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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (12) que estuda financiar, com auxílio de bancos internacionais, obras na capital que estão dependendo de repasses do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

A afirmação foi feita por Haddad depois do anúncio de que a Prefeitura obteve grau de investimento - uma espécie de selo de bom pagador - com a agência de risco Fitch. De acordo com ele, há duas áreas prioritárias que, com o atraso das verbas federais, poderiam ser financiadas com o crédito dos bancos: habitação e drenagem.

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Já a área de mobilidade urbana, de acordo com Haddad, tem recebido recursos do governo federal, embora estejam "aquém" do esperado. Segundo o prefeito, com a obtenção do selo, será possível obter crédito mais barato e de longo prazo. A medida, no entanto, é apenas uma expectativa, já que a prefeitura ainda espera receber verba do governo federal para levar as obras adiante.

Questionado, Haddad não confirmou se haverá um "prazo limite" para que utilize o crédito privado nas obras.

O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre na margem pode até não repetir o tombo de quase 2% visto no segundo trimestre, mas o mercado financeiro está ajustando suas expectativas, já inicialmente pessimistas, a partir dos dados disponíveis e após a perda de grau de investimento da nota soberana pela Standard & Poor's. Profissionais consultados pelo Broadcast não afastam a possibilidade de a queda do PIB entre julho e setembro, ante os três meses anteriores, superar 1%, o que não é pouco considerando a base de comparação já bastante deprimida. No segundo trimestre, o PIB caiu 1,9% na margem e 2,6% ante igual período de 2014.

A avaliação dos economistas é de que alguns dados consolidados de julho, pelo menos os de atividade, podem não ter sido tão ruins. O resultado do varejo ampliado de julho, por exemplo, subiu 0,6%. A questão é que alguns dados de agosto devem decepcionar, como sugerem os chamados indicadores antecedentes e coincidentes, como os de fluxo e produção de veículos, produção de papelão ondulado e de energia. Para setembro, o que se tem por ora são números fracos de confiança e queda na utilização da capacidade instalada da indústria. Na terça-feira (22), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que a confiança da indústria caiu 2,5% este mês (prévia), ao menor nível de toda a série histórica, iniciada em abril de 1995.

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Na Santander Asset Management, o economista-chefe Ricardo Denadai calcula queda de 1,1% do PIB no terceiro trimestre ante o segundo e de 4,0% ante o terceiro trimestre do ano passado, já contando com piora dos dados de atividade e demanda em agosto e setembro. "A velocidade de deterioração na margem se reduz, mas ainda assim continuamos contraindo em cima de uma queda de -0,7% (primeiro trimestre) e de outra de -1,9% (segundo trimestre)", disse.

"Apesar de todo esse ajuste já visto na indústria, a situação é de estoques elevados. Pelo dado da prévia da confiança da indústria, o ajuste continua no terceiro trimestre e tem cara de que pode seguir no quarto", disse.

Pelo lado da demanda, Denadai diz que, embora o setor externo possa continuar colaborando, não será o suficiente para compensar as quedas esperadas para o consumo das famílias, do governo e dos investimentos. "São contribuições mais no sentido de evitar quedas maiores no PIB", comentou.

Mesmo não tendo projeções para o PIB em números, a economista-chefe da XP Investimento, Zeina Latif, não afasta a possibilidade de dados piores que os do segundo trimestre, ainda mais depois da perda do grau de investimento pela S&P. "Os modelos sugeriam que a queda do terceiro trimestre poderia ser mais moderada, mas corremos risco de ter números piores do que os do segundo trimestre porque, na dúvida, todo mundo (empresas e consumidores) para. A economia é como um paciente já tão debilitado que fica sujeito a novas infecções", disse, referindo-se ao efeito cascata visto nos últimos dias. A deterioração fiscal acelerou o downgrade da S&P, que detonou a escalada do dólar.

Para Zeina, a contaminação da crise financeira no setor produtivo é "muito grave", afetando a confiança e a perspectiva de investimentos. "Por este aspecto, a recessão deve ser mais longa e há risco de frustração com terceiro trimestre", reforçou, lembrando que o dólar em R$ 4 e sob volatilidade afeta muito o planejamento das empresas. Até para os exportadores, que em tese se beneficiam da alta do dólar, a situação do câmbio é complicada. "Ninguém faz hedge perfeito", lembrou.

Diante de tantas incertezas, a queda de 0,8% do PIB do terceiro trimestre na margem esperada pelo Banco Pine está sob viés de baixa, segundo o economista Marco Antonio Jacob Caruso. "Pode ir a -1,0%, a -1,3%. Vai ser um caminho natural, pois agosto foi feio para indústria e varejo", disse. Para 2015, do mesmo modo, o economista pode rever para recuo de 3% sua atual previsão de queda de 2,8%.

A projeção do economista da AZ Quest, André Muller, também está em risco. "Comecei com projeção de queda de 0,5% para o terceiro trimestre e hoje está mais para -0,8%. Da divulgação do PIB do segundo trimestre para cá, a percepção piorou muito. A expectativa de -2,7% para o PIB no ano também está com viés de baixa", disse.

A agência de avaliação de risco Standart & Poor’s (S&P) rebaixou a nota de crédito do Brasil ontem, fazendo com que o país saísse do grau de investimento para o grau especulativo, quando há risco de calote. A notícia caiu como uma bomba para os planos do governo em tentar restabelecer a economia o quanto antes. O fator determinante foi o envio da proposta do Orçamento Geral da União de 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões.

Agora o Brasil terá sérias dificuldades para conseguir financiamentos internacionais, porque a maioria dos grandes fundos possuem regras que proíbem investimentos em países com grau especulativo. Como se não bastasse, com esse rebaixamento, o Brasil vai ter um custo ainda maior com sua dívida. Sem sombra de dúvidas foi a pior notícia que o Palácio do Planalto poderia receber no atual momento de crise política que vive o país.

Com essa novidade, fica mais uma vez latente que o governo se equivocou quando implementou uma política desenfreada de aumentar gastos públicos a partir de 2009 quando havia uma forte expectativa por parte do então presidente Lula em eleger a sua sucessora Dilma Rousseff. A política econômica equivocada do governo Lula foi expandida pelo governo Dilma e uma hora a fatura iria chegar.

Hoje o país vive uma recessão técnica, uma perda de confiança de investidores nacionais e internacionais, enfim, sem perspectiva de modificar o panorama da economia pelos próximos meses. Se a economia vai mal, o governo não tem condições de recuperar sua popularidade, isso porque a parte mais sensível do cidadão é o bolso, que está sendo duramente afetado pelos tarifaços proporcionados por Dilma e ainda deverá sentir um impacto ainda maior nos próximos meses com o aumento de impostos para ajudar a pagar uma conta que é do próprio governo.

Vivenciamos um estelionato eleitoral no ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff foi incapaz de reconhecer que a economia do país estava mal e precisava de ajustes. Ela mentiu na sua propaganda e hoje os brasileiros estão absolutamente desapontados com a escolha que fizeram em outubro do ano passado. Se o governo Dilma Rousseff já não vinha bem das pernas, depois de ontem, não há mais a menor condição de se sustentar. Definitivamente acabou.

PHS – Diferentemente do que afirmou do deputado estadual Joel da Harpa (PROS), de que contava com o apoio de vários partidos para disputar a prefeitura de Jaboatão no ano que vem, dentre eles o PHS, o vereador Belarmino Souza, presidente estadual da sigla refutou a hipótese e afirmou que o partido marchará nas próximas eleições com  o candidato apoiado pelo prefeito Elias Gomes (PSDB).

Fernando Monteiro – O programa Brasil em Debate, da TV Câmara, com a participação do deputado Fernando Monteiro (PP) poderá ser visto hoje às 7h e às 20h30. Como membro da Comissão de Esportes, o deputado destacou a atuação do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), a preocupação com o legado dos jogos e o Plano Brasil Medalhas, que tem como meta colocar o Brasil entre os 10 primeiros países em número der medalhas nos Jogos Olímpicos.

Filiação – O plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem a redução do prazo de filiação para disputar as eleições de doze meses antes do pleito para apenas seis. Com a decisão, que já vale para 2016, os políticos poderão escolher a sigla apenas em abril do ano da eleição em vez de outubro do ano anterior.

Débora Almeida – A prefeita de São Bento do Una, Debora Almeida (PSB), através de programas da Secretaria de Trabalho e Ação Social do município, realizou a entrega de novos instrumentos musicais para os usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e Programa Vida Nova. O investimento foi superior a R$ 16 mil e os instrumentos adquiridos foram clarinetas, sax tenor, trombone, trompetes, atabaques, flautas tenor e repiques. O objetivo dos programas é trabalhar com jovens através do incentivo à atividade musical em tempo livre e descobrindo os novos talentos.

RÁPIDAS

Betinho Gomes – O deputado federal Betinho Gomes (PSDB) pretende apresentar um projeto de Lei que transforma em crime de improbidade qualquer infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Betinho quer que os gestores respondam judicialmente em caso de descumprimento das obrigações estabelecidas pelo ECA.

Rebateu – A deputada estadual Teresa Leitão (PT) rebateu a declaração do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) de que o governo Dilma transformou o Bolsa Família num programa de compra de votos. Teresa mandou Jarbas estudar para saber que o programa beneficiou 14 milhões de famílias e que mais de 3 milhões de famílias saíram voluntariamente do programa nos onze anos por superar o limite da pobreza.

Inocente quer saber – O professor Carrilho será candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes pelo PV?

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse neste sábado que até o final do ano a economia voltará a crescer, na margem. "Mas só vai ter retomada do crescimento se não tiver perda do grau de investimento", afirmou em entrevista, numa das várias vezes que enfatizou a necessidade da realização do ajuste fiscal. "A questão do investment grade gera incertezas. E quando há dúvidas, fica difícil o PIB crescer", ponderou.

Na avaliação do ministro, já há sinais de recuperação da economia, especialmente nas contas externas, com melhor desempenho das exportações líquidas. "A agricultura vai bem. A safra cresceu 8%, segundo alguns", acrescentou. "Daqui a pouco, as empresas reduzirão bem os estoques", disse. Levy fez os comentários ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, depois de participarem das reuniões do G-20 na capital da Turquia.

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O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou neste sábado que a manutenção do grau de investimento do Brasil pelas agências de classificação de risco depende do cumprimento do compromisso fiscal pelo governo. "Não estou prevendo downgrade; é possível evitá-lo e a manutenção do grau de investimento depende da confiança das agências com metas fiscais e o governo precisa cumprir compromisso fiscal para evitá-lo", disse ele, ao chegar em Ribeirão Preto (SP) para um encontro do PSD, partido ao qual é filiado.

Meirelles admitiu ser possível que, no caso da Standard & Poors, haja um rebaixamento do Brasil com manutenção do grau de investimento, já que a nota do País está dois níveis acima desse patamar. "Evitar o downgrade, portanto, vai depender das medidas fiscais tomadas este ano e vamos aguardar se, de fato, o 1,9% (de superávit primário sobre o PIB) vai ser atingido, o que é importante", disse. "O downgrade realmente seria negativo, desnecessário e traria aumento custos não para o governo e para empresas", completou.

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Indagado pelo Broadcast se o cenário macroeconômico atual obrigará o governo a tomar medidas fiscais ainda mais duras em 2015, independente de quem seja o próximo presidente, Meirelles afirmou que o ajuste será necessário, mas "não tão forte como o de 2003", numa referência ao aperto tomado no primeiro ano de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando assumiu o BC. "Não será necessário um ajuste tão forte como o de 2003, mas certamente será necessário um ajuste e vai depender do que for feito em 2014".

O ex-presidente do Banco Central mostrou preocupação com a inflação constantemente acima do centro da meta de 4,5% e próxima ao teto de 6,5%. "A inflação constantemente acima da meta de 4,5% não é bom, é preocupante e o BC tem de operar de forma ativa e ser vigilante o tempo todo com a inflação", disse. Segundo ele, há o consenso do mercado é uma inflação em torno de 6%, o que tomar o porcentual "uma estimativa bastante razoável" para o fechamento de 2014.

"Inflação é preocupação constante em qualquer país e em qualquer tempo. E com o histórico de hiperinflação, isso pode ser agudizado no Brasil. A meta é 4,5% e o Brasil tem de perseguir a meta; nos oito anos do governo anterior (quando esteve no governo), cinco anos a inflação ficou acima e três abaixo da meta", afirmou Meirelles.

O ex-presidente do BC considerou ainda que o patamar de crescimento do PIB em 2014 deve ficar em torno de 2% e que, mesmo com os indicadores antecedentes mostrando uma economia ainda aquecida, é difícil prever uma alta maior. "Há muita volatilidade na economia, principalmente da indústria", explicou.

Meirelles considerou ainda que as variações do dólar dependem mais, no curto prazo, dos fatores geopolíticos, com a crise na Ucrânia e com o comportamento da economia chinesa, do que com a decisão o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de retirar liquidez no mercado. "O Fed está diminuindo a injeção de liquidez, mas não está pisando no freio, está diminuindo o pé no acelerador. Poderá pisar no freio no próximo ano, mas isso está precificado", concluiu Meirelles, antes de dar sua resposta tradicional ao ser indagado sobre o comportamento da taxa básica de juros nos próximos meses.

"Eu tenho como política de boa prática de ex-presidente do BC de não fazer previsões e nem comentários sobre as ações do BC".

São Paulo, 24 - A agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings (nota) de longo prazo em moeda local e estrangeira de Portugal de BBB- para BB+. O rating de curto prazo foi rebaixado de F3 para B. Após o rebaixamento os ratings foram retirados da revisão para possível rebaixamento, na qual haviam sido colocados em abril. Mas a perspectiva é negativa.

O teto país (country ceiling) foi reafirmado em AAA. O rating das dívidas sênior não asseguradas foi rebaixado para BB+ e o rating dos papéis de curto prazo (commercial paper) foi revisado para B.

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Segundo o comunicado da Fitch, os grandes desequilíbrios fiscais de Portugal, o alto endividamento em todos os setores e a perspectiva macroeconômica adversa significam que o perfil de crédito soberano não é mais condizente com o rating na faixa de grau de investimento.

A agência afirma que reduziu as previsões de crescimento para a economia portuguesa em função da piora das projeções europeias. A Fitch agora espera que o PIB de Portugal registre retração de 3% em 2012. Mas a agência diz que as reformas estruturais que devem ser implementadas sob o programa internacional de resgate recebido pelo país devem deixar Portugal em uma posição mais competitiva no longo prazo.

"Nos próximos dois anos, a recessão torna o plano de redução do déficit orçamentário do governo muito mais desafiador e vai impactar negativamente na qualidade dos ativos detidos pelos bancos do país. Entretanto, a Fitch julga que o compromisso do governo com o programa é forte", diz o relatório.

A previsão é que o país consiga atingir a meta de reduzir o déficit para 5,9% do PIB este ano, mas com o uso significativo de medidas extraordinárias. A mais importante delas é a transferência dos esquemas de pensão dos bancos para o setor público, o que deve gerar um ganho de até 1,7% no PIB.

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