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No último dia do ano, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, deixará o governo para tomar posse no Tribunal de Contas da União (TCU), na vaga aberta pela aposentadoria precoce do ministro José Múcio Monteiro. Filho do capitão do Exército Jorge Francisco, morto em 2018, que por 20 anos foi chefe de gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara de Deputados, Oliveira tem uma relação familiar com o presidente e seus filhos.

No governo, onde acumulou o cargo de Subchefe para Assuntos Jurídicos, tornou-se um dos assessores mais influentes.

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Agora, diz que na Corte de Contas se pautará por uma atuação técnica, mas sem negar a proximidade com Bolsonaro. "Não vou fingir que não sou amigo do presidente", disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

Na conversa, o ministro contou que a primeira providência ao tomar posse no novo posto é desativar a conta no Twitter, com 141 mil seguidores, em que foi alvo de críticas de apoiadores mais radicais do presidente. "Com todo o respeito, acho que essa militância atrapalha, sim", disse.

O sr. é um dos principais auxiliares do presidente e próximo da família. Como vai atuar com independência no TCU?

Com toda honestidade, da mesma maneira que atuei no governo. Como subchefe para Assuntos Jurídicos, tive que ser independente. Não foram poucas as vezes em que eu tive de dizer ao presidente que não era a melhor decisão. Nem sempre eu disse 'sim' ao presidente.

O sr. era cotado para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas o indicado foi o ministro Kássio Nunes Marques. Como foi essa construção que o levou ao TCU?

Nunca teve essa cogitação. O nome considerado (ao STF) era o do ministro André Mendonça. Sempre o defendi e defendo o nome dele para a segunda vaga porque entendo que ele reúne as condições técnicas e pessoais (Bolsonaro poderá indicar novo integrante para o STF em julho, com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello). A vaga do TCU me surpreendeu porque não era previsto que fosse agora, mas o ministro José Múcio optou por se aposentar. Vou com o compromisso de fazer um trabalho técnico.

O sr. está preparado para receber críticas por ser próximo ao presidente?

Não macula em nada ter proximidade com o presidente, porque no TCU não se decide sozinho. Eu serei um entre os nove ministros que vão avaliar os atos de gestão desse presidente e de todos os demais que vierem depois dele. Se tiver que adotar qualquer medida, vou adotar. Vou manter a amizade com ele. Pretendo frequentar a casa do presidente, seja ele presidente ou não. As críticas são naturais, mas não vou fingir que não sou amigo do presidente. É uma relação até de família.

O Brasil se aproxima dos 200 mil mortos por causa da covid-19. O governo federal errou?

Só erra quem faz. O governo precisa agir e eventualmente pode errar. O presidente nunca negou a existência do vírus, nem nunca desconsiderou a importância da crise de saúde, mas ele sempre colocou que se a economia colapsar também vai matar até mais que o próprio vírus. Entendo que há uma distorção (entre o que é publicado) daquilo que é a intenção do presidente.

O sr. muitas vezes foi apontado no governo como uma voz que ajudava a reduzir as tensões internas e com outros Poderes.

Sou uma pessoa que procura evitar os confrontos, sempre procuro fazer uma composição, conversar, entender um ponto de vista diferente do meu e chegar a um ponto de consenso. Não é fácil. Não tinha a pretensão de ocupar esse espaço que acabei ocupando, foi algo natural. Atribuo isso à relação pessoal que eu tenho com o presidente.

O sr. foi alvo de críticas de bolsonaristas que pediam o fechamento do STF. Como viu isso?

A militância mais radical, chamada base bolsonarista, me criticou muito. Em parte por incompreensão do meu papel. Como subchefe para Assuntos Jurídicos, não tinha a ver com enfrentamento com o Supremo. Isso cabe ao advogado-geral da União. Estou fazendo um balanço das minhas atividades no Twitter, mas vou desativar logo após a posse no TCU, dia 31. Criei a conta por estar no governo, mas de um tempo para cá até parei de fazer postagens por comentários muito agressivos e desproporcionais. Não era uma crítica ao meu trabalho, eram comentários ofensivos a mim e à minha família.

A militância mais estridente atrapalha o governo?

Com todo o respeito, acho que essa militância atrapalha sim. Tem a legitimidade de questionar, de cobrar e tudo, mas eu jamais vou defender intervenção militar. Há quem defenda rasgar a Constituição. Eu não defendo isso. Temos muitas imperfeições, mas temos que corrigir as imperfeições. Não defendo golpe militar. E fui criticado por gente que entende que deveria ter. Quando o ministro Alexandre de Moraes, por exemplo, deu a decisão de suspender a posse do diretor-geral da Polícia Federal porque havia uma controvérsia, eu fui o primeiro a dizer para o presidente revogar o ato. Não me arrependo.

O delegado Alexandre Ramagem pode voltar a ser indicado ao comando da Polícia Federal?

Acho que sim. Não vejo impedimento nenhum. Não estou falando da pessoa, mas ele é delegado da PF, classe especial, preenche todos os requisitos legais para ser diretor da PF. Essa escolha cabe ao presidente.

A PGR deve apurar suposta ajuda da Abin, comandada por Ramagem, à defesa de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Não participei de nenhuma reunião, não tenho conhecimento, se teve ou não teve documento. Desconheço completamente.

Quanto a relação familiar atrapalha o governo?

Não acho que atrapalha. Os filhos construíram esse projeto político com o pai. Seria justo no momento em que ele está no ápice afastar os filhos, que estiveram com ele todo esse tempo? São pessoas que reverberam os valores do presidente, que, até pelo vínculo sanguíneo, personalizam de maneira mais enfática aquilo que o presidente tem como pensamento, ainda que cada um tenha sua individualidade.

O deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto à presidência da Câmara, é denunciado na Lava Jato, enquanto o presidente foi eleito com o discurso de combate à corrupção. Não é um contrassenso?

Entendo que é legítima a crítica, é razoável. Por outro lado, vivemos num sistema que temos a presunção de inocência. Não foram raras as vezes em que a pessoa é citada, acusada numa delação, mas (a acusação) não se comprovou verdadeira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (20), a indicação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge de Oliveira, ao cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) por 23 votos a favor e três contra. A matéria segue para apreciação do plenário da Casa em sessão prevista para quarta-feira, 21.

Oliveira foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir o ministro do TCU José Múcio Monteiro, que se aposenta antecipadamente em dezembro. Caso a indicação de Oliveira seja aprovada pelo plenário da Casa, sua posse ocorrerá após vacância do cargo.

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O Planalto já definiu a estratégia para substituir o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, indicado para o Tribunal de Contas da União. A ideia é que, uma vez aprovado pelo Senado, Oliveira dê início imediato à transição na Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), uma das áreas mais importantes do governo e que está sob seu comando.

Oliveira será sabatinado nesta terça-feira (20), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A votação no plenário deve ocorrer amanhã. Até agora, o nome mais cotado para substituir Oliveira na SAJ é o de Pedro Sousa, chefe de gabinete de Jair Bolsonaro. Já o comando da Secretaria-Geral só deverá ser trocado no fim do ano.

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Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência, será sabatinado nesta terça-feira, 20, no Senado. Se aprovado pelos parlamentares, Oliveira assumirá em dezembro a cadeira do ministro José Múcio Monteiro, que pediu antecipação da aposentadoria, prevista para 2023.

O anúncio do sucessor, antes do desligamento formal de Monteiro, ensejou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) proposto pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O parlamentar alega que não existe 'cadastro de reserva' para vagas no TCU e que Bolsonaro extrapolou suas competências ao informar ao Senado da indicação antes da aposentadoria do atual ministro.

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Entidades dos Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos municípios, a Associação dos Auditores de Controle Externo do Brasil (ANTC) e a Associação da Auditoria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (AudTCU), protocolaram, na última sexta-feira, 16, um pedido requerendo a admissão como amicus curie no caso. Amicus curie é aquele que, com interesse em uma questão jurídica, se envolve como terceiro no processo.

Segundo as associações, a vacância do cargo é condição inicial para a deflagração do processo de escolha, sob risco de violação à Constituição.

"Permitir o prosseguimento dos atos complexos que singularizam o processo de escolha deflagrado sem a publicação do ato de aposentadoria do cargo vitalício constitui inaceitável burla ao arcabouço constitucional que baliza a indicação presidencial e a aprovação pelo Senado Federal, pois não há vacância", diz um trecho do pedido.

Para o vice-presidente nacional da ANTC, o auditor Ismar Viana, há preocupação com um eventual efeito multiplicador da antecipação das nomeações de ministros para tribunais superiores. Na visão das entidades dos Tribunais de Contas, o precedente poderia implicar, em última instância, na usurpação de competência dos sucessores caso a indicação seja feita pelo presidente no último ano de mandato, por exemplo.

"Surge inequívoca a relevância da matéria em discussão, no que apresenta densidade constitucional e especial significado para a ordem jurídica nacional, notadamente quando considerado o risco de se consolidar, nos segmentos mais relevantes da República, a prática de instituir uma espécie de "cadastro de reserva" para cargos de Ministro do Tribunal de Contas da União, constituindo precedente de alto risco, porque pode distorcer a titularidade da escolha para este e para outros cargos relevantes, tais como os de Ministro da Suprema Corte e da Corte de Justiça, de Procurador-Geral da República, dentre outros, cuja indicação é reservada ao Presidente da República em exercício à época do surgimento da vacância", argumentam as entidades.

O ministro Dias Toffoli negou, na última sexta, 16, o pedido de Alessandro Vieira para suspender liminarmente a indicação de Jorge Oliveira. O mérito do caso, no entanto, ainda pode ser julgado na Corte.

Em seu despacho, Toffoli destacou que não cabe ao Poder Judiciário 'exercer Juízo censório acerca da oportunidade e conveniência' da realização da sabatina e disse que não vislumbrou violações às regras do regimento interno do Senado. 'as quais tampouco apresentam qualquer requisito temporal a ser necessariamente seguido'.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nessa quinta-feira (8), que o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral, teve "ampla aceitação" no Tribunal de Contas da União (TCU). Na quarta (7), Bolsonaro anunciou que havia escolhido Oliveira para substituir o ministro José Múcio no TCU.

"Ele trabalha comigo há mais dez ano. Ele vai para o Tribunal de Contas da União. A origem dele é a Polícia Militar do Distrito Federal. Um advogado conhecido em Brasília. Nome que teve ampla aceitação no Tribunal de Contas da União", disse Bolsonaro durante transmissão ao vivo em suas redes sociais.

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O chefe do Executivo comentou que caso tivesse indicado Oliveira para uma vaga no Supremo Tribunal Federal teria tido "bronca" também. Na sequência, ele voltou a defender o desembargador Kassio Marques, seu escolhido para assumir a vaga de Celso de Mello no Supremo. O presidente tem feito ampla defesa de Kassio, que tem sido alvo de críticas inclusive das bases de apoio evangélica e militar.

Bolsonaro rebateu críticas e pediu "o mínimo de inteligência" para críticas direcionadas a Kassio Marques. Bolsonaro repetiu que tinha "dez bons nomes" para escolher ao STF , mas precisou fazer uma escolha. "Quem bota dentro do Supremo não sou eu. É o Senado Federal." O mandatário voltou a comentar que o ex-ministro Sergio Moro era o mais cotado para a vaga antes de se demitir do governo.

"Se Moro não tivesse tido problema conosco, hoje estaria o pessoal fazendo uma onda terrível 'Moro no Supremo ou não tem voto em 2022'", disse. O chefe do Executivo também voltou a dizer que não sabe se será candidato à reeleição. "Não sei se vou ser candidato. Se tiver muita coisa acontecendo, se eu estiver bem, a chance de vir candidato à reeleição existe, mas se eu estiver mal estou fora", afirmou.

Indicações

Bolsonaro respondeu críticas sobre Kassio Marques ser ligado ao PT por ter sido indicado durante o governo de Dilma Rousseff ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Ele comentou que a escolha ocorreu por lista tríplice e aproveitou para comparar que tem assinado listas com nomes de partidos da esquerda para cargos de reitor em universidades públicas.

"Pessoal que me critica, vocês estão perdendo a chance de me bater em mim. Vejam os reitores que estou assinando. Estou indicando caras do PCdoB. Tem faculdade que estou indicando cara do PSOL. Tem universidade que é do PT", ressaltou. A indicação para o cargo de reitor é prerrogativa do presidente da República e ocorre após envio de uma lista com três nomes por cada instituição.

O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Senado Federal a indicação do atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, para exercer o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A mensagem está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (8). Na véspera, em postagem no Twitter, Bolsonaro informou que havia enviado a indicação ao Senado.

Oliveira foi preterido na escolha do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Para a vaga, foi escolhido o desembargador Kassio Nunes.

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O ministro da Secretaria-Geral está sendo indicado para a vaga no TCU decorrente da aposentadoria do ministro José Múcio Monteiro Filho, a partir de 31 de dezembro de 2020. "Considerando a necessidade de prévia organização para o funcionamento das

deliberações dessa Casa, em virtude do estado de calamidade pública ocasionado pela

pandemia do coronavírus, submeto à apreciação do Senado Federal (...) o nome do Senhor Jorge Antonio de Oliveira Francisco, para exercer o cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União, em vaga decorrente da aposentadoria do Ministro José Múcio Monteiro Filho, a partir de 31 de dezembro de 2020", diz a mensagem do presidente.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, deve ser o indicado do presidente Jair Bolsonaro para um cargo no Tribunal de Contas da União (TCU). Oliveira foi preterido na escolha do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Para a vaga, foi escolhido o desembargador Kassio Nunes.

No TCU, o cargo a ser ocupado por Jorge Oliveira deve ser aberto com a aposentadoria do presidente do TCU, José Múcio Monteiro. Múcio esteve na sexta-feira (2) com Bolsonaro, quando o avisou que se aposentará no dia 31 de dezembro, mas vai protocolar o pedido nesta semana.

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Com a ida de Jorge Oliveira, Bolsonaro terá de indicar um novo ministro da Secretaria-Geral. O mais cotado é o secretário especial de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.

O deputado distrital Fábio Felix (PSOL-DF) informou neste domingo (26)que vai entrar com uma ação na Justiça Federal para barrar a nomeação do atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, para o Ministério da Justiça. Amigo de Bolsonaro, Oliveira deve substituir o ex-juiz federal Sérgio Moro, que saiu do cargo na última sexta-feira (24) e fez uma série de acusações contra o presidente da República.

Oliveira é um nome de extrema confiança do presidente, com quem mantém uma relação de décadas. O pai do ministro foi chefe de gabinete de Bolsonaro por 20 anos na Câmara de Deputados. Para Felix, o perfil de Oliveira mostra que a nomeação tem o objetivo de proteger os interesses de Bolsonaro e seus filhos.

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"O ex-ministro e o Presidente se acusaram de crimes muito graves, inclusive obstrução de Justiça (art. 1º, § 2º, da Lei 12.850/2010) e corrupção passiva privilegiada (art. nº 13, § 2º, do CP). Se Moro estiver falando a verdade, é um risco enorme não só para as investigações que envolvem, as fake news, mas para todo o trabalho da Polícia Federal e do Ministérios da Justiça. Os precedentes judiciais indicam que todo ato deve obedecer à moralidade administrativa, mesmo se tratando de nomeação e posse de ministro de Estado", afirmou o deputado.

Oliveira já teve sua atuação criticada dentro do governo por "barbeiragens" cometidas no primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro. Além de ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Oliveira é responsável pela Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), um dos postos mais estratégicos do Palácio do Planalto.

As derrapadas da repartição responsável por aconselhar o presidente na tomada de decisões já o obrigaram a recuar de anúncios, c,omo uma Medida Provisória (MP) para aumentar salários de policiais do Distrito Federal no fim do ano passado, e provocaram mal-estar com o Supremo Tribunal Federal (STF), após a insistência em transferir a demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura.

A SAJ é ligada à Secretaria-Geral da Presidência e os dois cargos são acumulados por Oliveira, um dos auxiliares mais próximos do presidente, além de ser seu amigo. Advogado e policial militar da reserva do Distrito Federal, ele assumiu a função no início do ano, quando a secretaria ainda se reportava à Casa Civil, comandada por Onyx Lorenzoni. Foi alçado a ministro-chefe da Secretaria-Geral em uma reestruturação feita em junho do ano passado e levou consigo o núcleo da SAJ, esvaziando a Casa Civil.

No primeiro ano de governo, a Subchefia de Assuntos Jurídicos deu aval para aumentos salariais sem dotação orçamentária, reedição de Medida Provisória - texto legal que tem vigência imediata - com conteúdo idêntico no mesmo ano, o que é vedado pela Constituição, e decretos com trechos considerados inconstitucionais.

Afago

Prestes a ser confirmado como novo ministro da Justiça, Oliveira postou hoje em sua conta no Twitter uma foto do pronunciamento de Bolsonaro na sexta-feira, logo após a demissão do ex-ministro Sérgio Moro, acompanhada de uma mensagem de apoio ao presidente.

"Juntos com o PR @jairbolsonaro por um Brasil melhor. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!", escreveu Oliveira.

O presidente Jair Bolsonaro rebateu, na manhã deste domingo, 26, críticas à indicação do delegado Alexandre Ramagem, próximo da família, para o comando da Polícia Federal. Em resposta no Facebook a uma seguidora que observou que Ramagem foi indicado pelo filhos do presidente, Bolsonaro respondeu: "E daí?". A nomeação do novo chefe da Polícia Federal ainda não foi oficializada no Diário Oficial da União.

Na publicação na rede social, o presidente justifica que conheceu Ramagem, atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), antes de seus filhos. "E daí? Antes de conhecer meus filhos, eu conheci Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?", questionou.

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Outro seguidor postou uma foto em que Ramagem aparece em uma festa de réveillon ao lado do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos): "Está tudo em casa, né, Vossa Excelência?!", escreveu o homem.

O presidente respondeu com uma montagem feita com fotos antigas por um apoiador, em que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro aparece ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) e do apresentador Luciano Huck, cotado como um nome que pode concorrer à Presidência. "Entrou no Ministério da Justiça juiz e saiu político aliado da oposição, e se fazendo de coitadinho. Só se deixa enganar quem quer", diz o texto da imagem republicada por Bolsonaro.

Nas redes sociais, bolsonaristas têm usado imagens antigas de Moro com diversos políticos para insinuar que o ex-ministro faz parte de um complô contra o governo.

Os comentários de Bolsonaro foram feitos em uma postagem dele próprio no Facebook. O presidente divulgou um vídeo da presidente do Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo, Susanna Val Moore, em que ela fala que a PF "tem exercido um protagonismo no combate à corrupção e suas atribuições de forma independente".

Juntamente ao vídeo, o presidente escreveu ainda que Moro mentiu. "Lamentavelmente o ex-ministro mentiu sobre interferência na Polícia Federal. Nenhum superintendente foi trocado por mim. Todos foram indicados pelo próprio ministro ou diretor geral. Para mim os bons Policiais estão em todo o Brasil e não apenas em Curitiba, onde trabalhava o então juiz", escreveu na publicação.

Ao anunciar sua saída do governo, Moro relatou que Bolsonaro demonstrou preocupação com o andamento de inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), como o que apura ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares. O ex-ministro também acusou o presidente de querer interferir politicamente na PF e ter acesso a relatórios de inteligência.

A saída de Moro ocorreu após Bolsonaro exonerar Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal para nomear Alexandre Ramagem. O delegado da PF entrou para o rol auxiliares de confiança do Planalto com o apoio de Carlos Bolsonaro. A nomeação de Ramagem para a Abin, em julho do ano passado, é atribuída ao filho do presidente.

A aproximação entre Carlos e Ramagem, delegado da PF desde 2005, ocorreu durante a campanha eleitoral, em 2018. Na época, o policial assumiu a coordenação da segurança de Bolsonaro após a facada sofrida pelo candidato em Juiz de Fora (MG). Como chefe da Abin, Ramagem passou a frequentar o gabinete presidencial.

Diante das críticas, Carlos Bolsonaro também postou em seu perfil no Twitter uma outra montagem com fotos antigas de Moro. Em uma delas, o ex-ministro está conversando com o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) durante uma premiação da revista "IstoÉ", em dezembro de 2016. Em outra imagem, Moro está ao lado de Joice e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em um café da manhã em março de 2019. O encontro ocorreu após Maia e o então ministro trocarem farpas por divergência na tramitação do pacote anticrime.

Na última terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes abriu um outro inquérito para apurar "fatos em tese delituosos" envolvendo a organização de atos antidemocráticos, após Bolsonaro participar de protesto em Brasília convocado nas redes sociais com mensagens contra o STF e o Congresso e favoráveis a uma intervenção militar.

Outra apreensão do presidente é a apuração sobre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que trata de um esquema de "rachadinha" em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro deve oficializar o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência, como o novo ministro da Justiça. Próximo da família, Oliveira não queria aceitar o cargo, mas Bolsonaro disse a ele que se tratava de uma "missão", segundo fontes do Palácio do Planalto.

Com a confirmação de Oliveira como substituto de Sergio Moro, o atual secretário de Assuntos Estratégicos (SAE), almirante Flávio Rocha, é o mais cotado para assumir como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

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Bolsonaro também deve confirmar no comando da Polícia Federal o delegado Alexandre Ramagem, atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Integrantes do Planalto, no entanto, alertam que, apesar de o presidente ter tomado a decisão, até a publicação do Diário Oficial da União (DOU) ainda pode haver mudanças. Isso porque, na noite de sexta-feira (24), as nomeações de Oliveira e Ramagem era consideradas certas, mas Bolsonaro foi aconselhado a repensar pela proximidade de ambos com a família.

O presidente foi alertado que nomeá-los neste momento pode potencializar as acusações de Moro, que ao se demitir disse que Bolsonaro queria fazer interferência política na Polícia Federal e ter acesso a relatórios de inteligência.

O próprio chefe da Secretaria-Geral é um dos que alertaram para o risco de sua indicação ser encarada como uma comprovação de que as acusações de Moro estavam corretas.

Oliveira acumula também o comando da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), órgão que presta consultoria jurídica para atos do presidente. O posto exige uma pessoa de confiança de Bolsonaro. Ainda não há uma definição sobre o futuro da SAJ.

Ao longo de todo o sábado, auxiliares do presidente tentaram convencer o presidente a aceitar o ex presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o desembargador Carlos Thompson Flores, como novo ministro da Justiça. O magistrado atuou no julgamento que condenou o ex-presidente Lula no caso do sítio em Atibaia (SP).

No entanto, Bolsonaro resistiu, alegando não ter contato prévio com Thompson Flores. Segundo interlocutores, o presidente também queria evitar um desgaste como o que ocorreu com o Moro. Outra ponderação feita nos bastidores é que o desembargador é próximo do ex-juiz da Lava Jato.

Outro nomes que foram cotados para assumir o Ministério da Justiça foi do advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, e do ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori.

Homens de confiança

Alçado ao cargo de ministro em junho de 2019, Jorge Oliveira tem uma relação familiar com o clã Bolsonaro, onde é chamado de Jorginho. Filho do capitão do Exército Jorge Francisco, morto em 2018, que por 20 anos foi chefe de gabinete de Bolsonaro, Oliveira é advogado, major da Polícia Militar. Ele foi chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e também padrinho de casamento do parlamentar.

Oliveira iniciou o governo no comando da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), mas, ainda na transição, mostrava sua influência. Ele ajudou Bolsonaro na escolha de ministros, como o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça.

Ao chegar à Secretaria-Geral, se tornou um dos mais influentes ministros do governo. Considerado discreto por amigos e "astuto" por seus críticos, Oliveira também passou a ser cotado para ser indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Já Alexandre Ramagem, delegado da Polícia Federal, entrou para o rol auxiliares de confiança do Planalto com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao filho do presidente, é atribuído a nomeação de Ramagem para a Abin, em julho do ano passado.

A aproximação entre Carlos e Ramagem, delegado da PF desde 2005, ocorreu durante a campanha eleitoral, em 2018. Na época, o policial assumiu a coordenação da segurança de Bolsonaro após a facada sofrida pelo então candidato em Juiz de Fora (MG). Como chefe da Abin, Ramagem passou a frequentar o gabinete presidencial com frequência.

Ao anunciar sua saída do governo, Moro relatou que Bolsonaro demonstrou preocupação com o andamento de inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), como o que apura ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares.

Na última terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes abriu outro inquérito para apurar "fatos em tese delituosos" envolvendo a organização de atos antidemocráticos, após Bolsonaro participar de protesto em Brasília convocado nas redes sociais com mensagens contra o STF e o Congresso e favoráveis a uma intervenção militar.

Outra apreensão do presidente é a apuração sobre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que trata de um esquema de "rachadinha" em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O caso foi revelado pelo Estado.

Os ministros da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, estão reunidos na manhã desta segunda-feira (17) com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.

Apesar de a agenda de Bolsonaro não apontar nenhum compromisso pela parte da manhã, os ministros chegaram por volta das 8h na residência oficial da Presidência. O carro oficial do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, também entrou nas dependências.

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A assessoria de imprensa do governo ainda não confirmou ou informou o motivo do encontro com o presidente.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro cogita deixar o subprocurador-geral Alcides Martins como chefe interino da Procuradoria-Geral da República, após o encerramento do mandato de Raquel Dodge no dia 17 de setembro. Disse, também, que não há um prazo para indicar um novo nome, o que faria o interino atuar mesmo sem passar pela sabatina do Senado Federal, necessária para a efetivação do mandato.

Pela dificuldade do presidente de decidir um novo nome a ser indicado, existe uma avaliação, nos bastidores do governo, de que um período de interinidade de Alcides Martins poderia servir também como uma espécie de teste da atuação dele, que assumiria de acordo com a legislação atual por ser o vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal.

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Principal assessor do presidente no assunto da sucessão da Procuradoria-Geral da República, Jorge Oliveira disse que um período de interinidade mesmo sem a indicação de um novo nome encontra previsão legal, e que não haveria prazo limite para a indicação de um nome ao Senado.

"Presidente tem conhecimento de que não havendo, o MP não fecha as portas. MP vai continuar existindo e atuando, independente como sempre, e a pessoa do Dr. Alcides não conheço pessoalmente, mas tem as melhores referências de que é um excelente quadro dentro do MPF e que pode conduzir o órgão da maneira mais institucional possível", disse.

Na visão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, que engloba a Subchefia de Assuntos Jurídicos, não seria exatamente um "período de teste". "É um período da escolha do presidente, seja pela recondução da Dra. Raquel, ou qualquer outro nome, ou mesmo efetivação do Dr. Alcides, é uma possibilidade. São possibilidades que se tem, e havendo ou não a indicação sem a prévia sabatina no Senado, (Alcides) assume", disse.

O presidente e seu entorno enxergam a indicação do PGR como crucial para o governo, mais importante até do que a escolha de ministros do Supremo Tribunal Federal. A maior preocupação é a nomeação de um nome que "atrapalhe", posicionando-se contra a pauta do governo, e traga "instabilidade".

Cardápio

Para Jorge Oliveira, o presidente da República ainda não escolheu o novo PGR porque tem "excelentes nomes", e não porque busque alguém com "alinhamento" integral a ele.

"Não há um alinhamento que o presidente busque com ele, presidente, mas, sim, um alinhamento de país, de propostas para o desenvolvimento do país. A procuradoria-geral da República tem as suas funções constitucionalmente bem definidas, então a gente não tem preocupação de ser um procurador ou outro, mas é lógico que se busca um nome que tenha um perfil que vai auxiliar o país no seu desenvolvimento. A demora na escolha é por nós termos as melhores possibilidades possíveis de você escolher", disse Jorge.

O ministro comparou a escolha do PGR como a de um prato no restaurante. "Você vai no restaurante e tem um item só, você come um prato só. Se tem vários no cardápio, você vai escolher o melhor", disse.

Outro conselheiro importante do presidente no tema, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Luiz Mendonça, disse que não há definição sobre se haverá interinidade ou não. Ele disse acreditar em uma escolha até o fim do mandato da procuradora-geral, Raquel Dodge. Disse também que a recondução da procuradora-geral não está descartada. "A Dra. Raquel Dodge é um excelente nome, assim como outros nomes".

Com poder para influir na escolha do próximo procurador-geral da República, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, afirmou que o órgão "se apequenou" em alguns momentos nos últimos anos. "Pautava temas menores e temas maiores ficavam lateralizados", disse ele em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Para Oliveira, a indicação do próximo chefe do Ministério Público é a "mais importante" que o presidente Jair Bolsonaro fará durante o mandato, com um peso até maior do que as duas vagas no Supremo Tribunal Federal que caberá ao presidente indicar.

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Homem de confiança de Bolsonaro - trabalha com a família do presidente há mais de 15 anos -, Oliveira passou os últimos meses ouvindo os candidatos à vaga de Raquel Dodge e tem sido um dos principais interlocutores do presidente sobre o assunto. Ele reforçou o discurso adotado por Bolsonaro, que, ao jornal O Estado de S. Paulo, disse não querer no cargo um "xiita ambiental ou de minorias". "A gente busca um perfil que dê estabilidade institucional", disse o ministro, o que significa a escolha de alguém que não atrapalhe o governo.

Segundo Oliveira, ainda não há um nome fechado para o cargo hoje ocupado por Raquel Dodge, que denunciou o então deputado Bolsonaro por racismo e o filho dele Eduardo por ameaçar uma jornalista. Ela, porém, ainda está no páreo, afirma o ministro. O anúncio deve ser feito até a próxima sexta-feira, segundo disse ontem o presidente.

Além da Secretaria-Geral, Oliveira acumula o comando da Subchefia de Assuntos Jurídicos, por onde passam todas as medidas provisórias, decretos e projetos que o governo envia ao Congresso. Também é o interlocutor do Palácio do Planalto com o Supremo, que, em sua opinião, está "politizado".

Qual é o perfil que o presidente busca para o cargo de procurador-geral da República?

 

Vai ser a escolha mais importante do mandato do presidente. É uma posição extremamente chave dentro do Estado. A PGR tem, de fato, um peso muito grande na condução do País. A gente busca um perfil que dê estabilidade institucional, sem viés ideológico, nem para um lado nem para o outro, mas que tenha um compromisso com temas maiores para o País. Não se pode apequenar a importância da PGR.

Além da questão da ideologia, precisa ser alguém que não atrapalhe o governo?

 

Claro. Não vou citar alguém específico, mas, em outros momentos, a gente percebia uma atuação que apequenava o Ministério Público. Às vezes, pautando temas menores, os temas maiores ficavam lateralizados. Cada tema tem a sua importância, mas também tem seu locus de discussão e potencialização. O Brasil tem graves problemas estruturais, como contas públicas desgastadas e desemprego. O Brasil precisa crescer, então tem de haver um pacto entre os Poderes, até sublimar questões político-partidárias. O compromisso tem de ser esse.

Por que o presidente não se reuniu com os candidatos da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República?

 

Ele recebeu o presidente da associação, trazendo os indicados. A lista é uma iniciativa própria da associação, ela não tem previsão constitucional nem legal de existir. É só uma previsão da associação, que é legítima. Há, num primeiro momento, a possibilidade clara da recondução da atual procuradora, Raquel Dodge, que fez um trabalho muito bom. Eu conversei pessoalmente com os três da lista, com o doutor Augusto Aras, com Lauro (Cardoso, procurador regional). Todos são extremamente preparados. O presidente está com um bom problema porque são bons nomes.

Vê essa politização que citou na PGR também no Supremo?

 

Há críticas, sem personificar, pois tenho respeito à Corte e admiração. Há críticas, sim, são notórias. Primeiro de uma atuação do Supremo que não compete, que é de legislar. Não compete legislar da forma como se fez em alguns casos. Politiza muito no sentido de partidarizar posições, isso também é uma coisa que é notória. E também de ter uma publicidade não nos autos, mas de declarações dos ministros. Antigamente se dizia que juiz se manifesta nos autos, e hoje... É uma questão de buscar um equilíbrio no meio político, jurídico e até a imprensa.

O ministro Sérgio Moro, da Justiça, será indicado para uma vaga na Corte?

 

Nunca conversei com ele especificamente sobre quais são as pretensões dele, nunca tomei uma cerveja com ele (risos). Tenho para mim que ele seria um excelente ministro do STF. Se ele for para a carreira política, pelo menos no quesito integridade, estaremos muito bem servidos também.

Existe um desgaste entre o presidente e Moro?

 

Não há. Antes de ser ministro, sou um brasileiro que admirava muito o Moro. Ele é uma pessoa que perdeu a vida privada por conta do ofício dele. E hoje perdeu o ofício para vir contribuir para o País. Tenho admiração profunda por ele. O que ele fez em Curitiba tem uma importância histórica para o País.

Para o sr., ele teve a imagem maculada com a divulgação de supostas conversas com procuradores da Lava Jato, feita pelo site The Intercept Brasil?

 

Não. De maneira alguma.

O advogado-geral da União, André Mendonça, é dado como um nome certo por evangélicos para a outra vaga no STF...

 

O André é um amigo. O presidente disse que queria ter um ministro "terrivelmente evangélico". O André é evangélico, mas nunca pautou essa opção pela religião dentro dos atos do governo. O presidente tem admiração enorme pelo André, sempre falou. Pelo perfil dele, seria um excelente ministro.

O que o presidente quis dizer com alguém "terrivelmente evangélico"?

 

Ele não fala pelo aspecto religioso, mas porque os evangélicos, no geral, têm um perfil conservador. São pessoas que trazem aquela questão da família, dos costumes. E a Corte tem 11 ministros, e é importante que tenha um equilíbrio dentro das percepções. Defendo e faria torcida aqui para a indicação do André.

Como o sr. vê a mobilização no Congresso para aprovar mudanças na legislação que impeçam a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira nos Estados Unidos?

 

É um casuísmo diante de um caso concreto. É do jogo democrático. Seria uma perseguição ao governo. Não vejo de forma pejorativa, entendo que é legítimo por serem contrários a isso, só que hoje a legislação permite. Então, fazer uma mudança por conta de ser o Eduardo seria algo direcionado à pessoa dele.

O sr. acha que declarações polêmicas do presidente, como sobre desmatamento e ditadura, têm um efeito negativo para o governo? É preciso maneirar?

 

Acho que não, sinceramente. Obviamente, nem com a minha mãe e meu pai eu concordo com tudo o que eles falam. Ele não tem de mudar o jeito dele. Eu prefiro essa autenticidade dele.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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