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O Hospital Pelópidas Silveira (HPS), unidade voltada exclusivamente para a área neuro-cardio na rede pública de Pernambuco, recebeu novos residentes para o início da especialização em Neurologia. Os dois novos médicos, que irão atuar no HPS por três anos, foram acolhidos pelas equipes do hospital e apresentados à dinâmica e funcionamento da unidade de saúde.

Por seu perfil ser voltado exclusivamente para os casos de neurologia, neurocirurgia e cardiologia, o Hospital Pelópidas Silveira tem uma importante vocação para a formação de médicos especialistas para a rede pública de Saúde. "Com a missão de formar especialistas na área da neurologia no Estado de Pernambuco, o programa tem por objetivo preparar o médico residente para exercer a especialidade, tanto no âmbito prático quanto no âmbito científico", avaliou a diretora de Ensino e Pesquisa do Hospital Pelópidas Silveira, Ângela Lessa.

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Neste primeiro ano de residência, os médicos realizam um rodízio por diversos serviços de saúde de referência no Estado. Além do HPS, eles passam pelo Hospital Miguel Arraes (HMA), Imip, Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), além de experiência de atendimento em Unidade Básica de Saúde. Os residentes terão experiência nas especialidades de cardiologia, psiquiatria, infectologia e clínica médica.

Formada em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, a médica Raíssa Moura decidiu pela especialização em neurologia fora de sua terra natal e se diz animada com o início das atividades no HPS. "Meu objetivo sempre foi a aprovação na residência médica em neurologia e me dediquei muito para este momento. Fui muito bem acolhida por toda a equipe do hospital e tenho certeza que essa experiência será a oportunidade da minha vida. As minhas expectativas são as melhores possíveis", ressaltou Raíssa.

Também formado em João Pessoa, pela Faculdade de Medicina Nova Esperança (Famene), o médico Nereu Lacerda, optou pela residência no Recife. "Estou muito feliz de estar aqui no Pelópidas, uma referência na área de neurologia. Além do hospital nos receber muito bem, a unidade tem uma excelente estrutura e corpo médico muito preparado. Será uma honra poder participar e contribuir com o serviço ao longo dos próximos três anos", afirmou Nereu.  

Da assessoria

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No dia 30 de agosto foi celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. Essa data é separada para dar visibilidade, informação e alertar sobre os dilemas enfrentados pelos pacientes portadores da deficiência. Foi escolhida para homenagear a fundadora da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), Ana Maria Levy.

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Segundo o Ministério da Saúde, a esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica que afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), atingindo adultos entre 18 e 55 anos de idade, sendo mais comum entre mulheres e pessoas claras. Cerca de 2,3 milhões de pessoas estão vivendo com esclerose múltipla no mundo. No Brasil, de acordo com a região, pode variar entre 1,36 a 27,7 casos por 100 mil habitantes.

Em 2018, foram investidos mais de R$ 279 milhões em medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de portadores da doença. O sistema atende 15.689 usuários.

Kelly Oliveira, nutricionista, conta como pode ajudar no tratamento dos pacientes com esclerose múltipla, da prevenção ao diagnóstico, com mudança na alimentação e fortalecimento da imunidade. “Os nutrientes como zinco, selênio, magnésio fazem com que o paciente tenha uma melhora um pouco gradativa durante o processo de desenvolvimento da doença”, diz Kelly.

A nutricionista ainda relata sobre a importância da suplementação dos alimentos e acompanhamento de outros profissionais para ajudar na melhora do desenvolvimento desses pacientes. “Outros alimentos fontes de ômega-3 diminuem a inflamação causada pela própria doença, pelo estalar da doença. A suplementação de proteínas pode fazer com que a musculatura fique um pouco mais reforçada", observa.

Segundo Kelly, o trabalho de outros profissionais, como os terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas, auxilia na reabilitação e pode dar mais conforto durante a progressão da doença. "Os nutrientes como carboidratos e lipídios também são muito importantes”, relata a nutricionista.

Kelly Oliveira alerta que a avaliação do nutricionista é essencial para tratamento desse paciente. ”Se você tem esclerose múltipla ou conhece alguém que tenha, por favor, procure um nutricionista”, alerta.

Ticiane Neris, fisioterapeuta, conta que os pacientes que sofrem com esclerose múltipla necessitam se exercitar. “Pacientes com esclerose múltipla têm como um dos pontos do tratamento a necessidade de se manter ativos. Então, ele precisa praticar alguma atividade física, justamente para auxiliar no controle do seus sintomas e fazer com que ele seja o mais independente e funcional possível, melhorando assim a sua qualidade de vida”, disse Ticiane.

Para a fisioterapeuta, a prática do pilates tem um papel importante para auxiliar no tratamento dos pacientes e age como uma opção de atividade física. “Porque o método conta com alguns princípios que se encaixam perfeitamente nas necessidades do paciente que tem esclerose múltipla. No pilates trabalhamos muito a questão da respiração, do controle da consciência corporal, do equilíbrio, da estabilização de tronco, força, flexibilidade, postura, então tudo isso é muito importante para esse paciente. E a gente conta com exercícios que são realizados em aparelho e com auxílio de acessórios que podem facilitar a execução desses movimentos, além de ser uma atividade com baixo impacto, o que faz com que esses pacientes aceitem muito bem e tolerem muito bem a atividade física”, explicou Ticiane.

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, autoimune, motivada por fatores genéticos ou ambientais do sistema imunológico, comprometendo a função do sistema nervoso (cérebro e medula). Alguns sintomas são fadiga, distúrbio visuais, fraqueza muscular, desequilíbrio, alterações sensoriais, dor, dificuldade para falar, dificuldade para engolir, dificuldades  emocionais, dificuldades cognitivas, entre outras queixas.

Embora não exista cura para doença, há tratamento com medicamentos que ajudam a controlar a atividade inflamatória e as crises ao longo dos anos, diminuindo a incapacidade dos pacientes. O tratamento e o acompanhamento têm que ser feitos pelo médico neurologista.

Por Suellen Cristo.

De 13 a 15 de maio estão abertas as inscrições para o terceiro edital de seleção pública de 2019 do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro.

São oferecidas vagas para contador (1), farmacêutico (1), cirurgião vascular (1), neurologia (1) e intensivista (3). Para composição de quadro de reserva técnica há oportunidades nas seguintes funções: neurocirurgia, assistente administrativo, enfermeiro de centro cirúrgico e cardiologista.

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Inscrições

As pessoas interessadas devem comparecer pessoalmente no Hospital (ou enviar a documentação por terceiros) nos dias 13, 14 e 15 de maio, das 9h às 16h. O endereço é Rua José de Oliveira Fernandes, nº 340, Bairro Milionário (BH, MG).

Seleção

A seleção é composta de duas etapas. Na primeira etapa, serão avaliadas habilitação técnica, experiência profissional e titulação acadêmica e, na segunda, será realizada uma entrevista com os candidatos mais bem pontuados em cada função.

Os salários variam de R$ 2.293,03 para assistente administrativo a R$ 8.636,67 para cirurgia vascular e neurocirurgia. Clique aqui e acesse o edital.

Do hmdcc.com.br

Motor, pneu no asfalto, freio, buzina, passos, correria, vozerio, grito, música, telefone, máquinas. É praticamente impossível se desvencilhar do ruído no dia a dia. A data 7 de maio, que é conhecida como o Dia do Silêncio, é celebrada justamente para despertar nas pessoas o cuidado com a poluição sonora, capaz de trazer uma série de males.

Já se sabe que a poluição sonora causa danos como problemas auditivos, dor de cabeça, insônia, agitação, depressão. Em ambientes com som muito alto, as pessoas podem sofrer mau humor, tensão, stress e angústia. Uma cartilha distribuída pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em 2012 destacava: “A poluição sonora nos coloca sob prolongado estresse. Isto desencadeia sérios danos à saúde, como arteriosclerose, problemas de coração e neurológicos, doenças infecciosas, aumento do colesterol, problemas psicológicos e psiquiátricos, insônia, envelhecimento precoce, entre outros. O estresse crônico provoca a liberação excessiva de substâncias altamente nocivas à saúde, como por exemplo, a do hormônio cortisol. A perda ou diminuição da audição é apenas um dos males, como se percebe”

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Então sabe-se o que o ruído causa e o que o silêncio, consequentemente, não. Mas a ciência tem notado que a ausência de barulho tem muito mais protagonismo do que se imagina.

Segundo um artigo da revista científica Nautilus, o silêncio começou a aparecer em pesquisas como um controle ou linha de base quando os cientistas pretendiam comparar os efeitos dos ruídos ou de música. O estudo do silêncio acabava ocorrendo por ‘acidente’. Um desses casos é o do físico Luciano Bernardi, que em 2006 publicou, com outros cientistas, o estudo “Mudanças cardiovasculares, cerebrovasculares e respiratórias induzidas por tipos diferentes de músicas em músicos e não-músicos: a importância do silêncio”.

A pesquisa de Bernardi constatou que os impactos da música podiam ser sentidos diretamente na corrente sanguínea, através de mudanças na pressão sanguínea, presença de dióxido de carbono e circulação no cérebro. Durante quase todo tipo de música havia mudança psicológica compatível com uma condição de excitação.

Os cientistas, entretanto, se surpreenderam com o resultado do silêncio entre músicas nos estudados - sendo que tal momento era considerado irrelevante para a proposta inicial, segundo reportagem da Nautilus. Pausas silenciosas de dois minutos se mostraram mais relaxantes que músicas que são consideradas relaxantes ou pausas longas realizadas antes do início do experimento. “Em conclusão, o presente estudo indica que a seleção apropriada de música, alternando ritmos e pausas mais rápidos e mais lentos, pode ser usada para induzir o relaxamento e reduzir a atividade simpática e, portanto, pode ser potencialmente útil no tratamento de doenças cardiovasculares”, aponta trecho do estudo. A pesquisa de Bernardi foi a que recebeu o maior número de downloads em 2006 na revista Heart.

Michael Wehr, da Universidade de Oregon, realizou um experimento em 2010 para conhecer o processamento sensorial no cérebro de ratos durante breves explosões de som. O começo de um som desperta uma rede de neurônios no córtex auditivo. Wehr constatou que há uma rede separada no córtex auditivo que também dispara quando o silêncio começa. "Quando um som para repentinamente, isto é um evento tão certo quanto quando um som para", ele explicou à Nautilus. Para o cérebro, então, a falta de ruído não é apenas um vazio.

O que ocorre quando o silêncio permanece foi objeto de estudo da bióloga Imke Kirst. Ela expôs grupos de ratos a música, sons de ratos filhotes, ruídos e silêncio. A pesquisadora imaginava que os bebês ratos fossem desenvolver novas células do cérebro e que o silêncio não produziria tal efeito.

Ela acabou constatando que duas horas de silêncio por dia desenvolviam células no hipocampo, região do cérebro relacionada com a formação de memória e aprendizado. Kirst acredita que a total ausência de som possa ser tão alarmante que desperte um alto nível de sensitividade nos ratos.

O crescimento de novas células não significa automaticamente algo benéfico, mas, no caso estudado, as novas células pareciam estar funcionando como neurônios, integrados dentro do sistema. O experimento é de 2013 e ainda é considerado preliminar, porém, condições como demência e depressão estão associadas a queda dos níveis de neurogênese do hipocampo. Kirst acredita na possibilidade futura de neurologistas encontrarem um uso terapêutico para o silêncio.

Meditação - A Universidade da Califórnia também identificou os benefícios da meditação. O processo de meditação ao longo dos anos é capaz de fortalecer as conexões entre as células do cérebro. A professora assistente Eileen Luders, do laboratório de neurologia, descobriu que meditadores de longa data conseguem processar informações de modo mais rápido. Ao todo, 100 pessoas foram avaliadas, sendo metade delas praticantes de diversos tipos de meditação (Samatha, Vipassana, Zen e outros). O grupo com os melhores resultados praticava meditação há cerca de 20 anos.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) receberá o I Simpósio Sobre o Suicídio no dia 9 de setembro, no auditório Jorge Lobo, localizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS), das 13h às 16h40. O evento será realizado pelos alunos do Núcleo de Pesquisa e Avaliação Comportamental em Grupos de Risco – NPEASQ – CGR, do Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria (Posneuro) da própria universidade. 

O simpósio pretende reunir docentes, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e graduação, além de profissionais da área para apresentar e debater conceitos básicos em suicidologia com o intuito de disseminar os conhecimentos relacionados ao tema. Instrumentos para avaliação do comportamento suicida, manejo inicial do paciente com risco de suicídio e prevenção do suicídio estão entre os temas a serem abordados.

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A abertura do evento será realizada pelo coordenador da Posneuro, professor Everton Botelho Sougey. Apesar das vagas já estarem preenchidas, a organização do Simpósio está tentando ampliar a quantidade de oportunidades e recomenda que os interessados acompanhem a página do evento no Facebook.

Mais informações sobre o evento podem ser encontradas na página ou através do telefone (81) 98645.1150. O Campus Recife da UFPE fica na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária, Zona Oeste da cidade.

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O 19 de maio é o Dia Nacional de Combate à Cefaleia. “A cefaleia é um termo técnico que a gente usa para falar das dores de cabeça de modo geral”, afirma o neurologista José Claudio Rodrigues. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, 13 milhões de brasileiros apresentam dores de cabeça diariamente; cerca de 60% dos homens e 75% das mulheres por pelo menos uma vez por mês. 

Esse sintoma é muito comum na população e pode ser causado por fatores que vão dos mais comuns, como a tensional e a enxaqueca, até os incomuns, como doenças neurológicas de que a maioria das pessoas nunca ouviu falar. A cefaleia pode ser indicadora de várias doenças, como a enxaqueca, causas emocionais, genética, distúrbios alimentares ou doenças mais sérias como tumores e aneurisma, explicou José Claudio. Apesar do enorme impacto que a cefaleia tem sobre a vida da população, apenas uma minoria é diagnosticada corretamente e recebe tratamento apropriado.

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Segundo a Sociedade Internacional de Cefaleia, existem mais de 150 diferentes tipos de dor de cabeça e, segundo estudo feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as dores de cabeça afetam até 75% de adultos nas faixas etárias entre 18 e 65 anos. Thomas Rodrigues, de 21 anos, diz que sente dor de cabeça frequentemente e que já procurou ajuda médica. “Eles sempre recomendam evitar ficar exposto ao sol, forçar a vista, porque pode ser um problema ocular. Se cuidar bastante, porque Belém é uma cidade de clima quente que chove e pode ocasionar um choque térmico”, disse. “Às vezes isso atrapalha meu desenvolvimento, em momentos de aula dá vontade de desistir e ir embora”, continuou.

Pesquisa realizada pelo neurologista Luiz Paulo Queiroz revelou que os Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste registram a maioria dos casos de cefaleia. Foram entrevistadas 3.848 pessoas de todo o País.

A aluna de arquitetura Janaína Andrade disse que como trabalha na frente do computador, sente dores de cabeça e acaba tendo o seu rendimento comprometido. “Eu não gosto muito de tomar remédio. Aguento a dor durante 4 ou 5 horas. Geralmente sinto no final do meu dia, mas não é sempre”, afirmou.

O neurologista José Claudio conta que a cefaleia está entre as maiores queixas de pacientes que chegam ao seu consultório e que é uma causa frequente, do ponto de vista social, de tirar pessoas do trabalho. “Quando você tem uma cefaleia abrupta, aquela que nunca teve antes e, de repente, aparece, pode ser sinal de uma doença grave como aneurisma ou, até mesmo, um derrame. Então, nesses casos de dores muito fortes, deve-se procurar um médico para saber. Existem também as cefaleias crônicas, que se tem com frequência. Você tem que se analisar.”

Pelo exame clínico é possível ver se a dor reflete um problema simples ou doença grave. Segundo o médico, existem pacientes que sentem dores de cabeça diárias e isso causa transtornos severos, como a perda de emprego e até divórcio. Porém, com o tratamento, as dores podem diminuir para apenas uma vez por mês ou a cada dois meses. “Isso já é um alívio para esse paciente que sofre. As enxaquecas não têm cura, mas tratamento”, concluiu o neurologista.

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A índia xucuru Daniele Marques de Santana, de 17 anos, que morreu no Hospital da Restauração (HR) no dia 7 de janeiro de causas na época desconhecidas após apresentar déficit motor e sintomas de arbovirose, teve o resultado de seus exames divulgado em coletiva realizada nesta sexta-feira (29). Os testes concluíram que Daniele teve um quadro de chikungunya e, em seguida, miosite.

O resultado surpreende: este é o primeiro caso conhecido na literatura médica brasileira de miosite causada por chikungunya. Em seus estudos, a doutora Lúcia Brito, chefe do setor de neurologia do Hospital da Restauração (HR) e representante no Nordeste da Academia Brasileira de Neurologia, encontrou apenas quatro casos anteriores da mesma ocorrência em todo o mundo. Foi no período de 2013 e 2014, na Índia, durante uma epidemia de arboviroses.

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A miosite é uma doença naturalmente rara, que causa inflamação dos músculos e pode levar à insuficiência respiratória. Quando aguda, como no caso de Daniele, é grave e precisa ser tratada com celeridade.

Inicialmente, corria o rumor de que a jovem havia morrido em decorrência de Guillain-Barré, doença neurológica que tem surgido em pacientes que apresentam um quadro anterior de zika vírus. “Guillain-Barré e miosite dão paralisia flácida, podem acometer o músculo da respiração. Mas Guillain-Barré acomete os nervos e miosite os músculos”, diferencia Brito.

Dos 150 casos de complicações neurológicas registrados pelo Hospital da Restauração (HR) em 2015, 99 foram revistos, 55 deram positivo para Guillain-Barré. Pernambuco registra dez mortes dentro do grupo de 150, nove por GB e a décima, agora, por miosite.

No segundo semestre de 2015, o número de casos de GB diminuíram. Parece ser uma boa notícia, mas não é bem assim. Segundo a doutora Lúcia Brito, apareceram mais casos de mielite. “Mielite é uma situação mais grave. Quando ela aparece, o individuo tem déficit motor, praticamente não move as pernas e pode acometer os braços e como é o tecido medular, não é nervo, a recuperação é mais difícil”, explica. Pernambuco já contabiliza cerca de 30 casos de mielite.

Durante a coletiva, a doutora aproveitou para reforçar que as pessoas procurem um médico caso sintam os sintomas. “Se após uma virose a pessoa apresentar paralisia na face, nos membros, sensação de dormência nos membros, déficit motor, sinais de agressividade ou estarem desconexas, falando coisas sem sentido, devem procurar cuidado porque esses são sinais de alerta”, afirma.

Resultados – Dos 55 casos confirmados de Guillain-Barré, quatro foram causados por zika vírus e quatro por dengue. Os demais apresentaram traços de dengue, mas não é possível afirmar pois os exames foram feitos tardiamente, quando não é mais possível fazer a distinção entre zika e dengue.

Chikungunya – Em 2015, o estado registrou 2.605 casos suspeitos da doença, sendo 450 confirmados e 589 descartados. Entre os dias 3 e 16 de janeiro deste ano, foram notificados 701 casos suspeitos de chikungunya em 69 municípios de Pernambuco.

A partir desta segunda-feira (8), o Hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, passa a contar com dez leitos para pacientes de neurologia. A meta é que até outubro desde ano a unidade passe a contar com 36 leitos.

O HMV deverá ser o hospital de referência em neurologia clínica na Região Agreste. Para isto, terá atendimento de doenças neurológicas não cirúrgicas, com atendimento integrado, reunindo alta tecnologia e equipe qualificada de especialistas.

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Entre as doenças tratadas na unidade de saúde estão acidente vascular cerebral, Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla. A equipe médica é composta por neurologista, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisitatras (médicos especializados em Medicina Física e Reabilitação).

Este atendimento tem um diferencial, além do encaminhamento por meio da Central de Regulação do Estado, o HMV fará consultas e exames complementares de neurodiagnóstico em pacientes sem encaminhamento.

A dislexia, uma dificuldade para ler e compreender o idioma, seria resultado de uma má conectividade entre duas regiões do cérebro, revelou nesta quinta-feira uma pesquisa que lança nova luz à origem deste transtorno neurológico que afeta 10% da população mundial. Durante várias décadas, neurologistas e psicólogos atribuíram este problema de aprendizagem a uma representação mental defeituosa das palavras, inclusive fonemas, elementos sonoros característicos da língua, disse Bart Boets, autor principal do estudo publicado na revista americana Science.

Para confirmar esta hipótese, os cientistas examinaram com uma ressonância magnética (RM) 45 estudantes de 19 a 32 anos, 23 dos quais eram severamente disléxicos, para obter imagens tridimensionais do seu cérebro quando escutavam diferentes séries de sons. "Assim foi possível obter um bom registro neuronal de representações fonéticas" dos sons escutados, explicou Boets, um psicólogo da Universidade Católia de Lovaine, na Bélgica.

Os participantes, de língua flamenga e todos destros, escutaram uma série de sons diferentes como "ba-ba-ba-ba" e deviam identificar o que era diferente, um exercício que, segundo os cientistas, requer uma boa representação mental dos diferentes fonemas. Os cientistas descobriram que as respostas do grupo de disléxicos e a intensidade de suas reações neuronais foram similares aos do grupo de controle. "Suas representações fonéticas mentais estavam perfeitamente intactas", disse Boets.

Mas os participantes disléxicos foram aproximadamente 50% mais lentos para responder, segundo os cientistas.

Acesso defeituoso à região cerebral dedicada à linguagem

Quando analisaram a atividade geral do cérebro, os autores do estudo descobriram que os disléxicos tinham uma coordenação menor entre treze regiões do cérebro que têm a ver com os sons básicos e a Área de Broca, uma das principais responsáveis ao processamento da linguagem. Outras análises revelaram que quanto mais frágil a coordenação entre estas duas regiões cerebrais, mais lenta a resposta dos participantes.

Isto demonstra que a causa da dislexia não é uma má representação mental dos fonemas, mas um acesso defeituoso destes sons na região do cérebro que processa o som, concluíram os autores. Para Frank Ramus, um cientista especialista neste tema na École Normale Supérieure de Paris, que não participou deste estudo, "esta é a pesquisa mais conclusiva em cinco anos" sobre a dislexia. "Se estes resultados se confirmarem vão mudar completamente nossa compreensão da dislexia", disse em um artigo à parte, publicado na Science.

No entanto, outros especialistas se mostram mais céticos. Michael Merzenich, neurologista da Universidade da Califórnia em San Francisco (oeste dos EUA), disse não estar convencido de que a atividade neuronal medida no estudo seja representativa dos diferentes fonemas ouvidos. Para Iris Berent, linguista da Universidade Northeastern em Illinois (norte dos EUA), também citada em um artigo da revista Science, as diferenças nos sons usados neste estudo foram muito óbvias.

Um método mais preciso seria provar contrastes mais sutis entre os sons ambíguos com os quais os disléxicos têm a maior dificuldade, disse, em desacordo com Boets e Ramus. Mas, segundo Ramus, "a RM teria mostrado se os disléxicos tinham uma representação defeituosa" dos fonemas escutados, inclusive se não tivesse diferenças mais sutis entre eles.

Boets já vislumbra um novo tratamento potencial para restaurar a conectividade normal entre as duas regiões do cérebro, que são aparentemente a causa da dislexia. "Não é inconcebível usar algum tipo de estimulação elétrica não invasiva do cérebro para restaurar a comunicação entre estas duas regiões do cérebro", disse o pesquisador.

Pesquisadores descobriram o primeiro gene cuja mutação está fortemente associado à forma mais comum de enxaqueca, o que poderia abrir o caminho para uma compreensão melhor desta doença de causas desconhecidas, segundo estudo publicado esta quarta-feira nos Estados Unidos. "Trata-se do primeiro gene descoberto no qual uma mutação está relacionada com a forma mais comum de enxaqueca", explicou Louis Ptacek, professor de Neurologia da Universidade da Califórnia em São Francisco (oeste), um dos principais autores desta pesquisa.

"Isto lança uma primeira luz sobre uma doença que ainda não entendemos", disse, acrescentando que "só um número muito pequeno de pacientes com enxaqueca tem este gene mutante".

Mas o gene chamado CKIdelta "certamente não é o único envolvido na enxaqueca", destacou, dizendo-se "certo" de que "vários outros genes desempenham um papel importante". Este é o primeiro passo para compreender a enxaqueca, que afeta de 10% a 20% da população e causa "enormes perdas de produtividade", informou Ptacek à AFP. Os sintomas típicos da doença são forte dor de cabeça e hipersensibilidade ao som, ao tato e à luz.

Para este trabalho, cujos resultados são publicados na revista americana Science Translational Medicine, os cientistas fizeram um estudo genético com duas famílias em que a enxaqueca é comum. Eles descobriram que a maioria dos membros doentes de enxaqueca são portadores do gene mutante ou são filhos de pais que tinham este gene.

No laboratório, os autores do estudo descobriram que a mutação do gene CKIdelta afetava a produção de uma proteína chamada quinase CK2, que desempena um importante papel em muitas funções vitais no cérebro e no resto do corpo. "Isto nos diz que esta mutação genética tem consequências bioquímicas reais", explicou Ptacek.

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