Tópicos | Jogos de 2016

Ainda à espera de obras de manutenção e modernização, o Parque Aquático Júlio Delamare foi reaberto no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (4). O local quase foi demolido para dar lugar a novas instalações do Complexo do Maracanã, do qual faz parte, mas foi reconsiderado pelo governo estadual e liberado no início desta semana.

"Hoje é um grande dia para mim como dirigente. Esta é uma vitória de toda a comunidade e espero que isso se torne permanente, que seja um legado para as gerações futuras", afirmou Coaracy Nunes Filho, presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), em evento que contou com as presenças do secretário estadual de Esportes e Lazer, André Lazaroni, e do procurador federal André Odarcigy.

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A festa de reabertura foi marcada por uma solenidade e por apresentações de saltos ornamentais e nado sincronizado. A experiente Juliana Veloso, medalhista pan-americana, foi um dos destaques do evento. Fundado há 35 anos, o parque é o principal local de treinamento das duas modalidades no Rio de Janeiro.

O Júlio Delamare foi reaberto depois que o governador Sérgio Cabral voltou atrás e decidiu manter o parque que seria inicialmente demolido para dar lugar a um novo prédio, mais rentável financeiramente para a empresa que vencesse a licitação do Estádio do Maracanã. Cabral fez o anúncio no fim de julho na esteira das manifestações que abalaram sua imagem no estado.

O parque, contudo, foi reaberto sem apresentar as melhores condições para a prática esportiva. "Agora vamos reconstruir o ginásio de saltos ornamentais, instalar os blocos de partida mais modernos e fazer deste espaço um local de referência para as modalidades aquáticas", disse o presidente da CBDA.

A reforma ainda não teve início, mas a previsão é de que seja concluída até o segundo semestre do próximo ano. De acordo com a CBDA, o projeto já foi elaborado pela Empresa Municipal de Obras Públicas (EMOP), mas ainda não há um prazo definido para o início das obras.

"Há dois meses, após a decisão da permanência do Parque Aquático, demos o prazo de seis meses para realizar toda a burocracia da licitação para obras. A obra aqui não é complicada e, uma vez autorizada, será de curta duração", disse o secretário André Lazaroni.

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro anunciou, nesta terça-feira (22), um convênio com a Interpol. Pelo acordo de cooperação, firmado em Cartagena, na Colômbia, a entidade vai auxiliar o Comitê a combater os diversos crimes relacionados ao esporte, como falsificação de ingressos, manipulação de resultados, doping e proteção às marcas.

"O apoio da Interpol é fundamental em um evento desta dimensão, que envolve a interação entre diversas nacionalidades. O acordo estabelece o suporte do serviço de inteligência no combate contra todas as ações que possam afetar a integridade do esporte", afirmou Luiz Fernando Corrêa, diretor de Segurança do Rio 2016.

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Corrêa explicou que a assinatura do convênio com antecedência permitirá que o trabalho em conjunto já possa ser realizado nos eventos que servirão de teste para a Olimpíada. "Acertar o acordo a três anos dos Jogos vai permitir que o trabalho seja implementado nos eventos-teste", justificou.

O convênio foi assinado na noite de segunda-feira durante a 82ª Assembleia da Interpol, realizada em Cartagena. "A Interpol historicamente tem uma capacidade de mobilizar os melhores especialistas de todas as polícias do mundo para atender a demanda. É um acordo muito importante para o Comitê", disse o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble.

Depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) revelou preocupação com o atraso de 15 meses no início das obras no Complexo de Deodoro, fundamental para a organização dos Jogos do Rio/2017, uma das possibilidades que passou a ser discutida foi levar a canoagem slalom para Foz do Iguaçu. Com isso, seriam reduzidos os custos do Complexo, uma vez que já existe uma pista para a prova de correnteza no Paraná, dentro de Itaipu.

Nesta segunda-feira, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) se posicionou contra a decisão. "O problema é meramente técnico. O projeto do Canal Itaipu foi concebido em 1996/97, utilizando-se apenas de obstáculos fixos (pedras). Hoje o conceito é totalmente diferenciado, não se utilizam mais pedras e os obstáculos são móveis fabricados de plásticos. Esses obstáculos são movimentados no fundo do canal podendo a pista ser transformada em diferentes níveis técnicos", explicou o presidente da entidade, João Tomasini Schwertner.

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Ele reclama que, levando a competição para Itaipu, a canoagem slalom deixa de receber um legado com os Jogos. "A confederação entende que a oportunidade da realização dos Jogos Olímpicos no Rio e a construção da pista de canoagem slalom no Complexo de Deodoro é fundamental para continuar esse grande crescimento que o esporte está fazendo nos últimos anos para estar entre as potências olímpicas da modalidade", diz nota emitida pela CBCa.

Além disso, Tomasini alega um problema natural: o volume de água que entra no canal é de 9 metros cúbicos por segundo (contra 20 metros previstos), o que deixa o local com pouca profundidade e com obstáculos expostos que invariavelmente quebram os equipamentos. Também não há grande possibilidade de aumentar a capacidade de público.

"Sabemos que o Canal Itaipu não suportará tantas pessoas assim, a não ser que muitas obras sejam realizadas e a mata lateral seja suprimida o que será mais uma importante questão para ser resolvida junto ao IBAMA e o próprio Meio Ambiente da Itaipu Binacional", reforça Tomasini. Itaipu, porém, foi escolhida há um ano como sede do Mundial Júnior e Sub-23 de 2015. O Canal também recebeu o Mundial adulto de 2007.

Representantes dos moradores da comunidade da Vila Autódromo, que fica junto ao local onde será construído o futuro Parque Olímpico dos Jogos Rio 2016, entregaram nesta quinta-feira ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, um projeto urbanístico para a manutenção da favela e que impediria a remoção das 450 famílias que lá moram.

A questão da destruição da Vila, localizada em área nobre da zona oeste da capital fluminense, é o ponto nevrálgico do projeto olímpico carioca. O cronograma atrasado da construção do Parque preocupa o Comitê Olímpico Internacional (COI).

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O projeto, batizado Plano Popular da Vila Autódromo, foi desenhado por professores e alunos de arquitetura, sociologia e assistência social das Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e quer o saneamento e uma pequena urbanização da comunidade. Além de prometer solucionar violações ambientais que existem atualmente na região.

Eduardo Paes recebeu 10 dos representantes, mas não se comprometeu com a urbanização da favela. O prefeito, que concorre à reeleição, alegou que este é um momento eleitoral complicado e teme que qualquer medida seja utilizada para fins políticos.

"Essas pessoas moram lá há 40 anos. Não existe incompatibilidade entre o Parque Olímpico e a Vila Autódromo", disse Regina Bienenstein, professora da UFF e uma das coordenadoras do projeto. "Trata-se de uma comunidade pacífica. Não existem motivos sociais, de segurança ou ambientais que justifiquem a remoção", frisou a arquiteta.

Em entrevista na semana passada, Eduardo Paes reforçou que mantém a posição de retirar os moradores do local para um "condomínio de qualidade" a poucos quilômetros de distância. Disse, porém, que a remoção não vai se iniciar enquanto as novas moradias não estiverem prontas.

Os moradores rejeitam tal proposição. "A prefeitura tenta retirar a gente de lá há 20 anos. Mas continuamos a resistir", disse a artesã Jane do Nascimento Oliveira, de 57 anos, e que mora na favela há 11 anos. "Nosso projeto prevê que a prefeitura regularize as moradias e o comércio (da Vila), que nós vamos pagar os impostos", disse Jane, diretora da associação de moradores.

Outro argumento defendido pelos idealizadores do projeto é o custo. Segundo os números do Comitê Popular da Copa e Olimpíada do Rio de Janeiro, a urbanização da comunidade custaria R$ 13,5 milhões, bem abaixo dos R$ 38 milhões previstos para o reassentamento total da comunidade.

"Eles (a prefeitura) nem sequer nos mostraram o projeto das novas moradias. Não vimos nada", contou Bienenstein, que diz haver interesse comercial na área ocupada pela Vila Autódromo. "Querem construir condomínios de classe média alta e ninguém quer morar ao lado de uma favela", comentou.

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