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Afastado do centro do Rio, o Parque Olímpico requer uma deslocação um pouco mais demorada para os torcedores. Nesta segunda (8), o Portal LeiaJá fez o trajeto de metrô e constatou o bom funcionamento no serviço.

Na estação da Glória, o tempo médio entre os trens não passou de quatro minutos. Apesar de cheio, os vagões acomodam satisfatoriamente os passageiros. Diferente ao que ocorre em outras cidades brasileiras, não há comerciantes ambulantes nem nas plataformas, nem dentro do metrô.

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Ao lado dos cariocas que usam o serviço cotidianamente, turistas estrangeiros têm utilizado o transporte público. A reportagem do Portal LeiaJá flagrou vários gringos passando mal e vomitando dentro do metrô; prováveis consequências da noite de domingo carioca.

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Linha 4

De Ipanema, a recém-inaugurada Linha 4 leva os torcedores até a Barra da Tijuca. Para adentrar, só com o RioCard: o mais barato, válido por apenas um dia, custa R$ 25.

Em menos de 20 minutos, chega-se à Barra e, numa integração muito bem organizada, todos entram nos BRTs exclusivos para acessar o Parque Olímpico. 

Se o legado à mobilidade carioca perdurará após os Jogos, é uma incógnita. Os bilhões gastos devem ser discutidos. Porém, é inegável: o transporte público até o Parque Olímpico funciona.

Uma longa fila, confusão, nervosismo sob o sol, e, em seguida, um sprint libertador: foi assim a abertura ao público do Parque Olímpico, neste sábado, para o primeiro dia dos Jogos do Rio de Janeiro.

Uma fila de espera impressionante começou a se formar desde a saída da estação do BRT, transportando milhares de espectadores dos bairros turísticos do Rio até o Parque Olímpico, localizado cerca de 30 quilômetros a oeste, na Barra da Tijuca. A multidão de espectadores se estendia por centenas de metros, até os detectores de metal filtrando a entrada dos visitantes.

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Muitos eram brasileiros, como durante a Copa do Mundo, e vestiam a camisa amarela da Seleção de futebol. Os americanos, com o rosto corado, derretiam com o sol brilhante do "inverno" carioca. Na sombra, 30° C, mas, aqui, não uma árvore se quer à vista. Apenas o concreto superaquecido.

Um fator a mais para aquecer a cabeça: os espertinhos ​​que fingem ignorar, com ar inocente, que a fila se estendia em forma de U em duas fileiras, para cortá-la e tentar ganhar algumas centenas de metros.

Eles eram rapidamente chamados à atenção pelos mais disciplinados, "Hei, Ou! A fila está lá, você tem que esperar como todo mundo!". Os voluntários pareciam sobrecarregados e tensos, ao contrário dos militares uniformizados e com armas em mãos, parados a cada vinte metros em grupos de dois ou três, impassíveis por trás de seus óculos escuros.

Novos ônibus chegavam, para um fluxo de visitantes que continuava a crescer, prenunciando algo pior. Mas, de repente, os organizadores abriram os portões metálicos, liberando novas vias.

Os voluntários gritavam ao megafone, com gestos apressados: "Não tem fila aqui! Vem. Vai pela esquerda, é mais rápido. Entrem por todos os acessos, entrem por todos os acessos"!

"Alguns problemas"

É como se tivessem dado o sinal de partida da maratona: aqueles que caminhavam começaram a correr a toda velocidade, invadindo os portões do Olympus. Cada um por si, numa cavalgada desenfreada.

A situação é então normalizada rapidamente. Meia hora depois, os recém-chegados se dirigiam sem problema às arenas olímpicas, sem esperar um tempo exagerado nos portões de segurança.

"Tivemos alguns problemas, especialmente no Parque Olímpico", reconheceu Mario Andrade, chefe de comunicações do comitê organizador Rio-2016 numa conferência de imprensa.

"Pedimos desculpas a todos aqueles que tiveram que esperar em filas no sol e esperamos que ninguém tenha perdido uma competição por causa disso", acrescentou.

Entre eles Adriana Barbosa, uma arquiteta, e seu marido Fernando Martins, um consultor de negócios, que vieram de São Paulo para passar o fim de semana no Rio para participar do torneio de tênis.

Como muitos visitantes, eles optaram pela nova linha do metrô que agora liga os bairros de Copacabana e Ipanema à entrada da Barra da Tijuca, onde devem então pegar uma linha de ônibus exclusiva para chegar ao Parque Olímpico, a cerca de 30 km do ponto de partida.

"O metrô está muito bom. Mas, em compensação, a confusão era grande para entrar no ônibus e fomos embalados como sardinhas", disse Adriana.

"No total, levamos 40 minutos para chegar aqui, foi rápido", acrescenta ela.

Ela então emenda que, em um dia comum no Rio de Janeiro, sem esta nova linha de metrô na hora do rush, pode demorar até três horas de carro, ou apertado em um ônibus com ou sem ar condicionado, para a mesma rota.

Mais do que contar com o ingresso para alguma sessão que ocorra naquele dia, para acessar o Parque Olímpico o torcedor precisará ficar atento para evitar contratempos. Há uma lista de itens proibidos de se levar ao local, o que inclui até mesmo tampa em garrafas d’água.

A relação de objetos proibidos consta nos ingressos. "Na hora de sair de casa, é bom revisá-lo para evitar dissabores na hora da entrada", disse André Furtado, gerente geral de Instalações do Comitê Rio-2016 para a região da Barra da Tijuca.

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Garrafas d’água, por exemplo, só poderão ser levadas se estiverem sem rótulo e até mesmo sem a tampa. A explicação é que, fechada, uma garrafinha poderia ser arremessada e machucar alguém. O chamado "pau de selfie", capacete, objetos que emitam som (como apitos) ou sejam pontiagudos também são proibidos, assim como balões ou recipientes com qualquer tipo de gás, como os aerossóis. Protetor solar é permitido, em frascos de até 200 ml.

Os pais precisam desembolsar ingressos para os filhos pequenos. Isso porque ser criança de colo não garante entrada no Parque Olímpico. O Rio-2016 alerta que toda criança maior de dois anos só conseguirá entrar se tiver ingresso próprio.

Para chegar ao local, a única opção é o transporte público, via BRT. Duas estações ficam próximas ao Parque Olímpico. Carros, táxis, vans, motos ou bicicletas não terão acesso às vias de entorno, salvo os da família olímpica ou de moradores previamente cadastrados. Skates, mesmo que carregados na mão, também serão vetados.

Pela programação, a maioria das arenas abrirá duas horas antes do início da disputa - o Parque Olímpico abrirá diariamente duas horas antes da primeira competição agendada. Como haverá duas grandes áreas de convivência, o Rio-2016 espera que os torcedores cheguem cedo para evitar correria de última hora.

"Como deverá haver um fluxo grande de pessoas, a gente preconiza que o espectador chegue no Parque pelo menos uma hora e meia antes da sessão começar, para que consiga se localizar, conhecer o parque e ir se sentar confortavelmente sem atraso", explicou Furtado.

A prefeitura do Rio entregou neste domingo o Velódromo Olímpico ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A obra sofreu com atrasos e polêmicas na contratação da construtora e de um orçamento inicial de R$ 118 milhões, acabou recebendo R$ 143,5 milhões de investimentos.

"O campo de competições para a Olimpíada está extraordinário e vai permitir um alto nível de competições. Eu creio que o Rio de Janeiro terá a partir do fim das Olimpíadas, como legado, um grande equipamento para desenvolver o ciclismo no estado e no Brasil. Fazemos daqui um ponto de referência para o ciclismo de pista em todo o Brasil", disse Leonardo Picciani, ministro do Esporte, presente ao evento de entrega do Velódromo.

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O Velódromo foi a última obra a ser entregue, completando o Parque Olímpico da Barra. O palco das provas de ciclismo e paracilismo de pista recebeu R$ 118,8 milhões do Ministério do Esporte. Neste fim de semana, ciclistas de sete países - Brasil, Suíça, Austrália, Rússia, Japão, China e Hong Kong - realizaram o teste esportivo da pista.

Segundo informações do governo federal, a pista de 250 metros é feita de pinho siberiano e foi desenhada pelo alemão Ralph Schürmann. As placas e tesouras de madeira que dão suporte ao piso foram importadas da Alemanha. Foram utilizados cerca de 55 km de madeira e 94 treliças, além de 1,2 tonelada de pregos.

O tipo de pinho utilizado é menos suscetível à umidade e ao calor, o que torna a pista mais durável. A instalação terá flexibilidade para outras configurações de arena e permitirá que o Rio de Janeiro possa sediar competições internacionais após os Jogos.

O Velódromo é a única estrutura dos Jogos Olímpicos do Rio que ainda não havia sido entregue e também será a única que não receberá nenhum evento-teste. A ideia original era de um evento em março, o que acabou sendo cancelado. Uma segunda data foi sugerida, no dia 29 de abril. Mas também teve de ser anulada.

Considerada uma das construções mais difíceis devido à engenharia complexa da pista, a obra do Velódromo foi prejudicada por erros nos projetos básico e executivo, o que culminou no atraso de quatro meses no seu início. Não bastasse isso, a empresa que venceu a licitação está em recuperação judicial e precisou subcontratar outra empreiteira para executar o serviço. Para completar, a Prefeitura do Rio decidiu romper o contrato com a construtora em maio e o caso está na Justiça.

Contratada em fevereiro de 2014, a Tecnosolo questiona o rompimento. A construtora reclama atraso nos repasses da prefeitura - que afirma estar em dia com os pagamentos - e aponta para erros nos projetos básico e executivo. Segundo a empreiteira, os projetos apresentados no momento da assinatura do acordo precisaram ser refeitos sob risco de a obra apresentar "um enorme risco à população".

A mudança no escopo do contrato e o atraso nas obras obrigou a Prefeitura do Rio a autorizar um aditivo no contrato. Orçado em R$ 118 milhões, o Velódromo tem custo agora de R$ 143 milhões, um aumento de R$ 25 milhões.

Michel Temer, o presidente em exercício do Brasil, embarcou na manhã desta terça-feira para o Rio de Janeiro, onde visitará as obras do Parque Olímpico. A previsão, segundo a agenda presidencial, é que Temer se encontre com o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, às 10 horas, já no Parque Olímpico.

Na sequência, o presidente em exercício terá uma reunião com o Presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman. Às 11 horas, Temer faz a visita propriamente dita e em seguida participa de uma reunião de trabalho com os organizadores do evento e ministros.

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O prefeito do Rio, Eduardo Paes, convidou Temer para um almoço, mas, de acordo com interlocutores, o presidente em exercício preferiu esperar para ver o tempo que agenda relativa aos Jogos Olímpicos vai demorar para então dar uma resposta ao correligionário. Temer não quer ficar muito tempo longe de Brasília para se concentrar na agenda econômica do governo, que está sendo finalizada.

Palco de provas de velocidade no ciclismo, o velódromo do Parque Olímpico da Barra, no Rio, tem se notabilizado justamente pelo oposto: a demora. Considerada uma das construções mais difíceis devido à engenharia complexa da pista, a obra foi prejudicada por erros nos projetos básico e executivo, o que culminou no atraso de quatro meses no seu início.

Não bastasse isso, a empresa que venceu a licitação está em recuperação judicial e precisou subcontratar outra empreiteira para executar o serviço. Para completar, a Prefeitura do Rio decidiu romper o contrato com a construtora este mês e o caso está na Justiça.

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Contratada em fevereiro de 2014, a Tecnosolo questiona o rompimento. A construtora reclama atraso nos repasses da prefeitura - que afirma estar em dia com os pagamentos - e aponta para erros nos projetos básico e executivo. Segundo a empreiteira, os projetos apresentados no momento da assinatura do acordo precisaram ser refeitos sob risco de a obra apresentar "um enorme risco à população".

A mudança no escopo do contrato e o atraso nas obras obrigou a Prefeitura do Rio a autorizar um aditivo no contrato. Orçado em R$ 118 milhões, o velódromo tem custo agora de R$ 143 milhões, um aumento de R$ 25 milhões. Mesmo assim, ainda não há data específica para ser entregue. "Será em junho", prometeu a Empresa Olímpica Municipal (EOM).

A EOM culpa a empreiteira pelos atrasos e decidiu romper o contrato no último dia 17. No lugar da empreiteira, quem executa as obras é a Engetécnica. A empresa já trabalhava na instalação olímpica desde fevereiro deste ano, subcontratada pela própria Tecnosolo.

Nos bastidores, já há quem se dá por satisfeito se o velódromo for entregue em totais condições de disputa. Mas isso provavelmente só será sabido durante os Jogos do Rio, já que o local não terá nenhum evento-teste. O motivo: o velódromo, que deveria estar pronto em dezembro do ano passado, atingiu nesta semana apenas 88% de índice de execução.

O que acontece no velódromo do Rio-2016 é bem diferente do que foi visto na última Olimpíada. Há quatro anos, a construção era a menina dos olhos dos Jogos de Londres pela complexidade e cuidado com os detalhes. Não era para menos: durante a competição, o príncipe William e a duquesa Kate Middleton foram dois dos torcedores ilustres a assistirem a uma das provas. Paul McCartney também foi lá.

Representantes dos moradores da comunidade da Vila Autódromo, que fica junto ao local onde será construído o futuro Parque Olímpico dos Jogos Rio 2016, entregaram nesta quinta-feira ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, um projeto urbanístico para a manutenção da favela e que impediria a remoção das 450 famílias que lá moram.

A questão da destruição da Vila, localizada em área nobre da zona oeste da capital fluminense, é o ponto nevrálgico do projeto olímpico carioca. O cronograma atrasado da construção do Parque preocupa o Comitê Olímpico Internacional (COI).

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O projeto, batizado Plano Popular da Vila Autódromo, foi desenhado por professores e alunos de arquitetura, sociologia e assistência social das Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e quer o saneamento e uma pequena urbanização da comunidade. Além de prometer solucionar violações ambientais que existem atualmente na região.

Eduardo Paes recebeu 10 dos representantes, mas não se comprometeu com a urbanização da favela. O prefeito, que concorre à reeleição, alegou que este é um momento eleitoral complicado e teme que qualquer medida seja utilizada para fins políticos.

"Essas pessoas moram lá há 40 anos. Não existe incompatibilidade entre o Parque Olímpico e a Vila Autódromo", disse Regina Bienenstein, professora da UFF e uma das coordenadoras do projeto. "Trata-se de uma comunidade pacífica. Não existem motivos sociais, de segurança ou ambientais que justifiquem a remoção", frisou a arquiteta.

Em entrevista na semana passada, Eduardo Paes reforçou que mantém a posição de retirar os moradores do local para um "condomínio de qualidade" a poucos quilômetros de distância. Disse, porém, que a remoção não vai se iniciar enquanto as novas moradias não estiverem prontas.

Os moradores rejeitam tal proposição. "A prefeitura tenta retirar a gente de lá há 20 anos. Mas continuamos a resistir", disse a artesã Jane do Nascimento Oliveira, de 57 anos, e que mora na favela há 11 anos. "Nosso projeto prevê que a prefeitura regularize as moradias e o comércio (da Vila), que nós vamos pagar os impostos", disse Jane, diretora da associação de moradores.

Outro argumento defendido pelos idealizadores do projeto é o custo. Segundo os números do Comitê Popular da Copa e Olimpíada do Rio de Janeiro, a urbanização da comunidade custaria R$ 13,5 milhões, bem abaixo dos R$ 38 milhões previstos para o reassentamento total da comunidade.

"Eles (a prefeitura) nem sequer nos mostraram o projeto das novas moradias. Não vimos nada", contou Bienenstein, que diz haver interesse comercial na área ocupada pela Vila Autódromo. "Querem construir condomínios de classe média alta e ninguém quer morar ao lado de uma favela", comentou.

Principal obra para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, a construção do Parque Olímpico começou simbolicamente nesta sexta (6), com o lançamento da pedra fundamental. Em 2016, o espaço vai receber as disputas de 14 modalidades, como basquete, natação e judô, além dos Centros Principal de Imprensa e Internacional de Transmissões, com capacidade para 20 mil jornalistas. Durante os Jogos, o Parque deve receber cerca de 200 mil espectadores por dia.

O início da obra só foi possível graças ao fim do impasse com a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), já que o Parque será construído onde hoje funciona o autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. O governo federal se comprometeu a construir um novo espaço para corridas em Deodoro, também na zona oeste. O começo da obra do Parque ocorrerá em paralelo à desativação do Nelson Piquet.

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"O Parque Olímpico é o maior desafio. É uma obra complexa, grande. Os prazos em uma competição como as Olimpíadas são sempre muito complexos. Mas nós estamos no prazo em absolutamente tudo", disse o prefeito Eduardo Paes.

A construção do Parque Olímpico para os Jogos de 2016, refém de uma polêmica entre a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e a prefeitura do Rio de Janeiro, pode sair do papel em 60 dias. A previsão é do consórcio vencedor do processo licitatório para a obra, anunciado nesta segunda-feira pela prefeitura e liderado pela Odebrecht e as construtoras Carvalho Hosken e Andrade Gutierrez.

O projeto do parque abrange a área onde hoje existe o Autódromo de Jacarepaguá. De acordo com a CBA, existe um acordo judicial que não permite a demolição da atual estrutura antes do início da construção de um novo autódromo. A confederação está temerosa de que a decisão da prefeitura comprometa a agenda do automobilismo deste ano. Há competições programadas já para o começo de abril e que se estendem até novembro.

Por isso, a CBA promete questionar a vitória do consórcio e acionar novamente a Justiça. O Parque Olímpico vai abrigar 50% das competições dos Jogos de 2016 e deve ocupar uma área de 1 milhão de metros quadrados. No local, já existem três equipamentos olímpicos utilizados no Pan-Americano de 2007: a Arena Multiuso, o Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo.

Ao todo, estarão em disputa 15 modalidades no parque, entre as quais basquete, judô e ginástica. As obras do Parque Olímpico devem custar R$ 1,4 bilhão - dinheiro que deverá ser empregado pelo consórcio e ainda pela União e prefeitura.

Em troca da obra, as empresas vencedoras do processo vão poder explorar economicamente áreas do entorno do parque e terão de reassentar moradores da Favela Vila Autódromo em um terreno cedido pela prefeitura. O consórcio liderado pela Odebrecht foi o único grupo a apresentar proposta para a construção do parque.

A licitação para construção do Parque Olímpico no Rio, principal obra para a Olimpíada de 2016, foi suspensa por duas liminares concedidas pela 5ª e 6ª varas de Fazenda Pública da cidade. Uma das ações é movida pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA); e a outra, por moradores da comunidade Vila Autódromo, que serão removidos para a obra. A abertura dos envelopes com as propostas, inicialmente marcada para ser realizada nesta quarta-feira, não aconteceu. A prefeitura negou irregularidades e informou que vai prestar todos os esclarecimentos à Justiça sobre o processo.

A ação da CBA pede que o Autódromo Nelson Piquet, que será destruído para a construção do Parque Olímpico, seja mantido em funcionamento até que fique pronto o novo local para disputa de competições de automobilismo na cidade. A juíza Margaret de Olivaes dos Santos, da 6ª Vara de Fazenda Pública, aceitou o argumento de que a prefeitura do Rio estaria descumprindo o acordo firmado com a CBA e, por isso, suspendeu a licitação.

Em nota, a prefeitura "reiterou que está mantido o compromisso" firmado com União, Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e CBA de somente dar início às obras "a partir da construção de um novo autódromo com padrões internacionais" em Deodoro, na zona oeste do Rio - "uma obrigação que é do governo federal", frisou o comunicado. Ainda de acordo com a prefeitura, "somente" teve início o processo licitatório do Parque Olímpico, "mas as obras estão condicionadas ao acordo estabelecido".

Já a juíza da 5ª Vara de Fazenda Pública, Roseli Nalin, concedeu liminar acatando pedido da Defensoria Pública do Estado, que representa a Associação de Moradores e Pescadores da Vila Autódromo. Desde 1993, a prefeitura tenta remover os moradores do local, processo que se agravou em 2007, com a demolição de parte do autódromo para construção do Parque Aquático Maria Lenk, do velódromo e do HSBC Arena.

"Eles falam em construir uma nova vila, mas não explicam como vai ser, se vamos ter saneamento, por exemplo", reclamou o presidente da Associação, Altair Guimarães, de 57 anos. A juíza determinou a suspensão do processo licitatório até que "seja esclarecido o verdadeiro destino dos moradores".

Segundo a prefeitura, a realização licitação não implica na retirada imediata dos moradores. Apesar da decisão contrária da Justiça, a prefeitura alegou que as alternativas de moradia para a comunidade já foram apresentadas. "A população só sairá da comunidade depois que as novas casas estiverem prontas", informou a nota.

A prefeitura informou ainda que, independente das liminares judiciais, a abertura dos envelopes já tinha sido adiada para o dia 5 de março, para uma correção no edital, relacionada às construções para os Jogos Olímpicos.

Considerado pelo Comitê Organizador dos Jogos do Rio como o "coração" da Olimpíada, o Parque Olímpico vai abrigar as disputas de dez modalidades, como basquete, judô, esportes aquáticos e ginástica. No local, será construído também o Centro Principal de Imprensa e o Centro Internacional de Transmissões, com capacidade para 20 mil jornalistas. Durante as competições, deverá receber cerca de 200 mil espectadores por dia.

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