carlos e Ramagem, delegado da PF desde 2005, ocorreu durante a campanha eleitoral, em 2018. Na época, o policial assumiu a coordenação da segurança de Bolsonaro após a facada sofrida pelo então candidato em Juiz de Fora (MG). Como chefe da Abin, Ramagem passou a frequentar o gabinete presidencial com frequência.

Ao anunciar sua saída do governo, Moro relatou que Bolsonaro demonstrou preocupação com o andamento de inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), como o que apura ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares.

Na última terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes abriu outro inquérito para apurar "fatos em tese delituosos" envolvendo a organização de atos antidemocráticos, após Bolsonaro participar de protesto em Brasília convocado nas redes sociais com mensagens contra o STF e o Congresso e favoráveis a uma intervenção militar.

Outra apreensão do presidente é a apuração sobre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que trata de um esquema de "rachadinha" em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O caso foi revelado pelo Estado.

Theresa May deixa nesta sexta-feira a liderança do Partido Conservador britânico e, embora vá continuar como primeira-ministra até a designação de um sucessor, em julho, abandona a coordenação do Brexit, processo que se tornou um pesadelo, após outra noite eleitoral desastrosa para a sua formação.

Após o referendo de 2016 em que 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit, o Reino Unido deveria ter abandonado a União Europeia (UE) no dia 29 de março.

Mas a incapacidade de May para obter a aprovação do Parlamento britânico ao acordo que ela negociou arduamente durante dois anos com Bruxelas a obrigou a solicitar dois adiamentos, o segundo deles até 31 de outubro.

Cada vez mais pressionada pelos eurocéticos dentro de seu partido, que consideram que a premier fez concessões inaceitáveis à UE, May anunciou há duas semanas que renunciaria como líder dos Tories em 7 de junho, após a visita de Estado ao Reino Unido do presidente americano Donald Trump.

A renúncia não tem nenhum ato oficial programado, mas será o tiro de largada oficial no Partido Conservado para designar seu sucessor, um processo que deve seguir até o fim de julho.

Nas próximas semanas, May permanecerá à frente do governo, mas não vai administrar mais a questão do Brexit, que provocou a erosão de seu poder em três anos.

"Ouvi a primeira-ministra falar apaixonadamente sobre alguns temas de política interna que a preocupam. Ela continuará concentrada em trabalhar pelo povo britânico, mas em relação com o Brexit disse que já não corresponde a ele levar o processo adiante, e sim ao sucessor", afirmou o porta-voz de May.

A saída de Theresa May, no entanto, não acaba com os obstáculos para um Brexit que até agora se revelou impossível: a UE se recusa a renegociar o acordo e o Parlamento britânico já expressou sua oposição ao texto, assim como a um Brexit sem acordo.

Para os analistas o único modo de superar o bloqueio em um Parlamento no qual o Partido Conservador não tem maioria absoluta é convocar eleições gerais, mas os Tories não querem nem ouvir falar desta possibilidade após três desastrosos resultados eleitorais em um mês.

- Peterborough, uma triste guinda -

O revés mais recente aconteceu na madrugada desta sexta-feira, com o resultado de uma votação em Peterborough, cidade inglesa que compareceu às urnas para substituir uma deputada trabalhista destituída por mentir à justiça após uma infração de trânsito.

Em uma localidade onde tradicionalmente conservadores e trabalhistas se alternam no poder, os últimos conseguiram manter a cadeira no Parlamento, mas com uma vantagem muito pequena para o eurofóbico Partido do Brexit, fundado há alguns meses pelo populista Nigel Farage, que aspira acabar com o sistema bipartidário e deslocou os Tories para uma inquietante posição.

O analista de pesquisas John Curtice afirmou à BBC que o resultado é a prova de que o país entrou em um "mundo político diferente". E que o Partido do Brexit é uma "força significativamente perturbadora" em qualquer disputa eleitoral após sua grande vitória nas eleições europeias.

"Somos um partido que tem oito semanas de vida e avançamos com força. Acredito que o que começará a acontecer é que os conservadores que desejam sair (da UE) vão votar taticamente no Partido do Brexit, afirmou Farage.

Castigados por sua incapacidade de concretizar o Brexit, os conservadores já perderam 1.330 vereadores e 50 governos municipais nas eleições locais de maio. Poucas semanas depois, o partido ficou em uma humilhante quinta posição, com apenas 9% dos votos, nas eleições europeias.

O novo revés acrescenta ainda mais melancolia à saída de May, que deixa de um partido dividido sobre a complexa questão do Brexit, a decisão política mais importante na história recente do país.

Atualmente 11 conservadores aspiram suceder May na liderança do partido, do governo e da negociação do Brexit. Muitos consideram o ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson o favorito.

Entre os candidatos existem todas as estratégias possíveis a respeito de um Brexit sem acordo: dois são completamente favoráveis, três firmemente contrários - um deles defende inclusive um segundo referendo - e os outros seis o contemplam com diferentes níveis de aceitação ou reticências.

O ator Hemerson Moura, primeiro a substituir José Pimentel no papel de Jesus, no espetáculo A Paixão de Cristo do Recife, falou sobre seu grande 'ídolo' e as licões deixadas por ele, durante o velório do artista, nesta terça (14). Extremamente emocionado, Hemerson relembrou as palavras que ouviu do diretor durante a primeira temporada em que encarnou Cristo para o público tão acostumado a ver o próprio Pimentel naquele lugar.

Em 2018, ano em que o estreante, escolhido em uma espécie de concurso que avaliou vários candidatos, assumiu o espetáculo, a falta de verba e estrutura quase inviabilizou a realização da temporada: "Nunca vou esquecer quando ele me ligou e disse: 'Vamos botar essa paixão na rua?'".

##RECOMENDA##

Após a estreia, quando Pimentel deu 'a benção' ao sucessor, dizendo-lhe que estava "pronto", o momento que mais marcou Hemerson, e que ele garante, nunca esquecerá, foi quando o diretor o reconheceu diante do público: "Ele me chamou de filho, em praça pública".

Com a morte do ministro Teori Zavascki, o futuro da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) ficará inicialmente nas mãos da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que é a responsável pelas decisões urgentes no período de recesso do Judiciário, que vai até 1º de fevereiro.

As normas do Supremo abrem algumas possibilidades sobre a sucessão de Teori na relatoria do maior caso de corrupção da história do País. O regimento interno diz que, em caso de morte, o relator é substituído pelo próximo nomeado para o cargo. A escolha cabe ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), que não tem prazo para uma definição.

##RECOMENDA##

O provável é que o Supremo tente uma solução provisória para que um ministro assuma os casos mais urgentes até a nomeação de um substituto. Entre eles está a homologação das 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.

A expectativa era de que Teori fizesse isso na primeira semana de fevereiro. Uma equipe de juízes designados por Teori já estava desde dezembro analisando o material, composto por 950 depoimentos.

Cármen Lúcia, como presidente do Supremo, poderá ainda determinar a redistribuição de processos caso a relatoria fique vaga por mais de 30 dias. Conforme o regimento, esse procedimento vale para mandados de segurança, reclamações, extradições, conflitos de jurisdição e de atribuições, diante de "risco grave de perecimento de direito ou na hipótese de a prescrição da pretensão punitiva" ocorrer em seis meses após a vacância. Em casos excepcionais, diz a norma, também pode ser estendido a outros tipos de processo.

Precedente

Já há precedente no Supremo Tribunal Federal para a redistribuição de processos criminais em caso de morte de integrantes da Corte. Em 2009, com o falecimento do ministro Menezes Direito, o então presidente da Corte, Gilmar Mendes, editou portaria determinando a distribuição, principalmente da casos envolvendo presos, considerados urgentes.

Na época, conforme o ato de Gilmar, os processos seriam encaminhados de forma definitiva ao substituto de Menezes, quando nomeado pelo presidente da República.

A redistribuição de processos no Supremo se dá por sorteio eletrônico entre os ministros. Caso essa hipótese se aplique à Lava Jato agora, o STF terá de decidir se os casos serão sorteados entre todos os integrantes da Corte ou apenas os que fazem parte da 2º Turma, na qual Teori Zavascki tinha assento. Neste caso, o substituto só poderia ser Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Celso de Mello ou Ricardo Lewandowski.

O regimento do Supremo também prevê, em casos de vacância da relatoria, que o revisor do processo em questão assuma essa função ou o ministro imediato em antiguidade, que é Luís Roberto Barroso. A previsão vale para medidas urgentes, como deliberações sobre prisão ou busca e apreensão.

Defesas

Advogados que atuam nos processos da Lava Jato no âmbito do Supremo temem a "insegurança jurídica" que pode surgir por causa da morte do ministro-relator. O Estado ouviu quatro advogados de clientes cujos processos tramitam na Corte. Embora concordem que, em tese, a relatoria dos processos relacionados à operação deve ser repassada ao ministro a ser nomeado pelo presidente Michel Temer, os defensores apontam que a mudança deve gerar uma "confusão" uma vez que o novo relator poderá mudar todo o "modus operandi" adotado por Teori até o momento.

"Cada juiz é único, pensa e age de forma particular. Diante disso, não é possível saber como será daqui pra frente", afirma um advogado.

Além disso, os advogados apontam que os casos mais urgentes, entre eles os que envolvem réus presos, devem ser distribuídos antes da nomeação do novo ministro. Para eles, essas redistribuições também contribuem para trazer "incertezas" aos processos. O primeiro impacto, afirma um defensor, é a paralisação dos processo de homologação da delação da Odebrecht.

Os defensores ouvidos pela reportagem afirmam que a decisão sobre o futuro dos processos e como será a escolha do novo ministro deveria ser feita o mais rápido possível para evitar o surgimento de "uma grande confusão". O temor dos advogados, em especial entre aqueles com clientes em negociação de delação, é que o novo relator não "honre" o que havia sido acordado com Teori. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito Fernando Haddad (PT) vai deixar cerca de R$ 2 bilhões em caixa, em janeiro do ano que vem, como "herança" para seu sucessor, João Doria (PSDB). A quantia representa o saldo líquido que estará nas contas da Prefeitura, sem contar a verba já empenhada com restos a pagar, que fica em pouco mais de R$ 4 bilhões. Para se ter ideia, caso a arrecadação da cidade fosse completamente suspensa em janeiro, os recursos seriam suficientes para arcar com 40 dias de operação da Prefeitura.

Apesar da crise econômica, os valores são semelhantes aos números deixados pelo então prefeito Gilberto Kassab (PSD). Em 2013, quando Haddad assumiu, o caixa herdado somava R$ 5,8 bilhões, em valores atualizados, dos quais R$ 2,5 bilhões não estavam comprometidos - ou seja, 2 % a mais. Os demais R$ 3,3 bilhões eram restos a pagar - reserva usada para custear contratos e convênios já assinados, por exemplo.

##RECOMENDA##

Além da verba para os restos a pagar, parte dos R$ 2 bilhões que Haddad deixará para Doria também tem regras para ser gasta. Os recursos arrecadados com a venda de Cepacs - títulos negociados com construtoras que têm interesse em construir mais que o permitido -, por exemplo, deverão ser aplicados obrigatoriamente em regiões que passam por um processo de revitalização urbana. Em janeiro, essa fatia será de R$ 1 bilhão.

De acordo com o secretário municipal de Finanças, Rogério Ceron, o montante que será repassado a Doria é resultado do controle fiscal, mesmo diante dos problemas de arrecadação enfrentados pela cidade ao longo dos últimos quatro anos. Ceron explica que o "saldo" dos Cepacs para investimentos nas áreas das operações urbanas caiu nos últimos anos porque Haddad escolheu investir a verba arrecadada com o setor imobiliário em novas obras.

A Ponte Laguna, construída pela Prefeitura na Marginal Pinheiros, é exemplo de intervenção viabilizada com verba de Cepac na região do Brooklin. A estrutura liga o bairro à Rua Laguna, do outro lado do Rio Pinheiros. Tem três faixas e ciclovia com acesso direto ao Parque Burle Marx. O argumento da Prefeitura é que, realizando as obras nas áreas de operação urbana, as regiões ficam mais valorizadas e, assim, os leilões seguintes de Cepacs têm chance de obter mais interessados e lances mais altos na procura por esses títulos.

Funcionalismo.

Embora a receita total da Prefeitura deva terminar no pior patamar dos últimos cinco anos, os gastos com funcionalismo público na capital ficarão abaixo do teto previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A legislação determina limite máximo de 54% da receita corrente líquida, o que daria cerca de R$ 23 bilhões. Atualmente, entretanto, esse gasto está na casa dos R$ 15 bilhões, ou cerca de 36% do orçamento.

Desafio.

Para a equipe de Doria, o saldo a ser herdado parece indicar que o fluxo de caixa está ajustado. Mostra, segundo pessoas ligadas ao futuro prefeito ouvidas pelo Estado, que Haddad fez a lição de casa, ou seja, não operou no limite nem desperdiçou a chance de aplicar os recursos que dispunha.

Durante a fase atual de transição entre os governos, o futuro secretário municipal da Fazenda, Caio Megale, terá acesso às planilhas e, segundo disse durante o anúncio de seu nome, poderá trabalhar para reduzir custos e aumentar a capacidade de investimento da Prefeitura, considerado por ele o principal desafio atual, diante da crise econômica.

Uma das alternativas nas pranchetas do tucano para alavancar verba para obras e até para bancar o congelamento da tarifa de ônibus em 2017 é oferecer ao governo federal a transferência de ativos municipais em troca de um abatimento mensal no pagamento da dívida com a União. O formato de negócio tem como base a chamada dívida ativa da Prefeitura, que é o montante de impostos atrasados que a cidade tem a receber.

A equipe de Doria avalia que cerca de R$ 40 bilhões em créditos possam ser repassados ao governo federal como contrapartida. O projeto também inclui o Campo de Marte. A dívida ativa do Município é superior a R$ 90 bilhões. Mas a estimativa é que metade desse valor jamais seja recuperado - são impostos atrasados de empresas falidas, por exemplo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), pretende anunciar, às 11h30 desta sexta-feira (1º), em coletiva de imprensa, em local que será divulgado em breve, o nome que encabeçará a chapa que irá apoiar para concorrer à sucessão. O gestor ouvirá nas próximas 24 horas lideranças de toda a base para definição do nome.

Gomes, a convite do governador Paulo Câmara (PSB), tomou café da manhã no Palácio do Campo das Princesas, onde ouviu que terá plena liberdade para escolher o candidato. Entre os partidos que apresentaram nomes para a disputa estão o PSDB, PPS, PP e PSB.

##RECOMENDA##

Após o anúncio, o gestor pretende usar o mês de julho para ampliar a base de sustentação da chapa. Segundo sua assessoria, Elias Gomes fará sua escolha para “garantir a continuidade dos avanços que têm mudado a cidade e impedir o retrocesso representado pelas forças que se opõem às mudanças em curso”.

Responsável pela abertura e a condução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sofreu na terça-feira, 14, sua maior derrota política desde que assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro de 2015.

Os votos decisivos para a aprovação do parecer pela cassação de seu mandato partiram justamente de quem os aliados de Cunha apostavam que seriam a seu favor: Tia Eron (PRB-BA) e Wladimir Costa (SD-PA).

##RECOMENDA##

Integrantes do Centrão, grupo liderado por Cunha, já davam como certa, após o resultado, a cassação do peemedebista no plenário e a realização de novas eleições na Casa. Por ser o maior bloco informal da Câmara, com cerca de 250 deputados, o grupo quer eleger o sucessor de Cunha. Os cotados são Jovair Arantes (PTB-GO), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Rogério Rosso (PSD-DF) e o atual líder do governo, André Moura (PSC-SE).

Para aliados, a única chance de Cunha se salvar agora é se a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovar um recurso que ele prometeu apresentar nos próximos dias ou um parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) mudando o rito de votação do processo por quebra de decoro parlamentar, o que permitiria a aplicação de uma punição mais branda.

O peemedebista já começou a operar para obter maioria no colegiado. Após pressão do presidente afastado da Câmara, o PTN e o Solidariedade anunciaram na terça-feira mudança em integrantes na comissão. O Solidariedade tirou o deputado Major Olímpio (SP), contra o parecer de Lira e favorável à cassação de Cunha, e o substituiu pelo deputado Lucas Vergílio (GO), que votará a favor de Cunha. Já o PTN trocou o único membro da vaga de titular a que tem direito no colegiado. A sigla substituiu o deputado Bacelar (BA), que é favorável à cassação, pelo deputado Carlos Henrique Gaguim (TO), aliado de Cunha.

Autores da representação, PSOL e Rede concluíram que o resultado no Conselho de Ética deixa Cunha com poucas chances de se salvar no plenário. A previsão é de que a votação final ocorra antes do recesso de julho. "No plenário, Eduardo Cunha não tem nenhuma chance", disse o líder do PSOL, Ivan Valente (SP). Em nota, Cunha afirmou que vai recorrer.

Na noite desta sexta-feira (10), durante a 15ª edição do São João da Capitá, em Olinda centenas de pessoas foram conferir o primeiro dia dos festejos juninos do evento. No palco principal se apresentaram Pedrinho Pegação, Magníficos, Aviões do Forró, Gabriel Diniz e Jorge e Mateus. A festa segue até este sábado (11).

O primeiro a subir ao palco foi o cantor Pedrinho Pegação, do Rio Grande do Norte, que cantou vários sucessos. Ao se apresentar, o artista falou que pretende gravar o seu primeiro DVD nos dias 5 e 9 de julho. Para o novo trabalho, ele falou que vai contar com a participação da dupla Matheus e Kauan e de Wesley Safadão, que este ano é o homenageado do São João da Capitá.

##RECOMENDA##

Falando a ‘língua’ da garota presente, Pedrinho tem como repertório canções que traduzem o dia a dia da rapaziada, nas baladas. São entonações que levantam o coro dos jovens como ‘pegação’, ‘bebedeira’, ‘traição e curtir a vida’. O potiguar que tem como ídolo Safadão e promete seguir os passos do ‘mestre’.

Segundo a estudante Katarina Menezes, as músicas de Pedrinho representa a vida dos jovens. “A letras são ótimas e atuais, gosto muito dele e espero estar na gravação do seu primeiro trabalho”, previu a recifense. 

Após questionamentos jurídicos da oposição, a presidente Dilma Rousseff autorizou nesta terça-feira, dia 1º, a confirmação da posse do novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva para as 10h de quinta-feira, 3.

Um dos motivos do embate é a resolução 5 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que proibia integrantes do Ministério Público de assumir cargo no governo federal. A posse chegou a ser suspensa e o Planalto e o próprio Ministério da Justiça buscou argumentação legal para sustentar o ato. O problema se agravou quando a oposição decidiu agir para suspender a nomeação.

##RECOMENDA##

A conclusão foi a de que a resolução 5, de 2006, havia sido suspensa e que uma nova resolução, de número 72, de 2011, permitia que o integrante do MP poderia assumir cargos, desde que as funções sejam compatíveis com o exercício do Ministério Público. Dilma, então, mandou confirmar a posse.

Uma outra medida ocorrida nesta terça reforçou a tese do Planalto. O Conselho Superior do Ministério Público da Bahia, por seis votos a um, autorizou o procurador Wellington César a assumir cargo de "alta relevância". Com essa nova decisão, específica, o Planalto entendeu que a polêmica foi encerrada.

A oposição, por sua vez, alega que o artigo 128 da Constituição proíbe um membro do Ministério Público exercer qualquer função pública. Ou seja, para assumir o cargo de novo ministro Wellington César teria que abrir mão de sua carreira no Ministério Público da Bahia.

O deputado Mendonça Filho (DEM-PE), disse que, ao escolher o novo ministro da Justiça, a presidente comete "ato ilegal". Ele informou que apresentaria uma ação pública à Justiça Federal de Brasília contra a presidente, solicitando liminar que impeça a nomeação de Wellington César Lima e Silva como ministro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O príncipe William, da Inglaterra, e sua mulher, Catherine, "estão encantados em confirmar que esperam um bebê para abril de 2015", o segundo do casal, indica nesta segunda-feira um comunicado oficial.

"A duquesa de Cambridge continua sofrendo com vômitos agudos", um tipo de náusea que a obrigou a ser internada durante sua primeira gravidez.

##RECOMENDA##

No entanto, seu "estado de saúde melhora progressivamente" e, nesta terça-feira, fará sua primeira aparição pública em mais de dois meses, segundo o comunicado.

O secretário executivo do Ministério da Educação e futuro ministro da pasta, José Henrique Paim Fernandes, é réu em ação civil pública que tramita desde 2006 na Justiça Federal em São Paulo, acusado de improbidade administrativa. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por supostas irregularidades em convênio firmado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do qual era presidente.

O convênio, no valor de R$ 491 mil, foi assinado em 2005 com a ONG Central Nacional Democrática Sindical (CNDS). Destinava-se a alfabetizar jovens e adultos. Auditores do Tribunal de Contas da União detectaram irregularidades como ausência de documentos na prestação de contas e falta de provas de pagamentos efetuados.

##RECOMENDA##

Um contrato anterior, no valor de R$ 532,2 mil, havia sido firmado em 2004, mas a ONG não prestou contas dele no prazo legal. Além disso, professores que trabalhavam para a CNDS denunciaram que não estavam sendo pagos pelas aulas que davam. O fato levou o Ministério Público a recomendar ao Fundo que não assinasse novos contratos com a ONG.

A recomendação, no entanto, não foi seguida e o Fundo assinou outro contrato com a CNDS no ano seguinte. Pouco tempo depois, a ONG fechou as portas e seus dirigentes desapareceram, retardando o trabalho da Justiça, que tenta notificá-los para prestarem depoimento. Por isso, Paim segue como réu em um processo que corre há quase oito anos. Conhecido como "o homem que controla a máquina" no ministério, Paim é gaúcho de Porto Alegre e estava filiado ao PSDB até o início dos anos 90. Ele presidiu o FNDE de 26 de janeiro de 2004 a 29 de março de 2006.

Involuntário

Em 2009, o Tribunal de Contas da União acolheu as alegações de Paim de que ele foi "induzido a erro" quando assinou o convênio. A defesa do futuro ministro da Educação destaca que no convênio "constavam, de forma explícita, declarações de regularidade emanadas dos diversos setores envolvidos no trâmite".

Segundo o MEC, a defesa de José Henrique Paim "fundou-se nas mesmas razões apresentadas ao TCU e que foram integralmente acatadas pelo tribunal". Assim, o ministério aguarda no momento "a prolação de sentença" que eximirá o ex-presidente do FNDE de "qualquer responsabilidade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando