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Depois do manifesto ex-presidentes de direita da América Latina ao candidato Javier Milei, foi a vez de Sergio Massa receber o apoio de líderes de esquerda da América Latina e da Espanha para as eleições da Argentina. O segundo turno das eleições presidenciais ocorrem neste próximo domingo, 19, e a disputa está acirrada entre o peronista do União pela Pátria e no libertário do A Liberdade Avança.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não citou o ministro da Economia argentino diretamente, mas declarou em sua live semanal desta terça-feira, 14, que a Argentina precisa de alguém que "goste do Mercosul".

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"Eu não posso falar de eleição na Argentina porque é um direito soberano do povo da Argentina. Mas eu queria pedir para vocês que vocês lemnrem de que Brasil precisa da Argentina e a Argentina precisa do Brasil. Dos empregos que o Brasil gera na Argentina e dos empregos que a Argentina gera no Brasil, do fluxo comercial entre os dois países e de quanto nós podemos crescer juntos", afirmou o petista.

"Para isso é preciso ter um presidente que goste de democracia, que respeita as instituições, que goste do Mercosul, que goste da América do Sul e que pensa na criação de um bloco importante", completou no vídeo que é transmitido nas redes sociais do governo brasileiro. "Eu só queria pedir para o povo argentino, na hora de votar, pense na Argentina, é soberano o voto de vocês, mas pensa um pouco que tipo de América do Sul você quer criar, de América Latina que você quer criar".

Lula não manifesta aberta abertamente apoio a Sergio Massa, mas sempre foi próximo dos governos peronistas da Argentina. Em agosto, após as primárias eleitorais argentinas, o brasileiro recebeu o ministro da Economia argentino em um encontro para tratar da liberação de dólares para o país vizinho lidar com sua dívida com o Fundo Monetário Internacional.

Logo em seguida, a equipe de Massa ganhou o reforço em setembro de marqueteiros e estrategistas brasileiros que lideraram campanhas do PT nos últimos anos. Eles desembarcaram em Buenos Aires após as primárias para atuar na reação ao avanço do libertário e oposicionista Javier Milei.

Além disso, como revelou o Estadão na coluna da repórter Vera Rosa, Lula ajudou em uma operação para que o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedesse empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. Com o dinheiro, o ministro Sergio Massa, candidato à Casa Rosada, conseguiu novo acordo para liberar recursos do FMI.

Os episódios causaram respostas fortes da campanha de Javier Milei, que acusa o brasileiro de interferir nas eleições. Em uma entrevista recente ao jornalista peruano Jaime Bayly, o libertário chamou o Presidente brasileiro de "comunista" novamente e disse que não se reuniria com ele, o que representaria uma quebra de tradição, já que o Brasil é o primeiro local de visita dos presidentes argentinos eleitos e vice-versa.

Em sua campanha, Sergio Massa bate na tecla de que Milei pretende romper as relações entre Brasil e Argentina, o que custaria milhões de empregos argentinos. O libertário acusa o peronista de mentir em uma campanha de medo - que diz ser encabeçada pelos marqueteiros brasileiros - já que sua proposta seria a de reduzir a presença do Estado nessas trocas comerciais e deixar os empresário e produtores dialogarem eles próprios com quem querem fazer negócio.

No domingo 5 de novembro, o PT publicou uma nota oficial na qual declara apoio à candidatura de Sergio Massa. "Não temos dúvida em apoiar a candidatura de Sergio Massa, da coalizão União pela Pátria, no nosso país irmão. Defendemos a integração regional para trazer a justiça social, a paz, a democracia e um projeto de desenvolvimento", diz um trecho da nota. O documento foi assinado pela presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, e pelo Secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira.

Sánchez, Mujica e Obrador

Também nesta terça, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez enviou um vídeo a Sergio Massa expressando seu apoio. "No dia 19 de novembro serão realizadas eleições decisivas na Argentina. Os eleitores não vão apenas eleger um novo presidente, mas vão decidir algo muito mais importante, que é o futuro que desejam para o seu país. Os dois candidatos na disputa oferecem opções profundamente diferentes entre si. Sergio Massa representa o compromisso com a convivência democrática, com a harmonia; e oferece um projeto de unidade, solidariedade, com oportunidades para todos", afirmou.

E continuou: "Num contexto global complexo e incerto como o atual, precisamos fortalecer isso, as nossas democracias, adotar políticas que respondam às necessidades das pessoas, especialmente das pessoas mais humildes, e continuar no caminho da avanços sociais. Diante da estridência, Sergio Massa representa a tolerância e o diálogo para construir isso, uma Argentina com desenvolvimento inclusivo que não deixa ninguém para trás. Por isso, querido Sergio, envio-lhe todo o meu apoio aqui da Espanha e os meus mais sinceros votos de sucesso para as próximas eleições de 19 de novembro. Boa sorte para vencer".

Sánchez envia a mensagem em um momento de turbulência política particular. Seu partido, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o partido independentista catalão Juntos pela Catalunha (JxC) fecharam na semana passada um controvertido acordo que abre caminho para um novo governo e anistia os condenados pela tentativa de independência catalã, em 2017. Seu futuro deve ser discutido amanhã no governo espanhol.

Quem também gravou um vídeo foi o ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica: "Se eu fosse argentino - que vejo como mais que um irmão de coração -, dado o dilema que o povo argentino tem, e não é porque Massa seja meu amigo, mas dada a opção que existe, eu votaria nele, porque ele está repetidamente levantando a necessidade de um governo nacional. Parece-me que ele tem consciência de que a Argentina não precisa de um cataclismo, mas sim de construir a unidade nacional, porque aí terá forças para sair do drama em que está imersa".

"Portanto, se eu pudesse votar, votaria em Massa com as duas mãos, porque me parece que ele está dando um passo em direção à esperança com sua atitude aberta de diálogo e inclusão e não de desprezo e esmagamento. Sorte argentinos. Boa sorte a todos os latino-americanos. Para o povo argentino e para nós, aqueles que moramos perto da Argentina", conclui.

Já o presidente do México, Andrés Manual López Obrador, também conhecido como AMLO, ironizou em uma coletiva de imprensa o apoio dos líderes de direita ao libertário Javier Milei. "Veem agora como Fox e Calderón (ex-presidentes mexicanos) com Vargas Llosa e outros ex-presidentes de direita apoiam Milei da Argentina? Claro. Ele é até contra o Papa. Ele chama o Papa de comunista, porque o Papa é a favor da Justiça", afirma.

"Com todo o respeito ao Perón, ao (Jorge Luis) Borges; àquele grande jogador de futebol, Maradona, que para mim é melhor; Messi, fenômeno... Bem, nenhum argentino como Francisco. E esse fascista ultraconservador se lança contra ele".

Manifesto por Milei

Nove ex-presidentes de países da América Latina e o escritor Mario Vargas Llosa assinaram um manifesto em apoio ao candidato presidencial Javier Milei. A chapa A Liberdade Avança, liderada pelo candidato libertário, compartilhou nas redes sociais um comunicado agradecendo o apoio recebido.

Os ex-líderes Mauricio Macri, Iván Duque, Mariano Rajoy, Jorge Quiroga, Sebastián Piñera, Andrés Pastrana, Luis Fortuño, além dos mexicanos Felipe Calderón e Vicente Fox, assinaram o comunicado em apoio ao libertário. No texto, os signatários afirmaram que o candidato governista Sergio Massa representa a continuidade de um modelo econômico "fracassado" que jogou o país "em permanente estagnação durante décadas".

"O projeto de Massa nada mais é do que o projeto original de Néstor e Cristina Kirchner: alcançar a hegemonia política à custa do orçamento e da punição da oposição", dizem no comunicado.

"Diante desta ameaça, apresenta-se a opção de Javier Milei, um candidato novo na política, com quem sem dúvida temos muitas divergências, mas que acredita nas ideias de liberdade e tem uma visão muito acertada do diagnóstico a respeito dos problemas econômicos do país."

Diversas personalidades do mundo político lamentam a morte do ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez, aos 80 anos, em Montevidéu, na madrugada deste domingo (6), devido a um câncer de pulmão detectado em agosto de 2019. A lista vai do também ex-presidente uruguaio José Mujica ao ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e contempla ainda outros brasileiros.

"A melhor maneira de lembrar de você é lutar por suas bandeiras", disse Mujica, em declaração à rádio uruguaia Sarandi. Ele disse que o dia de hoje é triste tanto para a força política formada por ambos, a Frente Ampla (FA), como para o seu bairro, La Teja, ressaltando a perda para os mais pobres e os proletariados.

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Lula publicou nota, lamentando a morte de Vázquez e fez um post no Twitter, acompanhado de uma foto em que aparece de mãos dadas com o ex-presidente uruguaio. Nela, afirmou que perdeu um amigo "querido" seu e do Brasil. "Tabaré Vázquez foi um grande médico e político, por duas vezes presidente do Uruguai, que governou com sabedoria e competência, deixando um legado de democracia, desenvolvimento e avanços sociais no nosso querido país vizinho", disse.

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, também se manifestou perante à morte do ex-presidente uruguaio em seu perfil no Twitter. "De luto o povo uruguaio, de luto a esquerda latino- americana, de luto e tristes todos os que, em algum momento - ao seu lado - estiveram com ele na luta em defesa da democracia, junto aos oprimidos do mundo", escreveu.

Vázquez foi o primeiro presidente de esquerda do Uruguai, representando a Frente Ampla, cargo que ocupou entre 2005 e 2010, e depois serviu outro mandato entre 2015 e 2020. Ele deixou o cargo de presidente em março deste ano, quando foi substituído por Luis Lacalle Pou, do Partido Liberal, vencedor das eleições do ano passado.

Em um vídeo reproduzido hoje no 2º Encontro do Grupo de Puebla, em Buenos Aires, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a elite da América Latina é "muito conservadora" e "não aceita" a ideia de o povo pobre subir um degrau na escada das conquistas sociais.

"Kirchner, Cristina, Lula, Evo, Mujica, Tabaré, Chávez já provamos que (a ascensão social dos pobres) é possível", disse, referindo-se aos ex-presidentes da Argentina Néstor Kirchner e Cristina Kirchner - recém-eleita vice-presidente -, aos presidentes da Bolívia, Evo Morales, do Uruguai, Tabaré Vázquez e José "Pepe" Mujica, e ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez.

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O petista também parabenizou o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, que no último dia 27 de outubro venceu no primeiro turno a disputa contra Maurício Macri, que buscava a reeleição. Segundo Lula, o peronista pode implementar políticas para os mais pobres gerando emprego e distribuição de renda no país vizinho e, assim, "servir de exemplo" para outras nações da América Latina.

"Agradeço ao Fernández por ter ganho a eleição. É como se eu tivesse ganho aqui no Brasil, querido, tal é a alegria que eu fiquei", disse.

O Grupo de Puebla - que recebeu este nome em razão da primeira edição do evento, realizada em Puebla, no México - é formado por dezenas de líderes latino-americanos e realiza, desde ontem e até domingo, 10, o encontro na capital argentina sob o lema de um "Novo impulso progressista".

Estão presentes a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante - todos cumprimentados por Lula em seu vídeo -, além de ex-presidentes latino-americanos como Mujica, do Uruguai, e Fernando Lugo, do Paraguai.

"Tenho o objetivo de constituir uma integração latino-americana muito forte", ressaltou o ex-presidente, que deixou ontem a prisão em Curitiba após ficar detido por 580 dias. "Ainda continuo com o sonho de construir uma Grande América Latina."

A exemplo do que havia dito ontem, logo após ser solto, em palanque montado em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, Lula celebrou estar "finalmente livre" e "com muita vontade de lutar". E voltou ao ataque: "Estou com muita disposição de andar o Brasil, de viajar a América Latina, e muita disposição de combater o lado podre do Poder Judiciário, o lado podre da Polícia Federal, o lado podre da Receita Federal, o ladro podre do Ministério Público, o lado podre da imprensa brasileira".

O ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, afirmou no fim de semana que o governo da Venezuela "é uma ditadura, sim", durante entrevista à uma rádio local no sábado, 27.

Como uma das principais figuras políticas da esquerda uruguaia, Mujica, que comandou o país entre 2010 e 2015, desencadeou uma crise política. Até o momento, o movimento havia sustentado que qualificar como "ditadura" o regime do presidente Nicolás Maduro não ajudava a buscar uma saída negociada à crise venezuelana, um objetivo do atual presidente uruguaio Tabaré Vázquez.

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Enquanto 50 países têm dado seu apoio público à oposição venezuelana, ao reconhecer o autoproclamado presidente interino da Venezuela e líder da Assembleia Nacional do país, Juan Guaidó, como o governante oficial do país, tanto Uruguai quanto México têm insistido em manter uma postura neutra perante a situação.

O próprio Mujica, em maio, afirmou que as pessoas "não devem ficar na frente dos blindados", após os veículos da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) terem atropelado manifestantes antichavistas no levante militar fracassado de Guaidó para tirar Maduro do poder. A afirmação foi criticada, já que coloca nas vítimas a culpa pelos atropelamentos.

Em meio a campanha eleitoral das eleições presidenciais e legislativas em outubro no Uruguai, os principais líderes da coalizão de esquerda pró governo Frente Ampla haviam evitado definir o regime de Maduro como uma ditadura. A afirmação de Mujica foi uma ruptura com o discurso oficial.

No domingo, o candidato presidencial da Frente Ampla e ex-prefeito de Montevidéu, Daniel Martínez, que já havia sido crítico ao governo venezuelano, mas havia negado qualificá-lo como uma ditadura, escreveu em sua conta no Twitter: "O relatório de (Michelle) Bachelet é estritamente fiel (à situação) da Venezuela e se trata de uma ditadura. É preciso seguir trabalhando em uma saída negociada e que o centro sejam os venezuelanos".

Enquanto isso, a oposição havia reiterado que não condenar o regime de Maduro mostra a falta de convicções democráticas da Frente Ampla. O ex-presidente uruguaio Julio María Sanguinetti (1985-1990 e 1995-2000), figura importante da oposição, havia apontado que a eleição havia se reduzido a uma competição entre aqueles que creem que a Venezuela é uma democracia e aqueles que pensam o contrário.

Por enquanto, as pesquisas eleitorais apontam que a oposição ganhou vantagem em relação a Frente Ampla, que ganhou as três últimas eleições no país. Para a oposição, a posição oficial de que há uma ditadura na Venezuela foi dada por causa do medo de perder as eleições, e por isso não é sincera.

"Eles eram parceiros políticos e econômicos da ditadura que eles agora descobrem. Bem vindos. Mas eles também deveriam reconhecer que foram seus cúmplices", escreveu no Twitter o senador do Partido Nacional, Javier García.

"(As pessoas) não devem ficar na frente dos blindados. Se você vai às ruas, se expõe." Foi assim que o ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica se referiu na quarta-feira, 1º, ao atropelamento de manifestantes antichavistas por blindados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), ao ser questionado sobre o incidente.

Com a repercussão negativa da declaração, que colocaria sobre as vítimas a culpa de ser atingida pelos taques conduzidos por militares leiais ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, Mujica voltou a falar do assunto nesta quinta, 2, para explicar o que quis dizer.

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"O que eu disse é que você nunca deve ficar na frente dos tanques porque o condutor pode ser um louco. É preciso levar em consideração que há pessoas neste mundo com um caminhão que atropelam uma multidão. Eu não estou justificando nada, só estou tentando educar as pessoas ", afirmou ao semanário uruguaio Búsqueda, o mesmo ao qual havia feito a primeira declaração.

O ex-presidente também disse afirmou que nunca foi sua intenção "justificar a situação no país caribenho" e completou: "o que está acontecendo na Venezuela é uma selvageria. Como vou justificar essa selvageria? Até roubaram alguns tanques".

No dia 30, um militante pró-Juan Guaidó foi atropelado e morto durante ato público em Caracas por um blindado da GNB. O modelo VN4 Rhinoceros, de 5,7 toneladas, é armado com uma metralhadora 12.7 mm. Nas versões venezuelanas a torre de ataque é equipada também com disparadores de granadas de gás - a munição lacrimogênea é comprada no Brasil, da Condor Tecnologias Não Letais.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) criticou, nesta quinta-feira (2), uma declaração do ex-presidente do Uruguai José Alberto Mujica, mais conhecido como Pepe Mujica, em defesa da Guarda Nacional Bolivariana, leal ao presidente da Venezuela Nicolás Maduro, que atropelou manifestantes com veículos blindados durante atos violentos na última terça (30).

Ao ser questionado nessa quarta (1º) sobre como avaliava o uso das tanquetas e o episódio do atropelamento, Mujica defendeu os militares pró-Maduro: "[Os manifestantes] não deveriam ficar na frente das tanquetas".

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A postura repercutiu negativamente no Brasil e Mujica é considerado um dos ídolos internacionais de partidos de esquerda como o PT, o que insuflou ainda mais o debate. O nome dele, inclusive, está entre os assuntos mais comentados no Twitter no país.

Ao expor uma reportagem que estampa a afirmativa de Mujica, o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que o ex-presidente fez o que é típico da esquerda “colocar a culpa nos outros” e pontuou que para os que defendem Maduro vale até matar pela causa.

“Ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, como todo bom esquerdista bota a culpa nos outros. Assumir responsabilidades não é com os esquerdistas do Foro de São Paulo”, alfinetou Eduardo Bolsonaro. “E tudo vale em nome da causa, até matar”, completou o deputado.

Na última terça duas pessoas morreram e 187 ficaram feridas na Venezuela por causa da disputa de poder entre Maduro e o autodeclarado presidente do país, Juan Guaidó. Mujica apoia o governo de Nicolás Maduro enquanto Jair Bolsonaro e seus filhos já declararam o alinhamento a Guaidó.

O candidato a presidente derrotado Fernando Haddad (PT) divulgou nas redes sociais a visita que fez ao ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica. O petista foi até o país, mais especificamente no Rincón del Cerro, zona rural de Montevidéu, onde mora Mujica. O ex-prefeito de São Paulo disse que teve “uma aula com o mestre”. O ex-presidente mora a 20 quilômetros da capital uruguaia.  

Por meio de um vídeo, Mujica voltou a defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele chegou a falar sobre a construção de um “mito”. “Lula é uma causa, não é um homem. Lula está no coração dos necessitados, dos carentes, onde residem as desigualdades, isso é o melhor de Lula. O tempo passará, estão construindo um mito e contra os mitos não se pode lutar. Força Lula, sempre livre”, declarou. 

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Os senadores Lindbergh Farias (PT), Humberto Costa (PT) e a deputada Benedita da Silva (PT) também se encontraram com Mujica. Por meio do Twitter, Lindbergh contou que o assunto do encontro foi sobre “a prisão injusta de Lula e a importância da América Latina na luta pela democracia”. 

 Mujica já chegou a dizer, recentemente, que Lula era “a única saída” para tirar o Brasil da situação em que se encontra. "Pode ter havido erros e desvios, mas tenho confiança em Lula. Parece que as ditaduras estão fora de moda, que agora são os golpes suaves com certa margem de aparente legalidade os preferidos para calar as pessoas", disse na ocasião em alusão ao impeachment de Dilma Rousseff. 

O ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente Fernando Haddad (PT) e um grupo de congressistas brasileiros se reuniram nesta terça-feira (11) em Montevidéu, com o ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica. Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também se encontraram com Mujica. O PT programa uma campanha internacional em favor da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Nessa reunião conversamos sobre a prisão injusta de Lula e a importância da América Latina na luta pela democracia", afirmou Lindbergh Farias, no Twitter. De acordo com o PT, a reunião foi realizada na propriedade onde o ex-presidente do Uruguai mora, em Rincón del Cerco, a 20 quilômetros do centro da capital uruguaia. Nesta semana, a Fundação Perseu Abramo (FPA), braço teórico do partido, promoveu uma conferência internacional em "defesa da democracia".

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O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica afirmou que o petista Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, é a "única saída" para tirar o Brasil da "situação lamentável" em que se encontra.

Em entrevista ao portal russo "Sputnik", Mujica admitiu que "pode ter havido erros" nos governos do PT, mas acrescentou que Lula é um "negociador nato" e o personagem ideal para "acalmar os embates que existem" no país.

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"Pode ter havido erros e desvios, mas tenho confiança em Lula. Parece que as ditaduras estão fora de moda, que agora são os golpes suaves com certa margem de aparente legalidade os preferidos para calar as pessoas", disse o uruguaio, em alusão ao impeachment de Dilma Rousseff.

O ex-presidente foi declarado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de condenados por tribunais colegiados, e nomeou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para concorrer em seu lugar.

Mujica também declarou sua torcida contra o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro, e afirmou que é "inquietante" a influência que ele possui no Brasil. "Espero que Bolsonaro não ganhe, e acho que o fato de ele crescer nas pesquisas não exclui que tem uma margem de rejeição muito grande", completou.

Da Ansa

"Não sou uma estrela": assim o ex-presidente uruguaio José 'Pepe' Mujica recusou-se a participar da sessão de fotos pós-coletiva de imprensa e a ficar em pé diante do público para receber os aplausos. Depois da exibição desta segunda-feira (3) de "El Pepe, Uma Vida Suprema", do sérvio Emir Kusturica, foi embora, quebrando os protocolos.

A atitude mais próxima de Pepe ao estrelato foi distribuir autógrafos no tapete vermelho. Além disso, Kusturica disse que conversar com o ex-mandatário é algo "fora do normal". "Estou muito feliz por tê-lo conhecido e por fazer que a sua história seja conhecida através desse filme", comentou.

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Aproveitando a atenção e os holofotes, Mujica apresentou os seus posicionamentos políticos. Segundo ele, a Europa carrega uma culpa pelo que acontece na África, em uma "longa história de erros que partem do colonialismo". Assim, ele aponta uma única solução possível para a crise migratória: uma espécie de plano Marshall que faça reviver o continente. "Do contrário, o mar Mediterrâneo não será suficientemente grande para se tornar um cemitério", afirmou.

Já sobre a Venezuela, que passa por uma trágica crise econômica e humanitária, Mujica disse que está "confiante de que o povo sozinho conseguirá reagir".

O ex-presidente, que governo o Uruguai de 2010 a 2015, demitiu-se do cargo de senador no último 14 de agosto e devolveu 70% do seu salário vitalício aos mais pobres através da Fundação de assistência que carrega o seu nome.

O documentário "El Pepe, Uma Vida Suprema", fora do circuito de competição de Veneza, conta a história a partir do seu último dia na Presidência do Uruguai.

Da Ansa

Aparentando estar cabisbaixo, o ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica deixou a sede da Polícia Federal, em Curitiba, na tarde desta quinta-feira (21), após ter feito uma visita ao ex-presidente Lula. Em entrevista à imprensa, Mujica falou que encontrou o líder petista com bom temperamento, mas preocupado com o futuro do Brasil. 

Mujica também disse que fazia muito tempo que não via Lula e afirmou que ele foi muito cordial e que debateram sobre o que está acontecendo na América. “Encontrei alguém com muito bom temperamento, lendo muitos livros e preocupado, como não pode ser de outra maneira, pelo destino e pelo futuro do Brasil e da nossa América”, detalhou em uma breve conversa com os jornalistas. 

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Entre elogios, o ex-presidente uruguaio ressaltou que quando Lula foi presidente se comportou como uma espécie de irmão maior. “Quando Lula foi presidente deste país gigantesco [teve] uma atitude de muita consideração com respeito aos países pequenos da América Latina”. 

 

Mujica ainda falou que lhe preocupa o fato dos brasileiros perderem a alegria e também com a possibilidade de um confronto. “O meu desejo é que o Brasil possa superar os problemas. “Se o Brasil anda bem, nós também andamos bem. Se Brasil anda mal, nós também andamos mal”, frisou. 

 

 

 

O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, vai visitar o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde o petista está preso desde o dia 7 de abril. O uruguaio pretende fazer a visita nesta quinta-feira (21), às 16h. De acordo com informações do site do PT, o encontro entre os dois será acompanhado pela presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

Lula conheceu Mujica durante a posse de Tabaré Vásquez, em 2005, e de lá para cá os dois se tornaram amigos. O ex-presidente uruguaio, inclusive, foi um dos líderes sul-americanos que criticou a prisão do líder-mor petista. 

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Em texto publicado no jornal El País, Mujica afirmou estar ao lado do petista “nas lutas do povo humilde do Brasil”. O uruguaio também defendeu que Lula “não está mentindo” e apontou o que classificou como “contradições dentro do Judiciário” brasileiro.

“Querido Lula, as classes sociais existem e as dominadoras não suportam que os subjugados disputem o poder. Sei que a luta continua e continuará apesar dos juízes e da mídia. Te acompanhamos nas lutas do povo humilde do Brasil. Contigo sempre, Pepe”, escreveu.

Lula está preso para iniciar o cumprimento da pena de 12 anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A condenação é do caso do triplex do Guarujá, apontado pela Lava Jato como parte de pagamento de propina para o ex-presidente.

Um evento em Santana do Livramento, na fronteira do Brasil com o Uruguai, nesta segunda-feira (19), juntou Lula e o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, além de Dilma Rousseff para conversar sobre “o futuro” da América do Sul. No encontro, o líder petista se mostrou bastante confiante em relação ao pleito presidencial no Brasil. “Tenho certeza que, se a eleição for normal, você vai ter o prazer de ver o PT voltar a governar o Brasil”, afirmou direcionando as palavras para Mujica. 

Lula falou que está se preparando para o que chamou de “enfrentamento” ressaltando que a legenda, caso vença, vai reconstruir a unidade conquistada durante o governo do PT, no período de 2000 a 2014. O petista também disse que prepararam uma “mentira” contra Dilma, que teria culminado no impeachment e ressaltou que o ódio está sendo pregado no mundo inteiro. 

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“Não é uma tarefa fácil. Antes quando queriam tirar alguém [da presidência] matavam, depois veio o golpe militar, e agora é através de uma ação judicial que ele tentam criminalizar as pessoas”, acrescentou. 

Lula declarou que, atualmente, comanda o Brasil “um golpista” que atende ao mercado financeiro. “A gente não via mais criança pobre pedindo esmola nas ruas de São Paulo, a gente não via há muito tempo o salário dos trabalhadores caírem e tudo isso está acabando, inclusive acabou uma coisa que era a Consolidação das Leis do Trabalho”, criticou dizendo que o em seu governo foi produzido riquezas. “Foi um momento muito bom para o Uruguai e para o Brasil”, salientou. 

Por sua vez, Mujica pontuou que ninguém possui uma verdade absoluta e falou sobre a briga por igualdade. “Se brigamos por igualdade, temos o dever de viver como a maioria do povo e não como vive a minoria privilegiada. Temos que cuidar, os partidos de esquerda, enormemente pela conduta e a vida da gente que representamos”. 

O ex-presidente do Uruguai também falou que, hoje, não se questiona como está a vida do povo. “Tem que crescer economicamente, mas quem se pergunta se vivem felizes as pessoas? É a pergunta que temos que fazer”, declarou frisando que não acredita na confrontação e asseverando a importância da tolerância e que com o ódio se retrocede. 

Admiração por Mujica

Durante o ato, Lula rasgou elogios a Pepe Mujica declarando que ele era uma das figuras que mais aprendeu a admirar e respeitar desde que se conhece como político. “O Pepe é um exemplo de quem não desiste. Os brasileiros precisam saber que esse homem é um lutador social. Esse homem ficou preso 14 anos. Dos 14 anos que ficou preso, 7 anos ficou em uma solitária e a sua companheira também ficou”, contou. 

Lula ainda disse que o governo dos dois foram “bem-sucedidos” no que diz respeito a políticas sociais na América do Sul. “Acredito que todos nós que militamos vimos o Continente avançar de forma extraordinária. Na América do Sul, penso que criamos um jeito de fazer política e de nos colocarmos que, em algum momento, começou a incomodar os americanos que não estavam habituados a autodeterminação do povo da América do Sul (...) eu acho que quando um país como o Brasil, junto com seus parceiros da América do sul, começou a virar protagonista, os americanos trabalhavam com a ideia que o Brasil era o inimigo”, explanou. 

Na semana passada, o Uruguai começou a vender maconha em 16 farmácias para uso recreativo. Na ocasião, a presidência do país justificou que esses estabelecimentos cumpriram todos os requisitos exigidos pelo Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (IRCCA). A lei para regularizar a produção e venda da erva foi aprovada em 2013.

Em entrevista concedida a BBC, nessa sexta-feira (21), o ex-presidente do Uruguai e atual senador José Mujica falou sobre a medida que foi aprovada em seu governo. Ele pareceu entusiasmado com a liberação. “Espetacular. Bom até demais”, declarou.  

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Filas longas foram feitas para a compra no primeiro dia de venda. No entanto, para adquirir o produto foi necessário fazer o cadastro em uma das 65 agências do Correio autorizadas. O consumo pode ser feito apenas por uruguaios ou residentes permanentes maiores de 18 anos. 

No início deste mês, em entrevista concedida ao LeiaJá, o ex-vereador e presidente do PT no Recife, Osmar Ricardo, também defendeu a liberação da maconha. Ele disse, na ocasião, que muitas pessoas têm a mesma opinião, mas que ficam “com medo de assumir”. 

No entanto, ele defende a liberação para fins terapêuticos. “A liberação da maconha para esse fim foi reconhecido pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Foi um ganho para o povo. Algumas pessoas têm epilepsia especial, que sentem dores, e a Cannabis tem uma substância que acalma, que tira a dor, então isso é importante, inclusive, tem gente aqui no Estado de Pernambuco que já ganhou o direito de plantar a maconha em sua casa para uso medicinal”, chegou a dizer. 

O também defensor Jean Wyllys (Psol), deputado federal, já afirmou que legalizar a Cannabis e acabar com a guerra às drogas não é somente uma questão de liberdades individuais. “É também uma questão de segurança pública e de direitos humanos”. 

Em oposição, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC) recentemente falou sobre o assunto. “O que faltam nas escolas é menos sexo, maconha, prazer e mais estudos e responsabilidade com o futuro”, disparou. Irmão de Eduardo, o deputado estadual Flávio Bolsonaro pediu o afastamento de um professor do Rio de Janeiro porque o docente tem tatuado em seu braço uma folha de maconha. A alegação do deputado é que o educador poderia influenciar os alunos a usarem drogas.  

O ex-presidente do Uruguai e atual senador José Mujica comentou o atual cenário político do Brasil afirmando que era “triste”. “Tudo isso é muito triste. É um cenário que coloca o Brasil, na visão internacional, como uma república muito desprestigiada. O Brasil não merece isso”, lamentou em entrevista para a BBC Brasil.

Mujica falou sobre a votação que deve ocorrer, no próximo dia 2 de agosto, que deve definir a situação do presidente Michel Temer (PMDB). “Me dá pena. Pena pelo Brasil por ver o que aconteceu com uma comissão [Comissão de Constituição e Justiça], que estava estudando as eventuais acusações e tiveram que mudar a composição dessa comissão. Tudo indica que houve muita influência para poder colocar gente que não decepcionasse o governo”, declarou. 

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Ele definiu o governo Temer como um retrocesso e falou sobre as reformas propostas. “Porque, por exemplo, os trabalhadores rurais, tão importantes no Brasil, vão ficar praticamente sem aposentadoria. Porque ter que trabalhar esse montão de anos é praticamente impossível para uma vida normal. Eu acho que estão caminhando para mais de 50 anos de atraso”. 

“Por um lado existe um mundo que floresce quando a economia cresce, mas existe outro que vai ficando marginalizado da civilização. E o Estado tem que buscar reduzir essa contradição. O Brasil está fazendo exatamente o contrário”, disse. 

Ao falar sobre a condenação de Lula, Mujica declarou que “é evidente” que no Brasil tudo ganhou “um tom conspirativo de extrema-direita”. “Acho também que existe uma direita muito conservadora que está utilizando, entre outras coisas, a influência de mecanismos da Justiça tentando frear toda possibilidade de resposta progressista ou mais ou menos a favor da grande maioria”. 

Ainda pontuou que achava “impressionante atacarem” o presidente Lula. “Colocam a eventual venda de um apartamento em uma praia. Para um homem que foi presidente, durante oito anos da principal potência da América Latina, e com o antecedente da retirada de Dilma Rousseff do governo. Realmente tudo isso gera a imagem de um Brasil muito doente”

“E, além disso, aprovam um conjunto de reformas que vão para o passado, [anulando] as medidas que foram implementadas por Getúlio Vargas, que foi um presidente inesquecível e se suicidou por causa da pressão da oligarquia. É como se o Brasil estivesse voltando aos seus piores tempos”, ressaltou. 

O ex-presidente Lula (PT) garantiu neste sábado (29), durante o Seminário Internacional de Participação Cidadã, Gestão Democrática e as Cidades no Século 21, realizado pela Prefeitura de São Bernardo, em São Paulo, que está pronto para dar novos voos. O petista participou do evento ao lado do ex-presidente do Uruguai e senador pelo país, José Mujica.

No discurso de Mujica, ele defendeu a importância dos partidos políticos para a manutenção das conquistas sociais dos cidadãos. "A democracia requer partidos. Não há democracia sem partidos. Eles são a vontade coletiva de grupos humanos. Os grandes meios nunca vão estar do lado do povo. São empresas, que atendem a outra forma de entender o mundo”, destacou.

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Lula aproveitou o espaço para enaltecer e relembrar algumas experiências de participação popular criadas pelo PT como o orçamento participativo, por exemplo. "Pela primeira vez o povo humilde era chamado a discutir cada prioridade do seu bairro e votavam, participavam e cobravam", frisou, pontuando sua postura quando representou a categoria dos metalúrgicos em São Paulo. "Não era possível eu todo ano fazer greve e, ao chegar à eleição, eleger meu patrão para vereador, deputado, prefeito", disse.

O ex-presidente fez vários elogios a sua própria gestão e alegou ter ficado ao lado do povo. "Se perguntarem qual foi o maior legado que deixei, foi a relação que o governo estabeleceu com a sociedade e com os movimentos sociais. Se juntar todos os presidentes do País, antes de mim, eles não fizeram 10% das reuniões que fizemos. Foram 74 conferências nacionais, que começavam nos municípios”, pontuou. 

Alfinetando a oposição, Lula questionou de onde vem tanto ódio. "De onde vem esse ódio? Será que uma parte desse ódio demonstrado contra o PT é porque as empregadas domésticas conquistaram mais direitos? Nós fomos para a rua para conquistar melhoras para as pessoas. Acho que essas pessoas estão querendo desfazer essas melhoras”, disparou. 

Antes de encerrar o discurso, o petista revelou o desejo de retomar o protagonismo político e conceder entrevistas para dar “sossego a Dilma”. “Ver se dão um pouco de sossego para a companheira Dilma e se incomodam comigo de novo. As pessoas não me deixam em paz. Todo santo dia falam no meu nome”, ostentou, comentando em seguida com Mujica que "Você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no galho. Se ele voar, fica difícil(...). Eu voltei a voar outra vez", cravou o ex-presidente. Lula também defendeu a volta da  Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), cujo fim Dilma recentemente lamentou.

O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou na tarde desta sexta-feira, 8, que vai apresentar um requerimento de convite para que o ex-presidente do Uruguai José Mujica fale sobre a suposta confissão que o ex-presidente Lula fez do envolvimento dele no escândalo do mensalão. O pedido será apresentado na Comissão de Relações Exteriores da Casa e tem como base um livro-reportagem sobre Mujica em que Lula teria narrado ao ex-presidente uruguaio, em encontro em 2010, que esse esquema de corrupção "era a única forma de governar o Brasil".

"A acusação é muito séria, até porque é a própria esquerda brasileira que trata Mujica como uma espécie de mártir e coloca sua índole acima de qualquer suspeita. Se ele diz que o ex-presidente Lula, não só confirmou ter conhecimento sobre o mensalão, como admitiu que era a sua única forma de governar o País, isso coloca em xeque toda a tese que o inocentou do esquema", defende Caiado, em nota divulgada. O caso foi publicado em reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira.

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Segundo o líder do DEM, o convite também será feito ao ex-vice presidente do país Danilo Astori, que, segundo Mujica, estava na sala e também ouviu a confissão do petista.

O ex-presidente Lula sempre negou que soubesse da existência do mensalão. No auge do escândalo, Lula chegou a gravar um pronunciamento em que afirmou que se sentia traído e pedindo desculpas. Posteriormente, contudo, ele passou a rejeitar a existência do esquema de corrupção, mesmo após condenações de pessoas próximas a ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter vivenciado o episódio do escândalo do mensalão com "angústia" e com "um pouco de culpa", segundo relato que teria sido feito pelo próprio petista ao ex-presidente do Uruguai José Mojica. A conversa foi narrada pelo uruguaio em um livro recém-lançado no país sobre seu mandato.

No livro-reportagem Una oveja negra al poder (Uma ovelha negra no poder, em tradução livre), escrito pelos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, Mujica fala sobre o ex-presidente brasileiro, quem diz admirar e respeitar politicamente. O livro ainda não foi lançado no Brasil.

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Mujica narrou ainda aos autores que Lula contou ter precisado lidar com "coisas imorais, chantagens". "Essa era a única forma de governar o Brasil", teria dito o brasileiro a Mujica. O diálogo, segundo o livro, foi presenciado também pelo então vice-presidente de Mujica, Danilo Astori, e ocorreu em 2010.

Procurado para comentar as falas de Mujica, o Instituto Lula não se manifestou até a tarde desta sexta-feira, 8.

Sob uma rigorosa dieta, que já lhe garantiu a perda de 15 quilos nos últimos meses, a presidente Dilma Rousseff decidiu fazer uma de suas tradicionais escapadas durante viagens internacionais, driblou a dieta Ravenna e comprou ela mesma doce de leite, queijo e uma garrafa de vinho tinto em um supermercado de Montevidéu no sábado, 28.

A passagem de Dilma pelo supermercado Devoto, no bairro de classe média Malvin, foi revelada pelo jornal uruguaio "El País". Segundo funcionários do Devoto entrevistados pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, nesta segunda-feira, 2, a visita de Dilma - a primeira de um chefe de Estado estrangeiro na história da tradicional rede de supermercado, garantem eles -, durou cerca de 15 minutos e ocorreu sem transtornos. O Broadcast Político apurou que Dilma comprou os itens para consumo próprio.

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A presidente chegou ao local por volta de 21h, quatro horas depois de dois membros da sua escolta pessoal terem feito reconhecimento da área. O movimento estava normal, com poucas filas. A revelação de quem era a ilustre cliente rodeada de seguranças e de rosto levemente familiar para os uruguaios surgiu quando um funcionário flagrou a petista na seção de laticínios, à procura de doce de leite.

Com a circulação da notícia de que a presidente do Brasil estava fazendo compras como uma "mera mortal" - uma postura despojada que remete à figura do ex-presidente José Mujica -, houve burburinho entre o público. Dilma viu sua popularidade ir às alturas, pelo menos entre os clientes do Devoto, e foi bombardeada com pedidos de selfies, todos prontamente atendidos. Depois do assédio, finalmente pediu ajuda para encontrar doce de leite.

Indústria uruguaia

 

Duas fileiras atrás da seção de laticínios estavam os potes de 970g da marca de doce de leite Conaprole (valor calórico: 64 kcal por porção de 20g) e de 860g da marca Lapataia (62 kcal por porção), ambos acrescentados à cesta de compras da mandatária. A presidente também levou um vinho tinto Viejo H Stagnari, feito com a uva tannat, e um pote de 210g de queijo branco Talarcrem - todos os itens são produtos da indústria uruguaia.

"Achei ela tão mais magra do que parecia na TV, pensei que era porque a TV engordava as pessoas", comentou uma funcionária que acompanhou a cena e pediu pra não ser identificada. "As pessoas não queriam incomodá-la, mas viram que ela estava simpática posando para fotos e aí todo mundo se animou." Segundo o Estado apurou, a compra de Dilma ficou na faixa de 1 mil pesos uruguaios (R$ 116) e foi paga pelo chanceler Mauro Vieira, que utilizou cartão de crédito.

Especialistas

Para o nutricionista Aldemir Mangabeira, membro da comissão de ética e fiscalização do Conselho Regional de Nutricionistas da Primeira Região (DF, MT, GO e TO) e mestre em nutrição humana pela Universidade de Brasília (UnB), dos três itens comprados por Dilma, o menos recomendável para uma dieta é o doce de leite.

"Existem doces que são menos açucarados e calóricos. O problema do excesso de açúcar é que ele provoca um pico de insulina e isso gera gordura abdominal. Seria melhor comer um doce diet do que o doce de leite", comentou o nutricionista.

Quanto ao consumo de queijo, o professor destacou que o ideal é se informar sobre o teor de gordura do alimento, que é fonte de cálcio e proteína. Já o álcool traz benefícios pro sistema cardiovascular. "Ela (Dilma) pode consumir moderadamente uma quantidade de vinho. Não existe essa ideia de cortar alimentos", avaliou.

Dependendo da fase em que o paciente se encontra, a Dieta Ravenna pode restringir o consumo de alguns alimentos, como carboidratos refinados, bebida alcoólica e doces. Especialistas que acompanham a dieta esclarecem que não se trata de um "regime de moda", e sim um tratamento médico para emagrecimento, de acordo com a saúde de cada paciente.

"O Método Ravenna baseia-se no tripé corte-medida-distância e consiste no acompanhamento interdisciplinar com o apoio de médico, nutricionista, psicólogo e educador físico. O tratamento permite a perda de peso saudável, efetiva e duradoura, sem medicamentos e sem cirurgias", diz a página oficial do Centro Terapêutico Dr. Máximo Ravenna.

No sábado, antes das compras "às escondidas" no supermercado de Montevidéu, Dilma almoçou com Mujica na residência de campo Anchonera. Enquanto o uruguaio encheu o prato de espaguete com almôndegas, a presidente comeu apenas um pedaço de carne do seu prato e ignorou a massa.

A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado (28) que, quando houver energia elétrica sobrando no Uruguai, o Brasil vai adquirir esse excedente. "Quando tiver sobrando energia no Uruguai, nós iremos comprá-la", disse a presidente, ao participar da inauguração do Parque Eólico Artilleros, em Tarariras, no Uruguai, ao lado de Pepe Mujica, que neste domingo (1º) transmite o comando do país a Tabaré Vázquez. Dilma acompanhará a posse do novo presidente uruguaio, neste domingo.

Dilma destacou, ainda, que será inaugurada uma nova linha de transmissão entre os dois países, entre São Carlos (Uruguai) e Candiota (Brasil). Trata-se de obra que envolve a construção de uma subestação de 500/230kV em Candiota (RS), uma linha de 500kV com 60 quilômetros de extensão até a fronteira com o Uruguai e outra de 230kV, com nove quilômetros, que vai ser conectada com a Subestação Presidente Médici, da Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE). Segundo Dilma, o obra vai transformar as condições tanto no Brasil, como no Uruguai. "Isso vai ser importante para as nossas relações", disse.

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"Teremos energia que ao longo do período será mais barata", disse a presidente. Ela lembrou que atualmente falta energia em uma parte do Brasil e sobra no Uruguai, problema que será superado com a nova interligação. "É possível integração com os dois lados ganhando e se respeitando", disse.

A presidente disse que, na América Latina, "nos condenaram à separação". "Exigiram que o sistema elétrico brasileiro fosse de 60 ciclos e o do Uruguai, de 50 ciclos. Com isso, estávamos proibidos de intercambiar uma das maiores riquezas que temos, que é a riqueza energética. Segundo ela, essa característica foi um dos "resquícios coloniais para nos separar". Agora, para a presidente, a interligação representa "um marco na ruptura com o passado colonial" e trará mais segurança energética para os dois países e eletricidade mais barata.

Dilma elogiou o presidente uruguaio, Pepe Mujica. "Mujica é pessoa comprometida com interesses do Uruguai e de demais países da América Latina", afirmou a presidente brasileira.

Dilma destacou também que as relações do Brasil com Uruguai vão continuar com chegada de Vásquez à presidência. "É possível maior aproximação entre países por meio de ações comuns", disse. Um exemplo de ação comum é o novo canal de interligação entre as redes de energia brasileira e uruguaia, a ser inaugurada em breve.

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