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O presidente da Republica, Jair Bolsonaro, assinou nesta sexta-feira a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal dos Estados. O governo goiano é o segundo a conseguir entrar no RRF, após o Rio de Janeiro, que desde 2017 faz parte do programa de refinanciamento de débitos com a União.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou Goiás a entrar no RRF em maio deste ano, com a suspensão da dívida estadual por 18 meses e a adoção de um teto de gastos pelo governo goiano. A administração estadual afirma que o estoque de restos a pagar a cada ano está na ordem de R$ 3 bilhões desde 2015 e que precisa negociar o endividamento para equilibrar as contas

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"Além de previsibilidade, o Estado passa a ter mais meios para atender o interesse da população como um todo", disse Bolsonaro ao assinar o ato, no Palácio do Alvorada, ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

Com o plano, Caiado acenou com a possibilidade de reajustar o salário dos servidores, após um período de remuneração atrasada.

"Quanto mais o governo for se recuperando no quadro fiscal, reajuste também serão dados", disse o governador.

O Rio de Janeiro não conseguiu convencer o Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) de que já adotou as medidas necessárias para compensar a violação de uma das regras do programa de socorro e segue sob risco de expulsão, o que deflagraria uma cobrança bilionária de dívidas contra o Estado. Ele terá mais 30 dias para encontrar uma saída ao impasse.

O governo estadual tentou emplacar uma fonte incerta de economia fiscal como compensação a um aumento de gastos com pessoal que não estava previsto no plano de recuperação. A investida do Rio levou o conselho de supervisão a não só recusar a sugestão, mas também propor uma resolução para eliminar brechas e deixar explícito o que é ou não aceito como contrapartida.

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O Rio ingressou em 2017 no regime de recuperação e obteve a suspensão do pagamento de suas dívidas e um aval para contratação de novo empréstimo. Em troca, prometeu fazer uma série de ajustes, privatizar estatais e seguir uma cartilha de vedações, que incluem proibição à concessão de reajustes salariais. Em caso de violação a alguma das cláusulas do plano, o Estado precisa apresentar uma medida de compensação. Do contrário, precisará pagar uma dívida acumulada em R$ 32,5 bilhões até o fim de agosto de 2019.

O conselho cobrou explicações do governo fluminense em relação à estruturação da carreira dos servidores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que elevou as despesas em R$ 217 milhões - o que é proibido pelo acordo de recuperação. O Rio apresentou como fonte de compensação uma revisão de contratos no fornecimento de alimentação para o sistema prisional, mas o colegiado considerou que não há elementos suficientes para garantir que o valor será de fato poupado.

Além disso, enquanto o valor de um contrato é reduzido, outro pode ser aumentado sem que haja possibilidade de aferição, alertou o conselho. Na decisão, o colegiado informou que só aceitará a proposta se houver informações detalhadas sobre o contrato em questão e o acompanhamento de sua execução orçamentária.

Resolução

O conselho de supervisão enviou à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) uma minuta de resolução em que propõe delimitar as medidas aceitas como compensação. O governo estadual não poderá sugerir ações que já façam parte do plano, uma vez que seus impactos já estão contabilizados na estratégia de recuperação do ente. Além disso, despesa de caráter continuado (como aumento salarial) deverá ser compensada com redução de despesa com a mesma característica ou aumento permanente de receita.

Entre as medidas que serão aceitas como compensação, estão: extinção ou bloqueio de cargos efetivos que tenham ficado vagos após a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal; extinção de empresas estatais dependentes, fundações e autarquias; novas privatizações e concessões; redução de incentivos e benefícios fiscais; aumento de impostos; redução de gratificações, auxílios e benefícios; redução de cargos em comissão; venda da folha de pagamento; aumento da idade mínima ou extinção da isenção de IPVA; venda de ativos.

O governo estadual não poderá recorrer a arrecadação ou economia de despesas acima do previsto para compensar ações que tenham violado as condições da recuperação fiscal.

"Após análise da PGFN, a minuta em questão será submetida a consulta pública para que toda a sociedade possa se pronunciar sobre a questão", diz o parecer. Até que a resolução seja editada pelo governo, o conselho de supervisão continuará fazendo análises caso a caso.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, concedeu medida cautelar na Ação Cível Originária (ACO) 3280 para impedir que a União execute contragarantias em decorrência do não pagamento, pelo Rio Grande do Norte, de parcelas de contratos de financiamento firmados com instituições financeiras. O impedimento tem efeito até nova apreciação do caso, que deve ocorrer após o Estado prestar informações sobre considerações levantadas pela União. As informações estão no site do Supremo.

De acordo com a decisão, Rio Grande do Norte tem cinco dias para informar sobre seu comprometimento com o programa de ajuste de contas do regime de recuperação fiscal instituído pela Lei Complementar LC 159/2017 e para apontar se é viável a apresentação de proposta de quitação ou diminuição de seu débito até a definição legislativa do projeto de lei sobre o Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal dos Estados - PEF (Projeto de Lei Complementar 149/2019).

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O caso

Na ação, o Estado do Rio Grande do Norte sustenta que a União está na iminência de bloquear o montante de R$ 41 milhões da parcela que tem para receber do Fundo de Participação dos Estados e das receitas próprias dos cofres estaduais.

O bloqueio seria a execução de contragarantias da União como avalista de cinco contratos de financiamento celebrados entre janeiro e outubro de 2013 com instituições financeiras, cujas parcelas estão em atraso por parte do governo estadual.

Rio Grande do Norte alega que "o bloqueio dos recursos apresenta um elevado risco às finanças e execução de políticas públicas e pede a concessão de medida liminar para que a União se abstenha de executar tais medidas de contragarantias".

Ainda na ação, o governo potiguar afirma que o Estado está adotando "diversas medidas a fim de obter as imprescindíveis receitas extraordinárias para alimentar seu fluxo de caixa durante o período crítico da atual crise fiscal, até que as receitas ordinárias retornem seu curso normal de crescimento".

Cita como a principal delas a adesão ao Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal dos Estados, que está em discussão no Congresso.

Alega que esse projeto impede a execução de contragarantias por parte da União e que a proposta só não foi aprovada por fatores atribuídos à própria União.

União

Em informações nos autos, a União informa que "o PEF permitirá a oferta de operações de crédito garantidas para Estados e municípios que não possuem boa situação financeira, desde que estes estejam em uma trajetória de melhoria fiscal previamente pactuada".

A União acrescenta que o Projeto de Lei Complementar 149/2019 "não traz qualquer regra que suspenda a execução de contragarantias".

"O impedimento da execução de contragarantias, além de diminuir a segurança jurídica das operações, aumenta expressivamente o risco das instituições financeiras em realizar operações de crédito em favor dos entes da Federação", destaca a União, nos autos.

Ainda segundo a União, "o impedimento à execução gera risco inverso, pois, caso tenha que arcar com todas as operações de crédito garantidas em favor dos entes federativos neste ano, teria de desembolsar o valor de R$ 7,8 bilhões a título de juros".

Sobre o plano de recuperação vigente, previsto na LC 159/2017, a União salienta que o Rio Grande do Norte "não cumpre com todos os requisitos exigidos para o seu ingresso, apontando como solução mais adequada o ingresso no PEF, se for aprovado o Projeto de Lei Complementar 149/2019".

Toffoli

"A questão se mostra, portanto, complexa e sua solução deve ser, tanto quanto possível, delineada no âmbito político, espaço em que as questões orçamentárias podem ser melhor debatidas e acordadas", afirmou o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli.

Ele observou que, de um lado, está o Estado do Rio Grande do Norte e a iminência de implementação da contragarantia pela União, "que poderá afetar de modo significativo a sustentabilidade dos serviços públicos e o cumprimento de suas obrigações constitucionais".

De outro lado, segundo o ministro, "a exigência da contragarantia contratual segue na direção das medidas de responsabilidade fiscal, sendo igualmente premente a necessidade de ajuste das contas dos Estados da Federação para a consecução do equilíbrio nesse campo".

O presidente do STF ponderou que "a devida instrução do caso, com a informações solicitadas ao Estado, permitirá a apreciação oportuna do pedido liminar".

No fim do seu terceiro mandato como governador do Espírito Santo, o ex-emedebista Paulo Hartung (sem partido) lança virtualmente nesta quinta-feira, 13, o livro "Espírito Santo - Como o governo capixaba enfrentou a crise, reconquistou o equilíbrio fiscal e inovou em políticas sociais". A obra, disponível desde o dia 11, já é a mais vendida na plataforma da Amazon na categoria Finanças Públicas. Hartung foi o único governador que rejeitou a proposta de renegociação de dívidas dos Estados com a União em 2016.

Também deixa o Espírito Santo como o único Estado a ser avaliado com a nota máxima pela Secretaria do Tesouro Nacional em 2018, nas categorias endividamento, poupança corrente e liquidez. "O livro traz uma experiência de que é possível melhorar o serviço público. Também é possível cuidar das contas com responsabilidade e simultaneamente focar naquilo que é prioritário na vida da população e produzir resultados", afirmou Hartung.

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O governador diz que recebeu o Estado em 2015 das mãos do seu sucessor, Renato Casagrande (PSB), com um déficit fiscal de quase R$ 1,5 bilhão. No livro, relata que encerrou o mesmo ano com superávit de R$ 199 milhões. Hoje, afirma que entrega o Estado com a melhor avaliação nacional do Ensino Médio e a menor taxa de homicídios.

O desempenho positivo de um dos Estados mais afetados pela crise em 2016 proporciona a Hartung hoje os convites para prestar consultoria a Romeu Zema (Novo) e Eduardo Leite (PSDB), governadores eleitos de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, respectivamente.

"Farei aquilo que estiver em meu alcance, não só no caso de Minas, mas também no trabalho de formação de lideranças no país", comenta Hartung, que não tentou a reeleição neste ano. Ele afirma que estará voltado a auxiliar iniciativas de movimentos como o Todos Pela Educação. "Quero fazer da educação uma prioridade nacional". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse que vai manter e pedir a renovação do Estado no Regime de Recuperação Fiscal do governo federal até 2023. "A lei de recuperação fiscal no Rio de Janeiro está dando certo. Me foi informado que o Estado está cumprindo as metas", afirmou.

Após participar de fórum com governadores eleitos e o futuro presidente Jair Bolsonaro (PSL), Witzel disse que os Estados de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul também demonstraram interesse em ingressar no regime de recuperação.

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O governador defendeu ainda a necessidade de repactuar as dívidas dos Estados e, além disso, atrair mais receitas, principalmente de investimentos, especialmente os estrangeiros e para a área de infraestrutura. Ele disse que foi discutido no almoço com Bolsonaro a necessidade de descentralizar a concessão de aeroportos, portos e ferrovias.

Em relação à renegociação de dívidas, o governador eleito de São Paulo, João Dória (PSDB), disse que o Estado não tem esse problema. "Estamos com as contas no azul", completou.

Segurança

Witzel ressaltou também a necessidade de reforçar a segurança pública e disse que está fazendo um plano para a área e para a reorganização do sistema penitenciário, que poderá receber recursos da iniciativa privada por meio de parcerias público-privadas. "É fundamental ter capacidade para prender quem praticar crime, aplicar a legislação com rigor e ter onde colocar os presos", completou.

O novo governador acrescentou que há recursos dos fundos penitenciários e de segurança pública que poderão ser utilizados e que os governadores vão compartilhar propostas nesta área.

Apesar do aval do governo federal para o plano de socorro financeiro ao Estado do Rio de Janeiro, o Tesouro Nacional apontou fragilidades que podem comprometer o sucesso da recuperação fiscal das contas do governo fluminense.

Mesmo com todas as ressalvas da área técnica, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, assinou o parecer com a recomendação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de aprovação do Plano de Recuperação, anunciado nesta terça-feira pela equipe econômica.

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Em uma última instância, um conselho de supervisão, formado por três membros, deu o aval final para a operação que envolve um ajuste de R$ 63 bilhões até 2020 e, antes mesmo de entrar em vigor, já leva em consideração a necessidade de prorrogação do acordo.

Ao todo, foram nove pontos levantados que a equipe técnica do Tesouro encontrou nos dados apresentados pelo Estado do Rio ao ministério da Fazenda.

No parecer, que foi publicado sem alarde na página do Tesouro na internet, o Tesouro diz que a análise de diversos pareceres de várias coordenações aponta que existem "fragilidades materiais e formais" no plano. Nove delas com maior potencial para afetar o equilíbrio fiscal estadual ou mesmo a execução do plano. Entre os problemas apontados, o Tesouro colocou em evidência as medidas de gasto com pessoal (inativo e ativos).

De acordo com o parecer, o Estado do Rio considerou premissas para o crescimento dessas despesas com pessoal que fazem o crescimento dessa rubrica aumentar significativamente abaixo da média histórica recente e, alguns períodos, abaixo da inflação esperada.

Outro ponto ressaltado pelo Tesouro mostra que as estimativas de impacto das alterações de alíquotas do ICMS de energia elétrica, telecomunicações, gasolina, cerveja e chope não traz informações suficientes para que os cálculos sejam validados. O valor total do impacto projetado chega a R$ 854 milhões em 2023. Também há dúvida do Tesouro em relação ao cálculo dos juros e amortizações de passivos. De acordo com o parecer, esses cálculos não estão próximos das estimativas do Tesouro.

Os valores também estimados para os impactos da auditoria da folha de Previdência também precisam ser aperfeiçoados, na avaliação dos técnicos do governo federal. Estão na lista ainda das fragilidades as receitas previstas com a realização de leilão de pagamento de restos a pagar e a operação de securitização da divida ativa que depende de aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Essa medida corresponde à antecipação de recursos de R4 1,07 bilhão em 2017 e 2018.

O parecer deixa claro que existem riscos de implementação das medidas de ajustes e de desvios nas projeções que podem "distanciar o Estado do equilíbrio fiscal desejado". Para compensar esses riscos, o Tesouro sugere a adoção de medidas adicionais. "É importante mencionar a necessidade de outras medidas de ajuste para aumentar as chances de o Estado atingir o equilíbrio fiscal", diz o texto.

O Tesouro apresentou cinco medidas nessa direção: maior esforço de arrecadação com a extinção de mais desonerações e maior revisão de tributos; a extinção de mais empresas públicas; uma reforma do regime jurídico único dos servidores; a demissão de comissionados e servidores ativos; e aumento da contribuição previdenciária com criação de contribuição para inativos acima do teto com alíquota extraordinária.

Pressionado pelo presidente em exercício Rodrigo Maia, o governo deve assinar hoje à tarde o acordo de recuperação fiscal do Estado do Rio. Na cadeira da Presidência da República, Maia trabalhou intensamente numa ampla articulação política para que os entraves técnicos e burocráticos fossem superados a tempo de o acordo ser homologado por ele em cerimônia no Palácio do Planalto, já que o presidente Michel Temer só retorna ao Brasil de viagem à China na madrugada desta quarta-feira. Na área técnica do Ministério da Fazenda, a preocupação é com a capacidade de o Estado voltar a fechar as contas no azul depois de terminado o socorro do governo federal.

Será o primeiro acordo depois de aprovada a lei que permite ao governo federal socorrer os Estados com elevado endividamento e dificuldade para honrar os compromissos mais básicos, como o pagamento dos salários dos seus servidores.

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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acompanhou ao longo do dia de ontem os últimos acertos para a homologação do acordo, que vai abrir espaço para o governo fluminense receber dinheiro novo com a privatização da Cedae, a empresa estatal de água e esgoto. Um empréstimo bancário será dado ao Estado, que terá o Tesouro Nacional como garantidor da operação.

Os representantes do conselho supervisor que analisa os termos do plano de socorro financeiro, que terá duração de três anos com a possibilidade de prorrogação pelo mesmo período, trabalharam no fim de semana para correr com a aprovação do parecer técnico pelo Tesouro.

Apesar da preocupação técnica, um integrante da equipe garantiu ao Estadão/Broadcast que o programa foi montado com muita segurança para garantir a sustentabilidade das contas do governo fluminense ao final de 2017. De acordo com o fluxo de caixa projetado, a previsão é que já em 2020 o Estado possa apresentar um superávit primário. Essas preocupação, segundo a fonte, não teriam sido manifestadas nas reuniões.

Em meio às negociações para acelerar, técnicos da área econômica ainda mantinham dúvidas em relação à capacidade de recuperação do Estado, que tem uma dívida de R$ 108 bilhões e saldo de restos a pagar de R$ 9,4 bilhões este ano.

Procurado, o Ministério da Fazenda, não quis comentar os pontos pendentes e nem a preocupação de técnicos do governo com os termos do acordo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.P

O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (22) traz publicada a Lei Complementar 159/2017, que cria o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados e do Distrito Federal. A lei foi sancionada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (19) sem vetos.

Pelo texto sancionado, Estados sem disponibilidade orçamentária para quitar débitos ou em situação de calamidade fiscal, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, poderão suspender o pagamento da dívida com a União pelo prazo de três anos. Para isso, terão de aprovar leis locais com um plano de recuperação que prevê certas contrapartidas, como a promoção de privatização de empresas dos setores financeiro, de energia e de saneamento, e a não concessão de reajustes de salários para servidores públicos.

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Após concluir a apreciação dos destaques apresentados ao Projeto de Lei (PL) 343/17, a Câmara dos Deputados concluiu a votação da proposta que trata da recuperação fiscal dos estados superendividados. Com a aprovação o texto segue para o Senado.

O projeto permite que estados com alto endividamento e problemas de caixa tenham o pagamento da dívida com a União suspenso por três anos (prorrogáveis por mais três), desde que atendam as contrapartidas constantes da proposta. Após esse período, os estados voltam a quitar seus débitos, mas ainda com parcelas reduzidas.

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Em troca dessa suspensão das dívidas, os estados terão que elevar a alíquota de contribuição previdenciária de servidores (ativos e aposentados) de 11% para, no mínimo, 14%. Está previsto ainda o congelamento de reajuste dos servidores públicos e a restrição à realização de concursos públicos.

A recuperação valerá para os estados que estão com grave situação fiscal, com mais de 70% do orçamento comprometidos com gasto de pessoal e serviço da dívida; dívida maior que a receita e caixa disponível menor que as despesas. Estão nessa situação, especialmente, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Os estados também terão que reduzir incentivos tributários, privatizar empresas estatais que prestam serviços financeiros, de energia e saneamento, além de outras medidas de corte de gastos.

Obstrução

Durante todo dia os partidos de oposição criticaram a proposta e tentaram obstruir a votação, se posicionando contra as contrapartidas exigidas pelo governo em troca da suspensão da dívida. “[O projeto] impõe constrangimento aos governos estaduais. Impõe extinção de órgãos, congelamento de salários. Não podemos de forma nenhuma deixar que o governo federal, ao negociar com os estados, que já estão com a corda no pescoço, diga: ‘te dou x, mas vocês terão que retirar 2x’”, disse o deputado Zé Geraldo (PT-PA).

Segundo o deputado Pepe Vargas (PT-RS), a medida vai impossibilitar que os estados invistam mais recursos em políticas como as de saúde e educação. “Para construir um hospital, uma escola, uma unidade da polícia militar, além de investimentos, exige pessoal, concurso público, contratação de médico, professor, militar. E esse artigo, que nós queremos excluir com o destaque, proíbe que se faça isso. É um absurdo”, disse.

O relator do projeto, deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), disse que retirar as contrapartidas acabaria com a essência do projeto. “Esses estados entraram nessa situação porque explodiram suas despesas com pessoal. Ora, se não as conter, não faz sentido se estabelecer um acordo para que os estados possam voltar ao equilíbrio”, disse. “Se estamos trabalhando para que os estados contenham a farra de gastos, nós temos que fechar essa torneira”.

Dos sete destaques, os deputados aprovaram apenas um destaque do PSD que retirou do texto a exigência de os poderes Legislativo e Judiciário e os tribunais de contas e o Ministério Público dos estados devolverem sobras de recursos ao caixa único do Tesouro estadual do participante do regime de recuperação. A alteração foi aprovada por 270 votos a favor e 3 contra.

A votação dos destaques ao Projeto de Lei Complementar 343/17, de autoria do Executivo, que trata do regime de recuperação fiscal dos estados superendividados, foi suspensa após a retirada do texto da contrapartida que trata da elevação da alíquota de contribuição de servidores de 11% para 14%, o mesmo do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS). Eram necessários 257 votos para manter o texto que exigia a elevação da alíquota, mas 241 deputados votaram favoravelmente, 185 votaram contra o texto e houve três abstenções.

Logo após proclamar o resultado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) encerrou a sessão na noite dessa terça-feira (25). Com isso, a conclusão da votação ficou sem data definida. O governo defendia a aprovação do projeto sem alterações, com o argumento de a medida ser necessária para tirar os estados do quadro de grave de endividamento.

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Ao final da sessão, ao ser questionado a respeito da derrota, Maia negou que a retirada da contrapartida tenha sido uma derrota do governo e disse que o resultado se deveu ao quórum baixo. "Perdi para o quórum. [Havia] 430 [no plenário] e [havia] 460 na Casa. São 30 votos", disse.

O texto principal foi aprovado na semana passada, depois de várias tentativas de votação. Deputados da oposição recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de impedir a votação da proposta.

Suspensão de dívidas

Enviado pelo governo neste ano, o projeto suspende o pagamento das dívidas estaduais com a União por três anos, prorrogáveis por mais três, desde que as contrapartidas de ajuste fiscal sejam adotadas pelos estados.

A recuperação valerá para os estados que estão em grave situação fiscal e que atendam aos seguintes requisitos: mais de 70% da receita corrente líquida comprometida com gasto de pessoal e amortização da dívida; dívida maior do que a receita e caixa disponível menor que as despesas.

Inicialmente, o texto vai beneficiar os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Outros estados que vierem a ficar em situação de superendividamento poderão também aderir ao plano de recuperação fiscal constante do projeto.

Os estados também terão que reduzir isenções tributárias para 10% ao ano, privatizar empresas estatais que prestam serviços financeiros, de energia e saneamento e, além destas, caberá aos estados definirem outras empresas que deseja privatizar para arrecadar recursos para o pagamento de passivos.

Para os estados aderirem, as assembleias legislativas devem aprovar leis que aumentem as receitas e diminuam as despesas, entre as quais estão a possibilidade de criação de previdência complementar; a revisão do regime jurídico dos servidores estaduais para suprimir benefícios não previstos no regime jurídico único da União; o congelamento de reajuste salariais e a restrição à realização de concursos públicos.

Mais cedo, o plenário havia rejeitado os destaques que estabeleciam o fim da obrigatoriedade da privatização de estatais dos estados que aderissem ao plano de recuperação fiscal e o congelamento de salários de servidores. Com a rejeição do aumento da alíquota, os deputados ainda precisam analisar mais seis destaques que pedem a supressão de outras contrapartidas dos estados.

O Plenário da Câmara dos Deputados manteve em nova votação as contrapartidas exigidas pela União aos Estados que aderirem ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), por 303 votos a 51. Um destaque foi apresentado pela bancada do PSOL para que fosse votado em separado o trecho do projeto que estabelece as duras medidas que terão que ser tomadas pelos governos estaduais. Um pouco antes, um destaque do PCdoB com a mesma finalidade também foi derrotado, por 302 votos a 98. Se as contrapartidas fossem retiradas, o projeto ficaria completamente desfigurado.

O RRF suspende por três anos o pagamento das dívidas dos entes em calamidade financeira com a União, em troca dessa série de contrapartidas. Para entrar no regime especial, os governos estaduais terão que reduzir incentivos fiscais, aumentar a contribuição previdenciária de servidores estaduais para 14%, privatizar empresas estatais, congelar reajustes salariais para servidores e deixar de realizar concursos públicos. Os Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os mais interessados na medida.

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O texto-base do RRF foi aprovado nessa terça (18) a noite por 301 votos a 127 - com sete abstenções -, mas os destaques que podem alterar o seu conteúdo estão sendo votados nesta tarde. Faltam ainda 10 destaques a serem apreciados. Só então o projeto será enviado ao Senado.

Após quatro tentativas frustradas, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite dessa terça-feira (18) o texto-base do projeto que cria o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) dos Estados. A matéria recebeu 301 votos a favor e 127 contra, com sete abstenções. A medida suspende por três anos o pagamento das dívidas com a União dos Estados em calamidade financeira, em troca de uma série de contrapartidas dos governos estaduais. Hoje serão votados 16 destaques que podem alterar o projeto antes que ele siga para o Senado.

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que acompanhou a votação no plenário da Câmara, disse que "a batalha" será evitar que os destaques desfigurem o projeto. Segundo ele, o presidente Michel Temer afirmou que pedirá ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que o projeto tramite em regime de urgência.

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"Vamos começar a trabalhar com os senadores amanhã mesmo. Na hora em que o regime estiver 100% aprovado, poderemos contar 60 dias para colocarmos todos os salários do Rio de Janeiro em dia", afirmou. Os Estados do Rio, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os mais interessados na medida.

"Esse projeto traz uma solução para o Rio, mas não é uma solução de pai para filho, é uma solução firme, que vai reorganizar as finanças do Estado", disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A aprovação do texto-base foi a primeira vitória do governo Temer na Casa após a divulgação, na semana passada, da lista de políticos que serão investigados com base nas delações da Odebrecht. A votação foi considerada uma "questão de honra" pelos deputados aliados, após a oposição conseguir derrotar o requerimento de urgência para acelerar a tramitação da reforma trabalhista (ver página B6). Para eles, isso demonstrou que o que houve mais cedo no plenário foi um acidente de percurso e não falta de apoio da base aos projetos do governo.

Para entrar no regime especial, os Estados terão de reduzir incentivos fiscais, aumentar a contribuição previdenciária de servidores estaduais para 14%, privatizar empresas, congelar reajustes salariais para servidores e deixar de realizar concursos públicos.

A equipe econômica deu aval para algumas alterações no texto que suavizaram parte dessas contrapartidas. Entre as mudanças no projeto original, o relator do projeto na Câmara, Pedro Paulo (PMDB-RJ), reduziu de 20% para 10% o porcentual mínimo que os Estados terão de cortar dos incentivos fiscais instituídos por lei estadual.

O texto também prevê que os Estados que aderirem ao regime poderão ser dispensados de privatizar parte de suas estatais quando o valor dos ativos ofertados for superior ao montante da dívida suspensa ao longo de três anos ou ao valor necessário ao equilíbrio fiscal. Essa mudança foi negociada diretamente com o Ministério Fazenda.

Foi ampliado o rol de estatais que poderão ser privatizadas. Na redação original, essas companhias poderiam ser dos setores financeiro, de energia e saneamento. O relator acrescentou a palavra "outros" ao texto. Segundo ele, os "outros" setores poderão ser negociados pelos governadores com as assembleias estaduais, às quais caberá aprovar as contrapartidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário da Câmara dos Deputados retomou por volta das 12h30 desta terça-feira (11) a discussão do projeto que trata da recuperação fiscal dos Estados. Assim como aconteceu na noite de segunda-feira (10) a oposição deu início a uma nova tentativa de obstruir a matéria e apresentou um requerimento de retirada do tema da pauta.

Pouco depois das 12h30, 363 deputados marcaram presença na Casa, mas o plenário ainda seguia praticamente vazio. Na segunda-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que esperaria um quórum de pelo menos 430 parlamentares para colocar o projeto em votação sem risco de que ele seja derrotado. Para ser aprovado, será necessário o voto de 257 deputados.

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O regime de recuperação fiscal prevê que Estados em severas dificuldades financeiras possam suspender por três anos o pagamento de suas dívidas com a União. Em troca, terão de cumprir algumas contrapartidas, como reduzir incentivos fiscais, aumentar a contribuição previdenciária de servidores estaduais, privatizar empresas estatais, congelar reajustes salariais para servidores e restringir concursos públicos.

Para tentar aprovar a proposta, o governo e o relator do projeto na Câmara, deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), fizeram uma série de concessões no texto. Com aval da equipe econômica, o relator amenizou algumas contrapartidas exigidas dos Estados para que possam aderir ao regime.

Em outra frente, a União prometeu regulamentar na próxima semana a renegociação de dívidas de diversos Estados com o BNDES, com previsão de carência de quatro anos. Mesmo assim, deputados da oposição e da base continuam fazendo críticas, avaliando que as contrapartidas são muito duras.

O relator do projeto que trata da recuperação fiscal dos Estados, deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), afirmou que a proposta será votada nesta quarta-feira, 29, no plenário da Câmara. Segundo ele, o prazo para a apresentação de emendas foi aberto nesta terça-feira, 28, e o seu relatório deverá ficar pronto até o fim do dia.

O peemedebista afirmou que vai apresentar sugestões ao texto enviado pelo Palácio do Planalto, mas vai manter a essência das contrapartidas exigidas dos Estados em troca da suspensão do pagamento das dívidas com a União. "Vão ser medidas que melhoram o projeto, mas não descaracterizam a proposta do governo", disse.

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Uma das mudanças que será proposta pelo relator vai ser permitir que os Estados escolham empresas de outros setores para privatizar, e não apenas as que atuem na área de saneamento, de energia e setor financeiro. Ele também quer possibilitar que os Estados assinem novos convênios quando ficar comprovada a economia de recursos em relação ao contrato anterior.

Segundo Pedro Paulo, o governo já sinalizou que, se as contrapartidas forem retiradas do texto, o presidente Michel Temer irá vetar o projeto, assim como aconteceu no ano passado, quando foi aprovada a renegociação das dívidas dos Estados, mas o plano de recuperação fiscal, que foi desconfigurado pelos deputados, foi barrado pelo Planalto.

Pelo regime proposto pelo governo federal, os Estados em calamidade financeira terão o pagamento da dívida com a União suspenso por três anos e, em troca, terão de tomar uma série de medidas para ajustar as contas nesse período.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), está em Brasília para acompanhar a votação. Pela manhã, ele fez um corpo-a-corpo na Câmara com os parlamentares para pedir apoio à aprovação do projeto. O Rio é um dos Estados que passa por uma crise financeira aguda e que seria beneficiado pela proposta. Rio Grande do Sul e Minas Gerais também estão com o mesmo problema.

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