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Relatório divulgado nesta segunda-feira (20) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que, em 2013, o número de desempregados no mundo aumentou 5 milhões. Com isso, o número de pessoas sem emprego é cerca de 202 milhões, o que representa uma taxa de desemprego mundial de 6%. Segundo o relatório Tendências Mundiais de Emprego 2014, a fraca recuperação da economia mundial não foi capaz de levar a uma melhora no mercado de trabalho.

No ano passado, a maior parte do aumento do desemprego mundial foi registrada nas regiões da Ásia Oriental e da Ásia Meridional que, juntas, representam 45% das pessoas em busca de emprego, seguidas da África Subsaariana e da Europa. Por outro lado, a América Latina contribuiu com menos de 50 mil desempregados para a cifra mundial do desemprego.

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De acordo com a OIT, se a tendência atual se mantiver, o desemprego mundial continuará piorando e pode chegar a 215 milhões de pessoas em 2018. Nesse período, serão criados cerca de 40 milhões de novos empregos por ano, que representa um número menor do que os 42,6 milhões de pessoas que entram no mercado de trabalho anualmente.

O estudo destaca que a recuperação mundial do mercado laboral está sendo freada pelo déficit na demanda agregada. “Em muitas economias desenvolvidas, as drásticas reduções do gasto público e o aumento dos impostos sobre a renda e o consumo impõem uma carga pesada sobre as empresas privadas e as famílias”, disse a OIT.

“O que necessitamos com urgência é repensar as políticas. Devemos intensificar nossos esforços para acelerar a geração de empregos e apoiar as empresas que criam empregos”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

A duração do desemprego prolongou-se de maneira considerável, de acordo com a organização. Em países da zona do euro, como a Grécia e a Espanha, quem procura trabalho necessita do dobro do tempo – de 8 a 9 meses - para encontrar um emprego do que antes da crise financeira de 2008. Assim, “um número cada vez maior desses potenciais trabalhadores fica desalentado e sai da força de trabalho”, ressalta a OIT. Cerca de 23 milhões de pessoas abandonaram o mercado em 2013.

“Quando se estima que 23 milhões de pessoas abandonaram a busca de trabalho, é imperativo que sejam implantadas políticas ativas do mercado laboral com maior vigor para enfrentar a inatividade e o desajuste de qualificações”, assinalou o chefe da Unidade de Tendências do Emprego da OIT e principal autor do relatório, Ekkehard Ernst.

Segundo o estudo, o emprego informal continua alto e representa cerca de 48% do mercado de trabalho. Segundo a OIT, o ritmo de melhoria na qualidade do emprego está diminuindo, o que significa que um número menor de pessoas está saindo da pobreza. Em 2013, o número de trabalhadores em situação de extrema pobreza diminuiu apenas 2,7% em âmbito mundial, uma das taxas mais baixas da última década. São 375 milhões de trabalhadores vivendo com menos de US$ 1,25 dólar por dia.

O relatório acrescenta que uma mudança urgente rumo a políticas mais favoráveis para o emprego e a um aumento da renda derivada do trabalho impulsionariam o crescimento econômico e a criação de emprego. Além disso, para a OIT, é fundamental fortalecer a proteção social e a transição para o emprego formal.

O Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho (OIT) fez, no último dia 23, um balanço dos progressos desde a adoção da Convenção de Trabalhadores Domésticos da OIT (nº 189), em 2011. De acordo com o estudo, até setembro, nove países haviam ratificado, somando-se aos 36 que seguiam as normas recomendadas pelo documento.

De acordo com a OIT, os trabalhadores domésticos somam, em média, 53 milhões no mundo, sendo 7,2 milhões no Brasil. O objetivo dos esforços da Convenção é melhorar as condições de trabalho da categoria, que tem apenas 10% de trabalhadores cobertos pelas mesmas leis e legislação que os outros.

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Para a organização, a campanha global "12 para 12" - que visou conseguir a ratificação de 12 países à Convenção nº 189 até o fim de 2012 -, lançada pela Confederação Sindical Internacional (CSI), em parceria com a Sindicato Internacional da Alimentação, Produtos Agrícolas, Hotéis, Restaurantes, Tabaco e Associações (IUF) e a Rede Internacional de Trabalhadores Domésticos, contribuiu para os progressos.

Desde junho de 2011, o interesse na melhoria das condições de vida e de trabalho dos empregados domésticos se espalhou em todas as regiões. Reformas legislativas que modificam as diretrizes de contratação de trabalhadores domésticos foram concluídas em vários países, incluindo Argentina, Brasil, Espanha, Filipinas, Tailândia e Vietnã. Em vários outros países, iniciativas regulatórias e políticas estão sendo tomadas, incluindo Angola, Áustria, Bélgica, Chile, China, Finlândia, Índia, Indonésia, Jamaica, Marrocos, Paraguai, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos.

"Tudo isso mostra que a Convenção da OIT sobre trabalhadores domésticos e sua recomendação de acompanhamento efetivamente começaram a desempenhar o seu papel como catalisadores para a mudança", explica a diretora do Departamento de Igualdade de Condições de Trabalho da OIT, Manuela Tomei.

PEC das Domésticas - No Brasil, o esforço em consolidar leis que regulamentam o trabalho doméstico resultou, em abril deste ano, na promulgação da PEC das Domésticas, emenda constitucional que estabelece diretrizes para a contratação de funcionários de acordo com a Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT).

Dentre os beneficiados estão profissionais responsáveis pela limpeza de residências, babás, cozinheiras, jardineiros, motoristas particulares e cuidadores de idosos. As novas normas exigem jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, recebimento de hora extra, licença-maternidade, seguro-desemprego, indenização em demissões sem justa causa, conta no FGTS, salário-família, auxílio-creche e seguro contra acidente de trabalho.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), assinou nesta segunda-feira, 07, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, o decreto que institui e regulamenta a Comissão Municipal para a Erradicação do Trabalho Escravo (Comtrae). O órgão vai elaborar políticas públicas para enfrentar esse tipo de crime na capital paulista. O evento contou com a presença do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, Guy Ryder, em primeira visita oficial ao Brasil.

Neste dia 7 é celebrado o Dia Mundial pelo Trabalho Decente e Haddad aproveitou a ocasião para assinar também o decreto de instituição e funcionamento do comitê municipal para a promoção do trabalho decente. Além disso, foi assinado acordo de cooperação técnica com a OIT para a elaboração, promoção e implementação de uma agenda de trabalho decente no município de São Paulo.

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Em seu discurso, Haddad disse que o Brasil vem progredindo desde a Constituinte de 1988 nessa questão. "Mas os resultados obtidos até agora não podem nos fazer esmorecer", afirmou ele. O prefeito disse que é necessário uma busca ativa aos maus empresários e uma punição exemplar. Ele convocou a sociedade a ajudar a combater o crime de trabalho escravo por meio de denúncias.

Ryder afirmou que o Brasil tem despontado em diversas frentes nos últimos anos. Ele lembrou que o País vem realizando a prevenção e erradicação do trabalho infantil e escravo e tem reduzido o desemprego, aumentado o salário mínimo e ampliado o mercado para mulheres e jovens. De acordo com o diretor-geral da OIT, porém, ainda é preciso fazer mais. "São Paulo dispõe das melhores condições para tratar essa questão", afirmou ele, elogiando o compromisso de Haddad e ressaltando a importância de uma cidade do tamanho da capital paulista de firmar esses acordos.

Após o evento, Haddad disse que muitos empregadores não dignificam o trabalhador. "Não só não respeitam a legislação trabalhista como estão afastados de qualquer noção de direitos humanos. Isso precisa ser corrigido."

O prefeito citou como exemplo de medida concreta nessa direção o anúncio, feito na semana passada, de um acordo entre a Prefeitura e a Caixa Econômica Federal para facilitar a abertura de contas bancárias para imigrantes do Mercosul e Associados que vivem na cidade.

De acordo com a Prefeitura, o objetivo da medida é dar mais segurança, além de ampliar a cidadania e incentivar a regularização dessa população que vive na capital paulista. A Secretaria Municipal de Direitos Humanos estima que a parceria beneficiará mais de 400 mil pessoas.

A quantidade de crianças que realizam trabalhos perigosos diminuiu pela metade entre 2002 e 2012, caindo para 85 milhões o número de menores submetidos a tais condições, informou nesta segunda-feira (23) a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A queda, no entanto, não será suficiente para que seja cumprida a meta de não haver mais nenhuma criança envolvida nesse tipo de trabalho até 2016, prosseguiu a agência da Organização das Nações Unidas (ONU).

No informe quadrienal sobre a situação do trabalho infantil no mundo, a OIT considera significativa a redução. Em 2001, 171 milhões de crianças com idade entre cinco e 17 anos realizavam algum tipo de trabalho que colocava em risco sua saúde, sua segurança ou seu desenvolvimento moral, segundo dados da agência.

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Ao anunciar a redução pela metade do trabalho infantil em condições de risco, a diretora da OIT dedicada à erradicação do flagelo, Constance Thomas, argumentou que a meta estabelecida em 2006 era muito otimista. "Por isso é provável que não a alcancemos", declarou ela.

A OIT atribuiu a redução pela metade do trabalho infantil à vontade política dos governos pelo mundo, o que permitiu a aprovação de leis que brincam maior proteção social e educação para as crianças.

O total de crianças em situação de trabalho infantil em todo o mundo caiu um terço entre 2000 e 2012, de 245,5 milhões para 167,9 milhões, ou 10,6% da população infantil, de acordo com o relatório "Medir o progresso na Luta contra o Trabalho Infantil", divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O órgão aponta, porém, que essa diminuição não é suficiente para que se alcance o objetivo pactuado pela comunidade internacional de eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2016.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, disse que, embora na direção correta, os progressos nessa área são lentos. Segundo ele, é preciso intensificar os esforços em todos os níveis para acabar com o trabalho infantil em um futuro próximo. "Existem 168 milhões de boas razões para fazê-lo", afirmou.

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Publicado antes da Conferência Global sobre Trabalho Infantil, a ser realizada de 8 a 10 de outubro em Brasília, o relatório aponta que boa parte do progresso foi conquistada entre 2008 e 2012, período em que o número global de crianças trabalhando recuou de 215,2 milhões para 167,9 milhões. Mais da metade delas, 85,3 milhões, está envolvida em atividades perigosas, entendida como atividade ou ocupação que, pela sua natureza ou tipo, tenha ou conduza a efeitos adversos na segurança, saúde e desenvolvimento moral da criança. Um alento é que houve um recuo na comparação com o ano 2000, quando eram 170,5 milhões.

O maior número absoluto de crianças trabalhadoras está na região da Ásia-Pacífico. Para o grupo etário de 5 a 17 anos, as crianças em trabalho infantil perfazem 77,7 milhões naquela região. Para o mesmo grupo etário, existem 59 milhões de crianças trabalhadoras na África Subsaariana, 12,5 milhões na América Latina e no Caribe e 9,2 milhões no Oriente Médio e Norte da África.

A maior preocupação, porém, é com a África Subsaariana, onde mais de uma em cada cinco crianças (21,4%) se encontram em situação de trabalho infantil. Na mesma comparação, existem 9% de crianças na região da Ásia-Pacífico e América Latina e Caribe e 8% no Oriente Médio e Norte da África.

A região da Ásia-Pacífico registrou a maior redução absoluta de trabalho infantil nos grupos etários de 5 a 17 anos entre 2008 e 2012, de 113,6 milhões para 77,7 milhões. O total de crianças trabalhadoras no mesmo grupo etário diminui também na África Subsaariana, de 65 milhões para 59 milhões, e na América Latina e Caribe, de 14,1 milhões para 12,5 milhões.

O relatório da OIT destaca que há 99,7 milhões de meninos em situação de trabalho infantil, queda de 25% ante os 132,2 milhões em 2000. O recuo mais expressivo, porém, ocorreu entre meninas: eram 113,3 milhões em 2000 e passaram para 68,1 milhões em 2012, baixa de 40%.

É na agricultura que se encontra o maior número de crianças trabalhadoras: 98,4 milhões em 2012, ou 58,6% do total. Também são significativos os números registrados nos serviços (54 milhões ou 32,3%) e na indústria (12 milhões ou 7,2%), a maior parte dos casos na economia informal.

Motivos do progresso

O relatório aponta diversas ações que impulsionaram os avanços na luta contra o trabalho infantil nos últimos anos. O documento chama a atenção para o fato de que, apesar de o crescimento econômico ser importante, as opções políticas podem ser ainda mais. Como exemplo, nota que nunca foi tão claro como no período mais recente, de 2008 a 2012, o progresso continuado na luta contra o trabalho infantil, embora englobe anos de crise financeira mundial e suas consequências.

Com base no avanço de 2008 a 2012, a OIT estimou que em 2016 haverá 134 milhões de crianças em trabalho infantil, com 65 milhões em trabalhos perigosos, e em 2020 existirão 107 milhões de crianças trabalhadoras, com 50 milhões em trabalhos perigosos.

A OIT aponta uma série de iniciativas para aprimorar os dados sobre trabalho infantil e como combatê-lo, como o melhoramento das bases de dados estatísticos em nível mundial e regional, respostas específicas para grupo etário e gênero, atenção especial à agricultura e à África Subsaariana e cooperação e parcerias internacionais.

Brasil

O Brasil é mencionado apenas no que diz respeito a um aumento na importância relativa do trabalho infantil no setor de serviços. Segundo o relatório, parte desse aumento pode ser devido ao fato de que menos crianças trabalhadoras estão na categoria "não definido" em 2012, apontando para um melhor cálculo das crianças no setor de serviços, em especial os da economia informal.

"Esses resultados em nível mundial são semelhantes aos resultados nacionais em países como o México, o Brasil e a Indonésia, o que mostra também que o trabalho infantil fora da agricultura, e particularmente o trabalho infantil nos serviços, está ganhando terreno em termos de importância relativa", diz o documento.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou estudo na manhã desta quarta-feira, 17, fazendo um apelo aos países do G-20 - as 20 principais economias do mundo - para a adoção de políticas de criação de empregos. Segundo a entidade, que em seu relatório elogia medidas adotadas pelo Brasil, o fato de o desemprego estrutural no G-20 estar ainda mais elevado que no momento pré-crise econômica de 2008 é preocupante. Para a entidade é necessário ampliar essas políticas para haver um crescimento econômico "robusto, sustentável e equilibrado".

"Estou convencido de que se pode fazer mais. A experiência demonstra que se podem obter altos níveis de emprego e crescimento inclusivo através de uma bem elaborada combinação de políticas de apoio macroeconômico e de emprego, de políticas de mercado laboral e de proteção social planejadas para estender os benefícios do crescimento", disse o diretor geral da OIT, Guy Ryder.

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O estudo intitulado "Perspectivas a curto prazo e principais desafios para o mercado de trabalho nos países do G20" foi divulgado em Moscou, onde se realiza uma reunião dos países do grupo. A pesquisa cita estudo de 2010 com alguns exemplos de êxito na geração de empregos e destaca algumas medidas adotas pelo governo brasileiro.

Entre elas, a melhora do nível de cobertura dos salários mínimos, a ampliação da cobertura dos sistemas de proteção social, a concessão de subsídios para a contratação de pessoas de grupos vulneráveis e o aumento do nível de investimento em infraestrutura para promover crescimento econômico e produtividade a médio e longo prazos e facilitar a criação de emprego a curto prazo.

De acordo com o diretor da OIT, o desemprego em "níveis inaceitavelmente altos" é um desafio ainda maior devido à revisão para baixo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) das perspectivas de crescimento econômico global para este ano e o próximo. "Isto significa que nas atuais circunstâncias não podemos esperar melhoras significativas na situação do emprego, a menos que os países adotem políticas mais ambiciosas para enfrentar o déficit de postos de trabalho", disse.

Segundo dados da OIT e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o desemprego aumentou na metade dos países do G-20 e caiu um pouco na outra metade. Segundo o estudo, a taxa de desemprego está ainda mais alta entre os jovens, que também tiveram a sua taxa de participação nos mercados laborais declinada, com consequências preocupantes a longo prazo.

De acordo com o dirigente da OIT, o momento para os países do G-20 é de tomar novas medidas coletivas para garantir a manutenção do emprego em seus territórios. "O G-20 conseguiu sua legitimidade em 2009 mediante uma ação coletiva audaz e eficaz. Estamos outra vez em um momento em que o G-20 deve atuar de maneira audaz e decisiva para reverter a situação dos mercados laborais. O mundo está esperando que o G-20 faça um acordo em torno de um quadro político ambicioso e coordenado que possa estimular a criação de mais e melhores empregos", concluiu Ryder.

Ao menos 10,5 milhões de crianças trabalham em serviços domésticos por todo o mundo, em geral em condições perigosas e de escravidão, denunciou nesta quarta-feira a Organização Mundial do Trabalho (OIT). Segundo a agência das Nações Unidas, quase 70% destes jovens trabalhadores são meninas, e cerca de 6,5 milhões têm entre cinco e 14 anos.

A realidade no terreno escapa aos esforços da comunidade internacional para impedir esta exploração, disse Constance Thomas, diretora do programa mundial da OIT para eliminar o trabalho infantil. "A situação de muitos trabalhadores infantis domésticos não constitui apenas uma séria violação dos direitos das crianças, mas também um obstáculo para se atingir muitos objetivos de desenvolvimento, nacionais e internacionais", disse Thomas.

O problema afeta todas as partes do mundo, mas a situação na África subsaariana é especialmente preocupante, em particular em países como Burkina Faso, Gana, Costa do Marfim e Mali, alerta a organização com sede em Genebra.

O relatório de 87 páginas, publicado por ocasião do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho, também denuncia que muitas famílias do campo no Paquistão e no Nepal são forçadas a enviar seus filhos para o trabalho precoce para pagar suas dívidas. Expostos à violência física, psicológica e sexual e a condições de trabalho abusivas, as crianças trabalhadoras, em geral, não têm contato com suas famílias e ficam dependentes de seus empregadores.

A OIT também alerta que muitos são obrigados a se prostituir. "Precisamos de uma base legal contundente que identifique claramente, previna e elimine o trabalho infantil nos serviços domésticos e proporcione condições de trabalho decentes para que os adolescentes possam trabalhar legalmente", concluiu Thomas.

A crise de 2008 deixou um déficit de 14 milhões de empregos no mundo, aponta a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Somado aos 16,7 milhões de jovens que chegarão ao mercado de trabalho em 2013, o déficit global será de 30,7 milhões de empregos neste ano. Os países ainda lutam para alcançar o nível de emprego pré-crise e a pior situação é enfrentada pelas economias desenvolvidas.

Nos chamados países avançados, uma taxa de emprego superior à do período que antecedeu a crise só deve ser alcançada em 2018, enquanto nos emergentes a situação já deve ser conquistada em 2015. As informações fazem parte do relatório "Reparando o tecido econômico e social", divulgado nesta segunda-feira, 1, pela instituição.

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Nos países emergentes e em desenvolvimento a evolução da situação do emprego é melhor do que o panorama mundial. Mas o crescimento do emprego ainda não é tão rápido quanto o visto no período anterior à crise. Também é insuficiente para absorver um aumento na população em idade ativa.

A expectativa é de que, a partir deste ano, o crescimento da população em idade para trabalhar desacelere para uma taxa anual de 1,2% até 2018, enquanto o crescimento do emprego deve acelerar para uma taxa média anual de 2,1% no mesmo período. Com isso, as taxas de emprego devem retornar ao nível anterior ao da crise em 2015.

Nas economias avançadas, de acordo com a OIT, a situação do emprego é mais problemática, especialmente na zona do euro. Entre 37 economias consideradas avançadas, apenas seis (Alemanha, Hungria, Israel, Luxemburgo, Malta e Suíça) têm taxas de emprego que excedem o período pré-crise. Em 2014, o emprego já deve subir para nível superior ao que antecedia a crise, mas com o crescimento da população economicamente ativa a taxa de emprego nas economias desenvolvidas não se recuperará até 2018.

"As economias desenvolvidas enfrentam o duplo desafio de fechar o déficit de empregos existente e ao mesmo tempo criar empregos para os 20 milhões de jovens adicionais esperados para entrar no mercado de trabalho nos próximos cinco anos", aponta o relatório.

Desemprego

As taxas de desemprego em 2012 chegavam a 5,9% no mundo, 0,5 ponto porcentual acima do patamar anterior à crise. O desemprego global voltou a crescer em 2011, explica a OIT, e deve aumentar para 6% neste ano, atingindo 205 milhões de pessoas em 2014. Para 2015, a estimativa é de que chegará a 207,8 milhões de desempregados e, em 2018, a 214 milhões.

Brasil

O relatório destaca o aumento da classe média no Brasil entre 1999 e 2010. "Taxas de pobreza também diminuíram consideravelmente", diz o texto da OIT, que menciona programas "ambiciosos" sociais e trabalhistas. "Embora o objetivo principal de muitos desses programas fosse o de aliviar a pobreza, as medidas redistributivas ajudaram a reduzir a desigualdade e aumentar o grupo de rendimento médio", aponta o estudo.

O texto menciona o programa Bolsa Família e o salário mínimo forte como duas explicações para a redução da pobreza, que funcionou como "motor econômico" no País. Para a OIT, o salário mínimo pode ser uma ferramenta poderosa para o trabalho decente e crucial para complementar a luta pela proteção social e a diminuição da pobreza.

O documento aponta que os grupos de renda média estão encolhendo em muitas economias avançadas, em parte em consequência do desemprego de longa duração, que enfraquece a qualidade do trabalho e faz com que as pessoas abandonem o mercado de trabalho. Já na América Latina os grupos de renda média avançaram durante a última década graças ao crescimento econômico, a criação de empregos de qualidade e a diminuição das desigualdades. O avanço do grupo de renda média entre 1999 e 2010 foi considerável no Brasil, de 15,8 pontos porcentuais, e no Equador, de 14,6 pontos.

A OIT aponta que, em 2012, as taxas de emprego superaram as taxas anteriores à crise em 61,5% dos países com dados disponíveis, embora em algumas nações, como Barbados, Jamaica e México as taxas tenham ficado abaixo do nível anterior à crise. "Alguns países, como Colômbia e Chile, conseguiram aumentar seus níveis de emprego em mais de 4 pontos porcentuais desde 2007", destacou o documento.

O relatório enumera alguns desafios para que as economias avancem nos países da América Latina e Caribe, como a diminuição do emprego informal e das desigualdades de renda. O documento indica que se observaram progressos em relação aos salários reais, embora haja grandes diferenças de um país para outro. "Em 2012, os salários reais aumentaram em mais de 4% no Brasil e no Paraguai, mas o aumento foi de quase 1% na Colômbia e no México."

A OIT recomenda uma estratégia política equilibrada para registrar crescimento econômico que engloba reduzir a diferença entre crescimento salarial e aumento da produtividade, estimular o investimento, fortalecer as medidas de apoio à renda e ao salário mínimo e promover a criação de emprego formal e melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores informais.

Investimentos

Os investimentos no mundo como fatia do Produto Interno Bruto (PIB) global estão um ponto porcentual abaixo do nível anterior à crise. Em 2012, de acordo com a OIT, as economias emergentes responderam por quase 47% do investimento global em 2012, ante 27% em 2000. "Globalmente, o investimento está um ponto porcentual abaixo dos níveis pré-crise. Nas economias avançadas, o investimento está três pontos porcentuais abaixo dos níveis pré-crise", mostra o estudo, que relaciona o investimento com o emprego.

"Melhorar a atividade de investimento é crucial para permitir que as empresas aproveitem as novas oportunidades para se expandir e contratar funcionários", disse, em nota, o diretor do Instituto Internacional de Estudos do Trabalho da OIT, Raymond Torres.

Não é fácil ser jovem no atual mercado de trabalho, diz a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no relatório Tendências Globais de Emprego para a Juventude, divulgado hoje (8). De acordo com a organização, a fraca recuperação da economia mundial nos últimos dois anos agravou a crise de emprego entre os trabalhadores dos 15 aos 24 anos (de 15 a 18 anos, em condição de aprendiz). Essa preocupação já havia sido mencionada pela OIT no último relatório sobre o tema, em janeiro.

Estima-se que atualmente cerca de 73 milhões de jovens estejam sem trabalho, o equivalente à taxa de desemprego de 12,6% para as pessoas nessa faixa etária. A situação dos jovens é mais difícil nos países desenvolvidos, atingidos mais intensamente pela crise financeira internacional entre 2008 e 2009, informou a OIT. Em 2012, essa taxa chegou a atingir 54,3% na Espanha, 54,2% na Grécia, 38,7% em Portugal, 34,4% na Itália e 31,4% na Irlanda. De 2008 a 2012, o desemprego de pessoas entre 15 e 24 anos foi 24,9%, em média.

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A Espanha registrou recentemente a maior taxa de desemprego desde a década de 1970. Portugal e Itália também já manifestaram preocupação em relação ao desemprego no continente. Estima-se que o índice em relação aos jovens não caia para menos de 17% antes de 2016 nos países desenvolvidos. “Estes números evidenciam a necessidade de enfocarmos políticas que promovam o crescimento, a melhoria da educação e os sistemas de qualificação, além do emprego juvenil”, disse o subdiretor-geral de Políticas da OIT, José Manuel Salazar-Xirinachs.

Até 2018, a taxa de desemprego entre jovens está projetada para alcançar 12,8%, em média, com crescentes disparidades regionais, evidenciadas pela dinâmica no mercado de trabalho dos países em desenvolvimento, como o Brasil. Os dados da organização mostram que o aumento dessa taxa não tem ocorrido na América Latina e no Caribe. Em 2012, o Brasil registrou o índice de 13,7% de desemprego entre pessoas de 15 a 24 anos - o menor na série feita pela OIT entre 2000 e 2012. O México e o Chile foram outros países da região que tiveram taxas comparativamente baixas em relação aos demais - 9,7% e 15,8%, respectivamente.

Entre as consequências do desemprego entre jovens em países desenvolvidos estão a desistência dessas pessoas de entrar no mercado de trabalho, a tendência a ser menos seletivos em relação ao tipo de emprego que aceitam exercer e a perda de potencial produtivo das economias em geral, que não estimulam a força de trabalho responsável pela sustentação do futuro. “A sociedade está perdendo habilidades valiosas e deixando de crescer produtivamente, o que aconteceria se esses jovens fossem empregados em seu nível adequado de qualificação”, informou a OIT.

De acordo com a organização, muitos jovens estão recorrendo a atividades de meio período, assim como a informais. Empregos estáveis, com segurança, que foram quase padrão ente as gerações anteriores – pelo menos em economias desenvolvidas – têm sido cada vez menos acessíveis às gerações atuais.

Outro ponto problemático, segundo a OIT, é a incompatibilidade entre as atividades exercidas pelo jovens e a especialização que eles têm. Em média, 13,7% dos jovens europeus, entre 2000 e 2011, exerceram atividades não relacionadas às áreas em que se especializaram. As taxas de incompatibilidade mais altas em 2011 foram registradas em países escandinavos, na Finlândia (23,3%) e Suécia (23,1%). A mais baixa foi na Suíça, 1,6%.

Para a OIT, esses profissionais ficam desatualizados e com os conhecimentos defasados, devido ao tempo que passam afastados do mercado de trabalho. “É provável que essas consequências se agravem quanto mais se prolongue a crise do desemprego juvenil e acarretem custo econômico e social – como o aumento da pobreza e o crescimento mais lento, que superará amplamente o custo da inatividade”, explicou o subdiretor Salazar-Xirinachs.

Em reunião com centrais sindicais na noite desta quarta-feira no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff firmou o compromisso de regulamentar a convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), informou o ministro do Trabalho, Brizola Neto.

Segundo ele, a presidente assinou um decreto "internalizando a discussão", o que seria um primeiro passo para a regulamentação efetiva da convenção 151 no País. A convenção 151 disciplina as relações de trabalho na administração pública e as greves da categoria.

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Questionado sobre quando deveria sair a regulamentação, o ministro respondeu: "Depende de como vai avançar a negociação". Segundo Brizola Neto, os ministérios do Trabalho, do Planejamento e a Secretaria-Geral da Presidência da República acompanham as discussões.

Durante a reunião, Dilma reafirmou o compromisso de acelerar a reforma agrária. Segundo os sindicalistas, o governo se dispôs a discutir a diminuição da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário.

Sobre a Medida Provisória 595, que traz um novo marco regulatório para os portos, o ministro disse que até agora não ficou demonstrado que haverá perda de direitos trabalhistas.

"A MP tem de ser mantida nos seus fundamentos e somente nesse sentido, se fica claro que há prejuízo, perda de direitos trabalhistas, o que até agora não ficou demonstrado, não haverá grandes mudanças na MP", afirmou.

O ministro negou que a aproximação da presidente com os sindicalistas esteja relacionado ao clima de campanha eleitoral. "Esse é um governo popular que tem um compromisso permanente de diálogo com as forças sociais", declarou Brizola Neto.

O Brasil tem o maior número de empregadas domésticas do mundo e, apesar do avanço nas condições de trabalho, elas continuam recebendo menos da metade da média salarial e expostas a condições precárias. Dados divulgados, nesta quarta-feira (9), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam 7,2 milhões de domésticas no Brasil, uma a cada oito no total de 117 países.

Segundo a OIT, pelo menos 52,6 milhões de pessoas estariam trabalhando como domésticas no mundo, no que seria o primeiro esforço da entidade em calcular o segmento. Dessas, 83% são mulheres. O número não inclui as 7,5 milhões de crianças abaixo de 15 anos que também atuam como domésticas.

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A OIT admite que o número real deve ser "significativamente maior" e informa que os dados foram coletados com base no que cada país classifica como emprego doméstico, com anos de referência diferentes para cada informação. Mas, apesar de todas as limitações metodológicas e da dificuldade em comparar dados, a OIT estima que o Brasil tem o maior número mundial.

O País também seria "de longe" o mercado com maior número de empregadas na América Latina. Em termos regionais, a Ásia é a líder no número de domésticas, com 41% das trabalhadoras do mundo. Na América Latina, elas representam 37% do total.

Em 15 anos, mais 19 milhões de pessoas passaram a trabalhar como domésticas no mundo, um aumento de 58%. No Brasil, houve um salto de 5,1 milhões, em 1995, para 7,2 milhões, em 2009, último ano com dados disponíveis.

Mas, o segmento é também reflexo dos problemas sociais. Desses trabalhadores, 93% são mulheres. No País, uma a cada seis mulheres trabalha como doméstica. E uma a cada cinco mulheres negras trabalhando no Brasil é empregada doméstica.

"A desigualdade social explica em boa parte esses números", diz ao jornal O Estado de S. Paulo a vice-diretora geral da OIT, Sandra Polaski. "Existem famílias com renda suficiente para pagar por esses serviços, enquanto também existem pessoas dispostas a trabalhar por esses salários e nessas condições." Na Europa, com população superior à brasileira, o número de empregadas é bem inferior.

Apesar de liderar, o Brasil é citado pela OIT como exemplo de país que começa a adotar medidas para lidar com a situação. Segundo o levantamento, domésticas no Brasil trabalham em média 36 horas por semana, padrão mais próximo da Europa que de países como Arábia Saudita, Catar e Malásia, com mais de 60 horas de trabalho por semana.

Entre 2003 e 2011, o salário média de domésticas no País passou de R$ 333 para R$ 489, um aumento de 47%, ante a média de 20% nos demais salários. A OIT destaca que, no Brasil, empregadas têm direito a 120 dias de licença-maternidade. Um obstáculo é a informalidade. Cerca de 30% têm carteira assinada. Em 1993, eram apenas 18%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Os salários no Brasil crescem a um ritmo duas vezes maior do que a média mundial. Mas a produtividade do brasileiro não tem acompanhado o aumento da renda. Os dados são da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que ainda faz um alerta: o consumo tem registrado uma expansão ainda maior do que os salários, e trabalhadores estão se endividando, usando 100% de suas rendas para adquirir produtos e serviços.

Em média, os salários no mundo aumentaram em 1,2% em 2011. Mas, nos países ricos, a renda do trabalhador caiu 0,5% diante do desemprego, recessão e das políticas de austeridade. Na Grécia, a redução salarial foi de 15% em 2010 e 2011, e na Espanha de 4%. No Reino Unido, os salários recuaram 6% entre 2009 e 2011, e nos Estados Unidos há uma estagnação da renda.

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Já no Brasil, a taxa cresceu 2,7% no ano passado, depois de uma expansão de mais de 3% ao ano desde 2004. A taxa de 2012, apesar de mais elevada que no resto do mundo, ficou abaixo da média dos últimos anos. Em 2006, a expansão foi de 4%, ante 3,2% em 2007, 3,4% em 2008, 3,2% em 2009 e 3,8% em 2010. O que os dados mostram, porém, é que a produtividade do trabalhador brasileiro não seguiu o mesmo ritmo. Enquanto a média de expansão anual dos salários foi de pouco mais de 3% nos oito anos, os ganhos de produtividade ficaram em 2,2%.

No resto do mundo, a OIT nota uma tendência contrária: salários crescem menos do que a produtividade. Ou seja, trabalhadores estão produzindo cada vez mais, mas sem aumento de renda proporcional. "Os trabalhadores estão se beneficiando menos dos frutos do trabalho, enquanto os donos do capital se beneficiam mais", diz o estudo.

Nos países ricos, a produtividade aumentou duas vezes mais rápido do que os salários desde 1999. Na Alemanha, cresceu 25% em 20 anos, enquanto os salários apenas acompanharam a inflação. Se no Brasil os salários registraram aumento, ele não foi o maior entre os emergentes. O destaque continua a ser a China, com um aumento de renda dos trabalhadores de 10% ao ano, mesmo na crise. Segundo a OIT, foi essa tendência que permitiu que, em pouco mais de uma década, os salários quase triplicassem. Países como Uruguai, Rússia, África do Sul, Malásia e Tailândia registraram crescimento na renda superior ao do Brasil.

Apesar da expansão, a OIT diz que a disparidade salarial média de um operário brasileiro numa fábrica e um trabalhador num país rico ainda é grande. Por hora, um funcionário de uma fábrica no Brasil ganha em média US$ 5,50, menos do que se ganha em Portugal ou na Argentina. Na Grécia, o salário é de US$ 13 por hora, ante mais de US$ 23 nos EUA e US$ 35 na Dinamarca.

Dívida

Outro alerta da OIT se refere ao destino dado a essa renda extra no País e o endividamento dos trabalhadores. Para a entidade, há sinais claros de um padrão de consumo que está levando à elevação de dívidas, acima mesmo de um aumento do consumo baseado nos salários. Na prática, a expansão do consumo não está seguindo o aumento da renda, mas dos créditos.

Na avaliação da Organização, "há uma propensão muito alta para consumir" entre os beneficiados pelo aumento de salários no Brasil. "Estudos mostram que assalariados gastam 100% de suas rendas, com poupanças privadas vindo apenas dos lucros feitos pela camada mais elevada da população", alertou a OIT. "Ainda que esse ambiente beneficie aqueles que promovem investimento de capital, está também levando a uma acumulação de dívidas que alimentam o crescimento econômico via consumo", indica a entidade.

Guy Ryder, diretor-geral da OIT, admitiu a tendência de endividamento do trabalhador brasileiro. "Sabemos que os brasileiros gostam de consumir. Isso pode ser central na economia e gerar dinamismo", apontou o britânico. Mas alerta para o fato de que, no médio prazo, o "crescimento precisa ser baseado em investimentos". Mas o que mais preocupa a OIT não é a situação no Brasil, mas a redução de salários em países afetados pela crise. "A recessão está tendo um impacto profundo nos trabalhadores", alertou Ryder. "O Brasil, por exemplo, aumentou consideravelmente seu salário mínimo e isso teve impacto significativo", aponta a entidade.

"Apesar de a estratégia de revalorização do salário mínimo ter começado há 20 anos, ela acelerou em 2005 e continuou a fazê-lo ainda durante os piores meses da crise e fez parte da estratégia anticíclica." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O aumento do desemprego entre jovens no mundo preocupa a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A organização estima aumento da taxa global de desemprego juvenil de 12,7%, este ano, para 12,9%, em 2017.

De acordo com o documento Panorama Mundial do Emprego: Perspectivas Pouco Animadoras para os Jovens no Mercado Laboral, divulgado nesta terça-feira (4), a crise na zona do euro contribuiu para o crescimento das taxas de desemprego na faixa etária entre 15 e 24 anos, inclusive em países emergentes, como o Brasil. Para enfrentar a situação, a OIT enfatizou a necessidade da atuação dos governos com políticas de incentivo e apoio.

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Segundo a organização, a propagação do desemprego juvenil terá reflexo nas economias da América Latina e do Sudeste Asiático com a diminuição das exportações. A perspectiva é que a taxa fique estável no médio prazo, por volta dos 14,6%, nas regiões. No Norte da África e no Oriente Médio, o desemprego deve ficar acima dos 26% nos próximos anos – bem acima da média mundial.

De acordo com o relatório, o desemprego juvenil tende a diminuir nas economias desenvolvidas nos próximos cinco anos, de 17,5%, em 2012, para 15,6%, em 2017. Antes do início da crise econômica mundial, em 2009, a taxa era 12,5%.

A queda nesses países, no entanto, não significa a criação de empregos, mas a desistência de grande parte dos jovens, economicamente ativos, em procurar trabalho. Por não estarem buscando emprego, deixam de ser contabilizados como desempregados.

Para a OIT, é importante o apoio do governo aos jovens por meio da criação de empregos com políticas macroeconômicas, políticas no mercado laboral, capacitação, incentivos fiscais e adoção de políticas anticíclicas.

“[Os governos] poderiam ajudar a tirar da rua os que buscam trabalho e integrá-los em atividades úteis, proporcionando-lhes assim proteção contra futuras crises econômicas", disse, em nota, o principal autor do estudo e responsável pela Unidade Tendências de Emprego da OIT, Ekkehard Ernst.

 

Os salários recebidos pelas trabalhadoras eram 17,3% menores do que as remunerações dos homens em 2009, quando consideradas as horas trabalhadas, de acordo com o relatório "Perfil do Trabalho Decente no Brasil: um olhar sobre as unidades da Federação", divulgado nesta quinta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Sem considerar as horas trabalhadas, a diferença de remuneração de homens e mulheres foi ainda maior e atingiu 29,3% em 2009.

A jornada de trabalho média feminina é mais curta que a masculina, segundo a OIT, por causa da maior presença das mulheres em trabalhos precários em tempo parcial e devido também a uma maior dificuldade de as mulheres fazerem hora extra e exercerem atividades como revezamento noturno.

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A proporção de mulheres no mercado de trabalho pulou de 57% em 1992 para 62,9% em 2004 e chegou a 64,8% em 2009. No mesmo período, a proporção de homens que trabalham caiu, passando de 90% em 1992 para 86,8% em 2004 e 86,7% em 2009. Com mais mulheres inseridas no mercado de trabalho e menos homens, o diferencial entre gêneros diminuiu, passando de 24 pontos porcentuais em 2004 para 21,9 pontos porcentuais em 2009. Com a mudança, as mulheres passaram a responder por 44,5% da População Economicamente Ativa (PEA) em 2009, contra 40% em 1992.

A taxa de formalidade feminina - mulheres que ocupavam postos formais de trabalho sobre o total das que trabalham -, em 2009, ainda era inferior à taxa masculina. Para mulheres, o índice era de 50,7%, enquanto, para os homens, a taxa era de 57%.

Estrangeiros

O número de estrangeiros autorizados a trabalhar no Brasil pela Coordenação Geral de Imigração, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), cresceu 25,9% entre 2010 e 2011. Segundo o relatório divulgado pela OIT, este contingente de trabalhadores passou de 56 mil para 70 mil no período analisado.

Em 2011, os norte-americanos foram os que mais solicitaram autorizações de trabalho, respondendo por 15% do total concedido. Durante 2008 e 2009, as autorizações concedidas para trabalhadores estrangeiros ficavam em torno de 43 mil.

A região que mais autorizou o trabalho de estrangeiros foi a Sudeste, que respondeu por 88,2% das autorizações concedidas em 2011 para trabalho de estrangeiros no País. São Paulo e Rio de Janeiro representaram, respectivamente, 48,2% e 32,3% do total.

De acordo com a OIT, o aumento significativo das autorizações pode ser explicado pelo crescimento econômico do País e pelo aumento de investimentos. Além disso, a organização aponta a crise financeira internacional como fator de aumento da oferta de profissionais qualificados disponíveis para vir ao País.

O Censo de 2010 mostra que 268 mil imigrantes se encontravam no Brasil, um aumento de 86,7% na comparação com o censo de 2000.

Entre 2007 e 2010, a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), fez mais de 6.500 ações de fiscalização de trabalho infantil e retirou cerca de 22,5 mil crianças e adolescentes de situações irregulares de trabalho. O Nordeste respondeu por 61,5% do total de crianças e adolescentes afastados de situação ilegal de trabalho no período.

A fiscalização, no entanto, não alcançou todo o País. O relatório "Perfil do Trabalho Decente no Brasil: um olhar sobre as unidades da Federação", divulgado nesta quinta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), alerta que em diversos Estados a proporção de municípios que receberam as ações do MTE ainda era muito pequena. No Estado da Bahia, por exemplo, 81,5% dos municípios não foram fiscalizados.

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Apenas 77 dos 417 municípios baianos (18,5%) receberam ações de fiscalização entre 2007 e 2010, mesmo sendo um Estado com alto índice de trabalho infantil. Em 2009, 20,1% das crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos trabalhavam no Estado. Em Pernambuco, a proporção de municípios fiscalizados foi ainda mais baixa: só 4,3% receberam fiscais. Na sequência vieram Maranhão, onde 10,6% das cidades foram fiscalizadas, Minas Gerais (12,8%), Rio Grande do Sul (12,5%) e Piauí (15,6%).

O contingente de crianças e adolescentes afastados do trabalho em 2010 (5,6 mil) foi menor que o número registrado em 2007 (6,2 mil), embora o número de ações fiscais tenha subido de 981 para 3.284. A OIT aponta que a redução do número de crianças retiradas do trabalho está em harmonia com a redução do trabalho infantil apontada pelas pesquisas domiciliares, mas ressalta que "chegar ao núcleo duro do trabalho infantil, mais invisível, difuso e disperso, requer uma intensificação ainda maior das ações de fiscalização".

Trabalho escravo

Entre 2008 e 2011, 3.592 pessoas foram libertadas de situação de trabalho análogo ao de escravo no Centro-Oeste do País. O número representa 25,9% do total nacional de resgates feitos no período pelo Grupo Especial Móvel de Fiscalização, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De 1995 a 2011, 41.608 pessoas foram libertadas de situações de trabalho análogo ao de escravo, conforme o relatório "Perfil do Trabalho Decente no Brasil: um olhar sobre as unidades da Federação" da OIT. A maior parte das pessoas (35.715) foi libertada entre 2003 e 2011.

O Estado do Pará teve, sozinho, 1.929 pessoas libertadas de situação de trabalho análogo ao de escravo entre 2008 e 2011, seguido por Goiás, com 1.848 resgates, Minas Gerais (1.578) e Mato Grosso (1.099). Juntos, os quatro Estados representaram 46,6% das 13.841 libertações realizadas no período analisado.

Em 30 de dezembro de 2011, o Cadastro de Empregadores tinha registrado o nome de 294 infratores, entre pessoas físicas e jurídicas. O Estado do Pará concentrava o maior número de infratores: 69, ou 23,5% do total. A região Norte respondeu por mais de um terço do total de infratores (34,4%), seguida pelo Centro-Oeste (26,9%).

O Pará encabeçou também a lista de Estados com maior proporção de municípios com infratores, 22,4%. Em seguida, vieram Mato Grosso do Sul (20,3%), Mato Grosso (17,0%) e Tocantins (14,4%).

A proporção de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos de idade que trabalham caiu dois pontos porcentuais entre 2004 e 2009 no Brasil. Enquanto 11,8% dos jovens desta faixa etária trabalhavam em 2004, a proporção chegou a 9,8% em 2009. A informação é de relatório "Perfil do Trabalho Decente no Brasil: um olhar sobre as unidades da Federação", divulgado nesta quinta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O número de crianças trabalhando diminuiu 1,05 milhão no período analisado, passando de 5,3 milhões para 4,2 milhões.

A maioria (65,8%) das crianças e adolescentes nesta faixa etária que trabalhava em 2009 morava em áreas urbanas, segundo a OIT. Apesar disso, a proporção de crianças e adolescentes que trabalham ainda é maior nas zonas rurais. No caso das crianças entre 5 e 9 anos de idade, 2,7% nas áreas rurais trabalham, ante 0,3% nas cidades. Já entre crianças e adolescentes entre 10 a 17 anos, as proporções eram de 27% na zona rural e 12% no ambiente urbano.

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De acordo com a OIT, 66% das crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos que trabalham são do sexo masculino. A organização informa ainda que as meninas desta faixa etária não estão completamente representadas no número registrado, principalmente pela informalidade de setores como o trabalho doméstico.

Emprego na juventude

Em 2009, a taxa de desemprego entre os jovens (de 15 a 24 anos de idade) superava o dobro da taxa total de desemprego (de trabalhadores de 16 a 64 anos) - 17,8% dos jovens no País estavam desempregados ante 8,4% de taxa geral. No mesmo ano, 18,4% do total de jovens no País não estudava nem trabalhava, um contingente de 6,2 milhões de pessoas.

O número de aprendizes (entre 14 e 15 anos), segundo a OIT, vem crescendo no País, passando de 59,3 mil em 2005 para 193 mil em 2010. Apesar disso, o potencial de vagas de aprendizagem no Brasil, segundo cálculos do Observatório do Mercado de Trabalho Nacional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é subaproveitado.

A quantidade mínima de vagas que deveriam ser ocupadas por aprendizes em 2009 era de 1,2 milhão, mas o número de contratados no ano foi de 155 mil (12,7% da demanda potencial). São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que contavam com os maiores efetivos de contratos de aprendizes em 2009, cumpriram só 13,1%, 13,2% e 11,9% das cotas totais, respectivamente.

Pelo menos 19 tipos de tumores malignos foram revelados após um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).  Entre eles estão o de pulmão, pele, fígado, laringe, bexiga e leucemias que podem estar relacionados à atividade profissional e ao ambiente de trabalho. De acordo com algumas estatísticas, o País registrará este ano 20 mil novos casos de câncer relacionados à ocupação dos brasileiros.

A Pesquisa detectou o desenvolvimento de tumores que vão desde as substâncias aparentemente comuns e inofensivas como poeiras de madeira e de couro, além de medicamentos, como os antineoplásicos (medicamentos utilizados para o combate de células cancerosas) até o contato direto com os derivados de amianto: telhas, caixas d'água e lonas.

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Os profissionais que estão mais propícios ao desenvolvimento desses tumores são: Cabeleireiros, piloto de avião, comissário de bordo, farmacêutico, químico e enfermeiros. O contagio acontece pelas vias respiratórias e orais, ou pela superexposição as substâncias.

“Os trabalhadores precisam de mais informações sobre os riscos no exercício de suas funções, porque as concentrações de substâncias cancerígenas, geralmente, são maiores nos ambientes de trabalho quando comparadas a outros locais”, explica o diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini.

De acordo com as estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 440 mil pessoas morreram no mundo em decorrência da exposição às substâncias perigosas. Desse total, 70% foram vítimas de algum tipo de câncer.

A estratégia principal para não adquirir esse tipo de doença é manter a total distância desses agentes causadores e fazer uma avaliação no ambiente de trabalho. 

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