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Os mercados acionários europeus fecharam sem direção única nesta terça-feira, 24, à medida que as atenções novamente se concentrarão em torno do mercado de títulos públicos dos Estados Unidos. O juro da T-note de 10 anos voltou a subir e alcançou o nível simbólico de 3%, ainda embalado por expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) acelere o ritmo de aperto. O dólar avançou ante outras moedas fortes, como o euro e a libra, apoiando ações de companhias exportadoras em solo europeu.

O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em queda de 0,13% (-0,51 ponto), aos 382,67 pontos.

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Apesar de algumas praças terem encerrado o dia em alta, o juro da T-note de 10 anos em 3% fez com que as máximas do dia fossem deixadas de lado. "O recuo das máximas intraday para os mercados europeus coincidiu com o rendimento da título americano de 10 anos finalmente atingindo o nível de 3% pela primeira vez desde 2014, enquanto o yield da T-note de 2 anos chegou a 2,5% pela primeira vez desde 2008", comentou o economista-chefe de mercados da CMC Markets UK, Michael Hewson.

De acordo com Hewson, alguns mercados europeus foram salvos pelo petróleo, à medida que o preço do barril do Brent se aproxima de US$ 75. Além disso, o Goldman Sachs afirmou que o setor de petróleo e gás devem ajudar a sustentar o índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, como visto nesta terça-feira. O indicador fechou em alta de 0,36%, aos 7.425,40 pontos, com suporte da BP (+2,30%) e da Royal Dutch Shell (+1,19%).

Já em Milão, o índice FTSE-MIB avançou 0,22%, aos 24.035,49 pontos. Na praça, ações de instituições financeiras se destacaram: o Intesa Sanpaolo subiu 0,87% e o Banca Carige ganhou 3,57%. Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 fechou em alta de 0,10%, aos 5.444,16 pontos. Bancos também apresentaram leve alta, como o Crédit Agricole (+0,22%) e o BNP Paribas (+0,16%).

No entanto, em Frankfurt, o DAX apresentou queda de 0,17%, aos 12.550,82 pontos. Apesar da alta de 4,21% do Deutsche Bank, o Commerzbank recuou 1,21% e a Deutsche Telekom perdeu 0,70%.

O Ibex-35, de Madri, apresentou queda de 0,39%, aos 9.883,40 pontos. Já o índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, avançou 0,74%, aos 5.585,28 pontos.

Em mais um dia de tensões no mercado financeiro, a moeda norte-americana fechou no maior valor desde o fim de 2016. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (23) vendido a R$ 3,453, com alta de R$ 0,041 (+1,2%). A cotação está no maior valor desde 2 de dezembro de 2016, quando a moeda foi vendida a R$ 3,473.

Na Bolsa de Valores, o dia foi de oscilações. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, começou o dia em queda, alternou momentos de altas e baixas durante a tarde, até encerrar a sessão praticamente estável, com alta de 0,06%, aos 85.602 pontos.

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Além das tensões políticas no Brasil, o mercado foi influenciado pelo cenário internacional. Indicações de que a inflação nos Estados Unidos pode ser maior que o previsto aumentaram a demanda por títulos do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.

A inflação da maior economia do planeta em alta aumenta as possibilidades de que o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, eleve os juros além do previsto. Taxas mais altas em economias avançadas atraem os investidores internacionais, que retiram o dinheiro de países emergentes, como o Brasil, pressionando para cima a cotação do dólar.

* Com informações da Agência EFE

A bolsa iniciou a semana em terreno positivo, descolado da trajetória dos principais índices do mercado acionário dos Estados Unidos. Segundo analistas, ainda sem um noticiário político que azede o humor pelo aumento das incertezas sobre a corrida eleitoral, a valorização do Ibovespa segue embalada pelas boas perspectivas macroeconômicas presentes para o mercado doméstico. Hoje o índice à vista fechou aos 86.900,43 pontos (+0,61%).

Para Eduardo Guimarães, analista da Levante Ideias de Investimento, as ações das empresas que fazem parte da carteira teórica sobem com o otimismo dos investidores em relação ao plano doméstico e respondendo aos bons resultados corporativos que têm sido apresentados.

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"Em geral, as empresas ainda estão com capacidade ociosa e uma pequena melhora na demanda ajuda, impacta positivamente no faturamento", diz, ressaltando que isso ocorre em um ambiente de inflação sob controle reforçando a expectativa de nova queda da taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem.

Do ponto de vista externo, o olhar dos investidores segue nos Estados Unidos, pois ainda prevalecem incertezas em torno da questão comercial que envolve sobretaxas para a importação do aço e do alumínio, além das dúvidas sobre a força que o Federal Reserve colocará na condução do aperto monetário.

Os contratos futuros de petróleo apresentaram forte queda no mercado internacional e, no fim da primeira etapa do pregão, as ações da Petrobras acompanharam o aprofundamento da desvalorização do petróleo. Já na parte da tarde, os papéis ON e PN da petroleira brasileira oscilaram perto da estabilidade, com leve alta, mas, ao final do pregão cederam 0,42% e 0,27%, respectivamente.

Na quinta-feira próxima, a empresa apresenta seu balanço do ano passado. Em relatório, analistas do Credit Suisse dizem esperar que Petrobras terá um pequeno lucro líquido de R$ 449 milhões, interrompendo série de perdas líquidas dos últimos três anos.

O dólar iniciou março com alta, em um movimento mais uma vez determinado pela influência do mercado de câmbio internacional. A forte desvalorização do petróleo e das bolsas americanas e as incertezas quanto à política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) pesaram nos negócios nesta quinta-feira, 1, e trouxeram volatilidade e aversão ao risco. Com isso, o dia foi de alta do dólar ante a maioria das moedas emergentes, incluindo o real. O noticiário doméstico foi considerado neutro, tendo como principal destaque os dados de PIB, que mostraram crescimento econômico de 1% em 2017, após dois anos de retração da economia.

Em meio à volatilidade no mercado externo, o dólar à vista oscilou em um intervalo de 3 centavos, entre a mínima de R$ 3,2387 (-0,09%) e a máxima de R$ 3,2716 (+0,93%). Ao final dos negócios, marcou R$ 3,2514, com ganho de 0,31% ante o real.

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Principal expectativa do dia, o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no comitê bancário do Senado dos EUA, manteve o tom da última terça-feira. Ele disse que não há evidências neste momento de que a economia dos EUA está se aquecendo demais. Entretanto, enquanto Powell defendia a manutenção do gradualismo na política monetária nos EUA, o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, afirmou em evento em São Paulo que quatro elevações de juros ao longo deste ano ainda seriam um aperto "gradual".

Outro destaque da tarde foi a informação de que o presidente dos EUA, Donald Trump, irá impor tarifas sobre aço e alumínio importados na próxima semana. A notícia gerou piora nos mercados de Nova York e afetou também o desempenho dos mercados emergentes.

"Diante da neutralidade de eventos no Brasil, o que determinou a trajetória do câmbio foi o exterior, onde há uma intensa discussão técnica sobre os níveis dos juros e do dólar", disse Pedro Paulo Silveira, economista da Nova Futura corretora.

O profissional ressalva que a economia doméstica segue dando sinais de crescimento que, embora modestos, são consistentes e trazem desdobramentos positivos para a política fiscal e monetária. "O PIB de 2017 não veio muito forte, mas mostrou componentes importantes. Mas em um dia em que houve aversão ao risco no exterior, não há como o Brasil escapar desse movimento", disse.

A classificação de risco por agências estrangeiras representa uma medida de confiança dos investidores internacionais na economia de determinado país. As notas servem como referência para os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar dinheiro emprestado dos investidores. As agências também atribuem notas aos títulos que empresas emitem no mercado financeiro, avaliando a capacidade de as companhias honrarem os compromissos.

O grau de investimento funciona como um atestado de que os países não correm risco de dar calote na dívida pública. Abaixo dessa categoria, está o grau especulativo, cuja probabilidade de deixar de pagar a dívida pública sobe à medida que a nota diminui. Quando um país dá calote, os títulos passam a ser considerados como de lixo. O mesmo vale para as empresas.

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As agências mais conceituadas pelo mercado são a Fitch, a Moody's e a Standard & Poor's (S&P), que periodicamente enviam técnicos aos países avaliados para analisarem as condições da economia. Uma avaliação positiva faz um país e suas empresas levantarem recursos no mercado internacional com custos menores e melhores condições de pagamento.

Da mesma forma, uma boa classificação atrai investimentos estrangeiros ao país. Fundos de pensão estrangeiros investem apenas em países com grau de investimento concedido por pelo menos duas agências de classificação de risco. Caso contrário, o país passa a ser considerado de grau especulativo.

Em 2008, o Brasil tinha sido elevado à categoria de grau de investimento. A primeira agência a incluir o país nesse patamar foi a S&P, em abril daquele ano. A decisão foi seguida pela Fitch, em maio do mesmo ano, e pela Moody's, em setembro de 2009.

Queda

Em setembro de 2015, a S&P retirou o grau de investimento do Brasil e concedeu perspectiva negativa, abrindo caminho para que a nota fosse reduzida novamente em fevereiro de 2016. Em dezembro de 2015, a Fitch reduziu a nota do Brasil para um nível abaixo da categoria de bom pagador, rebaixando novamente a classificação em maio de 2016. A Moody's retirou o grau de investimento do Brasil em fevereiro de 2016, uma semana após o segundo rebaixamento pela S&P. Na ocasião, a Moody’s reduziu a nota do país para dois níveis abaixo do grau de investimento.

Com a decisão de hoje (11), a S&P torna-se a primeira agência a reduzir novamente a nota da dívida brasileira. A agência manteve estável o outlook (perspectiva) da nota do Brasil. Isso significa que a S&P não poderá rebaixar o país antes da próxima reavaliação, o que levará pelo menos seis meses.

No caso dos títulos públicos, o grau de investimento ajuda um país a conseguir juros mais baixos nos papéis da dívida externa. Por meio da dívida pública, um governo emite títulos para levantar recursos no mercado financeiro. O dinheiro serve para atender às necessidades de financiamento e permitir que o Tesouro honre os compromissos de curto prazo. Em troca, o governo compromete-se a devolver o dinheiro aos investidores com juros. Quanto menores as taxas, maior a confiança na capacidade de pagamento do país.

Erros

Embora as notas sirvam de parâmetro para credibilidade de governos e de empresas no mercado financeiro, as agências de classificação de risco enfrentam críticas por terem errado nos prognósticos. Antes de 2008, as agências deram notas altas para as operações de venda de créditos imobiliários nos Estados Unidos, que entraram em colapso e desencadearam uma crise econômica global. Em 2013, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu investigação contra a Standard & Poor's por suspeita de fraude na classificação de produtos hipotecários.

A liderança do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no cenário eleitoral de 2018, apontada por pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira, 19, levou a Bolsa à mínima do dia. A tendência negativa veio após uma abertura de pregão em alta, estimulada pelo bom desempenho de mercados internacionais, com o Ibovespa acima dos 76 mil pontos. Às 12h52, o índice com as ações mais líquidas da Bolsa registrava queda de 0,79%, aos 75.387,85 pontos.

Segundo o levantamento, Lula venceria as eleições presidenciais em todos os cenários. O petista teria hoje 20,2% das intenções espontâneas de voto para presidente, ante 16,6% no levantamento CNT/MDA divulgado em fevereiro deste ano. No cenário de consulta estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, Lula também lidera nos três cenários da pesquisa com três diferentes candidatos do PSDB.

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Ainda sob impacto da pesquisa, o dólar à vista passou a subir levemente e as taxas futuras de juros reduziram a baixa, renovando máximas. À exceção do Ibovespa, esses efeitos perderam força, no entanto, por conta de ponderações de agentes de mercado de que ainda é cedo para fazer apostas em relação ao quadro eleitoral e que o petista perdeu capital político. Ainda assim, o fato de, na visão desses agentes, a liderança de Lula ameaçar a manutenção das políticas econômicas do atual governo sustenta cautela.

Cabe destacar que, pouco antes do levantamento CNT/MDA, uma avaliação do Instituto de Finança Internacional (IIF, na sigla em inglês) havia apontado que a combinação de economia mais forte com finanças públicas debilitadas, que favorece políticas prudentes, reduziria as chances de candidatos populistas na eleição de 2018. A CNT/MDA mostrou ainda que a avaliação negativa do governo Temer aumentou nos últimos sete meses e foi para 75,6%, enquanto a positiva diminuiu para 3,4%.

"O mercado está tentando realizar (lucros) há algum tempo. E essa pesquisa acabou sendo um 'driver' para isso, ao apresentar Lula na frente das intenções de voto", afirmou Alexandre Póvoa, sócio e presidente da Canepa Asset Management.

Assim como Póvoa, o sócio e economista-chefe da ModalMais, Álvaro Bandeira, entende que a desvalorização desta terça-feira - após o Ibovespa marcar recorde intraday na segunda-feira aos 76.403,57 pontos - é uma realização normal. Mesmo na mínima do dia - quando, às 12h33, marcou queda de 0,83%, aos 75.356,51 pontos -, o indicador ainda acumulava uma apreciação de quase 6,5% somente no mês de setembro.

O operador de outra gestora de fundos de investimento e o sócio da ModalMais pontuaram que, à exceção da pesquisa CNT/MDA, o noticiário desta terça-feira foi fraco de novos vetores. "Não houve grandes novidades no cenário econômico. O discurso do Temer [na abertura da Assembleia Geral da ONU] não teve nada novo, nem o pronunciamento do Ilan [Goldfajn, presidente do Banco Central, cujos apontamentos foram publicados pela instituição]", disse Bandeira, da ModalMais.

Profissionais de duas corretoras de valores mobiliários de São Paulo pontuaram que o resultado da pesquisa CNT/MDA é uma "desculpa" para a realização de lucros. "Ou seja, a Bolsa até pode voltar a subir hoje", disse um deles. Os dois concordam que é impossível prever agora se o petista sairá candidato ou não, visto que ele pode vir a ser condenado em segunda instância na Justiça Federal.

Todas as ações mais líquidas registravam queda no início da tarde desta terça-feira, principalmente a Vale. Às 13h07, os papéis ON da mineradora caíam 1,43%, a R$ 33,76, e os PNA perdiam 1,17%, a R$ 31,15. Além da Vale, as siderúrgicas também são penalizadas nesta terça pela queda de 4,06% do preço do minério de ferro no mercado à vista chinês (porto de Qingdao).

As ações de grandes bancos eram pressionadas negativamente pelo movimento de realização de lucros no Ibovespa. Os papéis da Petrobrás também perdiam valor, em linha com o comportamento do petróleo. A commodity firmou-se em queda desde o fim da manhã.

A Petrobrás aproveitou o bom momento do mercado financeiro e a melhora de imagem conquistada nos últimos meses para dar continuidade à mudança de perfil do seu endividamento. Ontem, realizou três operações que renderam US$ 2 bilhões para o caixa e estenderam o prazo de pagamento de bônus que venceriam em 2019, 2020 e 2021.

A empresa emitiu novos títulos com vencimentos em 2025 e 2028, pagando juros de 5,5% e 6%, respectivamente, no valor de US$ 1 bilhão, cada, segundo informou o mercado. Ainda fez duas operações de gerenciamento de ativos - a repactuação de cinco séries de títulos e a recompra de outras cinco séries. Nesse caso, os interessados têm até o dia 27 para se manifestar, disse a empresa em comunicado.

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A demanda pelos novos títulos superou as expectativas da petroleira e chegou a US$ 9 bilhões. Segundo fonte da empresa, havia baixa concentração de vencimentos nos anos de 2025 e 2028. Com o lançamento de títulos, a Petrobrás buscou desconcentrar os prazos de pagamento e criou uma referência de juros para esses dois anos.

"A demanda foi boa, eu esperava que a oferta para 2028 saísse mais baixa, mas a de 2025 foi muito boa para a empresa, a de 2028 foi boa para o investidor", avaliou Flavio Conde, consultor da Whatscall, dizendo que a empresa tem de correr para gerenciar sua dívida antes de maio de 2018, quando começa o período eleitoral. Além disso, o Banco Central americano, Federal Reserve, já avisou que vai reduzir a liquidez do mercado. "Ela deve voltar (ao mercado) entre dezembro e janeiro, a demanda foi bem alta", avaliou Conde.

Apesar de não ter reconquistado o selo de boa pagadora concedido pelas agências de classificação de risco, a Petrobrás avalia que o momento é oportuno para emissões, porque o mercado já paga pelos seus títulos prêmios compatíveis com os das empresas mais bem avaliadas.

No dia 12, contratou financiamento de U$ 847,5 milhões com o JPMorgan Chase Bank. No dia 6, emitiu Notas de Crédito à Exportação (NCE) para o Bradesco no valor de R$ 1 bilhão. E, no dia 28 de agosto, emitiu R$ 4,98 bilhões em debêntures.

Ao analisar as operações de ontem, a Standard & Poor’s (S&P), em relatório, destacou a melhora dos padrões de governança da Petrobrás após as investigações da Operação Lava Jato e o contínuo refinanciamento da dívida que permitiram à companhia alongar vencimentos "e manter uma sólida posição de caixa".

A agência Fitch ressaltou que a Petrobrás dificilmente vai conseguir atingir a meta de alavancagem - que mede quanto do caixa está comprometido com pagamentos - de 2,5 vezes, estipulada para 2018. Um dos empecilhos seriam as liminares que dificultam a venda de ativos, dentro do plano de desinvestimento de US$ 21 bilhões neste e no próximo ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A prisão preventiva de Wesley Batista, presidente da JBS, é a primeira realizada no Brasil pelo crime de insider trading - o uso de informação privilegiada para obter lucros no mercado financeiro. Segundo a Polícia Federal, a venda de ações da JBS antes do vazamento da delação dos controladores evitou um prejuízo potencial de R$ 138 milhões aos irmãos Batista.

Wesley foi preso, ontem, em sua casa, na capital paulista, após decisão do juiz João Batista Gonçalves, da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, no âmbito da Operação Acerto de Contas, nova fase da Tendão de Aquiles, que investiga uso indevido de informações privilegiadas em transações ocorridas entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República.

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A ordem de prisão preventiva, que não tem prazo determinado, foi estendida a Joesley Batista, que já está preso temporariamente por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de violação de sua delação.

Ao decretar a prisão preventiva dos irmãos Batista, o juiz alertou para o "risco concreto de fuga". O fundamento central do decreto é a "garantia da ordem econômica e da ordem pública". No pedido de prisão dos acionistas da JBS, a Polícia Federal ressalta que eles, mesmo após a negociação e assinatura do acordo de delação, continuaram a "praticar delitos" no mercado financeiro.

Em nota, o advogado Pierpaolo Cruz Bottini, que faz a defesa de Wesley, disse que "não há um elemento que sustente essa prisão, que além de ilegal e arbitrária, coloca em descrédito o instituto da colaboração".

A investigação da PF identificou dois crimes distintos, mas interligados: a compra e venda de ações e a compra e venda de contratos futuros de dólar. Ambos ocorreram antes dos áudios da conversa de Joesley Batista com o presidente Michel Temer se tornarem públicos.

Segundo o delegado da PF Victor Hugo Rodrigues, os crimes foram comprovados por mensagens eletrônicas, depoimentos, relatórios da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e laudo pericial.

Os irmãos Batista detêm 100% da empresa FB Participações, que por sua vez tem 42,5% da JBS. Às vésperas do vazamento da delação, Joesley determinou a venda pela FB de 42 milhões de ações da JBS a R$ 372 milhões. Ao mesmo tempo, a própria JBS, presidida por Wesley, passou a recomprar esses papéis, diluindo as perdas com a desvalorização das ações no momento em que a delação fosse divulgada. "A maior parte do prejuízo com a queda das ações não ficou com os Batistas, mas com os outros acionistas."

Além disso, um dia antes da delação da JBS vazar, a empresa foi a segunda maior compradora de dólar no Brasil, segundo o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Costa, que explicou como a empresa manipulou o mercado de câmbio. "Foi uma movimentação absolutamente atípica", disse.

Um dia antes da delação vir a público, em 17 de maio, a JBS negociou US$ 474 milhões com a moeda a R$ 3,11. Segundo nota do Ministério Público Federal, somente as operações em dólar somaram R$ 3 bilhões, rendendo lucro de US$ 100 milhões aos empresários. Essa é a mesma quantia da multa prevista na delação no processo criminal, de US$ 110 milhões.

"Tudo indica, e o inquérito confirmou, que estamos diante de pessoas que têm a personalidade voltada para a prática reiterada de crimes. Pessoas que já foram objeto de seis operações da PF simultâneas, não pararam de delinquir e certamente não vão parar de delinquir com a sétima operação", disse o delegado Victor Hugo Rodrigues. /

O mercado financeiro espera que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 4,81% este ano. A projeção está no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) feita com instituições financeiras e divulgada sempre às segundas-feiras. Na semana passada, a previsão para o IPCA era 4,87%.

A expectativa é de que a inflação de 2017 se situe bem abaixo da projetada para 2016, cuja estimativa passou de 6,38% para 6,35%, entre a primeira semana de janeiro e esta semana.

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Para a Selic, taxa básica de juros da economia, a previsão do mercado foi mantida em 10,25% ao ano. As instituições financeiras, portanto, apostam na continuidade da trajetória de redução dos juros.

Diante da recessão econômica e da melhora na inflação, o BC tem sinalizado que pode intensificar o corte da taxa básica. Nas duas últimas decisões, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano. A próxima reunião do Copom começa amanhã (10) e a decisão em relação à Selic será anunciada na quarta-feira (11).

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano permanece em 0,50%.

Apesar da expectativa de melhora na economia com o novo governo e equipe econômica, a euforia do mercado, segundo a economista Maryse Farhi, parece ter terminado. Desde o dia 12 de maio, data em que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumiu como interino, o dólar comercial valorizou 2,8%% frente ao real e a o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 5,8%.

A repercussão negativa ocorre na semana em que o ministro Henrique Meirelles anunciou a nova equipe econômica, inclusive o novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.“O mercado financeiro estava brincado de 'Poliana', achando que tudo ia se resolver quando o novo governo assumisse. Mas ficam vendo esses trapalhões atuando (do governo Temer)”, afirmou a professora Maryse Farhi, do Instituto de Economia da Unicamp. “A dita volta da confiança não ocorreu”, comenta a professora.

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A reunião do Fed (Banco Central dos Estados Unidos) que sinalizou para um possível aumento dos juros em junho também impactou bolsas de todo o mundo e a cotação do dólar se valorizou em vários países. Mas no Brasil isso foi intensificado pela situação política, de acordo com Farhi. “É impossível fazer previsões do que vai acontecer agora”, afirma a professora. “O Congresso vai aprovar as medidas do novo governo? É tudo muito incerto”, analisa.

Mercado externo - A postura do novo ministro das Relações Exteriores José Serra (PSDB) em relação aos vizinhos do Mercosul pode gerar perdas no comércio exterior, segundo Farhi. “Pode impactar os negócios que estão sendo feitos com empresas brasileiras e empresas desses países”, afirma.

Serra respondeu de maneira agressiva à Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, que criticaram o caráter ilegítimo do processo de impeachment. "O Brasil é parceiro comercial importante desses vizinhos, sobretudo da Venezuela", lembra a professora.

Ajuste fiscal - Outro ponto de perigo, segundo ela, é o ajuste fiscal sinalizado por Henrique Meirelles. Em suas entrevistas, ele defende medidas de economia dos gastos públicos intensas, o que pode intensificar a queda no crescimento econômico. “É uma bomba quando você aumenta a contração dos gastos públicos em uma economia em recessão”, analisa Farhi.

Para a professora, Meirelles é totalmente fiscalista. Para essa teoria econômica, a recuperação se dá por meio do corte de gastos e da recuperação da confiança do empresário.

Com informações da Agência PT de notícias 

O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre na margem pode até não repetir o tombo de quase 2% visto no segundo trimestre, mas o mercado financeiro está ajustando suas expectativas, já inicialmente pessimistas, a partir dos dados disponíveis e após a perda de grau de investimento da nota soberana pela Standard & Poor's. Profissionais consultados pelo Broadcast não afastam a possibilidade de a queda do PIB entre julho e setembro, ante os três meses anteriores, superar 1%, o que não é pouco considerando a base de comparação já bastante deprimida. No segundo trimestre, o PIB caiu 1,9% na margem e 2,6% ante igual período de 2014.

A avaliação dos economistas é de que alguns dados consolidados de julho, pelo menos os de atividade, podem não ter sido tão ruins. O resultado do varejo ampliado de julho, por exemplo, subiu 0,6%. A questão é que alguns dados de agosto devem decepcionar, como sugerem os chamados indicadores antecedentes e coincidentes, como os de fluxo e produção de veículos, produção de papelão ondulado e de energia. Para setembro, o que se tem por ora são números fracos de confiança e queda na utilização da capacidade instalada da indústria. Na terça-feira (22), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que a confiança da indústria caiu 2,5% este mês (prévia), ao menor nível de toda a série histórica, iniciada em abril de 1995.

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Na Santander Asset Management, o economista-chefe Ricardo Denadai calcula queda de 1,1% do PIB no terceiro trimestre ante o segundo e de 4,0% ante o terceiro trimestre do ano passado, já contando com piora dos dados de atividade e demanda em agosto e setembro. "A velocidade de deterioração na margem se reduz, mas ainda assim continuamos contraindo em cima de uma queda de -0,7% (primeiro trimestre) e de outra de -1,9% (segundo trimestre)", disse.

"Apesar de todo esse ajuste já visto na indústria, a situação é de estoques elevados. Pelo dado da prévia da confiança da indústria, o ajuste continua no terceiro trimestre e tem cara de que pode seguir no quarto", disse.

Pelo lado da demanda, Denadai diz que, embora o setor externo possa continuar colaborando, não será o suficiente para compensar as quedas esperadas para o consumo das famílias, do governo e dos investimentos. "São contribuições mais no sentido de evitar quedas maiores no PIB", comentou.

Mesmo não tendo projeções para o PIB em números, a economista-chefe da XP Investimento, Zeina Latif, não afasta a possibilidade de dados piores que os do segundo trimestre, ainda mais depois da perda do grau de investimento pela S&P. "Os modelos sugeriam que a queda do terceiro trimestre poderia ser mais moderada, mas corremos risco de ter números piores do que os do segundo trimestre porque, na dúvida, todo mundo (empresas e consumidores) para. A economia é como um paciente já tão debilitado que fica sujeito a novas infecções", disse, referindo-se ao efeito cascata visto nos últimos dias. A deterioração fiscal acelerou o downgrade da S&P, que detonou a escalada do dólar.

Para Zeina, a contaminação da crise financeira no setor produtivo é "muito grave", afetando a confiança e a perspectiva de investimentos. "Por este aspecto, a recessão deve ser mais longa e há risco de frustração com terceiro trimestre", reforçou, lembrando que o dólar em R$ 4 e sob volatilidade afeta muito o planejamento das empresas. Até para os exportadores, que em tese se beneficiam da alta do dólar, a situação do câmbio é complicada. "Ninguém faz hedge perfeito", lembrou.

Diante de tantas incertezas, a queda de 0,8% do PIB do terceiro trimestre na margem esperada pelo Banco Pine está sob viés de baixa, segundo o economista Marco Antonio Jacob Caruso. "Pode ir a -1,0%, a -1,3%. Vai ser um caminho natural, pois agosto foi feio para indústria e varejo", disse. Para 2015, do mesmo modo, o economista pode rever para recuo de 3% sua atual previsão de queda de 2,8%.

A projeção do economista da AZ Quest, André Muller, também está em risco. "Comecei com projeção de queda de 0,5% para o terceiro trimestre e hoje está mais para -0,8%. Da divulgação do PIB do segundo trimestre para cá, a percepção piorou muito. A expectativa de -2,7% para o PIB no ano também está com viés de baixa", disse.

O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) Samuel Pessoa disse na manhã desta sexta-feira que enxerga que a recuperação da economia brasileira se mostra, neste momento, muito mais lenta do que em outras crises vividas no passado, já que agora a crise vai além da macroeconomia e afeta a microeconomia, após uma política "desastrosa" adotada. "Além do macro, temos que arrumar o micro e por isso vejo uma recuperação mais lenta", disse.

Segundo Pessoa, o governo adotou uma política voltada às empresas, após a crise de 2009, que acabou, por fim, fragilizando as empresas, que hoje estão endividadas e são pouco produtivas.

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Em relação às taxas de juros, Pessoa disse que seria um erro reduzir os juros "na marra". "Tentamos isso nos últimos quatro anos e isso deu resultados desastrosos", disse, no 7º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, organizado pela BM&FBovespa.

A Bolsa de Tóquio encerrou em baixa nesta quarta-feira, diante de temores sobre o ânimo dos empresários e uma deterioração na atividade industrial. A tendência de queda no mercado local também foi direcionado pelo dólar mais fraco, que prejudica os exportadores. Com isso, o índice Nikkei encerrou com recuo de 0,90%, aos 19.034,84 pontos.

Apesar dos esforços do governo japonês em estimular a economia do país, a fraqueza do consumo e as pressões deflacionárias continuam pesando sobre o sentimento dos grandes fabricantes, que seguem cautelosos quanto às condições de negócios. A avaliação é do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), em mais uma edição da pesquisa trimestral Tankan, esta referente aos três meses encerrados em janeiro deste ano.

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Segundo o levantamento, feito com milhares de companhias, o índice que mostra o humor dos grandes fabricantes estava em +12 em janeiro, inalterado em relação a dezembro. O número é resultado da subtração do porcentual de empresas que dizem que as condições para os negócios atuais são ruins do porcentual de entrevistados que avaliam as condições atuais positivamente.

Outro sinal de alerta veio do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Japão, que caiu para 50,3 em março, de 51,6 em fevereiro. O valor do mês passado atingiu o nível mais fraco em uma sequência de 10 meses de resultados acima de 50,0, o que continua a sinalizar expansão no setor, mas a um ritmo mais fraco. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Bolsa de Tóquio encerrou em leve alta nesta quarta-feira (7), dando fim a uma sequência de cinco sessões seguidos de baixas. A tendência de alta foi direcionada por compras de papéis a preços baixos, tendo em vista que o mercado continua pressionado por temores relacionados à queda nos preços de petróleo e incertezas políticas na Grécia. O índice Nikkei ganhou 0,01%, aos 16.885,33 pontos.

"Nervosismo com petróleo e perspectivas para a economia europeia diante de especulações intensificadas de 'Grexit' pode continuar a pesar sobre os mercados globais, pelo menos, até 25 de janeiro", quando ocorrem as eleições da Grécia, disse Eiji Kinouchi, estrategista técnico chefe da Daiwa Securities, referindo-se à possibilidade de a Grécia sair da zona do euro. O partido contrário a medidas de austeridade Syriza tem liderado pesquisas de opinião no país e coloca em risco a união do bloco monetário.

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"É quase certo que o Banco do Japão (BOJ) está usando um pouco de seus 3 trilhões de ienes de colocação para a compra de ativos de risco, de modo a escorar o mercado, mas, para os investidores, simplesmente não existem razões para comprar ações agora", disse Yoshihiro Okumura, gerente geral da Chibagin Asset Management. "Até que o panorama global mais amplo se torne claro, os catalisadores fundamentais terão pouca influência", afirmou. Fonte: Dow Jones Newswires.

As ações negociadas na Bolsa de Tóquio ganharam força nesta sexta-feira (28) uma vez que recuperação do dólar ajudou os exportadores japoneses, enquanto a expectativas de mais quedas no preço do petróleo no longo prazo aumentou o interesse por papéis de empresas consumidoras de combustível, como companhias aéreas e transportadoras.

O índice Nikkei encerrou com ganho de 1,23%, aos 17.459,85 pontos, saindo de uma sequência de dois dias de queda. Na semana, o índice de referência ganhou 0,6%.

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As ações receberam o impulso da valorização do dólar contra a moeda japonesa, que superou o nível de 118 ienes após dois dias que perdas. Ao mesmo tempo, a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de manter a produção inalterada, anunciada na quinta-feira, derrubou os preços do petróleo e aumentou o interesse por ações de empresas consumidoras de combustível.

As ações de companhias aéreas e transportadoras registraram fortes ganhos na sessão. Japan Airlines subiu 5,3% e a transportadora Kawasaki Kisen avançou 6,9%. Por outro lado, a queda nos preços do petróleo teve impacto negativo para exploradoras e refinarias, que tiveram perdas acentuadas no pregão. A petrolífera Inpex recuou 6,9% e grupo JX Holdings perdeu 2,3%.

Os bônus soberanos do Japão tiveram alta no mercado asiático, com o juro dos JGBs de dois anos entrando no território negativo pela primeira vez na história, o mais recente sinal da influência do Banco do Japão (BoJ) no mercado de títulos.

Às 04h00(de Brasília) o yield dos JGBs de dez anos operava estável a 0,420%. Já o juro do bônus de dois anos operava no território negativo, a -0,005%. Os futuros do JGB de dez anos subiam 0,03% para 146,91 ienes."As expectativas de que o BoJ vai comprar mais bônus de longo prazo em dezembro manteve a demanda por JGBs sólida", disse a economista-chefe da SMBC Friend Securities, Mari Iwashita.

Relatório divulgado nesta quarta-feira (29) pela Oxfam - organização não governamental que desenvolve campanhas e programas de combate à pobreza em todo o mundo - informa que, desde o início da crise financeira internacional, em outubro de 2008, dobrou o número de bilionários no mundo. Ao mesmo tempo, aumentou também a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres.

De acordo com o diretor da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst, entre as causas da desigualdade, que aumenta cada vez mais o fosso entre ricos e pobres, está o “fundamentalismo do mercado”, que promove um crescimento econômico que beneficia apenas uma elite pequena, deixando em situação ainda mais difícil os pobres.

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"Para começar, 70% da população mundial vivem em países onde a desigualdade e a concentração de riqueza aumentaram nos últimos anos. O número de bilionários do mundo simplesmente dobrou desde que a crise financeira teve início. Crises como essa afetam, em geral, o lado mais frágil da corda”, disse ele à Agência Brasil. E o aumento da desigualdade, acrescenta ele, pode levar a um retrocesso de décadas na luta contra a pobreza.

Diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima disse que o mundo possui recursos suficientes para melhorar a vida de todos. “É hora de equilibrar o jogo antes que a situação piore”, avalia Winnie. 

A fim de pressionar as lideranças mundiais a “transformar a retórica em prática e garantir condições mais justas às pessoas mais pobres”, o relatório – intitulado Equilibre o Jogo: É Hora de Acabar com a Desigualdade Extrema – mostra que, enquanto centenas de milhões de pessoas vivem em abjeta pobreza sem acesso a serviços essenciais de saúde ou à educação básica, as pessoas ricas têm dinheiro que  jamais poderão gastar durante toda a vida. “Se as três pessoas mais ricas do mundo gastassem US$ 1 milhão por dia, precisariam de 200 anos para exaurir suas fortunas”, informa o relatório. Segundo o documento, as 85 pessoas mais ricas viram sua fortuna coletiva crescer US$ 668 milhões ao dia entre 2013 e 2014. Isso corresponde a quase meio milhão de dólares por minuto.

Atualmente, na África Subsaariana, há 16 bilionários convivendo com 358 milhões de pessoas na extrema pobreza. E, na África do Sul, a desigualdade está maior agora do que na época do fim do apartheid. Uma das sugestões da Oxfam para diminuir a distância entre os mais ricos e os mais pobres é o investimento em serviços públicos gratuitos, principalmente nas áreas de saúde e educação. A cada ano, diz o estudo, cem milhões de pessoas são levadas à pobreza porque são obrigadas a pagar por serviços de saúde.

Na avaliação de Simon Ticehurst, a desigualdade é ruim para todo o mundo e causa impactos nas condições de emprego e na segurança, além de resultar também em instabilidade política. A América Latina, exemplifica o pesquisador, é a região mais desigual e insegura do planeta. E é a que registra mais violência. "Mas a desigualdade não está presente apenas nos países mais pobres", ressalta ele.  “No Reino Unido, dependendo de onde você nasce e de onde você mora, a diferença na expectativa de vida pode chegar a nove anos de diferença. Isso também está relacionado às diferenças sociais, porque quanto maior for a sua qualidade de vida, maior será a sua longevidade”, disse.

Outro país citado pelo diretor da Oxfam são os Estados Unidos. “Lá, se você nasce dentro de família pobre, tem 50% a mais de chances de ser pobre na fase adulta. É um país que tem baixíssima mobilidade social. Isso desmente o que prega o American Dream [Sonho Americano]. Como bem disse Richard Wilkinson no resumo executivo da nossa publicação, se os americanos querem viver o sonho americano, devem se mudar para a Dinamarca”.

Apesar dos históricos problemas de desigualdade social no Brasil, o país é citado como exceção, ao ser comparado à tendência que se verifica no mundo, de aumento da desigualdade social. “Podemos dizer que o Brasil está construindo um tipo de Brazilian Dream (sonho brasileiro). Há muito a avançar, mas os primeiros passos já foram dados. Enquanto outros países, inclusive europeus, estão andando para trás, o Brasil está melhor equilibrado, apesar da situação ainda desfavorável para boa parcela da população. Mas o Brasil precisa ter cuidado para não cair no discurso do fundamentalismo de mercado. Isso colocaria em risco todos os avanços conquistados”, alerta o diretor da entidade britânica.

Na avaliação de Simon Ticehurst, situações de desigualdade identificadas em boa parte do mundo, apesar de serem historicamente problemáticas, podem ser corrigidas. Basta que se insista nas políticas que são acertadas. “Não é inevitável. Podem ser corrigidas com uma série de medidas relacionadas à importância de os governos responderem às necessidades de todo o povo, e não de uma elite econômica. O problema é quando, a exemplo do que acontece na política brasileira, há uma exagerada influência das elites no parlamento”, disse ele.

Para a Oxfam, uma medida que pode ajudar a amenizar o problema é o combate efetivo à sonegação fiscal, principalmente das grandes corporações multinacionais e das pessoas mais ricas do mundo. “Uma alíquota de imposto de apenas 1,5% sobre a fortuna dos bilionários do mundo poderia arrecadar o suficiente para colocar todas as crianças na escola e fornecer assistência à saúde nos países mais pobres”, sugere o relatório. “Não é que sejamos antimercado, mas é justamente o extremo do fundamentalismo de mercado o que tem criado essa explosão de desigualdade. Por esse motivo nossa campanha tem o nome Equilibre o Jogo. O desafio é encontrar um equilíbrio, onde todos possam ganhar. Não apenas os superricos”, disse Ticehurst.

A bolsa de Tóquio fechou o pregão em leve baixa nesta sexta-feira, em meio a movimento de realização que pesou mais no resultado do dia do que a forte alta do dólar nos últimos dias, que tende empurrar as ações para uma valorização. O índice Nikkei caiu 0,05%, a 15.668,68 pontos.

A moeda norte americana chegou a bater o patamar mais alto desde o início da crise financeira internacional, em 2008, a 105,70 ienes por dólar, em meio à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de aumentar os incentivos monetários. Ao fim da tarde no Japão, a taxa de câmbio já reduzia os ganhos.

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Os investidores, no entanto, se mantiveram em ritmo de espera pelos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que serão divulgados nesta sexta-feira. Às 9h30 (de Brasília), o Departamento do Trabalho dos EUA publica o número de postos criados, a taxa de desemprego e o salário médio do americano.

"O clima era reticente por causa do relatório de trabalho, disse o CEO da Investrust, Hiroyuki Fukunaga. "As compras foram puxadas pela alta do dólar, mas as ações estão começando a parecer valorizadas demais, então o Nikkei deve enfrentar resistência para subir mais sem alguma mudança mais fundamental", avaliou.

Na semana, o índice das ações mais negociadas de Tóquio valorizou 1,6%, mas permanece em qude de 3,8% no ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

Pela 13ª semana consecutiva e às vésperas da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano, analistas do mercado financeiro revisaram para baixo suas projeções para o desempenho da economia brasileira em 2014. De acordo com o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (25), pelo Banco Central, a mediana das estimativas passou de 0,79% para 0,70%. Há quatro semanas, a expectativa era de expansão de 0,90%.

As sucessivas quedas das estimativas para este indicador vêm chamando a atenção até da imprensa internacional. Há cerca de 15 dias, o site do Financial Times destacou que esse movimento contínuo era semelhante à "dança da cordinha", uma referência à dança apresentada pelo grupo É o Tchan onde a cada volta se desce um pouco mais. Para 2015, porém, a estimativa de expansão ficou estacionada em 1,20% de uma semana para outra. Um mês atrás, a mediana estava em 1,50%.

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A expectativa para o fraco crescimento é explicada em grande parte pelas previsões negativas do mercado para o setor industrial. Desta vez, porém, a Focus não trouxe mudanças, mas manteve as taxas negativas para 2014: a mediana das estimativas seguiu em uma retração de 1,76% - estava em -1,15% um mês atrás. Para 2015, porém, a previsão segue em alta de 1,70% como quatro semanas antes.

Os analistas corrigiram também suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014. A Focus de hoje aponta uma mediana de 34,99% ante taxa de 34,89% da semana passada. Um mês atrás, estava em 34,85%. Para 2015, segue em 35,00% há 10 semanas.

A bolsa de Tóquio fechou em queda nesta terça-feira em meio aos resultados da temporada de balanços do Japão e a continuidade das incertezas em relação ao fim dos incentivos econômicos nos Estados Unidos.

O índice Nikkei perdeu 1,0%, aos 15320,31 pontos, seguindo a queda registrada na segunda-feira de 0,3%.

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As ações abriram puxadas pelos ganhos em Wall Street, mas logo se enfraqueceram. As baixas dessa semana mostram um movimento de realização após as últimas três semanas de bons resultados que valorizaram os papéis.

O fundador da Ichiyoshi Investment Management, Mitsushige Akino, disse que as atenções estão voltadas para a reação dos papéis de Wall Street ao corte de estímulos do Federal Reserve. Apesar da reversão de ontem, o índice S&P 500 teve uma das piores baixas em dois anos na semana passada. Fonte: Dow Jones Newswires.

O otimismo com a atividade industrial da China impulsionou os mercados acionários da região da Ásia e do Pacífico, após a publicação do índice de gerentes de compras (PMI) melhor do que o esperado no país. Entre os destaques, a Bolsa de Hong Kong encerrou no maior nível em mais de três anos e as ações em Sydney atingiram uma nova máxima em seis anos.

O índice dos gerentes de compras industrial da China subiu para 52,0 em julho, de 50,7 em junho, segundo números preliminares do HSBC. Com este resultado, o PMI industrial alcançou o maior nível em um ano e meio, além de ficar bem acima da marca de 50 que indica melhora na atividade do setor na comparação com o mês anterior.

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Em resposta, o índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, subiu 0,71%, para 24.141,50 pontos, o maior nível de fechamento desde abril de 2011. Junto com os positivos números do Produto Interno Bruto (PIB) chinês para o segundo trimestre, o indicador da indústria sustentou a visão de que a economia da China está se recuperando depois de uma desaceleração no início do ano.

A tendência de alta em Hong Kong também foi sustentada diante de expectativas de que mais governos locais em todo o país devem aliviar as restrições sobre a compra de imóveis, com o objetivo de ajudar o mercado imobiliário.

O índice Xangai Composto, por sua vez, encerrou com ganho de 1,28%, aos 2.105,06 pontos, o nível de fechamento mais alto desde 16 de abril. O índice Shenzhen Composto, por outro lado, cedeu 0,15%, aos 1.101,09 pontos, tendo em vista que muitos investidores saíram de papéis de empresas menores diante de preocupações relacionadas a crescimento nos lucros.

Outro forte resultado veio da Austrália. O índice S&P/ASX 200, de Sydney, terminou com elevação de 0,20%, aos 5.587,80 pontos, renovando a máxima em seis anos. O setor de mineração foi ajudado pelo dado da China, tendo em vista que o mercado chinês é um dos mais importantes do mundo para commodities industriais. Os papéis da Rio Tinto ganharam 0,87% e os da BHP Billinton avançaram 0,21%, afastando um enfraquecimento do início do pregão.

O índice Kospi, porém, cedeu 0,08%, aos 2.026,62 pontos. O Produto Interno Bruto (PIB) da Coreia do Sul expandiu-se 0,6% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano, o ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2013, em termos sazonalmente ajustados.

No acumulado de 12 meses o país cresceu 3,6%, uma desaceleração se comparado ao final do primeiro trimestre deste ano, quando o crescimento em um ano somava 3,9%. O resultado veio um pouco pior do que a expectativa dos analistas, que esperavam um avanço de 0,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro.

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