Tópicos | Venezuela

A Polícia Civil do Amazonas prendeu um casal suspeito do assassinato da artista venezuelana Julieta Hernández Martínez, de 38 anos, que estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro, quando viajava de bicicleta em direção à Venezuela. Segundo a polícia, ela foi estuprada antes de ser morta. O corpo estava enterrado em uma cova rasa, no terreno de uma pousada, em Presidente Figueiredo, cidade localizada 125 quilômetros ao norte de Manaus, capital amazonense. O casal, dono da pousada, confessou o crime, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).

Julieta fazia parte do grupo de artistas e ciclo-viajantes "Pé Vermei". Ela estava no Brasil desde 2015 e atuava também como palhaça no Circo di SóLadies. A artista havia saído de bicicleta do Rio de Janeiro e planejava chegar a Puerto Ordaz, em seu país. No trajeto, ela dormia em casas de outros artistas ou pousadas. Em Presidente Figueiredo, ela procurou algumas pousadas, mas estavam lotadas. A artista acabou se acomodando na pousada precária onde foi assassinada.

##RECOMENDA##

Na noite de 23 de dezembro ela dormia em uma rede, na varanda da pousada, quando o dono, um homem de 32 anos, a rendeu com uma faca. Segundo a polícia, o suspeito havia usado crack e a obrigou a fazer sexo oral. Em seguida, pediu à sua companheira que amarrasse seus pés e a estuprou. A namorada dele ficou com ciúmes e teria lançado álcool nos dois, ateando fogo. Mesmo sendo atingido pelas chamas, o homem atacou a artista e a matou com uma gravata. O corpo foi enterrado a 15 metros da casa.

A polícia de João Figueiredo desvendou o caso depois que um morador das redondezas viu partes da bicicleta próximo do local onde estava enterrado o cadáver. Ele relacionou o achado às notícias divulgadas sobre o desaparecimento da artista e avisou a polícia. O casal foi abordado e acabou apontando onde estava o corpo. O cadáver estava com os pés e mãos amarrados. O corpo, já em estado de decomposição, passou por perícia na tentativa de apurar a causa da morte. O laudo não tinha sido concluído até este domingo, 7.

O homem e a mulher foram presos em flagrante. Em audiência de custódia, a justiça acatou pedido da Polícia Civil de João Figueiredo e decretou a prisão preventiva do casal. O inquérito apura os crimes de estupro e homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e emprego de meio cruel. Eles responderão também pelos furtos da bicicleta e de um celular da vítima. Até este domingo, os suspeitos não tinham advogado constituído para suas defesas.

Os mandatários de Guiana e Venezuela já definiram que a próxima reunião sobre o impasse relacionado a Essequibo será no Brasil em um prazo de até três meses. O encontro entre Nicolás Maduro e Irfaan Ali em São Vicente e Granadinas contribuiu para que os países reduzissem as tensões. A próxima reunião agendada para ocorrer em território brasileiro deve acontecer para "considerar qualquer assunto com implicações para a região em disputa".

Georgetown e Caracas se comprometeram a "não utilizar a força em nenhuma circunstância", mesmo que ainda exista uma divergência sobre a região de Essequibo. Também "concordaram que qualquer controvérsia entre os dois Estados será resolvida de acordo com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra", acrescentou o documento.

##RECOMENDA##

Os políticos encerraram a reunião com um aperto de mãos após cerca de duas horas de discussão em São Vicente e Granadinas, promovida pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) e pela Comunidade do Caribe (Caricom), com o apoio do Brasil.

Histórico

As tensões entre os dois países ficaram mais altas desde que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que faria um plebiscito para a anexação da região de Essequibo, que pertence ao país vizinho. No dia 3 de dezembro os venezuelanos aprovaram a anexação do território de quase 160 mil quilômetros quadrados com 95% dos votos, apesar do baixo quórum no dia da votação. Segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, 10,5 milhões de pessoas compareceram de uma população eleitoral de 20,7 milhões.

Maduro seguiu com os procedimentos legais para dar um verniz oficial a sua posição. No dia 5 de dezembro o ditador enviou um projeto de lei para a Assembleia Nacional para aprovar uma lei que cria o Estado de Guiana Essequiba. Maduro também nomeou um interventor e ordenou que a estatal venezuelana de petróleo PDVSA distribua licenças para exploração de petróleo na região do Essequibo, que é rica em recursos naturais e corresponde a 70% do território da Guiana.

Além de ter enviado uma carta ao Conselho de Segurança da ONU, a Guiana também já havia enviado ofícios antes do plebiscito venezuelano para a Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, na Holanda. O tribunal determinou no dia 2 de dezembro que a Venezuela deve evitar qualquer iniciativa que comprometa o status quo com a Guiana.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, apontou que tem buscado os aliados para assegurar a defesa da região no "pior cenário possível", referindo-se a um conflito armado entre ambos países. Na semana passada, forças da Guiana realizaram exercícios militares com o Exército americano.

Disputa

Após declarar independência da Espanha, em 1811, a Venezuela avançou em direção ao rio. Acontece que, três anos depois, o Reino Unido assumiu o controle do que hoje é Guiana, em um acordo com a Holanda. A definição das fronteiras ficou em aberto e a coroa Britânica abocanhou o território em disputa.

Nas décadas seguintes, a Venezuela passou a disputar a fronteira e recorreu à ajuda dos Estados Unidos, algo que hoje seria impensável. A saída diplomática veio em 1899, quando foi convocado um tribunal composto por dois americanos (indicados pela Venezuela), dois britânicos e um russo para o desempate. Ficou decidido que o território pertencia a então Guiana inglesa.

Cinco décadas mais tarde, a Venezuela voltou a contestar o território alegando que o juiz russo fez parte de um complô com os britânicos. A discussão se arrastou até 1966, quando um acordo firmado em Genebra, meses antes da independência da Guiana, abriu o caminho para uma solução negociada, mas nunca houve consenso.

Em público, Maduro tem dito que quer resolver o conflito pela via diplomática, especificamente através dos termos estabelecidos no Acordo de Genebra de 1966.

Petróleo

O petróleo também é importante para entender o impasse pela região de Essequibo. A descoberta de petróleo bruto na Guiana em 2015 pela empresa americana do setor petrolífero ExxonMobil transformou a economia da Guiana. A ex-colônia britânica possui cerca de 11 bilhões de barris de reservas provadas de petróleo bruto, ou cerca de 0,6% do total mundial. A produção começou três anos atrás e agora está aumentando o ritmo.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o país cresceu 62% no ano passado e deverá somar mais 37% este ano. Essa é a taxa de crescimento mais rápida em qualquer lugar do mundo.

A situação do país vizinho é bem diferente, com o sucateamento da empresa estatal venezuelana de petróleo PDVSA, devido a diversos casos de corrupção e mau gerenciamento. A capacidade de produção de petróleo da Venezuela caiu de 3.4 milhões de barris para apenas 700,000 por dia.

A reunião entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, terminou nesta quinta-feira, 14, com um aperto de mãos, mas sem acordo sobre a disputa pela região do Essequibo. Em Caracas, a Assembleia Nacional venezuelana decidiu adiar a aprovação da lei de anexação do território para esperar o resultado das negociações que estão sendo realizadas no arquipélago de São Vicente e Granadinas, no Caribe.

Após a reunião, Ali afirmou que seu governo tem todo o direito de explorar recursos em seu espaço soberano. "A Guiana não é o agressor, não procura a guerra. A Guiana reserva-se o direito de trabalhar com os nossos aliados para assegurar a defesa do nosso país", disse o presidente guianense.

##RECOMENDA##

De acordo com o relato do regime chavista, os dois lados expressaram disposição para manter o diálogo. Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do governo brasileiro, participou do encontro como mediador.

A disputa pelo Essequibo tem mais de 200 anos, mas se intensificou a partir de 2015, após a descoberta de petróleo no território de 160 mil km². Neste mês, Maduro promoveu um plebiscito que aprovou a anexação da região. A Guiana considera o avanço de Caracas uma ameaça a sua soberania e afirma que as fronteiras do país não estão em discussão.

Suspensão

Os parlamentares venezuelanos, em sua maioria governistas, realizaram duas sessões, entre quarta-feira e ontem, sem fazer qualquer menção à chamada Lei de Defesa da Guiana Essequiba, que formaliza a criação de um novo Estado na área que corresponde a 75% do território da Guiana. No fim da sessão, o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, convocou um novo debate para terça-feira.

Com essa lei, o governo da Venezuela pretende estabelecer políticas provisórias até que consiga realizar eleições no território reivindicado ou que se chegue ao que Maduro chama de "solução prática e mutuamente aceitável" com a Guiana. Segundo Amorim, o próximo encontro entre Maduro e Ali pode ser realizado no Brasil, em 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, garantiu, nesta terça-feira (12), que a reunião com o venezuelano, Nicolás Maduro, tem como objetivo diminuir a tensão entre os dois países, mas não negociar a soberania do Essequibo. Ali e Maduro se encontrarão na quinta-feira (13), em São Vicente e Granadinas, em uma reunião organizada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Tenho um mandato da Assembleia Nacional da Guiana, que é unânime em sua decisão de que a fronteira terrestre não é uma questão para discussões bilaterais e a resolução do assunto está nas mãos da Corte Internacional de Justiça (CIJ)", disse Ali em carta enviada ao primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves. Na mensagem, ele prometeu respeitar a decisão da CIJ.

##RECOMENDA##

Em entrevista à BBC, o presidente guianense disse também que mantém contato com uma série de aliados, incluindo Reino Unido, França e Brasil, e afirmou que todas as possibilidades de defesa estão sendo consideradas.

"Faremos tudo o que for necessário para garantir a soberania e a integridade territorial da Guiana", disse. "Custe o que custar, para proteger a segurança, a integridade territorial e a soberania da Guiana, nós o faremos."

Em meio à crise, o governo da Guiana ameaçou permitir que os EUA instalassem uma base permanente na América do Sul, logo após a Venezuela realizar o referendo sobre a anexação do território.

A instalação de uma base americana bate de frente com os interesses do regime chavista na região, que já sofre com uma série de sanções impostas pelos EUA.

Maduro criticou o envolvimento americano na disputa e questiona a competência da CIJ para resolver no caso. "Desejo que, neste encontro de alto nível, possamos abordar as principais ameaças à paz e à estabilidade dos nossos países, entre elas o envolvimento do Comando Sul dos EUA, que iniciou operações no território em controvérsia", afirmou o chavista.

"A presença dos EUA é contrária à nossa aspiração de manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz, livre de conflitos, sem interferência de interesses alheios".

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta terça-feira (12) a indicação da diplomata Glivânia Maria de Oliveira para a embaixada do Brasil na Venezuela. Ela recebeu 17 votos favoráveis e 1 contrário. Relatada pelo senador Chico Rodrigues (PSB-RR), a indicação (MSF 86/2023) segue para votação no Plenário do Senado.  A decisão dos senadores sobre a nova embaixada ocorre ao mesmo tempo em que a Venezuela tenta incorporar o território de Essequibo, uma área de cerca de 160 mil Km² que hoje pertence à Guiana. Na mesma reunião, senadores aprovaram também a indicação de Maria Cristina de Castro Martins para o cargo de embaixadora na Guiana (MSF 76/2023).  — Nós entendemos que se hoje tivéssemos um embaixador lá essas negociações estariam avançadas. A senhora tem uma missão gigantesca — disse o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), relator da indicação. 

Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2020, o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Venezuela, e fechou o escritório de representação em Caracas. Lula retomou relações com o país assim que assumiu.  A indicada afirmou que vê a situação com preocupação, mas que está atenta a uma reunião entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, para discutir a disputa territorial na próxima quinta-feira (14) e que a preservação da paz na região está sempre no alto das prioridades do Brasil. A Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e a Caricom (Comunidade do Caribe) vão mediar a reunião entre os dois líderes que ocorrerá em São Vicente e Granadinas, no sul do Caribe. 

##RECOMENDA##

— Precisamos construir pontes.  [...] Dia 14 está previsto esse encontro e esse fato é muito importante. Nós vimos um cenário que tem momentos de maior tensão, de busca de caminhos. Eu considero que estamos todos muito atentos ao que se desenrolará em São Vicente e Granadinas. Não tenho dúvidas de que os esforços brasileiros em busca da interlocução e da preservação da paz na região estarão no mais alto das nossas prioridades. É muito positivo que se busque caminhar pela Celac – disse a diplomata Glivânia Maria de Oliveira.

Durante a reunião, Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou que as indicadas para Venezuela e Guiana estão “no olho do furacão”. Já Tereza Cristina (PP-MS) disse esperar que a diplomacia consiga resolver o imbróglio:  — Desejo muita sorte e muito sucesso às duas embaixadoras. Espero que o bom senso, o diálogo e a diplomacia possam funcionar nesse momento – disse a senadora. 

Relações

O comércio bilateral é significativamente superavitário para o Brasil. A corrente de comércio esteve em queda a partir de 2013, ano em que alcançou seu ápice, até 2019. Desde 2020, o intercâmbio voltou a crescer, impulsionado principalmente pela exportação de produtos agrícolas provenientes do Amazonas e de Roraima. As sanções econômicas ainda existentes dificultam maior intensificação desses fluxos, quatro vezes inferiores aos patamares históricos de 2013.  Há elevado número de migrantes e refugiados venezuelanos, representando a maior crise de deslocamento humano da história do continente sul americano. Com as significativas entradas de venezuelanos no Brasil, especialmente desde o ano de 2016, já existem pelo menos 500 mil venezuelanos no  território brasileiro.   Rodrigues considera que a retomada dos vínculos facilita a possibilidade de providenciar o pagamento da dívida venezuelana, derivada de operações de financiamento das exportações de empresas de engenharia brasileiras que realizaram obras naquele país.

“Tenho a felicidade de relatar a indicação de uma mulher diplomata para chefiar posto de grande sensibilidade política para o Brasil e, em especial, para meu querido estado de Roraima. É bem sabido que dificuldades internas na Venezuela têm acentuado pressões sobre a fronteira, sendo essencial contarmos com representação ativa e competente naquele país”, afirma o relator no parecer.

Perfil

Glivânia Maria de Oliveira tem bacharelado em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e mestrado em teoria política pela Escola de Economia e Ciência Política de Londres. Ocupa atualmente a função de diretora do Instituto Rio Branco, o centro de investigações, ensino e formação do Ministério das Relações Exteriores. No exterior, ela serviu nas embaixadas nas capitais polonesa Varsóvia, inglesa Londres e paraguaia Assunção, tendo chefiado o Consulado-Geral em Boston (EUA) e a Embaixada no Panamá.

*Da Agência Senado

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta segunda-feira, 11, que as Forças Armadas não vão permitir "em hipótese nenhuma" que o exército venezuelano entre em território brasileiro para invadir a Guiana. Segundo Múcio, uma outra hipótese avaliada pela Defesa seria a de uma invasão marítima, mas que é dificultada pela geografia da região da Guiana Essequiba, que é composta por florestas densas.

Segundo ministro da Defesa, única forma da Venezuela invadir a Guiana é passando pelo Brasil, e isso não será permitido pelas Forças Armadas

##RECOMENDA##

Segundo ministro da Defesa, única forma da Venezuela invadir a Guiana é passando pelo Brasil, e isso não será permitido pelas Forças Armadas Foto: WILTON JUNIOR

"Eles só chegarão pela Guiana se passassem pelo território brasileiro, e nós não vamos permitir em hipótese nenhuma", afirmou o ministro da Defesa.

A intenção do governo brasileiro de impedir o uso do território brasileiro como local de passagem para um eventual tentativa da Venezuela de invadir a Guiana cria uma dificuldade logística para as tropas de Maduro por conta das características da região.

Múcio afirmou, no entanto, que o Brasil não irá se envolver em um eventual conflito. O ministro admitiu que as Forças Armadas brasileiras vão reforçar seu efetivo em Roraima, próximo a fronteira com Guiana e Venezuela. Ele alegou que o reforço de veículos do Exército para a região já era algo planejado pelo governo federal, mas que foi acelerado para evitar "qualquer problema" na tensão diplomática que existe na região.

"O Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma. O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] dá consciência disso e nós já reforçamos. Já era ideia nossa reforçar Roraima porque Roraima tem o problema dos índios, problema dos garimpeiros, problema de drogas, problema de todo mundo. Evidentemente, que precipitamos e estamos aumentando o contingente lá em um tempo mais curto para evitar qualquer problema", disse o ministro da Defesa.

Após a pressão brasileira e um telefonema de Lula para o ditador venezuelano, ficou marcado para esta próxima quinta-feira, 14, um encontro entre Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas. O governo federal escalou para a reunião o o chefe da assessoria especial da Presidência, Celso Amorim.

Conforme mostrou o Estadão, o Exército enviou 20 blindados para Roraima após o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciar a vitória do plebiscito que chancela as suas pretensões de anexar um terço do território da Guiana. Os veículos partiram do Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.

Nesta última quinta-feira, 7, dois militares ficaram feridos após a explosão de um caminhão da Força explodir na BR-401, rodovia que dá acesso à fronteira entre o Brasil e a Guiana. Eles foram socorridos com ferimentos leves e encaminhados para um hospital em Boa Vista, capital roraimense. De acordo com o Exército, as causas do acidente ainda estão sendo apuradas.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, vai visitar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nos próximos dias, em meio à disputa da região do Essequibo com a Guiana. A visita deve acontecer até o fim deste mês e sinaliza a aliança entre as duas nações enquanto a Guiana recorre aos Estados Unidos e outros aliados sul-americanos para defender o território, rico em petróleo, caso haja uma invasão militar.

Articulada em outubro, quando as tensões em torno da região do Essequibo haviam começado a crescer, a viagem de Maduro tem o objetivo oficial aprofundar a "cooperação" e "os investimentos" russos no setor petrolífero venezuelano, nas palavras do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak. "[Tais esforços] são especialmente importantes no contexto das tentativas dos países ocidentais de usar a demanda por recursos energéticos como um instrumento de pressão política", disse Novak em outubro durante uma reunião com representantes venezuelanos em Moscou.

##RECOMENDA##

Os dois países estão entre os maiores produtores de petróleo do mundo. O interesse da Rússia em aprofundar os laços com a Venezuela acontece no momento em que a ditadura chavista anunciou a anexação da região do Essequibo, hoje pertencente à Guiana, com planos de exploração de petróleo. Estima-se que a área tenha uma reserva de 11 bilhões de barris.

Hoje, o recurso é explorado pela gigante americana ExxonMobil, que opera na Guiana desde 2008 e descobriu a reserva em 2015. A presença da empresa americana ajudou o país de apenas 800 mil habitantes a se aproximar dos Estados Unidos na área de segurança. Desde o ano passado, unidades do Exército americano realizam diversos treinamentos conjuntos com as Forças Armadas da Guiana (GDF, na sigla em inglês) para capacitar as tropas em nível tático e operacional.

Esta semana, após o plebiscito venezuelano considerar que a região do Essequibo é parte da Venezuela, o temor de uma invasão militar para anexar a região cresceu e levou o presidente guianense, Mohamed Arfaan Ali, a procurar os aliados da região para assegurar a defesa do território. Na quinta-feira, 7, os EUA anunciaram exercícios militares em parceria com a GDF com presença de aeronaves, movimento visto como incomum por analistas e que demonstra a disposição dos americanos em defender a Guiana.

"Exercícios com meios militares efetivos (aéreos no caso) não eram realizados com a Guiana", disse o diretor do instituto de segurança Cetris e professor-visitante da National Defense University, Salvador Raza. "Nesse momento, carrega em si a mensagem de presença, alinhamento de interesses e determinação dos EUA na segurança da Guiana."

Sozinhas, as forças guianenses são inferiores a da Venezuela, tanto em pessoal quanto em equipamentos.

A viagem de Maduro a Rússia demonstra que o ditador venezuelano mantém contato com aliados que rivalizam com os EUA. Analistas avaliam, no entanto, que a Rússia tem poucas condições de auxiliar o país militarmente por causa da concentração de tropas na invasão à Ucrânia. "É algo que precisa ser considerado quando se pensa no conflito por todas as partes, sem dúvidas", disse o analista em segurança internacional Gunther Rudzit, professor da ESPM, em entrevista ao Estadão no dia 4.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 7, que o Mercosul não pode ficar "alheio" à crise entre a Venezuela e a Guiana na disputa territorial pelo Essequibo. Lula abriu a Cúpula do bloco sul-americano no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, em meio à escalada do conflito e propôs uma declaração em defesa da paz. "Estamos acompanhando com preocupação a situação no Essequibo", disse Lula. "O Mercosul não pode ficar alheio", continuou o petista acrescentando que esse tema não deve "contaminar" a agenda da integração regional, que tem sido defendida pelo Brasil durante a Cúpula do Mercosul.

O presidente sugeriu ainda que a Celac, Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, deve dialogar com os dois lados do conflito e se colocou à disposição para receber as reuniões em Brasília. "Vamos tratar esse assunto com muito carinho porque o que não queremos na América do Sul é guerra, não precisamos de conflito, precisamos construir a paz", disse.

##RECOMENDA##

Nesta quarta-feira, 6,, no encontro de autoridades que antecedeu a Cúpula, o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira defendeu a importância do bloco para a manutenção da paz no continente. "Num mundo conturbado por tantos conflitos, é sempre importante lembrar a contribuição do Mercosul para que a América do Sul constitua hoje a zona de paz mais extensa do mundo", disse o chanceler, que logo depois se reuniu com Lula e com o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim.

A disputa por território na fronteira Norte do Brasil escalou nesta semana, quando o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou a criação do Estado da Guiana Essequiba e montou um plano de exploração de petróleo para área de 160 mil quilômetros quadrados. O território equivale a 75% do território do país vizinho.

Os venezuelanos aprovaram, em plebiscito realizado no domingo, 3, proposta do presidente Nicolás Maduro para a anexação de Essequibo, região rica em petróleo pertencente à vizinha Guiana, segundo anúncio do órgão eleitoral da Venezuela. Prevista para acabar às 18h locais de domingo (19h de Brasília), a votação foi prolongada em duas horas em meio a alegações da oposição venezuelana de baixa participação eleitoral.

O Conselho Nacional Eleitoral, porém, afirma que mais de 10,5 milhões de pessoas compareceram à consulta.

##RECOMENDA##

A Venezuela há tempos argumenta que Essequibo lhe foi "roubada" quando a fronteira entre os países foi definida, há mais de um século.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, neste domingo, 3, a possibilidade de conflito entre a Venezuela e a Guiana por disputa territorial. Lula afirmou que a América do Sul não precisa de "confusão" e que é preciso "baixar o facho". O presidente disse ainda que o referendo sobre anexação territorial, realizado pela Venezuela para questionar sobre a criação do Estado chamado "Guiana Essequiba", provavelmente dará o resultado pretendido por Nicolás Maduro.

Lula comentou sobre o tema em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde participou da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28). Lula disse que já conversou por telefone com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, duas vezes; e que o assessor especial da Presidência e ex-chanceler, Celso Amorim, já conversou com Maduro.

##RECOMENDA##

"Só tem uma coisa que a América do Sul não está precisando agora: é de confusão. Se tem uma coisa que precisamos para crescer e melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo e não ficar pensando em briga. Não ficar inventando história. Espero que o bom senso prevaleça do lado da Venezuela e do lado da Guiana", disse o presidente.

Os venezuelanos vão às urnas neste domingo para opinar sobre a anexação do território, que voltou a ser debatida após descoberta de petróleo na região. A intenção da Venezuela é anexar da fronteira até o Rio Essequibo, o que corresponde a 75% do que hoje é a Guiana.

"Provavelmente, o referendo vai dar o que o Maduro quer, porque é um chamamento ao povo para aumentar aquilo que ele entende que seja o território dele. E ele não acata o acordo que o Brasil já acatou", afirmou Lula.

O presidente voltou a criticar a realização de guerras no mundo. Lula tem sido uma das principais vozes contra os conflitos entre Rússia e Ucrânia, e Israel e o grupo terrorista Hamas.

"É uma contradição a gente fazer um encontro dessa magnitude para discutir a redução de gases de efeito estufa e os caras jogando bomba. A humanidade deveria ter medo de guerra, porque só faz guerra quando falta o bom senso. Quando o poder da palavra se exauriu por fragilidade dos conversadores. Vale mais a pena uma conversa do que uma guerra", disse.

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) concedeu, nesta sexta-feira (1º), medidas provisórias em favor da Guiana e contra a realização do plebiscito proposto pela Venezuela na disputa pela região do Essequibo, território rico em petróleo. Com a decisão, a CIJ espera evitar uma escalada nas tensões.

Em Caracas, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no entanto, ignorou a decisão e manteve a votação deste domingo (3). Ele voltou a usar as redes sociais para defender que Essequibo faz parte de seu território. "Não deixaremos que ninguém nos tire o que nos pertence, nem trairemos os nossos princípios. Defenderemos Essequibo!", escreveu Maduro no X (antigo Twitter).

##RECOMENDA##

Na decisão de ontem, a CIJ acatou o pedido da Guiana, protocolado em 30 de outubro, por medidas provisórias até que o caso seja julgado em definitivo. A corte reconheceu que as últimas ações do governo venezuelano demonstram a urgência de acelerar o julgamento.

Sem citar o plebiscito, a CIJ determinou que nenhum dos países tome medidas para agravar o conflito. Em seu pedido, a Guiana afirma que o plebiscito pretende validar a decisão de Maduro de abandonar o processo e anexar o território, que representa cerca de 70% da superfície da Guiana.

Amanhã, os venezuelanos deverão responder nas urnas se apoiam a criação do Estado chamado "Guiana Essequiba". A anexação já foi antecipada em mapas divulgados pela ditadura chavista e prevê que os seus 125 mil habitantes recebam cidadania venezuelana.

Petróleo

O plebiscito é uma resposta da Venezuela ao leilão de exploração de petróleo anunciado pela Guiana este ano. Caracas alega que país vizinho não tem o direito de explorar as áreas marítimas da região.

Em 2015, a Guiana fechou um acordo de perfuração com a americana Exxon Mobil, depois de uma "descoberta significativa" de petróleo. Em 2018, o caso foi parar na CIJ, que ainda não tomou uma decisão final.

Na quinta-feira, 30, Maduro disse que o plebiscito seria realizado de qualquer maneira. "Digo ao governo da Guiana, à ExxonMobil e ao Comando Sul (dos EUA): na Venezuela, faça chuva, trovão ou relâmpago, no domingo a pátria será abençoada e o povo estará nas ruas votando."

Eleição

Enfrentando uma crise crônica de legitimidade política e um desastre econômico, Maduro terá pela frente eleições presidenciais no ano que vem. A oposição parece unida em torno do nome de María Corina Machado, que venceu as primárias de outubro, mas permanece inabilitada e não pode disputar uma eleição pelos próximos 15 anos.

Na quinta-feira, Tribunal Supremo de Justiça prometeu revisar as inabilitações políticas após um acordo entre governo e oposição, que envolve a suspensão temporária das sanções econômicas impostas pelos EUA. Se Corina conseguir se lançar candidata, Maduro teria um problema nas urnas.

Observadores temem que ele possa usar a questão do Essequibo para galvanizar apoio pré-eleitoral, uma estratégia usada por outros ditadores do continente, como o general argentino Leopoldo Galtieri, que invadiu as Malvinas, em 1982, em busca de legitimidade popular - depois da derrota, ele acabou derrubado.

Fronteiras

O risco de um conflito preocupa a diplomacia brasileira. Na quinta-feira, o Ministério da Defesa intensificou a presença militar em Roraima, na fronteira com os dois vizinhos. Gisela Padovan, secretária do Ministério das Relações Exteriores para América Latina e Caribe, admitiu a preocupação, mas acredita que a disputa seja resolvida de forma pacífica.

A Guiana diz que a fronteira foi definida por uma arbitragem de 1899. A Venezuela apela a um acordo assinado em 1966 (antes da independência da Guiana do Reino Unido), que anula decisões anteriores e estabelece as bases para uma solução negociada, que nunca ocorreu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil aumentou a presença militar na fronteira norte do país em meio ao aumento das tensões entre a Venezuela e a Guiana. Os venezuelanos vão às urnas neste domingo (3) para votar em um referendo sobre os direitos da Venezuela sobre a região de Essequibo, que representa cerca de dois terços do atual território da antiga colônia inglesa.

O Ministério da Defesa disse, em nota, que tem acompanhado a situação e que “ações de defesa têm sido intensificadas na região da fronteira ao Norte do país, promovendo maior presença militar”.

##RECOMENDA##

O território de 160 mil km² com uma população de 120 mil pessoas é alvo de disputa pelo menos desde 1899, quando esse espaço foi entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela, no entanto, não reconhece essa decisão e sempre considerou a região "em disputa".

Em 1966, as Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra – logo após a independência da Guiana –, segundo o qual a região ainda está "por negociar". Existem estimativas que a região dispõe de bilhões de barris de petróleo.

A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, disse nesta quinta-feira (30) que o governo acompanha com preocupação a disputa na região.

“Nós valorizamos muito o fato de que, no momento em que várias regiões do mundo estão com conflitos militares, a América do Sul permaneça um ambiente de paz e cooperação e, nesse sentido, nós vemos com preocupação esse ambiente tensionado entre dois países vizinhos e amigos. Temos acompanhado com muita atenção e conversado em altíssimo nível”, destacou a diplomata, lembrando que o assessor da Presidência, o embaixador Celso Amorim, foi à Venezuela para discutir o tema.

Padovan acrescentou que o interesse do Brasil é não ter nenhuma questão militar e bélica na região e que entende que o referendo que a Venezuela vai realizar é uma questão interna do país. Disse ainda que a diplomacia brasileira defende uma solução pelo diálogo, seja por meio de negociações bilaterais ou por meio da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que alegou, em abril deste ano, que tem jurisdição sobre o caso.

Guiana entrou com uma liminar na CIJ para suspender o referendo deste domingo (3). Porém, a Venezuela não reconhece a jurisdição da Corte Internacional nesse caso e evoca o Acordo de Genebra de 1966 como único instrumento válido para resolver a controvérsia.

Em setembro deste ano, segundo a Reuters, a Venezuela protestou contra uma rodada de licitações de petróleo realizada pela Guiana, dizendo que as áreas marítimas que devem ser exploradas por multinacionais como Exxon Mobil (Estados Unidos e TotalEnergies (França) são objeto da disputa entre os países.

O Conselho Europeu decidiu nesta segunda-feira (13), a título excepcional, prorrogar as suas medidas restritivas contra a Venezuela apenas por seis meses, em vez de um ano, até 14 de maio de 2024. Em comunicado, o organismo aponta que estas medidas restritivas incluem um embargo às armas e ao equipamento para repressão interna, bem como uma proibição de viagens e um congelamento de bens de 54 indivíduos listados.

"As medidas, em vigor desde novembro de 2017, foram impostas em resposta à contínua deterioração da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos na Venezuela, para ajudar a incentivar soluções democráticas partilhadas, a fim de trazer estabilidade política ao país e permitir-lhe dar resposta às necessidades prementes da população", afirma o Conselho. Estas medidas específicas são flexíveis e reversíveis e concebidas para não prejudicar a população venezuelana, diz o organismo.

##RECOMENDA##

"As medidas são um meio de promover um processo credível e significativo que conduza a uma solução pacífica, negociada e liderada pela Venezuela", aponta o comunicado. O Conselho recorda que estas medidas são específicas, graduais e flexíveis e podem ser ampliadas ou revertidas em função dos progressos realizados no sentido da restauração da democracia, do Estado de direito e do respeito pelos direitos humanos na Venezuela.

O Conselho saúda o acordo político liderado pela Venezuela, em 17 de outubro de 2023, em Barbados, "que representa um passo positivo e necessário na continuação de um processo de diálogo inclusivo e no sentido da restauração da democracia na Venezuela", diz o organismo. Em consonância com os motivos declarados que conduziram à decisão desta segunda, o Conselho irá reavaliar o âmbito das suas medidas restritivas dentro de seis meses e está pronto a voltar a esta questão a qualquer momento com base em progressos concretos, sustentáveis e verificáveis no que diz respeito à situação na Venezuela.

Após o Tribunal Penal Internacional (TPI) acusar a Venezuela de ignorar crimes contra humanidade no governo de Nicolás Maduro, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Yvan Gil, afirmou nesta quarta-feira, 8, perante o tribunal, que "nunca ocorreram crimes contra a humanidade" na Venezuela, mas sim "um punhado de incidentes" que Caracas está investigando.

Em um discurso após dois dias de audiências em Haia, em que Caracas procurou parar a investigação do TPI, o ministro disse que o sistema de Justiça nacional já está realizando seus próprios processos e resumiu que, até hoje, "mais de 255 agentes do Estado foram acusados, 64 acusados e 62 condenados" pelo que descreveu como "casos de violações de direitos humanos que são de interesse" para o TPI e para o seu procurador Karim Khan.

##RECOMENDA##

Khan iniciou uma investigação formal em novembro de 2021 e depois assinou um acordo com Maduro. Nele, a Venezuela se comprometeu a garantir que o tribunal poderia trabalhar adequadamente no país.

Mais tarde, em abril de 2022, a Venezuela disse que iniciaria suas próprias investigações. O governo pediu ao tribunal que suspendesse as suas, mas Khan solicitou à instituição, em novembro passado, para retomar a investigação porque Caracas não estaria fazendo o suficiente para investigar estes crimes e acusar altos funcionários.

Após meses de troca de respostas de informações, a Câmara autorizou em junho a retomada da investigação, considerando que os "processos penais internos" de Caracas "não refletem suficientemente o alcance" do caso e há "períodos inexplicáveis de inatividade".

Caracas recorreu dessa decisão e afirmou que já está investigando por conta própria, e o TPI ouviu os argumentos das partes a esse respeito esta semana. Gil afirmou que o encaminhamento deste caso respondeu "a um objetivo político claro" e busca "usar a institucionalidade do TPI para atacar politicamente a Venezuela com base em uma acusação de crimes contra a humanidade que nunca ocorreram".

Na terça-feira, 7, a Venezuela entrou com um recurso contra a decisão do TPI de retomar as investigações alegando que não poderia investigar adequadamente as acusações porque as informações do promotor eram muito imprecisas. Os promotores responderam que não eram obrigados a fornecer detalhes específicos, mas que os documentos fornecidos eram "significativos".

Em sua versão, Gil declarou que diversas ações do exterior foram "promovidas e apoiadas" contra a Venezuela, com "repetidas manifestações de violência nas ruas, tentativas de golpe e até o frustrado assassinato do presidente Nicolás Maduro", e, afirmou, Caracas "foi forçada agir com as ferramentas permitidas pelo direito internacional, para garantir a validade da Constituição" e "evitar uma guerra civil".

"Evidentemente a magnitude e intensidade das ações violentas poderiam ter dado origem a incidentes isolados de excesso por parte de agentes do Estado. Em qualquer caso, estes fatos avaliados objetivamente constituem crimes contra os direitos humanos, mas não podem ser considerados crimes contra a humanidade", alertou.

O ministro destacou ainda que os casos resolvidos pelo sistema de Justiça venezuelano "superam em muito" as condenações do TPI nos seus 20 anos de história, "uma realidade incontestável" que demonstra, disse ele, que o seu país "está em melhor posição para garantir justiça" porque os seus investigadores "têm acesso direto a provas e testemunhas", e a Justiça local "tem mais ressonância e garante dissuasão".

O governo e a oposição da Venezuela concordaram, nesta terça-feira, 17, que as próximas eleições presidenciais ocorrerão no segundo semestre de 2024, com observadores internacionais, incluindo a União Europeia, conforme um documento assinado em Barbados, como parte do processo de diálogo mediado pela Noruega.

As partes também acordaram respeitar os processos de escolha interna de cada ator político, enquanto a oposição se prepara para escolher, no domingo, o candidato que enfrentará o presidente Nicolás Maduro. O documento propõe "que o processo eleitoral presidencial ocorra no segundo semestre de 2024, seguindo o cronograma constitucional".

##RECOMENDA##

A data das eleições será definida pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), cuja direção foi renovada em agosto. O documento solicita uma atualização do registro eleitoral, incluindo no exterior, um pedido da oposição, e convida "missões técnicas de observação eleitoral".

Entre essas missões estão a União Europeia, que foi muito criticada pelo chavismo após sua observação nas eleições regionais de 2021, o painel de especialistas eleitorais da ONU, a União Africana, a União Interamericana de Organismos Eleitorais e o Centro Carter.

O processo de diálogo entre o governo e a coalizão opositora Plataforma Unitária começou em agosto de 2021 e foi interrompido duas vezes desde então, a última vez em novembro de 2022, depois que a delegação de Maduro condicionou o diálogo à liberação de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) de fundos venezuelanos congelados no exterior.

Uma questão não resolvida foi relacionada às inabilitações políticas, uma bandeira da oposição que as considera inconstitucionais.

O acordo menciona permitir que todos os candidatos concorram "desde que cumpram os requisitos estabelecidos para participar da reeleição presidencial, de acordo com os procedimentos estabelecidos na lei venezuelana".

Maria Corina Machado, a favorita nas primárias para enfrentar Maduro, teoricamente não poderá se candidatar à presidência porque está inabilitada por 15 anos. Maduro, que pede no processo o fim das sanções contra seu governo, anunciou na segunda-feira. 16, que os acordos seriam "benéficos para o país".

A seleção brasileira teve uma atuação decepcionante nesta quinta-feira (12) diante da Venezuela, pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026. Jogando na Arena Pantanal, em Cuiabá, os comandados de Fernando Diniz criaram pouco, mostraram desentrosamento e permitiram uma reação venezuelana nos últimos minutos. Gabriel Magalhães, de cabeça, colocou o Brasil em vantagem, mas Bello anotou um golaço e impôs o empate por 1 a 1.

Assim como no duelo anterior, com o Peru, a bola parada teve o potencial de decidir o resultado em favor do Brasil, mas dessa vez a falta de eficácia e a defesa dispersa fizeram com que a seleção saísse de campo com um tropeço diante de uma das equipes mais fracas destas Eliminatórias.

##RECOMENDA##

É o primeiro resultado diferente de vitória da seleção sob o comando do técnico Fernando Diniz. O resultado faz o Brasil perder a liderança da competição para a Argentina, única com 100% de aproveitamento. Neymar se esforçou para levar cartão amarelo em mais uma atuação fraca e em total descompasso com Vinicius Júnior, outro craque que pouco mostrou em campo.

A seleção brasileira começou o duelo a todo vapor. Neymar trouxe os holofotes da Arena Pantanal para si, com jogadas plásticas e fome de gol. No entanto, erros de passe complicaram a produtividade ofensiva do Brasil. Na bola parada, o time de Diniz levou mais perigo, mas ficou longe de apresentar o futebol que se esperava da equipe completa, com Vini Jr., Neymar e Rodrygo como grandes estrelas.

A pressa, incompreensível e desnecessária a essa altura do campeonato, foi um nítido complicador no primeiro tempo. A seleção se mostrou descoordenada: acelerava quando deveria ter paciência, diminuía o ritmo no momento que precisa ser mais ágil e incisiva.

O Brasil não soube desencaixar a firme marcação venezuelana. A equipe "vinotinto" se fechava em uma linha de cinco ou seis jogadores e tentava encontrar espaço no contragolpe. A falta de eficiência da seleção deixou os nervos à flor da pele. Richarlison e Neymar estavam exaltados com atletas da Venezuela e o árbitro peruano.

Com a Venezuela retrancada, havia necessidade de Arana e Danilo se apresentarem em uma linha mais ofensiva para criar superioridade numérica, fazer triangulações e tirar o conforto da defesa visitante. No entanto, não se viu uma movimentação em consonância com o que o Brasil precisava para balançar as redes.

As laterais foram uma pedra no sapato para Diniz nessa Data Fifa. Dos quatro convocados originalmente, três foram cortados. O quarto se machucou durante o jogo desta quinta. Danilo, que não fazia boa partida, saiu de campo ainda na etapa inaugural após sentir uma lesão, dando lugar ao estreante Yan Couto, de 21 anos.

Na volta do intervalo, o Brasil, antes mesmo de apresentar soluções para os problemas detectados na primeira parte, inaugurou o placar aos 5 minutos. Em cobrança de escanteio de Neymar, o zagueiro Gabriel Magalhães subiu de cabeça para balançar a rede do gol defendido por Rafael Romo.

Com o placar desfavorável, a Venezuela precisou se soltar mais, dando mais espaço para os atacantes do Brasil criarem. A seleção brasileira perdeu chances sequenciais, mas os visitante também levaram perigo a Éderson. Estático, Richarlison não ajudou muito e foi substituído por Gabriel Jesus. A posição de centroavante é uma que Diniz precisa revisitar e testar novos atletas.

Os venezuelanos continuaram apostando na bola parada, e os brasileiros, no contra-ataque. Soteldo, do Santos, deu outro ritmo para a Venezuela e protagonizou as principais tentativas de ataque pela ponta esquerda.

A insistência dos visitantes fez efeito. A marcação frouxa de Gerson permitiu que Savarino encontrasse Bello na grande área. Ele emendou uma puxeta e fez um golaço para decretar o empate em Cuiabá, aos 40 minutos.

PRÓXIMOS JOGOS DE BRASIL E VENEZUELA

A seleção brasileira volta a jogar na terça-feira, às 21h, diante do Uruguai, no Estádio Centenário de Montevidéu, pela quarta rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. Já a Venezuela entra em campo mais cedo, às 18h, para medir forças com o Chile, no Monumental de Maturín.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 1 X 1 VENEZUELA

BRASIL - Éderson; Danilo (Yan Couto), Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana; Casemiro (André), Bruno Guimarães (Gerson) e Neymar; Rodrygo, Vinícius Júnior (Matheus Cunha) e Richarlison (Gabriel Jesus). Técnico: Fernando Diniz.

VENEZUELA - Rafael Romo; Alexander González, Yordan Osorio, Wilker Ángel e Christian Makoun; Yangel Herrera (Cristian Cásseres), Tomás Rincón (Junior Moreno), Samuel Sosa (Eduard Bello) e Darwin Machís (Yeferson Soteldo); Sergio Córdova (Jefferson Savarino) e Salomón Rondón. Técnico: Fernando Batista.

GOLS - Gabriel Magalhães, aos 5, e Bello, aos 40 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - André, Richarlison, Rincón e Herrera.

ÁRBITRO - Kevin Ortega (PER).

RENDA - R$ 12.746.150,00.

PÚBLICO - 40.020 torcedores.

LOCAL - Arena Pantanal, em Cuiabá (MT).

A seleção brasileira encara seu terceiro desafio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 nesta quinta-feira. Diante da modesta Venezuela, a grande expectativa gira em torno da "estreia" de Vinícius Júnior sob o comando do técnico Fernando Diniz. Na Data Fifa anterior, o craque brasileiro não pôde atuar por estar contundido. Agora, na Arena Pantanal, em Cuiabá, os torcedores poderão acompanhar um modelo ofensivo próximo do que o comandante do Fluminense enxerga como ideal para a seleção.

Em comparação com as vitórias sobre Bolívia (5 a 1) e Peru (1 a 0), a seleção terá em seu time titular apenas duas alterações, com as entradas do atacante Vinícius Júnior e do lateral-esquerdo Guilherme Arana nos lugares de Raphinha e Renan Lodi, respectivamente. Ambos, lesionados, não podem servir a equipe de Diniz nos compromissos com a Venezuela e o Uruguai. Apesar das críticas e falta de gols, Richarlison deve ser mantido como centroavante da equipe.

##RECOMENDA##

Um dos papeis de destaque nessa "Era Diniz" ficará a cargo do volante Casemiro. Um dos mais experientes do elenco, com 31 anos, o volante do Manchester United não esconde a satisfação pelo prestígio que possui na seleção junto ao novo treinador. Nesse período, ele terá como principal função construir as jogadas do Brasil e organizar a equipe em campo, não se restringindo aos aspectos defensivos, aos quais sua posição costuma estar intimamente vinculada.

"O Diniz quer a bola sempre no meu pé para comandar o jogo e ditar o ritmo da equipe. Determinar quando iremos para frente e quando é necessário voltar. No futebol existem princípios e eles são os mesmos. Tem a adaptação ao treinador, mas uma das coisas que eu gostei neste trabalho é de que a bola passe sempre por mim em campo", afirmou o volante.

Ao lado da Argentina, o Brasil lidera as Eliminatórias, com seis pontos. A missão para ir ao Mundial dos Estados Unidos, México e Canadá, no entanto, é mais tranquila do que nas últimas ocasiões. Seis das dez seleções sul-americanas se classificam diretamente, enquanto o sétimo colocado disputará a Repescagem, que também não promete ser dar mais duras.

"O Brasil é sempre favorito para se classificar nas Eliminatórias, mas isso não determina que vamos classificar. Precisamos respeitar os rivais e sabemos que vamos ter um jogo truncado e entendemos que a Venezuela tem suas qualidades. Queremos fazer sempre o melhor. Por aqui, o pensamento é jogo a jogo", disse Casemiro.

A seleção venezuelana conta com nomes conhecidos do público brasileiro. Quatro atletas convocados para os duelos com Brasil e Chile atuam no País: Nahuel Ferraresi (São Paulo), Roberto Rosales (Sport), Tomás Ricón e Yeferson Soteldo (Santos). A equipe do técnico argentino Fernando Batista se hospedou em São Paulo e realizou suas atividades preparatórias no CT Joaquim Grava, do Corinthians.

A vitória sobre o Paraguai na Data Fifa anterior e a sequência positiva em 2023 - com quatro vitórias, um empate e uma derrota - animar a Venezuela a se credenciar como candidata a participar de seu primeiro Mundial na história. Um bom resultado contra o Brasil dará a energia necessária para realizar esse sonho, uma vez que contra a equipe pentacampeã o máximo que os venezuelanos conseguiram foi um empate em Eliminatórias, além de 17 derrotas.

O Ministério Público da Venezuela emitiu uma ordem de prisão contra o opositor Juan Guaidó e pedirá à Interpol, a polícia internacional, que acione um alerta vermelho. O ex-presidente do Parlamento, que liderou um governo paralelo ao de Nicolás Maduro, está exilado nos EUA e foi acusado por uma série de crimes, incluindo lavagem de dinheiro e traição.

Ao responder à ordem de prisão, na noite de quinta-feira, Guaidó desafiou Maduro a se apresentar junto com ele a qualquer procuradoria dos EUA ou ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, onde há um processo contra o líder chavista, para esclarecer o "recente saque" à PDVSA, estatal do petróleo.

##RECOMENDA##

A denúncia de Caracas cita o chamado "governo interino" comandado por Guaidó, entre 2019 e 2022, com reconhecimento de EUA, Brasil e 50 países, que contestaram a reeleição de Maduro. "Usando a figura de um governo fictício, ele causou perdas ao Estado venezuelano", justificou o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab. Ainda segundo a acusação, ele teria usado recursos da PDVSA para gastos pessoais e causado um prejuízo de US$ 19 bilhões.

Saab citou uma "sentença" de um tribunal nos EUA que, segundo ele, indica que o ex-deputado "acessou ativos das subsidiárias da (empresa estatal de petróleo) PDVSA nos EUA e os usou para se financiar".

O Ministério Público abriu 23 investigações contra Guaidó por supostos crimes cometidos no "governo interino" e cinco outros casos relacionados a uma empresa venezuelana na Colômbia, mas nunca havia emitido um mandado de prisão contra ele até agora. Os crimes imputados a Guaidó incluem traição à pátria, usurpação de funções, obtenção ou extração de dinheiro, valores ou bens públicos, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Guaidó chegou aos EUA em abril, depois de fazer uma aparição surpresa na Colômbia. O opositor nega as acusações, que chamou de "propaganda" para "perseguir física e moralmente a oposição venezuelana". Em um vídeo no Instagram, ele disse que essa é a 28.ª acusação contra ele apresentada pelo governo Maduro.

"A pergunta de novo é: por que neste momento, por que agora, a 17 dias das primárias? Para continuar distorcendo o que acontece no país", disse Guaidó, ao pedir participação dos venezuelanos nas primárias, marcadas pela inabilitação dos principais candidatos da oposição.

Sanções

O mandado foi emitido no mesmo dia em que a Venezuela e os EUA fecharam um acordo para retomar as deportações de migrantes ilegais. A Venezuela concordou em receber cidadãos que sejam deportados, algo que não era possível até agora, uma vez que Washington e Caracas romperam relações diplomáticas em 2019 e o governo venezuelano está sujeito a sanções. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (5), que chegaram a um acordo com o governo do presidente Nicolás Maduro para a "repatriação direta" de venezuelanos ao seu país.

O presidente americano, o democrata Joe Biden, candidato à reeleição nas presidenciais de 2024, está sob forte pressão, não só dos republicanos, que o acusam de ter provocado uma crise migratória na fronteira com o México, mas também de alguns democratas que administram cidades sobrecarregadas pela chegada de migrantes.

##RECOMENDA##

Segundo dados oficiais, entre maio e o fim de agosto deste ano, a patrulha fronteiriça interceptou venezuelanos mais de 100.000 vezes na fronteira com o México. Nesse mesmo período do ano anterior, o número foi de cerca de 43.000.

Diante deste panorama, Biden ofereceu um amparo migratório a 472.000 venezuelanos durante 18 meses para que podem obter permissão de residência e trabalho. Mas este só se aplica aos que chegaram ao país antes de 31 de julho de 2023.

Aqueles que chegaram depois desta data e não têm "base legal" para permanecer nos Estados Unidos serão expulsos.

"Os Estados Unidos vão retomar as repatriações para a Venezuela de venezuelanos que não têm base legal para permanecer nos Estados Unidos", afirmou em um comunicado o Departamento de Segurança Interna (DHS), assegurando que "as autoridades da Venezuela" deram seu aval.

Em um comunicado, o governo Maduro confirmou o acordo que permite "a repatriação ordenada, segura e legal de cidadãos venezuelanos a partir dos Estados Unidos através do programa 'Volta à Pátria'".

A deportação começará "rapidamente", afirmou, durante coletiva de imprensa telefônica, um funcionário americano que pediu para ter sua identidade preservada.

"Já identificamos as pessoas sob custódia que serão expulsas rapidamente nos próximos dias", disse um funcionário, ressaltando que todas elas "não conseguiram demonstrar que têm uma base legal para permanecer nos Estados Unidos".

- Sanções -

O alto funcionário não quis entrar em detalhes sobre as negociações com o governo de Maduro, submetido a sanções de Washington, que considera fraudulenta sua reeleição em 2018.

Fazendo referência às sanções americanas, Caracas atribui a migração à "aplicação de medidas coercitivas unilaterais e ao bloqueio" da economia.

O governo americano se mostrou disposto a suspender de forma progressiva as sanções financeiras que impôs ao país se Maduro e a oposição chegarem a acordos para as eleições previstas para o próximo ano.

Washington exige que as eleições, nas quais Maduro vai tentar um novo mandato, sejam "livres e justas".

Cerca de 7 milhões dos 30 milhões de venezuelanos deixaram seu país em consequência de uma crise que provocou uma redução de 80% do PIB em dez anos.

O governo americano adotou uma série de "vias legais" para que os migrantes entrem no país e insta os venezuelanos a usá-las.

"Centenas de milhares de venezuelanos" entraram no país mediante um mecanismo humanitário ou agendando uma entrevista através de um aplicativo móvel, informou o DHS.

O anúncio desta quinta-feira ocorre após uma cúpula migratória regional sediada no México, que contou com a participação do país anfitrião, de Estados Unidos, Colômbia e Panamá.

"A imigração irregular é um desafio regional que requer uma resposta regional", destacou o DHS.

Pelo quarto ano, a Cáritas Brasileira NE2 através do Programa de Migração e Refúgio e do Projeto RAFA- Rede De Amor, Fraternidade e Amizade, realiza a Campanha Do Brinquedo - Doe e faça uma criança feliz - Dona y haz feliz a un niño para doação de brinquedos para crianças venezuelanas e que residem na cidade do Recife e Região Metropolitana.

Ano passado a campanha atendeu cerca de 80 crianças venezuelanas, entre elas indígenas da etnia Warao que residem na região metropolitana de Recife, e este ano a meta é atender mais de 100 crianças.  A campanha ocorre de 2 a 23 de outubro, e tem como objetivo promover uma ação solidária às crianças e famílias migrantes proporcionando um momento lúdico com brincadeiras, músicas, comidas típicas  da Venezuela, além de pula-pula, oficinas de arte e distribuição dos brinquedos.

##RECOMENDA##

Os brinquedos podem ser entregues na Casa de Direitos de Pernambuco, localizada no Bloco E, da Universidade Católica de Pernambuco, ou fazer uma doação via Chave PIX.  A festa para entrega das doações já tem data e local marcados, será no dia 28 de outubro, sábado, a partir das 14h, na área externa da Casa de Direitos de Pernambuco.

Serviço

Ano IV - Campanha Do Brinquedo - Doe e faça uma criança feliz / Dona y haz feliz a un niño

Doação de Brinquedos

Onde: Rua do Príncipe, nº 526, Bloco E, 1º andar, Boa Vista, Recife- UNICAP

Dias: De terça às sextas-feiras

Horário: Das 8h às 12h, e das 14h às 17h

Doação

Chave Pix: CNPJ: 33.654.419/0011-98 - Cáritas Brasileira Regional NE2

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando