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A Nasa perdeu contato com seu pequeno helicóptero "Ingenuity" em Marte, que fazia seu 72º voo, anunciou a agência espacial americana, acrescentando que tentava restabelecer a comunicação.

Em 2021, o helicóptero, que se parece com um grande drone, se tornou o primeiro veículo motorizado a voar em outro planeta. O dispositivo chegou a Marte com o rover Perseverance, que é usado para transmitir dados entre o helicóptero e o comando em Terra.

O "Ingenuity" alcançou uma altitude de 12 metros durante o voo da quinta-feira, explicou a Nasa em mensagem divulgada na noite de sexta. Mas, "durante sua descida, as comunicações entre o helicóptero e o rover terminaram antes do pouso", detalhou a agência.

As equipes encarregadas "estão analisando os dados disponíveis e considerando os próximos passos para restabelecer a comunicação com o helicóptero", acrescentou.

O voo foi planejado para "checar os sistemas do helicóptero, depois que pousou antes do previsto no voo anterior", adicionou.

A Nasa já tinha perdido temporariamente contato com o helicóptero no passado, especialmente durante cerca de dois meses, mas esta interrupção estava planejada.

A Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) dá mais um passo rumo a seu objetivo de levar humanos a Marte e comprovar que é possível viver no planeta vermelho. Neste domingo, 25, quatro voluntários entraram em um hábitat terrestre que simula as condições de Marte no Johnson Space Center, um centro de comando de voos tripulados, treinamento e pesquisa da Nasa em Houston, no Texas (EUA). Eles permanecerão 378 dias no local.

Esta é a primeira missão de três simulações com duração de cerca de um ano que a Nasa pretende fazer em seu programa CHAPEA, termo em inglês para Exploração Analógica da Saúde e Desempenho da Tripulação. As outras duas missões serão em 2025 e 2026.

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A agência planeja concretizar uma missão tripulada a Marte na década de 2030. Por isso, está preparando pesquisadores para lidar com os possíveis desafios de uma viagem desse tipo, incluindo limitações de recursos, falhas de equipamentos, atrasos na comunicação e outros estressores ambientais - todos simulados nessas experiências em hábitats terrestres.

Experimento similar, porém mais curto, foi realizado no começo deste mês, quando nove astronautas espanholas da missão Hypatia passaram 12 dias em um deserto de Utah, também nos Estados Unidos, vivendo circunstâncias inóspitas e similares às do planeta vermelho, como baixa umidade e temperaturas extremas.

Um pedaço de Marte no Texas

O habitat terrestre que simula Marte no Johnson Space Center se chama Mars Dune Alpha e tem 158 metros quadrados. Ele tem cozinha, áreas de uso comum, estações de trabalho e dois banheiros, além de uma área externa com murais e areia vermelha que imitam as condições ambientais do planeta vermelho.

Além de viverem dentro do simulador de base espacial, os pesquisadores também farão simulações de caminhadas espaciais no ambiente externo e contarão com a ajuda de sistemas de realidade virtual para isso, afirmou a Nasa.

O objetivo é coletar dados sobre o desempenho físico e cognitivo dos pesquisadores para entender os potenciais impactos em uma missão de longa duração para Marte na saúde e na performance da tripulação. Por isso, serão dois homens e duas mulheres especialistas na simulação:

Kelly Haston, comandante e cientista especializada em doenças humanas;

Ross Brockwell, engenheiro de voo;

Nathan Jones, médico;

Anca Selariu, biomédica.

"Os conhecimentos que ganharemos aqui nos ajudarão a enviar humanos para Marte e trazê-los para casa em segurança", disse Grace Douglas, principal pesquisadora do programa CHAPEA em pronunciamento feito na entrada dos pesquisadores no Mars Dune Alpha.

Para comemorar o vigésimo aniversário da missão espacial não tripulada Mars Express, a Agência Espacial Europeia (ESA) fará a primeira transmissão ao vivo de Marte da história nesta sexta-feira, 2. Por uma hora, a agência mostrará imagens direto do planeta vermelho a partir das 13h.

Acompanhe:

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"Isso será o mais próximo que você poderá chegar de uma exibição ao vivo do planeta vermelho", disse a agência. Sintonize para estar entre os primeiros a ver novas imagens aproximadamente a cada 50 segundos, conforme elas são transmitidas diretamente da Câmera de Monitoramento Visual (VMC)a bordo do orbitador marciano de longa duração, mas ainda altamente produtivo da ESA", disse em comunicado.

Uma vez que a luz é refletida ou enviada por orbitadores e aterrissadores que a exploram e viajam para a Terra, dependendo das posições relativas dos dois planetas em órbita ao redor do Sol, isso pode levar de 3 a 22 minutos.

Desta forma, não será uma transmissão ao vivo de fato, mas o mais próximo que é possível chegar. "Não existem notícias 'ao vivo' no espaço, pois somos limitados pela velocidade da luz que atravessa grandes distâncias", pontuou a agência. Mas, nesta sexta-feira, todos têm a chance de chegar o mais perto possível de Marte.

Durante a transmissão de uma hora nesta sexta-feira, o tempo entre as imagens serem tiradas da órbita de Marte e aparecerem na tela será de cerca de 18 minutos. Conforme a ESA, são 17 minutos para a luz viajar de Marte para a Terra em sua configuração atual e cerca de um minuto para passar pelos fios e servidores no solo.

Segundo a agência, esta é uma câmera antiga, originalmente planejada para fins de engenharia, a uma distância de quase três milhões de quilômetros da Terra. "Isso nunca foi tentado antes e, para ser honesto, não temos 100% de certeza de que funcionará", disse James Godfrey, gerente de operações de Naves Espaciais no centro de controle de missão da ESA em Darmstadt, na Alemanha. "Mas estou bastante otimista. Normalmente, vemos imagens de Marte e sabemos que foram tiradas dias antes. Estou animado para ver Marte como é agora - o mais próximo possível de um 'agora' marciano", afirma Godfrey.

A existência de água em Marte não é novidade para cientistas. Até então, evidências encontradas por pesquisadores sugeriam a presença de lagos ou riachos no planeta. Entretanto, novas imagens reveladas pela Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) estão levando os cientistas a repensarem a ideia sobre os ambientes aquáticos em Marte, uma vez que indicam a existência de um rio possivelmente volumoso e agitado.

Os registros foram obtidos pelo rover Perseverance da Nasa, que está em missão desde 2020 explorando a geologia e o clima passado de Marte. O Perseverance está explorando o topo de uma pilha de rochas sedimentares em forma de leque que tem 250 metros de altura e apresenta camadas curvas que sugerem água corrente. As imagens, divulgadas no dia 11 de maio, mostram grãos de sedimentos grosseiros e pedras.

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"Isso indica um rio de alta energia que está transportando muitos detritos. Quanto mais poderoso o fluxo de água, mais facilmente é capaz de mover pedaços maiores de material", disse Libby Ives, pesquisadora de pós-doutorado no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa no sul da Califórnia, que opera o rover Perseverance, em comunicado divulgado pela agência espacial.

De acordo com a Nasa, ter mais compreensão sobre os ambientes aquáticos de Marte ajuda os cientistas a procurarem sinais de vida microbiana antiga que pode ter sido preservada nas rochas do planeta.

A imagem divulgada pela Nasa é um mosaico composto por 203 imagens individuais que foram costuradas após serem enviadas de Marte. Esta visão de cores naturais é aproximadamente como a cena pareceria para uma pessoa comum se ela estivesse em Marte.

O local explorado pelo rover Perseverance é apelidado pelos cientistas de "Skrinkle Haven". Segundo a Nasa, os cientistas têm certeza de que essas camadas curvas registradas foram formadas por uma água que flui de maneira intensa, mas agora a dúvida é entender que tipo de rio seria. Ele pode ser um rio que "serpenteia" como uma cobra pela paisagem, a exemplo do Rio Mississipi, ou um rio trançado que forma pequenas ilhas, como o Platte de Nebraska.

Isso porque, quando vistas do solo, essas camadas dão sinais de que podem ser os restos das margens de um rio que mudaram ao longo do tempo, ou os restos de bancos de areia que se formaram no rio. A especulação dos pesquisadores é de que as camadas provavelmente eram muito mais altas no passado. A suspeita deles é que depois que essas pilhas de sedimentos se transformaram em rocha, elas foram sopradas pelo vento ao longo das eras e esculpidas até o tamanho atual.

À primeira vista parece uma casa comum, com quatro quartos e uma academia. Mas, na verdade, é uma casa criada com uma impressora 3D e pensada para que, a partir de junho, quatro pessoas vivam ali confinadas durante um ano, simulando a vida no planeta Marte.

O habitat, chamado Mars Dune Alpha, foi revelado na terça-feira e está localizado nas instalações de pesquisa do Centro Espacial Johnson da Nasa, em Houston, Texas. Aqueles que residirem lá ajudarão a preparar uma futura missão ao planeta vermelho.

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Ao medir seu desempenho e habilidades cognitivas, a Nasa entenderá melhor os "recursos" que devem ser fornecidos durante esta ambiciosa jornada, explica Grace Douglas, principal pesquisadora do programa chamado CHAPEA, que supervisiona este experimento.

É um ponto crucial, dados "os limites de peso muito restritivos que podem ser enviados nessas missões", acrescenta.

A casa de 160 metros quadrados inclui uma fazenda vertical para cultivo de vegetais, uma sala dedicada a procedimentos médicos, uma área de relaxamento e estações de trabalho.

Há também uma porta que leva a uma área de simulação do ambiente marciano. No chão de areia vermelha há uma estação meteorológica, uma pequena estufa e uma esteira, onde os voluntários caminharão suspensos por correias.

"Não podemos fazê-los andar em círculos por seis horas", brinca Suzanne Bell, gerente de programa do Laboratório de Desempenho e Saúde Comportamental da Nasa. Ela explica que esta área replicará o esforço e o tempo necessários para a atividade física em Marte.

Os nomes dos voluntários ainda não foram divulgados, mas não serão astronautas. Eles estarão sob estresse regularmente, com restrições de água ou falhas de equipamento, por exemplo.

Esta casa foi impressa em 3D. "Esta é uma das tecnologias que a Nasa está buscando para potencialmente construir habitats na superfície de outros planetas ou na Lua", diz Grace Douglas.

A agência espacial americana está preparando uma viagem de ida e volta a Marte, mas ainda faltam vários detalhes. Essa viagem, que duraria vários anos, poderia ocorrer "no final da década de 2030", segundo o administrador da Nasa, Bill Nelson.

Zé Colmeia, Paddington e Ursinho Pooh são ursos que reinam na Terra, mas em Marte eles têm concorrência. O sorridente rosto de um urso apareceu como se tivesse sido esculpido na superfície do planeta diante da câmera do Orbitador de Reconhecimento de Marte (MRO, na sigla em inglês).

Os cientistas responsáveis pelo Experimento Científico de Captação de Imagens de Alta Resolução (HiRISE, na sigla em inglês) processaram as imagens da poderosa câmera que orbita Marte desde 2006 e publicaram a foto que registra o que parece ser o rosto de um ursinho de pelúcia.

"Um urso em Marte?", perguntou a conta do experimento no Twitter, seguida pela explicação.

"Há uma colina com uma estrutura que desabou em forma de V (o focinho), duas crateras (os olhos) e uma fratura em forma de círculo (a cabeça)", esclareceram os cientistas da Universidade de Arizona, responsável pelo sistema.

Cada uma das características na face de dois quilômetros de circunferência tem uma explicação que oferece pistas sobre o quão ativa é a superfície do nosso planeta mais próximo.

"O padrão de fratura circular pode ser devido ao assentamento de depósitos sobre uma cratera de impacto enterrada", disseram os cientistas. "Talvez o nariz seja uma abertura vulcânica ou de lama e o depósito possa ser lava ou fluxos de lama?".

O HiRISE, um dos instrumentos a bordo do MRO, tira fotos superdetalhadas do planeta vermelho e ajuda a mapear a superfície para possíveis missões futuras, sejam com humanos ou robôs.

Durante a última década, a equipe registrou imagens de avalanches em pleno andamento e descobriu fluxos escuros que poderiam ser algum tipo de líquido.

Também encontraram redemoinhos se movendo pela superfície de Marte, bem como uma marca que para muitos parecia o logotipo da frota estelar de "Star Trek".

A maior parte da atividade sísmica detectada em Marte pela missão InSight mostra que o planeta vermelho "não está tão morto" como poderia parecer, já que tem movimentos como a Terra ou Vênus.

As imagens da superfície desolada de Marte, obtidas pela sonda desta missão da Nasa são enganosas porque embora "a atividade vulcânica principal do planeta remonte a 3,5 bilhões de anos, não está tão morto", afirma Clément Perrin, físico do laboratório de planetologia e ciências da Terra da Universidade de Nantes, na França.

De fato, Marte está bastante vivo a julgar pelos tremores periódicos registrados desde fevereiro de 2019 pela missão InSight. Seu sismômetro, um instrumento de alta precisão desenvolvido pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), está localizado a mais de 1.200 km das Cerberus Fossae.

Esta é uma das "áreas mais recentes de Marte, com cerca de 10 milhões de anos", "com fraturas abertas, associadas a atividades vulcânicas", explica Perrin, co-autor do estudo realizado por Simon Stähler, da Escola Politécnica de Zurique e publicado na revista Nature.

Estas fossas, "verdadeiros cânions com várias centenas de quilômetros de extensão, até um quilômetro de largura e um quilômetro de profundidade", interessam aos pesquisadores por várias razões. Um estudo geológico recente mostrou, com ajuda de imagens captadas por uma sonda na órbita de Marte, os vestígios de uma atividade vulcânica de 50.000 a 200.000 anos atrás. Segundo Perrin, isto é algo "bastante recente, algo que podemos ter com vulcões inativos na França".

- Perguntas sobre o magma -

A missão InSight traz um novo olhar para estes dados, além de confirmar com seu estudo sísmico que o planeta está bem vivo, embora não vejamos nenhum vulcão ativo.

"Antes de ir a Marte com a InSight, pensávamos que estivesse um pouco no final de sua vida, com um núcleo pouco ativo", diz o físico. Os pesquisadores esperavam encontrar um planeta estremecido por "pequenos sismos provenientes de todos os lados", um sinal de que se contrai lentamente ao esfriar, como hoje fazem a Lua ou Mercúrio.

Mas o sismômetro da InSight registrou algo completamente diferente, "majoritariamente uma fonte mostrando uma atividade interna no planeta". A máquina detectou na área das Cerberus Fossae sismos que os cientistas atribuem a circulações de magma, da rocha fundida, na crosta de Marte a profundidades de 15 a 50 km.

"Embora ainda tenhamos muito a aprender, a evidência de possível magma em Marte é intrigante", segundo Anna Mittelholz, pesquisadora de pós-doutorado na politécnica de Lausanne (Suíça), citada pela universidade.

Stähler se pergunta, por sua vez, se "o que vemos são os últimos vestígios de atividade em uma região antigamente vulcânica ou se o magma está se deslocando para o leste e uma nova zona de erupção".

Para chegar à resposta, será preciso substituir rapidamente a missão InSight, cujo sismômetro deveria parar de funcionar nos próximos meses. Seus painéis solares, cobertos de poeira, não produzirão mais eletricidade suficiente para funcionar.

Os cientistas da Nasa que estudam Marte tiveram uma grata surpresa ao perceberem o impacto de um meteorito sobre o Planeta Vermelho.

O fenômeno foi registrado em 24 de dezembro de 2021, quando o impacto causou solavancos de magnitude 4 na superfície marciana, detectados graças à sonda Insight e a seu sismômetro, que pousou em Marte há quase quatro anos, a cerca de 3.500 km do local do impacto.

A origem desse tremor marciano só foi confirmada quando a sonda chamada Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), em órbita ao redor do planeta, captou imagens da cratera recém-formada, menos de 24 horas depois.

A imagem mostra blocos de gelo que foram projetados na superfície e uma cratera de cerca de 150 metros de diâmetro e 20 metros de profundidade, a maior já observada desde o início das operações da MRO, há 16 anos.

Embora os impactos de meteoritos não sejam raros em Marte, "nunca teríamos pensado em presenciar algo tão grande", disse nesta quinta-feira em entrevista coletiva Ingrid Daubar, da equipe de missões da sonda Insight e da MRO.

Os pesquisadores estimam que o meteorito devia ter 12 metros, com o que na Terra teria se desintegrado na atmosfera. “É simplesmente o maior impacto de meteorito na superfície já ouvido desde que a ciência conta com sismógrafos ou sismômetros", explicou à AFP o professor de planetologia Philippe Lognonné, que participou de dois estudos resultantes dessas observações publicados nesta quinta-feira na revista "Science".

A Nasa também divulgou uma gravação de áudio do sismo, obtida por meio da aceleração das vibrações captadas pelo sismógrafo para torná-las audíveis.

A presença de gelo, em particular, foi descrita como surpreendente por Ingrid Daubar. "É o ponto mais quente de Marte, o mais próximo do Equador onde já foi visto gelo". Também é de interesse científico para o estudo do clima marciano, uma vez que a presença de gelo nessa latitude poderia ser muito útil para futuros exploradores, explicou Lori Glaze, diretora de ciências planetárias da Nasa.

As informações coletadas devem permitir refinar o conhecimento sobre o interior de Marte e a história da sua formação.

A sonda Insight detectou no total mais de 1.300 tremores em Marte, alguns deles causados por meteoritos menores, e os dados coletados serão usados por cientistas de todo o mundo por muitos anos.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais divulgou nesta terça-feira (06) que o filme escolhido para a indicação para o Oscar de 2023 será "Marte Um", representando o país na categoria de Melhor Filme Internacional na premiação do próximo ano.

Marte Um fazia parte da pré-seleção dos filmes indicados para concorrer ao prêmio. Junto ao longa, estavam na disputa A Viagem de Pedro (Laís Bodanzky), Pacificado (Paxton Winters), A Mãe (Cristiano Burnal), Carvão (Carolina Markowicz) e Paloma (Marcelo Gomes). As informações são de O Globo.

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O longa foi escrito e dirigido por Gabriel Martins (No Coração do Mundo). A trama acompanha o cotidiano dos Martins,uma família negra de classe média baixa, que passa por diversos dramas distintos. O jovem Deivinho, interpretado por Cícero Lucas, sonha em ser astrônomo, visando ajudar a colonizar Marte no futuro, enquanto tenta uma carreira no futebol para agradar o pai.

O filme está em cartaz nos cinemas do Brasil. Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=jFMBb7Z5N24

Se pudesse decidir, o que preferiria? Ir para a Lua ou Marte? Essa questão, meramente teórica para a maioria das pessoas, ganha outro significado para Jessica Watkins, astronauta da NASA.

"O que vier primeiro!", responde ela à AFP com uma risada, durante uma entrevista exclusiva em gravidade zero da Estação Espacial Internacional (ISS).

Aos 34 anos, a americana tem toda uma carreira pela frente e pode ser uma das primeiras mulheres a pisar na Lua nos próximos anos.

As missões a Marte parecem mais distantes, mas como os astronautas costumam trabalhar até os 50 anos, Watkins ainda pode ter uma chance.

Diante dessa escolha hipotética, ela se recusa a decidir e garante que ficaria "absolutamente encantada" quer seu destino "seja a Lua ou Marte".

Enquanto isso, seu primeiro voo espacial fez história: ela foi a primeira mulher negra a realizar uma missão de longa duração na ISS, onde já passou mais de três meses e continuará por mais três.

As missões Apollo só levaram homens brancos à Lua.

A NASA busca mudar essa imagem aos poucos com o desembarque não só da primeira mulher, mas também da primeira pessoa negra.

"Será um passo importante para a agência, para o país e até para o mundo", disse Watkins.

"A representação é importante. É difícil se tornar o que você não vê".

"Sou muito grata àqueles que vieram antes de mim, as mulheres e os astronautas negros que abriram o caminho para que eu estivesse aqui hoje", acrescentou. "Foi importante para mim".

- Alma de geóloga -

Watkins nasceu em Gaithersburg, subúrbio de Washington, cresceu no Colorado e estudou geologia na Califórnia.

Como parte de uma bolsa de pós-doutorado, trabalhou para a NASA na missão do rover Curiosity, que acaba de completar 10 anos em Marte.

Assim o planeta entrou em seu coração. A americana publicou um estudo científico sobre Marte enquanto estava em órbita, na ISS.

"Geóloga, cientista, astronauta": é a ordem em que se descreve.

Ela lembra o momento em que despertou sua paixão pela geologia planetária, ciência que estuda a composição e formação das estrelas.

Tratava-se de uma de suas primeiras aulas de geologia, sobre acreção planetária, ou seja, quando corpos sólidos se fundem para formar corpos maiores e, finalmente, planetas.

Ali, "percebi que era o que eu queria fazer para o resto da minha vida e o que eu queria estudar".

Por isso considera "formidável" o fato de "fazer parte de um esforço que realmente busca trabalhar em outro corpo planetário".

Sucessor do Apollo, o programa Artemis busca estabelecer progressivamente uma presença humana duradoura na Lua, que poderia ser usada como base para viagens a Marte.

Uma primeira missão não tripulada deve decolar no final do mês em direção à Lua.

Jessica Watkins faz parte dos 18 astronautas designados para Artemis.

Oficialmente, todos os astronautas "ativos" (atualmente são 42) têm a mesma chance de serem selecionados para viajar à Lua.

- "Superar os limites" -

Embora a NASA possa favorecer um astronauta mais experiente para a primeira missão tripulada, o perfil científico de Watkins deve trabalhar a seu favor no futuro.

Para os astronautas, ter bom caráter e espírito de equipe também é crucial, já que os membros da tripulação passam muito tempo confinados em espaços minúsculos.

Watkins diz que sua família garante que ela é "fácil de lidar" e aprendeu o valor do trabalho em equipe jogando rugby.

O que define o trabalho de um astronauta para ela? "Cada um de nós tem esse senso de exploração e desejo de continuar ultrapassando os limites do que os humanos são capazes. Acho que é algo que nos une", responde.

Desde muito jovem sonhava em viajar para o espaço e sempre mantinha essa esperança na cabeça, sem pensar que poderia "realmente acontecer" um dia.

"Não tenha medo de sonhar grande", estimula. "Você nunca sabe quando seus sonhos se tornarão realidade."

É um tipo de planta rolante do deserto? Uma linha de pesca? Ou espaguete?

O Perseverance, o robô da Nasa que explora Marte, descobriu um objeto que tem intrigado os observadores do espaço e, inclusive, provocou comentários irônicos que questionam a qualidade deste "prato" da culinária italiana na superfície do planeta vermelho.

Contudo, para além das suposições "criativas" dos observadores, a explicação mais plausível é que se trata dos restos de um componente utilizado para pousar o explorador robótico na superfície de Marte em fevereiro de 2021.

"Estivemos discutindo de onde veio, mas especula-se que seja um pedaço de corda do para-quedas ou do sistema de pouso que leva o robô ao solo", disse à AFP um porta-voz de um laboratório da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.

"É preciso ter em conta que não está confirmado que seja uma coisa ou outra", acrescentou.

Os destroços foram detectados pela primeira vez em 12 de julho, através da câmera de prevenção de riscos situada na parte frontal esquerda do rover.

Quatro dias depois, quando o Perseverance retornou ao mesmo lugar, os objetos já não estavam mais lá.

Provavelmente, o vento os arrastou, como já havia acontecido com um pedaço de manta térmica avistado no mês passado, que pode ter saído do sistema de pouso propulsado por foguetes.

O acúmulo de "lixo" do Perseverance é considerado um pequeno preço a se pagar pelos objetivos científicos do robô: buscar sinais biológicos de antigas formas de vida microbiana.

Além disso, algum dia esses objetos poderão se transformar em valiosos artefatos para os futuros colonos de Marte.

"Dentro de cem anos, mais ou menos, os marcianos reunirão com entusiasmo todo este material para expor em museus ou transformá-los em 'tesouros históricos'", tuitou o "astrônomo amador" Stuart Atkinson.

Cientistas identificaram a região de origem de um meteorito marciano, um verdadeiro "livro aberto" sobre os primeiros instantes do planeta Marte, potencialmente rico em lições sobre a formação da Terra.

"Black Beauty", NWA 7034 por seu nome, fascina os geólogos desde sua descoberta no Saara em 2011. Este bloco, fácil de segurar na mão e pesando pouco mais de 300 gramas antes de ser cortado, é "uma das rochas mais antigas na história da geologia", comentou à AFP o cientista planetologista Sylvain Bouley, que assina o estudo publicado na Nature Communications.

O meteorito contém zirconita, o mineral mais antigo conhecido na Terra, datado de 4,48 bilhões de anos. Ou seja, "cerca de 80 milhões de anos após o início da formação dos planetas" do sistema solar, explicou Bouley, professor do laboratório de Geociências da Universidade de Paris-Saclay.

O NWA 7034 é, portanto, um "livro aberto sobre os primeiros momentos de Marte", quando sua superfície de magma começou a se solidificar.

Ao longo da história geológica do planeta Terra, o movimento incessante das placas tectônicas foi enterrando e desintegrando os materiais primitivos de nosso planeta Tierra. Algo que não aconteceu em Marte.

A equipe de pesquisadores, liderada por planetologistas da Universidade de Curtin, em Perth, no oeste da Austrália, com contribuição de instituições francesas, conseguiu a proeza de determinar a origem precisa do meteorito: uma cratera situada em uma região que abriga uma crosta que não mudou substancialmente desde a formação do planeta vermelho.

A cratera foi formada pelo impacto de um bólido vindo do espaço com "força suficiente para ejetar as rochas em altíssima velocidade, mais de 5 km/s, para escapar da gravidade marciana", explicou à AFP Anthony Lagain, da Curtin e autor principal do estudo.

Essas crateras devem ter pelo menos 3 km de diâmetro, o que causou um problema para os cientistas, já que Marte possui cerca de 80.000 pelo menos desse tamanho.

Mas o pesquisadores tinham uma segunda pista, pois o NWA 7034 foi lançado ao espaço há cerca de cinco milhões de anos, graças à medição de sua exposição aos raios cósmicos.

- 90 milhões de fotos de crateras -

"Então, estávamos procurando uma cratera muito jovem e grande", contou Anthony Lagain, cuja tese de doutorado se concentrou, em particular, na datação de crateras marcianas.

Outra pista, a análise da composição de "Black Beauty" revelou que o meteorito havia sido brutalmente aquecido há 1,5 bilhão de anos, provavelmente por um impacto de asteroide. Em outras palavras, a rocha foi extraída da superfície antes de cair mais longe, onde outro impacto desta vez a jogou no espaço, até a Terra.

Munido com essas informações, Anthony Lagain aprimorou um algoritmo de detecção de crateras desenvolvido na Curtin. Antes de fazê-lo analisar com um supercomputador o mosaico de 90 milhões de fotos de crateras marcianas, acumuladas graças à câmera de um satélite da Nasa.

O resultado reduziu a escolha a 19 crateras e, depois, para apenas uma, Karratha. Esta cratera de 10 km de diâmetro está em "uma região muito antiga do hemisfério sul, rica em potássio e tório, como Black Beauty", diz Lagain.

A pista final, o meteorito é o único dos marcianos a ser bastante magnetizado, casando com o fato de que "a região onde Karratha está localizada é a mais magnetizada de Marte".

Entre as regiões de Terra Cimmeria e Sirenum, esta área é "provavelmente uma relíquia da crosta mais antiga de Marte", segundo o estudo, que pleiteia o envio de uma missão dedicada ao estudo de sua geologia.

Bouley aponta para uma espécie de "viés", que centrou as missões marcianas na busca de vestígios de água e vida, em detrimento de épocas anteriores, que podem ter permitido seu aparecimento. Além disso, após sua descoberta, NWA 7034 chegou às manchetes devido à presença de água nele.

E Lagain recorda que entender a formação das primeiras crostas planetárias é entender o que aconteceu logo no início e "como se chega a um planeta tão excepcional como a Terra no Universo".

As primeiras gravações de áudio de Marte revelam um planeta tranquilo, onde o som circula lentamente e em duas velocidades diferentes, de acordo com um artigo publicado na revista Nature nesta sexta-feira (1º).

A incrível paisagem acústica do planeta vermelho está sendo revelada aos poucos pelos microfones do robô Perseverance, que circula há pouco mais de um ano em sua superfície.

Os primeiros sons foram registrados assim que o rover começou a andar. Sob o som estridente do veículo, uma rajada de vento podia ser claramente percebida.

O principal autor do estudo publicado na Nature, Sylvestre Maurice, um dos responsáveis pela SuperCam instalada no robô, garante que as análises mostram turbulências até então desconhecidas.

Mas o planeta vermelho guardava surpresas ainda mais importantes, como o fato de que a frequência dos sons agudos e dos sons graves viajam em velocidades diferentes.

A equipe de Maurice usou registros do pequeno helicóptero Ingenuity, que acompanha o Perseverance, e resultados auditivos de disparos de laser contra as rochas para sondar sua composição química.

Com esse instrumento específico, que emite uma espécie de "clack clack", "tínhamos uma fonte sonora muito localizada, a entre dois e cinco metros de distância do alvo, e sabíamos exatamente quando ia disparar", explicou o pesquisador.

Os resultados confirmaram pela primeira vez que a velocidade do som é mais lenta em Marte, a 240m por segundo, em comparação com 340m na Terra.

Era previsível, já que a atmosfera de Marte contém 95% de dióxido de carbono, em comparação com 0,04% na Terra. A atmosfera de Marte faz com que o som seja abafado, na ordem de cerca de 20 decibéis, em relação ao nosso planeta, indica o estudo.

Mas a surpresa veio ao medir o som do laser: 250 m por segundo.

- 'Pânico'-

"Entrei um pouco em pânico", explicou o especialista. "Eu disse a mim mesmo: uma das duas medições é falsa, porque na Terra, perto da superfície, o som só tem uma velocidade".

Mas os resultados foram confirmados repetidamente: os agudos do laser têm uma velocidade, os graves das pás do helicóptero outra.

"Os agudos se perdem muito rapidamente, mesmo em curta distância", explicou Maurice. Isso implica que "uma conversa entre duas pessoas seria difícil, mesmo a cinco metros de distância", segundo o Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica ao comentar o artigo.

"Na Terra, os sons de uma orquestra chegam até você ao mesmo tempo, sejam eles graves ou agudos. Em Marte, se você estiver um pouco longe da cena (...) o intervalo pode ser fenomenal".

A análise dos sons das turbulência, como os ventos verticais, permitirá em particular "afinar os nossos modelos digitais de previsão climática e meteorológica", explicou Thierry Fouchet, do Observatório de Paris, outro dos autores do estudo.

Vênus e Titã podem ser os próximos candidatos para pesquisas de som com microfones como os usados em Marte.

Respeitada pelo seu trabalho como jornalista desde a década de 1970, Glória Maria já sabe como vai se despedir do ofício. Atuando como repórter especial na TV Globo, desde 2010, ela deseja uma matéria icônica quando chegar o momento de encerrar sua carreira. A pauta: uma viagem ao planeta Marte. 

A jornalista falou sobre o tema durante entrevista ao 'Roda Viva', na última segunda (14). Conhecida por fazer viagens aos mais diversos e curiosos destinos, ela confidenciou que planeja ir até o espaço um dia para reportar tudo. "Tô querendo ir para Marte numa dessas máquinas aí. Se tiver alguém ouvindo, deixa eu ir, seria minha grande matéria final. Seria um grande presente da Globo depois desses anos todos", disse.

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Gloria falou, ainda, sobre censura, e garantiu nunca ter sido proibida de falar sobre qualquer assunto durante sua carreira. "Censurada eu nunca fui. Nunca ninguém me falou: 'Isso você não pode'. Tem umas coisas que eles acham falta de juízo, coisas perigosas", contou.

O rover Perseverance da NASA tem estado ocupado desde sua dramática aterrissagem na cratera Jezero, de Marte, em fevereiro deste ano. Nos 10 meses desde então, o rover do tamanho de um carro dirigiu 2,9 quilômetros, tirou mais de 100.000 imagens e coletou seis amostras de rocha e atmosfera marciana, que poderão ser trazidas para a Terra para um estudo mais aprofundado.

Mas o rover não foi sozinho. Na bagagem, levou o helicóptero Ingenuit Mars, que provou ser possível um voo motorizado e controlado na fina atmosfera de Marte. O “drone” de 1,8kg já fez 18 voos no Planeta Vermelho.

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Um vídeo, lançado na última terça (28) nas redes sociais da NASA, relembra o ano repleto de descobertas inovadoras e explica a próxima fase da missão do Perseverance: tentar achar sinais do rio que teria criado a cratera de Jezero, que já teria sido um lago.

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Mais sobre a missão

Um dos principais objetivos da missão do Perseverance em Marte é a astrobiologia, incluindo a busca por sinais de vida microbiana ancestral. O rover vai analisar a geologia do planeta e o clima, o que pode abrir o caminho para a exploração humana do Planeta Vermelho. É a primeira missão programada para coletar e armazenar rochas e regolitos marcianos (rochas quebradas e poeira).

Com informações do site oficial da NASA

A aventura espacial da China, iniciada há mais de 60 anos pelo presidente Mao Tsé-Tung, alcançou um novo feito neste sábado (16) com a chegada de três 'taikonautas' - os astronautas chineses - à sua estação espacial para iniciar a missão mais longa de Pequim até agora.

A China já investiu bilhões de dólares em seu programa espacial e tenta chegar ao mesmo nível de Europa, Estados Unidos e Rússia.

Estas são as principais etapas da conquista espacial chinesa:

- O chamado de Mao

Em 1957, a União Soviética coloca em órbita o primeiro satélite fabricado pelo homem, o Sputnik. O fundador da República Popular da China, Mao Tsé-Tung, faz então um chamado a seus cidadãos: "Nós também fabricaremos satélites!"

A primeira etapa foi concretizada em 1970. A China lança seu primeiro satélite, Dongfanghong-1 ("O Leste é Vermelho-1"), o nome de uma canção em homenagem a Mao, cuja melodia seria difundida por vários dias no espaço.

O foguete responsável por colocar o satélite em órbita se chama "Longa Marcha", um nome que recorda a caminhada do Exército Vermelho que permitiu que Mao se afirmasse como líder do Partido Comunista chinês.

- Primeiro homem

Em 2003, o gigante asiático envia o primeiro chinês ao espaço, o taikonauta Yang Liwei, que dá 14 voltas na Terra em um período de 21 horas.

Com esse voo, a China se transforma no terceiro país, depois de União Soviética e Estados Unidos, a enviar um ser humano ao espaço por seus próprios meios.

- Módulos

A China foi excluída deliberadamente do programa da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), uma cooperação envolvendo americanos, russos, europeus, japoneses e canadenses, e decide construir sua própria estação.

Para isso, o país asiático lança primeiro um pequeno módulo espacial, Tiangong-1 ("Palacio Celestial 1"), que foi colocado em órbita em setembro de 2011, para realizar o treinamento dos taikonautas e também experimentos médicos.

O Tiangong-1 deixa de funcionar em março de 2016. O laboratório era considerado uma etapa preliminar para a construção de uma estação espacial.

Em 2016, a China lança seu segundo módulo espacial, Tiangong-2, onde os taikonautas realizaram acoplamentos técnicos.

- Coelho lunar

Em 2013, o pequeno robô controlado remotamente, batizado de "Coelho de Jade", chega à Lua. Inicialmente, o equipamento teve problema técnicos, mas foi reativado e explorou a superfície lunar durante 31 meses.

O gigante asiático prevê enviar taikonautas à Lua em 2030 e pretende construir uma base na superfície do satélite natural em colaboração com a Rússia.

- Lua e 'GPS' chinês

O programa espacial chinês sofre um revés em 2017 com o fracasso do lançamento do Longa Marcha 5, um equipamento crucial que permite propulsar as pesadas cargas necessárias para algumas missões.

Este contratempo leva a um atraso de três anos para a missão Chang'e 5. Executada apenas em 2020, a missão permite que os chineses enviem para a Terra amostras da superfície lunar, algo que não acontecia há 40 anos.

Em janeiro de 2019, a China obtém outro sucesso com um feito inédito em escala mundial: a alunissagem de um robô, o "Coelho de Jade 2", na face oculta da Lua.

Já em junho de 2020, o país asiático lança o último satélite para concluir seu sistema de navegação Beidou, que compete com o GPS norte-americano.

- Marte... e Júpiter

Em julho de 2020, a China envia a Marte a sonda "Tianwen-1", transportando um robô com rodas e comandado remotamente chamado Zhurong, que pousa na superfície de Marte em maio de 2021.

Os cientistas também mencionam o sonho de enviar pessoas para Marte em um horizonte não muito distante. Além disso, o responsável pela agência espacial, Xu Honglian, menciona a possibilidade de realizar uma missão para Júpiter até 2030.

- Estação espacial

Neste sábado, três taikonautas chegaram à primeira Estação Espacial da China, cuja montagem começou em abril, com a colocação em órbita de seu módulo central.

A missão deve durar seis meses, a mais longa prevista para uma tripulação chinesa, como o dobro do tempo da missão anterior, lançada em abril, que durou 90 dias.

Para terminar a montagem da estação, batizada de Tiangong (Palácio Celestial, em chinês), serão necessárias onze missões.

Uma vez concluída, a estação deverá orbitar a entre 400 e 450 quilômetros de distância da superfície terrestre por um período de dez anos, com a ambição de manter a presença humana no espaço por um longo período.

Em princípio, a China não planeja usar sua estação espacial para a cooperação internacional, mas suas autoridades já disseram que estão abertas a colaborar com outros países.

Na última semana, o robô da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) conhecido como “Perseverance”, registrou imagens de uma cratera de 35 quilômetros de diâmetro, que foram analisadas por astrônomos e cientistas. A partir delas, houve a confirmação de que havia no local um lago fechado, alimentado por um antigo rio.

Este é o primeiro estudo da “Perseverance” registrado e publicado em uma revista científica desde a sua chegada em Marte, em fevereiro de 2021. Além disso, também foi revelado por meio de imagens e registros que grande parte da composição da superfície do planeta vermelho, foi moldada por influência de água, há cerca de 3 bilhões de anos.

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Ainda não foi divulgada qual a causa de o lago ter secado, mas cientistas especulam que a causa pode ser atribuída a mudanças climáticas. Vale lembrar que, a partir de agora, a “Perseverance” vai em busca de mais informações que possam alimentar a teoria de que havia vida em Marte, nem que sejam apenas seres microscópicos.

O caminho para conseguir esses registros é trilhado por meio das crateras e superfícies rochosas, que têm em sua formação sedimentos do antigo rio. Além disso, outros dois robôs ("Curiosity" e "Insight") estão em pontos diferentes do planeta vermelho, em busca de mais material e informações que ajudem na pesquisa espacial internacional.

 

 

Em uma cratera de 500 metros de profundidade, perdida no meio do deserto ocre do Negev, os astronautas em seus trajes espaciais caminham lentamente. Sua missão? Simular no sul de Israel as condições de vida em Marte.

Neste quadro peculiar de Mitzpé Ramon, a maior cratera de erosão do mundo com 40 km de extensão, o Fórum Espacial Austríaco (OeWF) instalou sua "base marciana", em colaboração com a agência espacial israelense, no âmbito da missão Amadee-20.

Inicialmente, a missão estava planejada para começar no ano passado, mas foi adiada, devido à pandemia da Covid-19.

A cratera, o deserto rochoso e as cores laranja do horizonte lembram a paisagem de Marte, mas a gravidade e o frio nem tanto.

"Aqui temos temperaturas de 25°C a 30ºC. Em Marte, é -60ºC, e a atmosfera é irrespirável", relata o austríaco Gernot Grömer, que supervisiona a missão.

Por quase um mês e até o final de outubro, seis "astronautas análogos" - termo usado para descrever pessoas que reproduzem, na Terra, as condições de longas missões espaciais - de Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda, Áustria e Israel vão viver isolados do mundo nesta "estação marciana". Poderão sair somente de traje especial, como se estivessem, de fato, no Planeta Vermelho.

"É um sonho que se tornou realidade", diz Alon Tenzer, um astronauta israelense de 36 anos. "É algo em que trabalhamos há vários anos. Estou muito feliz por estar aqui", completou.

Para a inauguração da estação no domingo (10), Alon vestiu sua melhor roupa: o traje prateado, que ele diz pesar cerca de 50 quilos e que leva de duas a três horas para vestir.

- "Casamento" com Marte -

Todos os membros da "tripulação" são voluntários e tiveram de passar por diversos testes físicos e psicológicos para participar.

"Meu pai me levou ao museu espacial quando eu era pequena, ele colecionava aviões. Quando descobri que o fórum procurava astronautas análogos, disse a mim mesma que deveria me apresentar", conta a alemã Anika Mehlis, única mulher do grupo.

O Fórum Espacial Austríaco, uma organização privada que reúne especialistas do setor aeroespacial, firmou uma parceria com o centro de pesquisa israelense D-MARS para construir esta base em forma de polígono, movida a energia solar.

Por dentro, o conforto é espartano com uma pequena cozinha e beliches. A maior parte do espaço é para experimentos científicos.

No futuro, seus resultados podem ser cruciais, já que a NASA, a agência espacial americana, considera enviar uma primeira missão tripulada a Marte na década de 2030.

Durante o mês em que simularão a vida de Marte na Terra, os astronautas análogos terão de testar um protótipo de drone que funciona sem GPS, assim como veículos autônomos movidos a energia eólica e solar para mapear o território.

Microbiologista de formação, Anika Mehlis ficará encarregada de avaliar as possibilidades de contaminação microbiana, ou seja, o risco de introdução de bactérias terrestres em Marte que poderiam matar qualquer tipo de vida no Planeta Vermelho.

"Seria um grande problema", afirma, apontando para o que é considerado um dos maiores desafios na conquista do espaço.

Além de testar equipamentos e tecnologias, a missão também quer estudar o comportamento humano, especialmente o impacto do isolamento nos astronautas.

"A coerência do grupo e a capacidade de trabalhar em conjunto são cruciais para a sobrevivência em Marte", explica o supervisor Gernot Grömer. "É como um casamento, só que, em um casamento, você pode ir embora, e não em Marte", diz, ironicamente.

O rover Perseverance, que chegou em fevereiro a Marte, entregou nesta quinta-feira (7) os seus primeiros resultados científicos que confirmam o interesse de se buscar sinais de vida no local de pouso, uma cratera onde acredita-se que havia um lago alimentado por um rio.

Incorporada ao mastro do robô da Nasa, a Supercam permitiu observar no solo do planeta vermelho o entorno da cratera Jezero e transmitir por satélite uma série de imagens.

Estas primeiras fotografias em alta resolução confirmaram o que havia sido observado da órbita, ou seja, os sinais de que na cratera de aproximadamente 35 quilômetros de diâmetro havia um lago fechado, alimentado pela desembocadura de um rio, há cerca 3,6 bilhões de anos.

O estudo publicado na revista Science, o primeiro desde a aterrissagem do Perseverance, oferece numerosos detalhes sobre a história da cratera. A Supercam permitiu identificar estratos de sedimentos que são "ótimos candidatos para se encontrar sinais de vida do passado", explicou o Centro Nacional da Pesquisa Científica da França (CNRS, na sigla em francês), durante a apresentação à imprensa dos resultados do estudo, realizado por um de seus pesquisadores, Nicolas Mangold.

Esses estratos, procedentes de um monte de 40 metros de altura batizado de Kodiak, são "sedimentos argilosos ou arenosos, nos quais é mais fácil preservar matéria orgânica", explicou o astrogeólogo.

- 'Matéria orgânica' -

A matéria orgânica produzida por organismos vivos se constitui de uma mistura de moléculas complexas de carbono, hidrogênio, nitrogênio e de umas poucas de oxigênio, explicou Sylvestre Maurice, do instituto de pesquisa em astrofísica e planetologia da Universidade Paul Sabatier, em Toulouse.

"Encontramos este tipo de matéria nas profundezas do solo terrestre e nos depósitos de sedimentos do delta de um rio, o que confirma o interesse pela cratera Jezero por parte da astrobiologia [ciência que estuda a vida no universo]", acrescentou.

O Perseverance também detectou a presença inesperada de grandes pedras e blocos rochosos, que evidenciam a existência no passado de fortes correntes fluviais. De acordo com o estudo, o fim do período lacustre da cratera estaria relacionado com uma mudança climática maior.

"Que tipo de clima gerou esta transição? Uma desertificação ou uma glaciação? É o que estamos investigando", explicou Mangold.

Todas essas observações, feitas pelo rover a uma distância de mais de 2 quilômetros das formações geológicas estudadas, permitirão que agora o equipamento se concentre em recolher amostras, que deverão ser trazidas para a Terra até 2030 para serem examinadas.

Outros dois robôs, Curiosity e Insight, estão atualmente explorando outros pontos da superfície de Marte.

Em setembro de 2022, a missão russo-europeia ExoMars deve enviar a Marte um robô projetado para perfurar o solo do planeta vermelho por mais de um metro de profundidade, um feito que seria inédito.

Iniciada há mais de 60 anos por Mao Tsé-Tung, a aventura espacial da China deu um novo passo, nesta quinta-feira (17), com o lançamento de sua primeira missão tripulada para uma estação espacial em construção.

A China investe bilhões de dólares em seu programa espacial, para tentar alcançar a Europa, os Estados Unidos e a Rússia.

Confira abaixo as principais etapas da conquista espacial chinesa:

- Chamado de Mao -

Em 1957, a União Soviética colocou em órbita terrestre o primeiro satélite feito pelo homem, o Sputnik. O fundador da República Popular da China, Mao Tsé-Tung, fez então um apelo a seus cidadãos: "Nós também fabricaremos satélites!".

A primeira etapa se concretizou em 1970. A China lançou seu primeiro satélite, Dongfanghong-1 ("Oriente Vermelho-1", nome de uma canção à glória de Mao), com a ajuda do foguete "Longa Marcha", nome que lembra a jornada do Exército Vermelho que permitiu ao presidente se estabelecer como líder do Partido Comunista Chinês (PCC).

- Primeiro homem -

Foi apenas em 2003, porém, que o gigante asiático enviou o primeiro chinês ao espaço, o astronauta Yang Liwei, que deu a volta à Terra 14 vezes em 21 horas.

Com este voo, a China se tornou o terceiro país, depois de União Soviética e Estados Unidos, a enviar um ser humano ao espaço por seus próprios meios. Desde então, realiza regularmente missões espaciais tripuladas.

- Módulos e coelho -

A China foi deliberadamente excluída do programa da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), que começou a operar em 2000 e associa americanos, russos, europeus, japoneses e canadenses.

Por este motivo, decidiu construir sua própria estação.

Para isso, o país lançou primeiro um pequeno módulo espacial, o Tiangong-1 ("Palácio Celestial 1"), colocado em órbita em setembro de 2011. Foi usado para treinamento de astronautas e experimentos médicos.

O Tiangong-1 encerrou suas operações em março de 2016. O laboratório era considerado uma fase preliminar na construção de uma estação espacial.

Outro marco importante aconteceu em 2013: o pouso do pequeno robô teleguiado "Coelho de Jade", responsável por tirar fotos, por exemplo.

Ele teve problemas técnicos no início, mas foi reativado e explorou a superfície lunar por 31 meses, muito mais do que sua expectativa de vida útil.

Em 2016, a China lançou seu segundo módulo espacial, Tiangong-2. Os astronautas realizaram, entre outras manobras, acoplamentos técnicos.

- Lua e GPS chinês -

O programa espacial chinês teve um fracasso no verão de 2017 com o lançamento frustrado do Longa Marcha 5. O foguete é crucial, porque permite propulsar as cargas pesadas necessárias para algumas missões.

Este revés levou ao adiamento por três anos da missão Chang'e 5, de exploração da Lua com um robô. Ela acabou sendo realizada em novembro e dezembro de 2020.

Chang'e 5 - Chang'e é a deusa chinesa da Lua - alcançou seu objetivo de trazer à Terra amostras do satélite, o que não acontecia há 40 anos.

A China conseguiu um feito em janeiro de 2019: a aterrissagem de um robô controlado remotamente (o "Coelho de Jade 2") no lado oculto da Lua.

Em junho de 2020, o país lançou o último satélite que completa seu sistema de navegação Beidou (concorrente do GPS americano).

- Marte... e Júpiter -

Em julho de 2020, a China enviou a Marte a sonda "Tianwen-1", que transportava um robô com rodas teleguiado chamado Zhurong. O equipamento chegou à superfície do Planeta Vermelho em maio.

Os cientistas mencionaram o sonho de enviar astronautas a Marte em um futuro distante.

Na semana passada, o secretário-geral da Agência Espacial Chinesa, Xu Honglian, mencionou inclusive uma missão a Júpiter em 2030.

- Estação espacial -

A construção da primeira Estação Espacial Chinesa (CSS, na sigla em inglês) começou em abril, quando seu módulo central entrou em órbita.

Três astronautas se acoplaram ao módulo nesta quinta-feira (17) para uma missão de três meses, um recorde de permanência no espaço para o país.

Para completar a construção da estação, chamada Tiangong, "Palácio Celestial" em chinês, serão necessárias várias missões para transportar o material.

Uma vez concluída, a estação deve permanecer em órbita, a entre 400 e 450 quilômetros da superfície terrestre por dez anos. A princípio, a China não pretende usar sua estação espacial para cooperação internacional (como acontece na ISS), mas as autoridades se declararam abertas a colaborar com outros países.

O custo da estação espacial não foi divulgado oficialmente.

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