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O Plenário da Câmara dos Deputados manteve em nova votação as contrapartidas exigidas pela União aos Estados que aderirem ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), por 303 votos a 51. Um destaque foi apresentado pela bancada do PSOL para que fosse votado em separado o trecho do projeto que estabelece as duras medidas que terão que ser tomadas pelos governos estaduais. Um pouco antes, um destaque do PCdoB com a mesma finalidade também foi derrotado, por 302 votos a 98. Se as contrapartidas fossem retiradas, o projeto ficaria completamente desfigurado.

O RRF suspende por três anos o pagamento das dívidas dos entes em calamidade financeira com a União, em troca dessa série de contrapartidas. Para entrar no regime especial, os governos estaduais terão que reduzir incentivos fiscais, aumentar a contribuição previdenciária de servidores estaduais para 14%, privatizar empresas estatais, congelar reajustes salariais para servidores e deixar de realizar concursos públicos. Os Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os mais interessados na medida.

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O texto-base do RRF foi aprovado nessa terça (18) a noite por 301 votos a 127 - com sete abstenções -, mas os destaques que podem alterar o seu conteúdo estão sendo votados nesta tarde. Faltam ainda 10 destaques a serem apreciados. Só então o projeto será enviado ao Senado.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, se reuniu na manhã desta terça-feira (27) com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em busca de apoio para que a Casa aprove as contrapartidas exigidas dos Estados em troca da renegociação da dívida com a União. Para Guardia, postergar o pagamento da dívida sem as compensações não vai resolver a crise pela qual passam os governos estaduais.

Na semana passada, a Câmara aprovou o projeto de renegociação da dívida dos Estados, mas retirou as principais contrapartidas exigidas aos governadores, como a que previa limitação na contratação de pessoal e de ajuste salarial a servidores estaduais.

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Como a proposta já tinha sido aprovada no Senado, quando as contrapartidas tinham sido mantidas, ela seguiu da forma como foi aprovada pelos deputados para sanção do presidente Michel Temer, que ainda não deu seu parecer.

"Dado que parte do projeto não foi aprovado (pela Câmara), sobretudo a questão das contrapartidas, estamos, o governo junto com o legislativo, buscando soluções para que a gente consiga ter um mecanismo eficaz que possa ajudar a resolver o problema dos Estados que efetivamente estão numa situação fiscal mais grave", afirmou Guardia.

O secretário-executivo disse que ainda não há uma definição sobre a maneira como essas contrapartidas seriam "reintroduzidas", mas ressaltou que sentiu que Maia está aberto a discutir soluções. "O presidente Rodrigo Maia está atento e preocupado para que a gente tenha uma solução que seja juridicamente consistente e que permita avançar e resolver o problema, mas a gente ainda não tem a solução", afirmou.

Guardia afirmou que, sem as contrapartidas, o problema dos Estados não será resolvido. "Não adianta você postergar o pagamento da dívida, porque o problema dos Estados não está no pagamento da dívida. Alguns Estados estão mais endividados que os outros, mas o problema central está no desequilíbrio na estrutura de receitas e despesas, particularmente no que diz respeito a despesa de pessoal e previdenciária. Essa é a questão central", disse.

Para o secretário-executivo da Fazenda, "não tem sentido" postergar o pagamento da dívida, sem dar os "instrumentos e condições para que Estados façam ajuste". "Não basta adiar a dívida. Isso seria só jogar o problema para frente", declarou.

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