Confusão marca abertura do Parque Olímpico ao público
A multidão de espectadores se estendia por centenas de metros, até os detectores de metal filtrando a entrada dos visitantes.
Uma longa fila, confusão, nervosismo sob o sol, e, em seguida, um sprint libertador: foi assim a abertura ao público do Parque Olímpico, neste sábado, para o primeiro dia dos Jogos do Rio de Janeiro.
Uma fila de espera impressionante começou a se formar desde a saída da estação do BRT, transportando milhares de espectadores dos bairros turísticos do Rio até o Parque Olímpico, localizado cerca de 30 quilômetros a oeste, na Barra da Tijuca. A multidão de espectadores se estendia por centenas de metros, até os detectores de metal filtrando a entrada dos visitantes.
Muitos eram brasileiros, como durante a Copa do Mundo, e vestiam a camisa amarela da Seleção de futebol. Os americanos, com o rosto corado, derretiam com o sol brilhante do "inverno" carioca. Na sombra, 30° C, mas, aqui, não uma árvore se quer à vista. Apenas o concreto superaquecido.
Um fator a mais para aquecer a cabeça: os espertinhos que fingem ignorar, com ar inocente, que a fila se estendia em forma de U em duas fileiras, para cortá-la e tentar ganhar algumas centenas de metros.
Eles eram rapidamente chamados à atenção pelos mais disciplinados, "Hei, Ou! A fila está lá, você tem que esperar como todo mundo!". Os voluntários pareciam sobrecarregados e tensos, ao contrário dos militares uniformizados e com armas em mãos, parados a cada vinte metros em grupos de dois ou três, impassíveis por trás de seus óculos escuros.
Novos ônibus chegavam, para um fluxo de visitantes que continuava a crescer, prenunciando algo pior. Mas, de repente, os organizadores abriram os portões metálicos, liberando novas vias.
Os voluntários gritavam ao megafone, com gestos apressados: "Não tem fila aqui! Vem. Vai pela esquerda, é mais rápido. Entrem por todos os acessos, entrem por todos os acessos"!
"Alguns problemas"
É como se tivessem dado o sinal de partida da maratona: aqueles que caminhavam começaram a correr a toda velocidade, invadindo os portões do Olympus. Cada um por si, numa cavalgada desenfreada.
A situação é então normalizada rapidamente. Meia hora depois, os recém-chegados se dirigiam sem problema às arenas olímpicas, sem esperar um tempo exagerado nos portões de segurança.
"Tivemos alguns problemas, especialmente no Parque Olímpico", reconheceu Mario Andrade, chefe de comunicações do comitê organizador Rio-2016 numa conferência de imprensa.
"Pedimos desculpas a todos aqueles que tiveram que esperar em filas no sol e esperamos que ninguém tenha perdido uma competição por causa disso", acrescentou.
Entre eles Adriana Barbosa, uma arquiteta, e seu marido Fernando Martins, um consultor de negócios, que vieram de São Paulo para passar o fim de semana no Rio para participar do torneio de tênis.
Como muitos visitantes, eles optaram pela nova linha do metrô que agora liga os bairros de Copacabana e Ipanema à entrada da Barra da Tijuca, onde devem então pegar uma linha de ônibus exclusiva para chegar ao Parque Olímpico, a cerca de 30 km do ponto de partida.
"O metrô está muito bom. Mas, em compensação, a confusão era grande para entrar no ônibus e fomos embalados como sardinhas", disse Adriana.
"No total, levamos 40 minutos para chegar aqui, foi rápido", acrescenta ela.
Ela então emenda que, em um dia comum no Rio de Janeiro, sem esta nova linha de metrô na hora do rush, pode demorar até três horas de carro, ou apertado em um ônibus com ou sem ar condicionado, para a mesma rota.