Agosto Laranja conscientiza sobre a esclerose múltipla
Atenção multiprofissional, com atuação de nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, além do médico neurologista, ajuda paciente a enfrentar a doença
No dia 30 de agosto foi celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. Essa data é separada para dar visibilidade, informação e alertar sobre os dilemas enfrentados pelos pacientes portadores da deficiência. Foi escolhida para homenagear a fundadora da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), Ana Maria Levy.
Segundo o Ministério da Saúde, a esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica que afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), atingindo adultos entre 18 e 55 anos de idade, sendo mais comum entre mulheres e pessoas claras. Cerca de 2,3 milhões de pessoas estão vivendo com esclerose múltipla no mundo. No Brasil, de acordo com a região, pode variar entre 1,36 a 27,7 casos por 100 mil habitantes.
Em 2018, foram investidos mais de R$ 279 milhões em medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de portadores da doença. O sistema atende 15.689 usuários.
Kelly Oliveira, nutricionista, conta como pode ajudar no tratamento dos pacientes com esclerose múltipla, da prevenção ao diagnóstico, com mudança na alimentação e fortalecimento da imunidade. “Os nutrientes como zinco, selênio, magnésio fazem com que o paciente tenha uma melhora um pouco gradativa durante o processo de desenvolvimento da doença”, diz Kelly.
A nutricionista ainda relata sobre a importância da suplementação dos alimentos e acompanhamento de outros profissionais para ajudar na melhora do desenvolvimento desses pacientes. “Outros alimentos fontes de ômega-3 diminuem a inflamação causada pela própria doença, pelo estalar da doença. A suplementação de proteínas pode fazer com que a musculatura fique um pouco mais reforçada", observa.
Segundo Kelly, o trabalho de outros profissionais, como os terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas, auxilia na reabilitação e pode dar mais conforto durante a progressão da doença. "Os nutrientes como carboidratos e lipídios também são muito importantes”, relata a nutricionista.
Kelly Oliveira alerta que a avaliação do nutricionista é essencial para tratamento desse paciente. ”Se você tem esclerose múltipla ou conhece alguém que tenha, por favor, procure um nutricionista”, alerta.
Ticiane Neris, fisioterapeuta, conta que os pacientes que sofrem com esclerose múltipla necessitam se exercitar. “Pacientes com esclerose múltipla têm como um dos pontos do tratamento a necessidade de se manter ativos. Então, ele precisa praticar alguma atividade física, justamente para auxiliar no controle do seus sintomas e fazer com que ele seja o mais independente e funcional possível, melhorando assim a sua qualidade de vida”, disse Ticiane.
Para a fisioterapeuta, a prática do pilates tem um papel importante para auxiliar no tratamento dos pacientes e age como uma opção de atividade física. “Porque o método conta com alguns princípios que se encaixam perfeitamente nas necessidades do paciente que tem esclerose múltipla. No pilates trabalhamos muito a questão da respiração, do controle da consciência corporal, do equilíbrio, da estabilização de tronco, força, flexibilidade, postura, então tudo isso é muito importante para esse paciente. E a gente conta com exercícios que são realizados em aparelho e com auxílio de acessórios que podem facilitar a execução desses movimentos, além de ser uma atividade com baixo impacto, o que faz com que esses pacientes aceitem muito bem e tolerem muito bem a atividade física”, explicou Ticiane.
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, autoimune, motivada por fatores genéticos ou ambientais do sistema imunológico, comprometendo a função do sistema nervoso (cérebro e medula). Alguns sintomas são fadiga, distúrbio visuais, fraqueza muscular, desequilíbrio, alterações sensoriais, dor, dificuldade para falar, dificuldade para engolir, dificuldades emocionais, dificuldades cognitivas, entre outras queixas.
Embora não exista cura para doença, há tratamento com medicamentos que ajudam a controlar a atividade inflamatória e as crises ao longo dos anos, diminuindo a incapacidade dos pacientes. O tratamento e o acompanhamento têm que ser feitos pelo médico neurologista.
Por Suellen Cristo.