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A presença de metano na atmosfera de Marte foi confirmada por uma nova análise dos dados da sonda Mars Express, anunciaram nesta segunda-feira (1) pesquisadores que ressaltam que este gás pode ser um indicador de uma vida micro-orgânica ou resultado do processo geológico.

A sonda europeia Mars Express, em órbita ao redor do planeta desde o final de 2003, já havia detectado traços de metano em sua atmosfera em 2004, graças ao seu espectrômetro infravermelho PFS. Mas esses resultados não haviam convencido totalmente os cientistas por razões técnicas.

Em junho de 2018, a NASA anunciou, por sua vez, que seu robô móvel Curiosity havia detectado metano na atmosfera marciana em 15 de junho de 2013 perto da cratera Gale. No entanto, estes resultados "in situ" levantaram muitos questionamentos, com alguns se perguntando se este metano não provinha do rover (o robô móvel), lembrou à AFP Marco Giuranna, do Instituto Italiano de Astrofísica em Roma.

Neste meio tempo, a equipe internacional liderada por este pesquisador italiano conseguiu melhorar a qualidade dos dados coletados pelo espectrômetro infravermelho da Mars Express, uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA).

"Desenvolvemos uma nova abordagem para selecionar, processar e recuperar os dados" do espectrômetro, explicou Marco Giuranna. "Isso reduziu em grande parte a incerteza em torno das medidas do PFS", acrescentou.

Pouco antes da aterrissagem em 2012 da sonda Curiosity na cratera de impacto Gale, "decidi conduzir um monitoramento a longo prazo da atmosfera marciana" neste local, contou o pesquisador, cujo estudo foi publicado na Nature Geoscience.

Em 16 de junho de 2013, um dia depois da Curiosity, o espectrômetro da Mars Express registrou um "pico de emissão" de metano acima da cratera.

Estes resultados constituem "uma confirmação independente das medidas da Curiosity", ressalta o estudo.

Encontrar metano (CH4) em Marte é muito importante para os planetólogos, porque "pode ser um indicador de uma vida microbiana", observou o pesquisador. Mas a presença desse gás também pode resultar de reações geoquímicas, não relacionadas à vida.

Cereja no topo do bolo, a equipe de Marco Giuranna acredita ter conseguido localizar a fonte dessa emissão de metano em uma região de falha situada a leste da cratera Gale.

Para localizar a fonte, os pesquisadores conduziram dois estudos separados, um baseado em modelagem numérica, o outro baseado em uma análise geológica do local. Os resultados de ambos os estudos apontam para a mesma área.

"É muito emocionante e muito inesperado", entusiasmou-se o pesquisador italiano.

"Nós identificamos falhas tectônicas que poderiam se estender sob uma região coberta por uma fina camada de gelo (...) É possível que o gelo retenha o metano subsuperficialmente e libere episodicamente quando as falhas quebrarem", acrescentou Giuseppe Etiope, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Roma.

O robô Opportunity, que está em Marte desde 2004 e confirmou a existência de água no planeta, será declarado morto pela Nasa nesta quarta-feira, encerrando oficialmente uma das missões mais bem-sucedidas da história da exploração do sistema solar.

O contato foi perdido desde 10 de junho de 2018, quando uma tempestade de poeira envolveu o planeta vermelho, escureceu a atmosfera por vários meses e impediu que o veículo recarregasse suas baterias solares.

Após oito meses e centenas de mensagens enviadas da Terra sem uma resposta, a Nasa anunciou que a última tentativa foi feita na noite de terça-feira.

A comunidade de pesquisadores e engenheiros envolvidos no programa parece estar de luto pela morte do robô.

"Passamos a noite no JPL pelas últimas ordens enviadas ao robô Opportunity em Marte. Foi tranquilo, choramos, nos abraçamos, compartilhamos lembranças e risos", tuitou Tanya Harrison, diretora de pesquisa da Universidade do Estado do Arizona e colaboradora do programa em o Laboratório de Propulsão a Jato, perto de Los Angeles.

"É muito emocionante saber que eu realmente estive lá para ela até o final", escreveu a pesquisadora, referindo-se no feminino ao Opportunity Keri Bean, que teve o "privilégio" de enviar a mensagem final ao robô na tarde de terça-feira.

"Salve a rainha de Marte", tuitou Mike Seibert, ex-diretor e motorista do Opportunity.

O fim da missão será confirmado oficialmente pelo chefe da Nasa e pelos oficiais do programa de exploração marciano, em uma coletiva de imprensa em Pasadena às 19:00 GMT (17H00 horário de Brasília).

O módulo espacial InSight, a primeira missão da agência espacial americana Nasa para estudar o interior de Marte, pousou nesta segunda-feira, 26, com sucesso na superfície do planeta vermelho. A sala de controle do Laboratório de Propulsão da Nasa em Pasadena, na Califórnia, recebeu nesta segunda às 17h53 (horário de Brasília) o sinal de que a sonda InSight havia pousado em Marte.

"Te sinto, Marte. E logo conhecerei seu coração. Com esta aterrissagem a salvo, estou aqui. Estou em casa", disse em seu perfil oficial no Twitter o módulo InSight, que tem transmitido sua viagem desde que deixou Terra em maio. Os cientistas e técnicos da Nasa na sala de controle em Pasadena reagiram com sorrisos, aplausos e abraços coletivos à esperada notícia de que InSight tinha concluído sua viagem espacial com sucesso.

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Poucos minutos depois, às 17h58, a Nasa recebeu a primeira fotografia de Marte enviada pela sonda InSight. A imagem foi enviada por dois satélites que acompanharam a sonda durante sua travessia. "Minha primeira foto em #Marte", escreveu a Nasa na conta criada para a InSight no Twitter. "A capa da minha lente ainda não foi retirada, mas tinha de mostrar a vocês uma primeira vista do meu novo lar".

A InSight terminou nesta segunda-feira, com seu pouso em Marte, uma viagem de 485 milhões de quilômetros, que separam a Terra do planeta vermelho. A jornada havia começado no dia 5 de maio, quando decolou da Base Aérea Vandenberg na Califórnia.

O que a sonda vai investigar

Diferentemente de outras missões anteriores da Nasa centradas na superfície ou na atmosfera de Marte, a novidade da InSight é que seu principal propósito é estudar o interior do planeta para conhecer mais de perto sua composição e evolução. Para isso, conta, entre outros instrumentos, com um sismógrafo e uma sonda que medirão a atividade e a temperatura internas do planeta, respectivamente.

Neste ponto, será fundamental o trabalho de uma escavadora mecânica, incluída no módulo, que perfurará até cerca de cinco metros de profundidade a superfície marciana. O módulo pousou e se instalou nesta segunda em uma região plana de Marte conhecida como Elysium Planitia, onde realizará sua atividade investigativa.

Os 'sete minutos de terror'

Para "aterrissar" com sucesso, InSight teve de superar os tais "sete minutos de terror", como foi batizada pela Nasa a delicada e breve fase de sua missão na qual o módulo atravessou a atmosfera marciana a quase 20 mil quilômetros por hora até reduzir sua velocidade para cerca de oito quilômetros por hora pouco antes de pousar.

A previsão é que a sonda InSight permaneça em operação em Marte durante cerca de dois anos.

Outros lançamentos

Esta é primeira vez desde 2012 que um artefato pousa sobre Marte, depois do veículo Curiosity da Nasa, o único atualmente ativo na superfície do planeta vermelho. Só os Estados Unidos conseguiram colocar artefatos no planeta. Mais da metade das 43 tentativas de levar a Marte robôs, satélites e outros - executadas por agências espaciais de todo o mundo - falharam. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Sete anos de trabalho, sete meses de viagem espacial e quase sete minutos de angústia: a sonda americana InSight está finalmente pronta para tocar a superfície de Marte nesta segunda-feira (26), através de uma manobra de pouso muito arriscada.

E os engenheiros da NASA que acompanham a operação na Terra não podem fazer nada além de cruzar os dedos: da entrada para a atmosfera marciana - com suas respectivas tempestades - até o contato de seus pés com o solo rochoso, tudo foi programado com horas de antecedência.

Ainda mais cruel é que o sinal que indicará que a InSight está sã e salva na superfície marciana levará oito minutos para chegar ao centro de controle da missão, localizado em Pasadena, Califórnia.

"Com Marte, nada é garantido, Marte é difícil", resumiu Thomas Zurbuchen, chefe da seção científica da Nasa, que aprovou a missão de quase US $ 1 bilhão para estudar as entranhas do planeta vermelho.

Parte da missão é informar dos esforços para enviar algum dia exploradores humanos a Marte, algo que a Nasa espera concretizar na década de 2030.

Este pouso em Marte é o primeiro desde 2012, quando o explorador Curiosity da Nasa pousou na superfície e analisou as rochas em busca de sinais de vida que possa ter habitado o planeta vizinho da Terra, agora gélido e seco.

InSight, de US$ 993 milhões, deve sobreviver à difícil entrada na atmosfera do planeta vermelho, viajando a uma velocidade de 19.800 km por hora e reduzindo rapidamente a velocidade a apenas 8 km por hora.

A fase de entrada, descida e aterrissagem começará às 19H47 GMT (17H47 em Brasília).

Das 43 missões lançadas a Marte, apenas 18 chegaram ao planeta vermelho, uma taxa de sucesso de cerca de 40%, e todas dos Estados Unidos.

O instrumento central da InSight é um sismômetro de detecção de terremotos que foi feito pela Agência Espacial Francesa (CNES).

"Esta é a única missão da Nasa concebida em torno a um instrumento de fabricação estrangeira", disse à AFP Jean-Yves Le Gall, presidente da CNES.

Por isso, acrescentou, "é uma missão fundamental para os Estados Unidos, França", e para melhorar a compreensão de Marte.

Os seis sensores de terremoto a bordo são tão sensíveis que deveriam revelar os menores tremores em Marte, como o fraco puxão de sua lua Fobos, os impactos dos meteoros e possivelmente a evidência de atividade vulcânica.

A sismologia ensinou à humanidade muito sobre a formação da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos, mas grande parte da evidência baseada na Terra se perdeu com a reciclagem da crosta, impulsada pela tectônica de placas. Este processo não existe em Marte.

A nave também tem uma sonda que pode escavar até uma profundidade de entre três e cinco metros, para oferecer a primeira medição precisa das temperaturas sob a terra em Marte e a quantidade de calor que escapa de seu interior.

O pouso da InSight será amortecido por um paraquedas. Seu escudo térmico ajudará a desacelerar a nave e a protegê-la contra a fricção da entrada na atmosfera de Marte.

O local de pouso é uma área plana chamada Elysium Planitia, que a Nasa apelidou de "o maior estacionamento em Marte".

A Nasa está na contagem regressiva para o pouso em Marte, na segunda-feira, da sonda Mars InSight, a primeira capaz de ouvir terremotos e estudar o funcionamento interno de outro planeta rochoso.

A nave espacial não tripulada foi lançada há quase sete meses e percorreu 482 milhões de km.

Parte de sua missão é informar dos esforços para enviar algum dia exploradores humanos ao planeta vermelho, algo que a Nasa espera concretizar na década de 2030.

Este pouso em Marte é o primeiro desde 2012, quando o explorador Curiosity da Nasa pousou na superfície e analisou as rochas em busca de sinais de vida que possa ter habitado o planeta vizinho da Terra, agora gélido e seco.

InSight, de US$ 993 milhões, deve sobreviver à difícil entrada na atmosfera do planeta vermelho, viajando a uma velocidade de 19.800 km por hora e reduzindo rapidamente a velocidade a apenas 8 km por hora.

A fase de entrada, descida e aterrissagem começará às 19H47 GMT (17H47 em Brasília) de segunda-feira. Meio de brincadeira, na Nasa se referem a essa etapa como os "seis minutos e meio de terror".

Das 43 missões lançadas a Marte, apenas 18 chegaram ao planeta vermelho, uma taxa de sucesso de cerca de 40%, e todas dos Estados Unidos.

"Ir a Marte é muito, muito difícil", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Direção de Missões Científicas da Nasa.

"A parte emocionante é que estamos construindo sobre o sucesso da melhor equipe que já aterrissou neste planeta, que é a equipe da Nasa" e seus colaboradores.

O instrumento central da InSight é um sismômetro de detecção de terremotos que foi feito pela Agência Espacial Francesa (CNES).

"Esta é a única missão da Nasa concebida em torno a um instrumento de fabricação estrangeira", disse à AFP Jean-Yves Le Gall, presidente da CNES.

Por isso, acrescentou, "é uma missão fundamental para os Estados Unidos, França", e para melhorar a compreensão de Marte.

Os seis sensores de terremoto a bordo são tão sensíveis que deveriam revelar os menores tremores em Marte, como o fraco puxão de sua lua Fobos, os impactos dos meteoros e possivelmente a evidência de atividade vulcânica.

A sismologia ensinou à humanidade muito sobre a formação da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos, mas grande parte da evidência baseada na Terra se perdeu com a reciclagem da crosta, impulsada pela tectônica de placas. Este processo não existe em Marte.

A nave também tem uma sonda que pode escavar até uma profundidade de entre três e cinco metros, para oferecer a primeira medição precisa das temperaturas sob a terra em Marte e a quantidade de calor que escapa de seu interior.

O pouso da InSight será amortecido por um paraquedas. Seu escudo térmico ajudará a desacelerar a nave e a protegê-la contra a fricção da entrada na atmosfera de Marte.

O local de pouso é uma área plana chamada Elysium Planitia, que a Nasa apelidou de "o maior estacionamento em Marte".

Radiação mortal do cosmos, potencial perda de visão e ossos atrofiados são apenas alguns dos desafios que os cientistas devem superar antes de que qualquer futuro astronauta possa pisar em Marte, disseram especialistas e autoridades da Nasa nesta terça-feira.

A agência espacial dos EUA acredita que pode colocar humanos no Planeta Vermelho dentro de 25 anos, mas os obstáculos tecnológicos e médicos são imensos.

"O custo de resolver isso significa que sob orçamentos atuais, ou orçamentos ligeiramente expandidos, serão necessários cerca de 25 anos para resolvê-los", disse o ex-astronauta da Nasa Tom Jones, que voou em quatro missões do ônibus espacial antes de se aposentar, em 2001.

"Precisamos começar agora em certas tecnologias-chave", disse a repórteres em Washington.

A uma distância média de cerca de 225 milhões de quilômetros, Marte apresenta problemas científicos numa ordem de magnitude maior do que qualquer coisa encontrada pelas missões lunares Apollo.

Com a tecnologia de foguetes de hoje, um astronauta levaria até nove meses para chegar a Marte, e as consequências físicas de passar todo esse tempo em gravidade zero seriam enormes.

Por exemplo, os cientistas acreditam que a ausência prolongada de peso pode causar alterações irreversíveis nos vasos sanguíneos da retina, levando à degradação da visão.

E depois de um tempo em gravidade zero, o esqueleto começa a perder cálcio e massa óssea.

Os cientistas ainda não conhecem os efeitos de uma suposta missão de um ano na superfície de Marte, cuja gravidade é apenas um terço a da Terra.

- Propulsão melhor -

Uma forma de diminuir o desgaste do corpo humano é reduzir drasticamente o tempo de viagem até Marte.

Jones pediu sistemas de propulsão nuclear que teriam o benefício adicional de produzir eletricidade em voos.

"Se começarmos agora, em 25 anos talvez tenhamos essas tecnologias disponíveis para nos ajudar e nos proteger desses longos tempos de trânsito", disse.

Nas condições atuais, apenas uma viagem de ida a Marte demoraria tanto que qualquer astronauta receberia a mesma quantidade de radiação do que normalmente seria considerado seguro ao longo de toda uma carreira.

"Ainda não temos a solução em termos de escudo, em termos de proteção contra raios cósmicos e explosões solares que você experimenta durante esse tempo de trânsito", disse Jones.

Especialistas do setor aeroespacial identificaram várias tecnologias que precisam de desenvolvimento rápido, incluindo naves espaciais que podem sobreviver à entrada dura em Marte e aterrissar de forma suficientemente suave, bem como a capacidade de tirar pessoas da superfície e voltar para a Terra.

A Nasa atualmente tem um novo aterrissador robótico chamado InSight, que se aproxima de Marte e deve pousar no planeta em 26 de novembro, depois de decolar da Califórnia em 5 de maio.

O projeto de US$ 993 milhões visa expandir o conhecimento humano das condições interiores em Marte, informar os esforços para enviar exploradores para lá e revelar como planetas rochosos como a Terra se formaram há bilhões de anos.

Jim Garvin, cientista chefe do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, disse que a missão InSight preencheria "incógnitas críticas" e ajudaria a construir uma compreensão-chave de Marte.

Em 2020, a Nasa enviará um rover a Marte em outra missão, que buscará determinar a habitabilidade do ambiente marciano, procurar sinais de vida antiga e avaliar os recursos naturais e os perigos para futuros exploradores humanos.

Além disso, empresas privadas como a SpaceX e uma série de outras nações estão construindo tecnologias que poderiam ser usadas em futuras missões a Marte.

Alguns especialistas veem uma nova exploração da Lua como essencial para uma futura missão em Marte, já que lá os astronautas poderiam aprender a extrair água ou usar a tecnologia e aplicar essas lições às futuras missões a Marte.

A 126 milhões de quilômetros da Terra, sozinho na imensidão fria e vermelha de Marte, um robô do tamanho de um pequeno 4x4 é acionado logo após o amanhecer. Como todos os dias durante seis anos, ele aguarda suas instruções.

Por volta de 9:30, hora de Marte, chega a mensagem que sai da Califórnia 15 minutos antes: "Avance 10 metros, gire 45 graus e continue de forma autônoma até esse ponto".

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O robô "Curiosity", como é chamado, se desloca lentamente, entre 35 e 110 metros por hora. As baterias e outras limitações explicam seu percurso diário de cerca de cem metros, chegando a um recorde de 220 metros. Uma vez ali, as 17 câmeras do robô fotografam os arredores. Diante de uma pedra particularmente atrativa, ele para e pega uma amostra.

Por volta de 17H00 (hora local), o robô esperará a passagem de um dos três satélites da Nasa que orbitam em volta de Marte para entregar seu relatório: centenas de megabits, depois transmitidos às principais antenas terrestres de seus chefes humanos.

- Laboratório em miniatura -

No térreo do edifício 34 do centro espacial Goddard da Nasa em Greenbelt, a uma hora de Washington, os cientistas analisam estes dados todos os dias. Nessa grande sala sem janelas cheia de instrumentos e computadores, buscam rastros de vida em Marte.

O interior do Curiosity é "uma maravilha da miniaturização": um laboratório químico do tamanho de um forno de micro-ondas, chamado SAM. Charles Malespin, subchefe da equipe científica do Curiosity, aponta para os instrumentos que foram reduzidos e compactados dentro do robô.

"Este é o instrumento mais complicado já enviado pela Nasa a outro planeta", diz Malespin, que dedica sua vida profissional a isso desde 2006. SAM analisa as amostras aquecendo-as em um forno até 1000°C. Nesse processo, as pedras e terras soltam gases, que depois são separados e enviados a instrumentos que os analisam e desenham uma "impressão digital" da amostra.

Em Goddard, a pesquisadora francesa Maeva Millan compara esta marca química com a de experimentos realizados em moléculas conhecidas. Quando as curvas são similares, diz: "Essa é minha molécula boa".

Graças a SAM se sabe que há moléculas orgânicas complexas em Marte, e que foi estabelecida a antiguidade da superfície do planeta, geologicamente muito mais jovem do que os cientistas acreditavam.

"Se queremos ir a Marte, é inútil importar os recursos que já existem", acrescenta Malespin, em referência, por exemplo, à água. "Poderíamos cavar o solo, aquecê-lo e liberar água; só levando um forno, teremos toda a água que precisarmos", diz.

A mesma coisa acontece com diversos materiais que poderiam ser transformados em combustível para um futuro "posto de gasolina de foguetes".

- Sem joystick -

Na outra ponta dos Estados Unidos, no Laboratório de Propulsão a Jato em Pasadena, perto de Los Angeles, 15 homens e mulheres comandam o Curiosity.

"Meu momento preferido do dia é quando me sento para ver as imagens enviadas de Marte", diz pelo telefone Frank Hartman, que comanda o Curiosity e outro robô, Opportunity, que quebrou em junho. O trabalho dos operadores é planejar o dia marciano - que dura 24 horas e 40 minutos - do robô e programar os comandos para que o plano seja cumprido.

Por não contarem com joysticks nem comunicações em tempo real, é improvável que descubram com antecedência problemas, como a saturação do Opportunity ou os buracos causados pelo solo rochoso nas rodas do Curiosity. "Precisamos ter em conta que não sabemos quase nada sobre este lugar", diz Hartman.

O Curiosity percorreu 19,75 km desde 2012. Em um ano, deveria chegar a seu objetivo: o Monte Sharp. Alguns meses depois, perderá seu monopólio marciano. Espera-se que dois robôs americanos e europeus aterrissem no planeta em 2020.

A água salgada sob a superfície de Marte poderia conter oxigênio suficiente para sustentar o tipo de vida microbiana que emergiu e floresceu na Terra bilhões de anos atrás, reportaram cientistas nesta segunda-feira (22).

Em alguns locais, a quantidade de oxigênio disponível poderia até mesmo manter vivo um animal primitivo multicelular como uma esponja, escreveram na revista científica Nature Geosciences.

"Nós descobrimos que a salmoura" - água com altas concentrações de sal - "em Marte pode conter oxigênio suficiente para que micróbios possam respirar", afirmou Vlada Stamenkovic, principal autor do estudo, físico teórico do Laboratório de Propulsão a Jato da Califórnia.

"Isto revoluciona completamente nossa compreensão do potencial da vida em Marte, hoje e no passado", declarou à AFP.

Até agora, presumia-se que a quantidade de oxigênio em Marte fosse insuficiente para sustentar a vida microbiana.

"Nós nunca pensamos que o oxigênio poderia desempenhar um papel para a vida em Marte devido à sua escassez na atmosfera, de cerca de 0,14%", afirmou Stamenkovic.

Comparativamente, a concentração deste gás no ar que respiramos é de 21%.

Na Terra, as formas de vida aeróbicas - ou seja, que respiram oxigênio - evoluíram juntamente com a fotossíntese, que converte CO2 (gás carbônico) em O2 (oxigênio), gás que teve um papel crítico na emergência de formas de vida complexas, sobretudo após o denominado Grande Evento de Oxigenação, há cerca de 2,35 bilhões de anos.

Mas nosso planeta também abriga micróbios no fundo dos oceanos, em gêiseres, que sobrevivem em ambientes privados de oxigênio.

"É por isso que sempre que pensamos na vida em Marte, nós estudamos o potencial de vida anaeróbica", afirmou Stamenkovic.

Vida em Marte?

O novo estudo começou com a descoberta pela sonda Mars Curiosity, da Nasa, de óxidos de manganês, que são compostos químicos que só podem ser produzidos com grandes quantidades de oxigênio.

A Curiosity, juntamente com os orbitadores de Marte, também estabeleceram a presença de depósitos de salmoura, com variações nos elementos que continham.

Um conteúdo de alta salinidade permite que a água se mantenha líquida - uma condição necessária para a dissolução do oxigênio - em temperaturas muito baixas, transformando a salmoura em ambientes favoráveis para a vida microbiana.

Dependendo da região, da estação e do momento do dia, as temperaturas no Planeta Vermelho podem variar entre -195ºC e +20ºC.

Os pesquisadores desenvolveram um primeiro modelo para descrever como o oxigênio se dissolve na água salgada em temperaturas abaixo do congelamento.

Um segundo modelo estimou as mudanças climáticas em Marte nos últimos 20 milhões de anos e projetou como seriam nos próximos 10 milhões de anos.

Juntos, os cálculos demostraram quais regiões do Planeta Vermelho são mais propensas a produzir oxigênio baseado em salmoura, dado que pode ajudar a determinar o posicionamento de sondas futuras.

"As concentrações de oxigênio (em Marte) são em ordens de grandeza" - algumas centenas de vezes - "maiores do que o necessário para micróbios aeróbicos ou que respiram oxigênio", concluiu o estudo.

"Nossos resultados não sugerem que haja vida em Marte", alertou Stamenkovic. "Mas eles mostram como a habitabilidade marciana é afetada pelo potencial de oxigênio dissolvido".

O robô Curiosity comemorou 6 anos explorando o planeta vermelho neste domingo (5). O rover da NASA pousou na Cratera Gale, em Marte, no dia 5 de agosto de 2012, quando iniciou a missão que transformou os conhecimentos da superfície marciana, mostrando um planeta que pode ter hospedado vida e que, talvez, ainda possa hospedá-la.

Dentre as descobertas feitas pelo Curiosity desde então, destacam-se porções do solo que fizeram parte do leito de rios e um terreno que já abrigou um lago. Além disso, localizou desertos de areia parecidos com os da Terra, encontrou boro (elemento químico essencial para a vida) e moléculas orgânicas que alimentam a esperança de encontrar formas de vida em Marte.

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Essa esperança foi aumentada ainda recentemente, quando radares italianos descobriram um lago salgado sob a superfície marciana.

Graças aos sucessos das descobertas do Curiosity e aos obstáculos que o robô enfrentou desde o seu lançamento, como problema nas rodas e no computador de bordo, a NASA está trabalhando no sucessor do Curiosity, chamado Missão Marte 2020.

Como todo aniversário, o robô Curiosity publica uma comemoração em seu Twitter e, neste ano, não foi diferente. Entretanto, a mensagem que mais tocou as pessoas foi a de 2013, quando o rover postou uma versão robotizada de "Parabéns para você".

Enquanto Curiosity finaliza a segunda fase da sua missão até o fim deste ano, espera a chegada da última sonda lançada pela NASA, chamada Insight, que estudará o coração de Marte. A aterrissagem está prevista para novembro.

Da Ansa

Um enorme lago subterrâneo foi detectado em Marte pela primeira vez, o que aumenta a possibilidade de que haja mais água e, talvez, vida no Planeta Vermelho, disseram astrônomos internacionais nesta quarta-feira (25).

Localizado debaixo de uma camada de gelo marciano, o lago é amplo, com cerca de 20 quilômetros de largura, afirma o estudo publicado na revista americana "Science" e dirigido por pesquisadores italianos.

Este é o maior corpo de água líquida já encontrado no Planeta Vermelho.

"Este é um resultado surpreendente que sugere que a água em Marte não é um riacho temporário, como revelado em descobertas anteriores, mas um corpo de água persistente que cria condições para a vida durante longos períodos de tempo", disse Alan Duffy, professor associado da Universidade de Swinburne na Austrália, que não esteve envolvido no estudo.

Marte é agora frio, árido e deserto, mas costumava ser quente e úmido e abrigava uma grande quantidade de água líquida e lagos há pelo menos 3,6 bilhões de anos.

Os cientistas estão ansiosos para encontrar sinais de água atual, porque tais descobertas são essenciais para resolver o mistério de se existiu vida em Marte em seu passado remoto e se esta poderia persistir hoje em dia.

Ter a possibilidade de acessar fontes de água também poderia ajudar os humanos a sobreviverem em uma futura missão tripulada a este planeta vizinho da Terra.

A água deste lago em particular, no entanto, não seria potável, e está a quase 1,5 km de profundidade da superfície gelada em um ambiente hostil.

Há um debate sobre se há ali dentro formas de vida microbianas.

Alguns especialistas são céticos a respeito dessa possibilidade devido a que o lago é frio e salobre, e contém uma forte dose de sais e minerais marcianos dissolvidos.

A temperatura é provavelmente inferior ao ponto de congelamento da água pura, mas o lago pode permanecer em estado líquido devido à presença de magnésio, cálcio e sódio.

"Esta é uma descoberta de extraordinária importância, e aumentará a especulação sobre a presença de organismos vivos no Planeta Vermelho", disse Fred Watson, do Observatório Astronômico da Austrália.

"No entanto, deve-se ter precaução, já que a concentração de sais necessária para manter a água líquida poderia ser fatal para qualquer vida microbiana similar à da Terra", acrescentou Watson, que não participou da pesquisa.

- Detecção de radar -

A descoberta foi feita utilizando instrumentos de radar da sonda Mars Express da Agência Espacial Europeia (AEA), lançada em 2003.

A ferramenta se chama Radar Avançado para a Pesquisa da Ionosfera e do Subsolo de Marte (MARSIS) e foi projetada para encontrar água subterrânea enviando pulsos de radar que penetram na superfície e nas camadas de gelo.

MARSIS "mede como se propagam as ondas de rádio e como refletem de volta na nave", disse o estudo. Estes reflexos "proporcionam aos cientistas informações sobre o que há debaixo da superfície".

O autor principal, Roberto Orosei, do Instituto Nacional de Astrofísica de Bolonha, Itália, sondou uma região chamada Planum Australe, situada no sul da camada gelada de Marte, de maio de 2012 a dezembro de 2015.

Um total de 29 séries de amostras de radar mostraram uma "mudança brusca em seu sinal de radar associado", permitindo aos cientistas mapearem os contornos do lago.

"O perfil de radar desta área é similar ao dos lagos de água líquida que se encontrem debaixo das camadas de gelo da Antártica e Groenlândia na Terra, o que sugere que há um lago subglacial nesta localização em Marte", indicou o relatório.

- Confirmação necessária -

"Esta é a primeira massa de água que foi detectada, por isso é muito emocionante", disse à AFP por e-mail David Stillman, pesquisador do Departamento de Estudos Espaciais do Southwest Research Institute no Texas.

No entanto, Stillman, que também não participou na pesquisa, disse que é necessário que outra sonda ou instrumentos possam confirmar a descoberta.

O cientista apontou que um instrumento de radar de maior frequência fabricado pela agência espacial italiana, o SHARAD, a bordo da sonda Mars Reconnaissance lançada em 2005 não pôde detectar a água subterrânea.

"É estranho que o SHARAD não possa confirmar esta descoberta. Efetivamente, o SHARAD não pode atravessar o gelo aqui e ninguém entende porque", acrescentou Stillman. "Isto sugere que algo estranho está acontecendo aqui. Portanto, sou cético sobre esta descoberta".

Mas os pesquisadores estão entusiasmados com o potencial de futuras descobertas, porque se é possível encontrar água líquida no polo sul de Marte, esta também poderia ser encontrada em outro lugar.

"Não há nada de especial nesta localização além do radar MARSIS da sonda Mars Express, que é mais sensível a essa região, o que significa que provavelmente haja depósitos de água similares debaixo da terra em todo Marte", disse Duffy.

O veículo explorador Curiosity, da Nasa, encontrou novas evidências que sugerem que Marte pode ter tido vida no passado ou ainda a possibilidade de vida atual na atmosfera do planeta. O anúncio foi feito hoje (7) pela agência espacial norte-americana.

O veículo da Nasa detectou moléculas orgânicas duras em rochas sedimentares de 3 bilhões de anos perto da superfície, assim como variações sazonais nos níveis de metano na atmosfera.

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Moléculas orgânicas contém carbono e hidrogênio, e podem também incluir oxigênio, nitrogênio e outros elementos. Elas são comumente associadas com a presença de vida, mas podem também ser criadas por processos não biológicos.

No segundo estudo, os cientistas da Nasa descobriram variações sazonais do nível de metano na atmosfera de Marte ao longo de três anos do planeta, que são quase seis anos na contagem da Terra. O metano pode ter origem biológica.

Sinal positivo

Ainda que não seja possível determinar que houve vida em Marte, as descobertas são um sinal positivo para futuras missões de exploração da superfície do planeta. “Com essas novas descobertas, Marte está nos dizendo para ficar neste caminho e continuar procurando por evidências de vida”, disse Thomas Zurbuchen, administrator associado da sede da Nasa em Washington.

“O Curiosity não determinou a fonte das moléculas orgânicas”, disse a autora do estudo, Jen Eigenbrode. “Se ela tem registro de vida no passado, foi alimento para vida, ou existiu na ausência de vida, a matéria orgânica nos materiais de Marte dão dicas químicas sobre as condições e os processos planetários”, afirmou ela.

Segundo os pesquisadores, ainda que a superfície de Marte não seja apropriada para vida hoje, há evidências claras de que em um passado distante o clima permitiu a existência de água, fundamental para a vida como conhecemos.

A Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa) afirmou que irá lançar um helicóptero autônomo para sobrevoar a superfície do planeta Marte. A Nasa prevê que o Marscopter entrará em operação a partir de julho de 2020.

O equipamento terá o peso de quatro quilos e cerca de 30 centímetros de circunferência. Para que consiga levantar voo na atmosfera de Marte, onde a pressão do ar é menor, suas duas hélices precisam girar dez vezes mais rápido que o necessário do que se estivesse na Terra. São três mil rotações por minuto.

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De acordo com a publicação sobre o Marscopter, divulgada no site oficial da Nasa, o maior desafio é o sistema de comunicação com o computador. Mesmo se as instruções vindas da Terra viajarem até Marte na velocidade da luz, seriam alguns minutos para chegar lá. Controlar o helicóptero daqui, portanto, é impossível. Por isso, ele precisa ser parcialmente, autônomo”, diz a publicação da Nasa.

A missão visa procurar zonas de pouso ideais na superfície, verificar o planeta em busca de sinais de vida ou perigos que possam ser importantes para os futuros astronautas que pousarem em Marte.

Confira o vídeo com a simulação do Marscopter. 

Cientistas detectaram geleiras enterradas em Marte, que oferecem novos indícios sobre a quantidade de água acessível que o Planeta Vermelho tem e onde esta se encontra, informaram pesquisadores nesta quinta-feira (11).

Embora se saiba há algum tempo que existe gelo em Marte, estudar melhor sua profundidade e localização poderia ser vital para futuras missões com humanos, indicou o estudo publicado na revista americana Science.

"Basicamente, os astronautas poderiam ir lá com um balde e uma pá e obter toda a água que necessitam", disse um dos autores da pesquisa, Shane Byrne, do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade de Arizona, em Tucson. A erosão deixou expostos oito locais de gelo, com profundidades de um a 100 metros abaixo da superfície, afirmou.

Estas escarpas subterrâneas parecem "ser gelo quase puro", indicou o artigo, baseado em dados recolhidos pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, lançada em 2005. "Este tipo de gelo está mais estendido do que se pensava anteriormente", disse Colin Dundas, geólogo do Serviço Geológico de Estados Unidos, em Flagstaff, Arizona.

O gelo mostra faixas e variações de cor que sugerem que se formou camada por camada, talvez conforme a neve se acumulou ao longo do tempo. Os pesquisadores acreditam que o gelo se formou há relativamente pouco tempo, pois os locais parecem ser lisos na superfície, e não marcados por crateras que teriam se formado com o impacto de detritos celestes no planeta ao longo do tempo.

Os buracos e precipícios estão todos perto dos polos, que mergulham em uma escuridão gélida durante o inverno marciano e não seriam um local adequado para um acampamento humano de longo prazo.

No entanto, se fosse possível perfurar e analisar uma amostra de uma das geleiras, os pesquisadores poderiam aprender muito sobre a história climática de Marte e o potencial de vida no planeta vizinho. A Nasa planeja enviar os primeiros exploradores a Marte na década de 2030.

O que aconteceu com toda a água que outrora preenchia lagos e oceanos em Marte? Boa parte, sugeriram pesquisadores nesta quarta-feira (20), pode estar presa em rochas.

Estudos anteriores concluíram que a água foi varrida para o espaço por potentes ventos solares quando o campo magnético do planeta entrou em colapso, enquanto uma parte foi capturada no gelo sob a superfície.Mas essa teoria não explicava toda a água que estava faltando no planeta.  Para tentar rastrear o resto, uma equipe internacional de pesquisadores colocou o modelo científico à prova.

"Os resultados revelaram que as rochas de basalto em Marte podem conter aproximadamente 25% mais de água do que as da Terra e, como resultado, estas puxaram a água da superfície marciana para o seu interior", destacou uma declaração da Universidade de Oxford, cujos cientistas participaram do estudo, publicado na revista Nature.

Como na Terra, a desagregação química e as reações hidrotermais podem mudar minerais em rochas, de secos a permeáveis à água, disse à AFP o coautor do estudo Jon Wade, de Oxford. Mas as rochas marcianas fazem isso muito melhor que as da Terra, devido a uma composição diferente. Essas rochas teriam reagido com a água superficial de Marte, bloqueando parte dela em sua estrutura mineral, disse Wade em um e-mail.

"Não é mais líquida, mas fisicamente ligada ao mineral", afirmou, o que significa que a única maneira de liberar a água seria derretendo a rocha. Em uma Terra recém-nascida, as rochas permeáveis formadas de uma maneira semelhante teriam flutuado na superfície super-quente do planeta até derreteram, liberando água de volta à superfície, como fizeram.

Mas em Marte, nem todas as rochas teriam derretido, e parte da água teria permanecido presa nas rochas que afundavam direto para o manto. "Marte estava condenada pela sua geoquímica!", disse Wade. A água líquida é um pré-requisito para a vida como a conhecemos. E apesar do vizinho da Terra estar seco e empoeirado hoje, acredita-se que já foi um planeta molhado.

Em 2015, a Nasa disse que quase metade do hemisfério norte de Marte já havia sido um oceano, atingindo profundidades superiores a 1,6 quilômetro. Mais tarde naquele ano, um estudo anunciou a descoberta de "água" remanescente no planeta, na forma de fluxos de salmoura.

A ilha mais nova que existe na Terra, formada a partir de lava vulcânica em uma área remota do Pacífico há três anos, pode mostrar aos cientistas as chaves para para encontrar rastros de vida em Marte, informou a Nasa. A ilha de Hunga Tonga Hunga Ha'apai surgiu 65 quilômetros ao noroeste da capital de Tonga, Nukualofa, no fim de 2014.

A princípio os cientistas esperavam que a ilha, criada por material vulcânico, fosse levada pelo mar em poucos meses. Mas a Nasa informou que a ilha mostrou que era mais resistente do que se acreditava, provavelmente porque a combinação entre as cinzas e a água quente criou uma substância parecida ao cimento conhecida como tufo vulcânico.

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Embora a ilha - que a princípio media um quilômetro de largura e dois de comprimento, com uma altura de quase 100 metros - tenha registrado uma erosão significativa, segundo as projeções pode durar entre seis e 30 anos.

Jim Garvin, diretor científico do Centro Goddard de Voos Espaciais da NASA, afirmou que a ilha oferece uma oportunidade pouco frequente para estudar os ciclos de vida em um espaço recentemente criado. Para ele, o ambiente de Marte é similar ao de uma ilha vulcânica recém surgida no oceano.

A análise de como a vida vai surgir nesta ilha poderia ajudar os cientistas a identificar locais onde buscar evidência de vida em Marte, afirmou o cientista. "Isto é algo que nos esforçamos muito para compreender porque pode ter produzido as condições necessárias para vida microbiana", disse.

O programa chinês para lançar uma missão para Marte em 2020 está em estado "muito avançado", declarou nesta quarta-feira seu principal responsável, enquanto o gigante asiático avança em seu ambicioso programa espacial.

A sonda levará a bordo 13 peças de exploração, entre elas seis veículos robotizados, informou a agência oficial de imprensa Xinhua.

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"O programa de exploração de Marte se encontra muito avançado", destacou o chefe da missão, Zhang Rongqiao.

"Os elementos transportados serão utilizados para reunir dados sobre o meio ambiente, a morfologia, a estrutura da superfície e da atmosfera de Marte", acrescentou.

Zhang falou no Fórum Internacional de Pequim sobre Exploração Lunar e do Espaço Profundo, que começou nesta quarta-feira.

O foguete "Longa Marcha 5" decolará do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na província tropical de Hainan, segundo a Xinhua.

Uma vez que a sonda estiver na órbita marciana, após uma viagem de sete meses de duração, uma parte se separará dela e pousará em um ponto do hemisfério norte do Planeta Vermelho. Serão implementados, então os veículos para explorar a superfície.

Pequim considera seu bilionário programa espacial um símbolo da ascensão de seu poder e do êxito do Partido Comunista chinês nas mudanças que melhoraram a situação econômica de um país muito afetado pela pobreza.

Em julho, foi lançado com sucesso o "Longa Marcha 4B", transportando seu primeiro telescópio espacial de raios-X para estudar os buracos negros, os pulsares e as erupções de raios gama.

Além disso, em abril, a China pôs um laboratório em órbita, passo fundamental em direção ao seu objetivo de contar com uma estação espacial própria em 2022.

A NASA apresentou essa semana a nova versão do Mars Rover, veículo que auxiliará no transporte e exploração do Planeta Vermelho na expedição que deverá chegar até lá em 2021. O conceito foi exibido no Centro Espacial Kennedy, que fica no Cabo Canaveral, Flórida. Com a aparência futurística de carros presentes em filmes de ficção, o modelo foi comparado ao utilizado pelo super-herói Batman nos recentes filmes da franquia.

O veículo mede oito metros e meio de comprimento e a traseira se converte em um laboratório móvel. É equipado com GPS e muito similar ao “verdadeiro”, que será enviado na missão. A intenção da NASA é investigar os elementos presentes na superfície do planeta e procurar sinais ou pistas que determinem se o planeta foi habitado um dia.

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A gerente de Relações Públicas do Centro Espacial Kennedy, Rebecca Shireman, disse que o conceito irá excursionar e fará apresentações pela Costa Leste dos Estados Unidos com intuito de despertar nos mais jovens o interesse em contribuir com o projeto.

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O presidente Donald Trump assinou hoje uma lei que estabelece planos de financiamento para a exploração espacial com o objetivo de, eventualmente, enviar pessoas a Marte. A lei libera US$ 19,5 bilhões para a Nasa este ano, a continuidade da Estação spacial Internacional (ISS) até 2024 pelo menos e o uso de naves espaciais comerciais para trasladar eventualmente astronautas à ISS.

Além disso, formaliza os planos da agência espacial americana para enviar astronautas a Marte, ao determinar ao chefe da Nasa que esboce uma rota inicial para a exploração humana do "Planeta Vermelho". As informações são da agência de notícias alemã DPA.

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"Por quase seis décadas, o trabalho da Nasa tem inspirado milhões de americanos a imaginar mundos distantes e um melhor futuro aqui na Terra", disse Trump. Ele elogiou a lei por apoiar cientistas, engenheiros e astronautas da Nasa "e sua busca de descobrimentos", destacando que a legislação criará postos de trabalho nos Estados Unidos.

Da Agência DPA

A polêmica empresa holandesa Mars One, que, na próxima década, quer enviar pioneiros a Marte em uma viagem sem retorno, imaginou um primeiro conceito de traje marciano, que permite aos seus colonos sobreviver em condições "extremamente difíceis".

A equipe "utilizará o máximo dos recursos marcianos", mas ainda são necessárias várias horas para chegar a uma solução para o problema colocado pela poeira vermelha onipresente no planeta, indicou Mars One em um comunicado.

Deverá durar o dobro que o restante do equipamento equivalente desenvolvido até então, dado "o carácter único do projeto". Incluirá elementos intercambiáveis ​​e deverá ser capaz de parar a radiação e adaptar-se a diferentes tamanhos para facilitar sua manutenção.

Graças a impressoras 3D, os colonos serão capazes de reproduzir certas peças que precisarem ser substituídas, tais como parafusos, porcas, ou mesmo alguns tecidos que fazem parte do traje marciano.

Cerca de 200.000 pessoas de 140 países já se registraram para participar do projeto, que busca financiamento através de programas de televisão. Entre elas serão selecionadas 24 para colonizar Marte, divididos em seis grupos de quatro.

Mars One prepara uma primeira missão não habitada para 2018 e espera enviar os primeiros colonos ao planeta vermelho a partir de 2026. Sem possibilidade de retorno, deverão viver em pequenos habitats, encontrar água, produzir oxigênio e cultivar seus próprios alimentos.

Até hoje, o homem só conseguiu enviar missões robóticas para Marte, desenvolvidas com sucesso pela agência espacial americana Nasa, mas os Estados Unidos querem enviar astronautas para o planeta dentro de duas décadas.

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla original) confirmou que a sonda Schiaparelli, que deveria pousar em Marte nesta quarta-feira (19), ainda não enviou sinais. Sendo assim, os astrônomos não conseguem determinar se o módulo pousou com segurança ou se chocou contra o solo marciano.

"Fizemos dois voos sobre o planeta e não obtivemos sinais", afirmou em entrevista coletiva nesta quinta Andrea Accomazzo, gerente de naves espaciais da agência. A sonda em forma de disco de 577 kg serviria como teste de algumas tecnologias visando o lançamento de uma veículo motorizado em 2020. A iniciativa chamada de ExoMars é uma união entre a ESA e a Roscosmos, agência espacial russa. Nas próximas semanas, os 22 países membros da ESA deverão decidir se pagarão os 300 milhões de euros (R$ 1,043 milhão) necessários para a segunda parte da missão.

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Segundo a agência espacial, a sonda seguiu enviando sinais quando entrou na atmosfera do planeta e conseguiu abrir os paraquedas e o escudo térmico, programados para desacelerarem a nave, que caía a cerca de 21 mil km/h. No entanto, os propulsores, que também diminuiriam a velocidade da sonda, funcionaram por poucos segundos, tempo inferior ao estipulado. A sonda interrompeu a transmissão em torno de 50 segundos antes de tocar o solo. "Precisamos entender o que aconteceu nos últimos segundos antes do pouso planejado", declarou David Parker, diretor de voos espaciais tripulados e exploração robótica da ESA.

Apesar do corte de sinal, especialistas afirmam que a Schiaparelli conseguiu enviar aproximadamente de 600 megabytes de informação, o equivalente a 400 mil páginas. De acordo com Parker, "o experimento produziu um enorme montante de informações que iremos analisar nos próximos dias e semanas. Mas isso nos dá muita confiança sobre o futuro".

Apesar da dúvida sobre a Schiaparelli, a nave-mãe obteve sucesso em seu objetivo de entrar em órbita marciana. A Trace Gas Orbiter (TGO) irá vasculhar a atmosfera de Marte em busca de gases que comprovem a existência de vida. Lançadas em março deste ano de base no Casaquistão, a TGO e a Schiaparelli percorreram 500 milhões de quilômetros em sete meses de viagem.

Esta é a segunda tentativa europeia de enviar um robô ao solo de Marte. Em 2003, a Beagle 2, produzida por britânicos, também teve problemas na aterrissagem e não enviou respostas à Terra. Apenas a Agência Espacial Norte-americana (NASA) conseguiu um aterrissar de forma segura no Planeta Vermelho, com as sondas motorizadas Spirit, Oportunity, ambas com pouso em 2004, e Curiosity, que tocou o solo de Marte em 2012.

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