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Em reunião, nesta quinta-feira (16), com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, representantes de instituições federais de ensino superior pediram a antecipação de recursos não contingenciados previstos para serem liberados no segundo semestre.

“O contingenciamento de 30% estaria ainda colocado. Colocamos então a necessidade de liberação de limites dentro dos 70%. O ministro disse que essa questão teria que ser analisada individualmente, universidade por universidade. Não sinalizou a liberação dos 70% ainda neste semestre”, relatou o presidente Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, Reinaldo Centoducatte, após a reunião.

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Nos últimos dias, foi anunciado um contingenciamento de 30% dos recursos discricionários para as instituições federais de ensino superior. As despesas discricionárias são, por exemplo, contas de luz, água, insumos de pesquisas e pagamentos de terceirizados.

Não estão incluídos nessa conta os salários dos servidores.

O secretário-executivo do Ministério da Educação, Antonio Paulo Vogel, disse que foram empenhados, em média, 28,9% dos recursos para gastos discricionários das instituições federais de ensino superior. Segundo ele, o indicativo é empenhar 40% do recurso até junho.

“Temos 100% do orçamento, contingenciamos 30%, temos 70% para executar. o que foi empenhado até o momento, na média das universidades, foi 28%. As universidades estão muito longe do limite que elas possuem. Existe um sublimite de 40% que é discutido universidade a universidade”, disse Vogel.

O secretário-executivo destacou que o ministro está aberto a receber reitores das instituições federais para discutir caso a caso as necessidades de cada uma.

O Ministério Público Federal (MPF) quer a suspensão imediata e integral do decreto que regulamentou o porte de armas no Brasil. A ação foi ajuizada nesta terça-feira, 14, na 17ª Vara de Justiça Federal.

Na avaliação do MPF, o decreto 9785/2019 "extrapola a sua natureza regulamentar, desrespeita as regras previstas no Estatuto do Desarmamento e 'coloca em risco a segurança pública de todos os brasileiros'".

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Por meio de nota, o MPF declarou que a ação pede à União que preste informações sobre o que fundamentou a edição do regulamento. A ação é assinada por cinco procuradores da República. Eles afirmam que "o decreto deixa brechas, ou mesmo contraria diretamente o que foi orientado pela lei vigente no País".

"É o caso das novas condições exigidas para a obtenção do porte de armas: o que antes era um acesso concedido a público restrito, passa a uma imensa gama de perfis autorizados a transitar com arma de fogo. Em algumas situações, o normativo chega a dispensar a comprovação da necessidade de porte", declara o Ministério Público.

A validade por tempo indeterminado para certificados de registro de arma também é questionada. Originalmente, o documento era submetido à renovação periódica.

Para o MPF, o dispositivo que autoriza a prática de tiro esportivo por crianças e adolescentes é entendido como um "flagrante retrocesso à proteção genericamente conferida pela Constituição da República e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente".

Os procuradores questionam a flexibilização sobre quantidade de armas e munições autorizadas, além da liberação do porte para quem residir em área rural.

Caso a suspensão total do regulamento não seja deferida, os procuradores requerem que a medida seja aplicada a, pelo menos, dez artigos do decreto. A ação está distribuída inicialmente para deliberação da 17ª Vara de Justiça Federal. A União já solicitou que o processo seja declinado para a 16ª Vara, onde tramitam outros dois casos relacionados ao mesmo decreto.

Quase 900 crianças-soldado, que integravam uma milícia apoiada pelo governo da Nigéria para combater os insurgentes do Boko Haram, foram desmobilizadas ontem. Segundo a ONU, o grupo de 894 menores, que incluía 106 meninas, integrava a Força Operacional Civil Conjunta (CJTF, na sigla em inglês), criado em 2013 para proteger as comunidades dos ataques do grupo extremista em Maiduguri.

"Elas eram usadas por grupos armados em funções de combate. Foram testemunhas de massacres e de violência", disse Mohamed Fall, representante do Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef) para a Nigéria. Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2017, mais de 15 milhões de crianças entre 5 e 14 anos são forçadas a trabalhar no país. "Continuaremos a lutar até que não existam mais crianças nas fileiras de grupos armados na Nigéria", disse Fall.

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As milícias civis foram criadas para combater o Boko Haram e apoiar as Forças Armadas. No entanto, elas foram criticadas por abusos cometidos contra civis e crimes extrajudiciais, incluindo o recrutamento de crianças para as tropas - um constrangimento para a comunidade internacional, que financia e arma a Nigéria contra o extremismo islâmico.

"Desde setembro de 2017, quando o CJTF assinou um acordo prometendo tomar medidas contra o uso de crianças nas tropas, 1.727 crianças e adolescentes foram libertadas e não houve mais recrutamento", diz o Unicef, em comunicado. A guerra da Nigéria contra os jihadistas já matou mais de 30 mil pessoas e deixou milhões desalojados, com poucos sinais de avanço.

O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, elogiou os esforços para combater o crime e destacou a diminuição no número de sequestros como prova do sucesso de sua política de segurança - o que é contestado por analistas. "No norte, há o Boko Haram e banditismo. No oeste, há cultismo e sequestros", afirmou Dennis Amachre, que foi diretor do Serviço de Segurança do Estado. (com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O decreto do presidente Jair Bolsonaro, que facilita porte de armas de fogo, assinado nesta semana, abre brecha legal para armar integrantes de um dos maiores adversários do governo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Segundo juristas, a inclusão da categoria "residente em área rural" entre os grupos favorecidos também enquadra as pessoas do movimento que moram em áreas regularizadas.

Hoje, cerca de 400 mil famílias ligadas ao MST vivem em assentamentos da reforma agrária - ou seja, deixaram de ser sem-terra para se tornar, legalmente, pequenos proprietários rurais. Já outras 120 mil famílias vivem em acampamentos do MST e ainda não conseguiram acesso à terra.

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Para juristas, só esse grupo que mora em área invadidas não poderia ser beneficiado pela nova regra. "Em tese, se estiver com o título da terra, preenche o requisito do decreto", diz o professor Claudio Langroiva, especialista em Direito Processual Constitucional. "Ainda assim, nenhuma declaração está livre de ter a veracidade posta à prova. Se houver dúvida, a autoridade pode abrir procedimento para investigar."

A advogada constitucionalista Vera Chemim faz a mesma leitura. "Para ser contemplado, não pode morar em um terreno que seja de outro proprietário", diz. "Mas se tiver o registro em cartório, não há problema."

Em nota, o governo diz que só o fato de viver em área rural não dá direito a porte de arma. "Não exclui as demais obrigações, como comprovar residência fixa e lugar seguro para armazenamento das armas, comprovar ocupação lícita e demonstrar inexistência de inquérito policial ou processo criminal."

Oposição

A cúpula do MST já avaliou possíveis impactos do decreto e, embora preveja um aumento da violência no campo, decidiu manter posição contrária a armas. Alvo histórico de Bolsonaro, o movimento chegou a ser acusado de "terrorismo" por ele na eleição. "Não queremos nem sonhar com essa possibilidade (armar os sem-terra)", diz João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST. "O MST tem 2 milhões de pessoas em sua base. Seria um contingente cinco vezes maior do que o Exército." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Embora tenha admitido "não ter tido tempo para se aprofundar" no decreto assinado pelo seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) discursou nessa quinta-feira, 9, em defesa do direito a posse de armas durante um encontro promovido pelo Instituto Plínio Corrêa de Oliveira (IPCO) - entidade que nasceu de dentro da Tradição, Família e Propriedade (TFP) e que se define como uma associação criada para "preservar a Civilização Cristã".

"A revolução Cultural, o governo Bolsonaro e a legítima defesa" foi o tema do fórum realizado no Club Homs, na Avenida Paulista, que reuniu apoiadores da monarquia, bolsonaristas e membros do IPCO. Pelo salão, garotos com uma faixa dourada no peito ajudavam os cerca de 600 convidados a se situarem e os convidavam a comprarem livros, broches ou bonés do instituto em uma loja improvisada.

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Além do deputado, estavam presentes o Príncipe Imperial Dom Bertrand de Orleans e Bragança; e o coronel Jairo Paes de Lira, ex-comandante metropolitano da PM de São Paulo e presidente da Associação Brasileira Pela Legítima Defesa. No mesmo palco, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima acompanhou tudo impassível.

Declarando-se inquieto, Bolsonaro pediu licença aos demais participantes da mesa para "falar em pé". Deu-se então uma espécie de "stand-up" em defesa da posse e porte de armas. Em sua fala, o deputado disse, por exemplo, ser "mais difícil dirigir um carro do que usar uma arma de fogo".

Além disso, comentou aquilo que chamou de "acadelamento" da sociedade. Segundo ele, o desarmamento fez com que o cidadão terceirizasse suas responsabilidades para os outros. "Como se fosse papel do governo defender todas as pessoas. Não é papel da polícia defender a sua casa quando alguém entra lá. Obviamente ela vai ser acionada e vai fazer o melhor de si. Então, quando alguém entra na sua casa, o primeiro responsável pelo combate é você."

Na mesma toada, o deputado foi irônico ao dizer que a ideia de desarmar a população viria de "democratas" como Hitler, Fidel Castro, Nicolás Maduro e Luís Inácio Lula da Silva. Ele também disse que se morre tanto (e como porcos) em qualquer farol do País por conta do celular "porque o bandido só respeita o que ele teme".

O discurso ainda teve seus momentos de ataques aos direitos humanos, imprensa e a chamada "ditadura do politicamente correto" (que, segundo o deputado, nos obrigaria a chamar pessoas gordas de magras ou ser o moderno que beija os coleguinhas). Ele também deixou aberta a possibilidade do decreto, no futuro, avançar na liberação de outros calibres e de trazer outras conquistas para os donos de armas.

O deputado pediu o apoio dos presentes ao governo do pai. Ele foi aplaudido de forma entusiasmada pelos presentes.

Em sua intervenção, o coronel Paes de Lira também defendeu o decreto presidencial e disse que o desarmamento da população visava "emasculação do País" ao afastar as crianças e as novas gerações das armas de fogo.

O príncipe Dom Bertrand de Orleans foi breve em sua participação. Afirmou que Plínio Corrêa de Oliveira (primeiro presidente da TFP) estaria contente com o que estava sendo discutido no encontro. Ele também pontuou que o direito a defesa e a propriedade são direitos naturais dos seres humanos e não uma concessão do Estado.

No final, apesar da presença real, quem saiu coroado foi mesmo o deputado Eduardo Bolsonaro. Um séquito de fãs e eleitores, cercou-o para tirar fotos, selfies, gravar vídeos e pedir autógrafos. Uma mulher que estava próxima do tumulto ao redor do político afirmou que ele era um verdadeiro príncipe. Sorte Dom Bertrand não ter ouvido. Talvez se magoasse.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou ter ido “no limite da lei” com o decreto assinado esta semana que regulamenta a posse, o porte e a comercialização de armas e munições para caçadores, atiradores esportivos e colecionadores, os chamados CACs.

Durante sua live no Facebook, na noite dessa quinta-feira (9), ele rebateu as críticas feitas dizendo ter regulamentado o que pode dentro da lei. “Estão falando barbaridades em relação ao decreto. Não fui além do limite da lei. Não é apenas compromisso de campanha”. Segundo ele, o decreto demorou a sair pois o governo precisou ouvir vários interessados.

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“A questão dos CACs demorou um pouco sim. Não é fácil, em um decreto, fazer justiça de forma rápida. Você consulta a questão jurídica, vai no Ministério da Defesa, no Ministério da Justiça, ouve atiradores, ouve gente do povo. E no limite da lei regulamentamos o que pudemos”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse hoje que o decreto tinha “algumas inconstitucionalidades” e que o Legislativo poderá rever alguns pontos do texto. O Palácio do Planalto também defendeu a constitucionalidade do decreto dos CACs. Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, é normal haver diferentes interpretações sobre o assunto.

“A constitucionalidade do Decreto 9875 foi analisada previamente à sua assinatura pelo presidente da República. A área jurídica do Palácio do Planalto considerou ser constitucional e o presidente da República chancelou o entendimento ao assinar o decreto. O direito não é uma ciência exata, a existência de interpretações diferentes é natural”, afirmou.

Decreto

Entre as novidades, o decreto amplia a diversidade de calibres de armas de uso permitido, incluindo semiautomáticas; aumenta a quantidade de compra de munições para armas de uso permitido (5 mil unidades por ano) e para armas de uso restrito (1 mil unidades por ano).

A nova norma estende a onze categorias o direito de porte de armas. Foram contemplados, entre outros, instrutores de tiros, colecionadores e caçadores; detentores de mandatos eletivos (Executivo e Legislativo), advogados e jornalistas que façam cobertura de pautas policiais.

O decreto abre o mercado e faculta a possibilidade de importação de armas de fogo, desde que autorizada pelo Exército, por diferentes instituições de segurança pública, empresas de comercialização de armamento e munições e pessoas físicas autorizadas.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 9, em entrevista à Rádio Jovem Pan, que conversou nesta quinta-feira, 10, com o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para tentar "reorganizar" o decreto de armas do presidente Jair Bolsonaro. Maia afirmou que encontrou "algumas inconstitucionalidades" no decreto.

"A princípio, já existem algumas inconstitucionalidades, alguns temas que não deveriam ser regulados por decreto, vou dar um exemplo simples aqui. A questão de arma dentro da estrutura aeroportuária foi uma questão que a lei da Anac deu a ela (à própria agência) o poder de regular", explicou.

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Ele disse ainda que na "agenda das armas" na área urbana, a questão do porte é "muito grave" e precisa ser tratada com "muito cuidado". Maia reafirmou que, da forma como está o decreto, o governo terá de rediscuti-lo ou "acabará com uma decisão da Câmara ou do Judiciário". "Há um desconforto em boa parte do Parlamento (com o decreto das armas)", declarou.

Bolsonaro assinou na terça-feira, 7, a determinação para regulamentar o uso de armas de fogo para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) e a lei de registro, posse, porte e comercialização de armas e munições.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (9) em entrevista à Rádio Jovem Pan, que conversou com o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para tentar "reorganizar" o decreto do presidente Jair Bolsonaro que ampliou o porte de armas no País. Maia afirmou ter encontrado "inconstitucionalidades". Mais tarde, o deputado Eduardo Bolsonaro criticou Maia e defendeu o texto. O mesmo fez o porta-voz da Presidência da República.

O decreto facilita porte de arma para 19 categorias, entre elas políticos, caminhoneiros e moradores de área rural - estimativas de ONGs apontam para até 19,1 milhões de beneficiários. "A princípio, já existem inconstitucionalidades, alguns temas que não deveriam ser regulados por decreto", disse Maia. Ele reafirmou que, da forma como está o decreto, o governo terá de rediscuti-lo ou "acabará com uma decisão da Câmara ou do Judiciário". "Há um desconforto do Parlamento."

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Em evento em prol da legítima defesa, em São Paulo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) reiterou que o pai cumpre uma promessa de campanha com a flexibilização. Para ele, não houve o mesmo "apetite" do Congresso em outros assuntos que seriam prerrogativa do Legislativo, como na interferência do Judiciário em relação à criminalização do aborto.

Além disso, comentou aquilo que chamou de "acadelamento" da sociedade. Segundo ele, o desarmamento fez o cidadão terceirizar responsabilidades. "Não é papel da polícia defender sua casa quando o bandido entrar lá. Ela vai se esforçar ao máximo, mas quanto tempo vai demorar? Então, quando alguém entra na sua casa, o primeiro responsável pelo combate é você."

Na mesma toada, o deputado foi irônico ao dizer que a ideia de desarmar a população viria de "democratas" como Hitler, Fidel Castro, Maduro e Lula. Ele também deixou aberta a possibilidade de, "no futuro", se avançar na liberação de mais calibres à população.

Procurado, o Planalto informou que não tem intenção de rever o decreto. "Quaisquer outras modificações que venham a partir do próprio Congresso, o presidente vai analisá-las, mas não há nesse momento nenhuma intenção de fazer qualquer correção", disse o general Rêgo Barros, porta-voz da Presidência da República. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu hoje (9) que os municípios não podem contrariar a lei federal que regulamentou os serviços de motoristas particulares dos aplicativos Uber, Cabify e 99. A Corte também estabeleceu que qualquer proibição ou restrição aos aplicativos é inconstitucional.

As decisões foram tomadas a partir do encerramento do julgamento sobre a legalidade dos serviços de aplicativos. Ontem (8), por unanimidade, o STF decidiu que os municípios podem fiscalizar o serviço, mas não podem proibir a circulação dos motoristas.

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O Supremo julgou ações contra leis de Fortaleza e de São Paulo proibindo a atuação dos motoristas. O caso foi julgado a partir de ações protocoladas pelo PSL e pela Confederação Nacional de Serviços (CNS).

"No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de passageiros, os municípios e o Distrito Federal não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal e Constituição Federal", decidiu o STF.

Em março de 2018, a Lei nº 13.640 regulamentou a atividade e definiu que o motorista desses aplicativos deve possuir uma versão da Carteira Nacional de Habilitação na categoria B ou superior, que informe que exerce atividade remunerada. O motorista também deve estar inscrito como contribuinte individual no Instituto Nacional do Seguro Social.

Outros pré-requisitos para obter a permissão são manter em dia o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo e apresentar certidão negativa de antecedentes criminais. Também é exigida do profissional a contratação de um seguro de Acidentes Pessoais a Passageiros e do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Especialistas em Direito Constitucional identificaram levantaram dúvidas em relação à legalidade o decreto que facilita o porte de armas de fogo, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 8.

Segundo os juristas ouvidos pelo Estado, o texto publicado pelo governo contraria termos da lei aprovada pelo Congresso para o tema, extrapola as reponsabilidades do Executivo, e cria regras novas de forma irregular. Eles ainda alertam que o documento pode ser suspenso tanto pelo Judiciário quanto pelo Legislativo até ser analisado cuidadosamente.

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O presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil seção São Paulo (OAB-SP), Marcos Soares, afirma que a redação do decreto traz dúvidas que precisam ser sanadas. Ele cita como exemplo a autorização de armas para advogados, que está colocada em um parágrafo do texto que trata dos agentes públicos que terão direito de portar armas de fogo.

"É uma redação duvidosa. São advogados que exercem função de agentes públicos? Procuradores estaduais, federais, municipais, defensores? Ou são todos os advogados, uma vez que exercem função pública? Há margem para discussão", afirma.

Já jurista Wáter Maierovitch, desembargador aposentado do TJ-SP e pesquisador sobre segurança pública, diz que há ao menos dois trechos ilegais no decreto do presidente Bolsonaro.

O primeiro está em relacionar profissões que têm direito ao porte. Maierovitch pontua que o Estatuto do Desarmamento estabelece que o requerente do porte de arma deve "demonstrar a sua efetiva necessidade" de andar armado, " por exercício de atividade profissional de risco". "Ao relacionar as profissões, a obrigação de demonstrar a efetiva necessidade da arma fica afastada", diz o jurista. "Isso contraria a lei", afirma.

O outro ponto ilegal, para ele, é uma trecho do decreto que determina que as autoridades devem presumir a veracidade das informações repassadas pelos solicitantes do porte de arma. "É uma inversão do ônus da prova. No Direito brasileiro, só atos da administração (pública) tem presunção de veracidade. Aumentando isso, (o presidente) passa do poder regulador dele".

Além de apontar problemas legais, Maierovitch, especialista no combate ao crime organizado, critica a liberação cruzando dados de duas estimativas internacionais: a primeira é que 35% das armas vendidas legalmente terminam nas mãos do crime organizado. A segunda é que o Brasil já é um dos grandes exportadores de armas, têm capacidade de fornecer armamento para o mercado interno.

"Na convenção da ONU sobre o crime organizado, em Palermo, em 2000, o comércio de armas ficou de fora por falta de quórum", diz, ao descrever o lobby da indústria bélica para derrubar barreiras às vendas de armas.

'Decreto não pode fazer isso', dizem professores

Para o professor Cláudio Langroiva, especialista em Direito Processual Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Bolsonaro não poderia ter utilizado um decreto para tratar de temas tão abrangentes, como venda de armas, munição, regras para a concessão do Certificado de Registro, e regras para o porte de armas para várias categorias profissionais. Ele diz que, nos pontos em que o decreto contraria o Estatuto do Desarmamento, a lei federal deve prevalecer.

"Eu acredito que não há essa liberdade para um decreto presidencial quando existe uma lei reguladora. O decreto não pode fazer isso. O decreto tem de estar submetido a uma regulamentação específica para a área", diz Langroiva. "Esse tipo de ação é infeliz porque mostra o desejo de regulamentar certas matérias subvertendo a orgem constitucional legislativa - ou seja, tomar o um papel do Legislativo, que não lhe cabe."

O professor Cláudio Pereira de Souza Neto, que dá aulas de Direito Constitucional na Universidade Federal Fluminense (UFF), considera que há "várias inconstitucionalidades" no texto do decreto. Ele cita como exemplos de presunção, pela autoridade policial, de que declarações de efetiva necessidade para o uso de armas sejam verdadeiras, além da inclusão de categorias como jornalistas e conselheiros tutelares como atividade profissional de risco.

"Esse decreto não regulamenta, ele cria regras novas", diz Souza Neto. "Essa é uma matéria reservada ao legislador. O decreto é um ato administrativo, ele deve apenas regulamentar o texto legal."

Esses especialistas apontam que o documento pode ter efeito suspenso por um decreto legislativo, emitido pelo Congresso Nacional, ou por uma medida liminar no Supremo Tribunal Federal (STF). "Essas incompatibilidades, infelizmente, muito provavelmente acabarão sendo decididas no Judiciário. Caberá às autoridades e ao próprio Ministério Público no questionamento da validade dessa legislação", diz Langroiva.

O Instituto Sou da Paz, organização não governamental (ONG) criada a partir da campanha pelo desarmamento de 1997, divulgou nesta quarta-feira, 8, estimativa apontando que ao menos 19,1 milhões de brasileiros poderão solicitar porte de arma de fogo, segundo as regras do decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro na terça, que trouxe nova regulamentação para o Estatuto do Desarmamento, de 2003.

São quase meio milhão de caminhoneiros, 18,6 milhões de pessoas residentes em áreas rurais com mais de 25 anos, 30 mil conselheiros tutelares e 5 mil defensores públicos, segundo análise do instituto. O porte significa que essas pessoas podem andar armadas, com os revólveres e pistolas carregados, nas áreas urbanas e rurais.

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Para chegar ao número, o Sou da Paz somou dados da Conferência Nacional dos Transportes (CNT), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos e da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos, divulgados entre 2013 e 2018.

O decreto lista uma série de profissões que tiveram o porte de arma liberado: instrutor de tiro ou armeiro, colecionador ou caçador, agentes do sistema socioeducativo, fiscais em geral, agentes de trânsito, detentor de mandato eletivo, advogado atuando como agentes públicos, oficial de justiça , proprietário de estabelecimento que venda arma de fogo ou clube de tiro, dirigente de clube de tiro, residente de área rural, profissional de imprensa que atue na cobertura policial, conselheiro tutelar, motoristas de empresas e caminhoneiros, funcionários de empresas de segurança privada e transporte de valor.

O instituto, assim como alguns juristas e o partido Rede Sustentabilidade, que já ingressou ação judicial contra o decreto, diz que o texto de Bolsonaro extrapola os limites de abrangência que um decreto tem para estabelecer regras, determinando normas que só poderiam ser criadas por leis (que passam por votação dos representantes da população, no Congresso). O presidente "está legislando por decreto, desrespeitando a separação de poderes e o debate democrático no Congresso Nacional", diz o documento, de três páginas.

"Não é aceitável um governo democraticamente eleito violar a separação de poderes, ignorar evidências científicas e governar apenas em prol dos desejos individuais de uma pequena minoria da população de mais alto poder aquisitivo", afirma o instituto.

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O decreto do presidente Jair Bolsonaro que facilita o porte de armas para um conjunto de profissões, como advogados, caminhoneiros e políticos eleitos, fez as ações da Taurus Armas dispararem na manhã desta quarta-feira, 8.

Por volta do meio-dia, os papéis PN tinham alta de 21,62% e estavam entre as maiores altas da Bolsa de São Paulo. O volume de transações na Bolsa envolvendo a ação cresceu bastante no ano passado, em meio ao cenário eleitoral e a posição favorável de Bolsonaro ao armamento da população.

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Nesta quarta-feira, o governo federal publicou o decreto 9.785 do presidente Jair Bolsonaro, que facilita o porte de armas de fogo para uma série de categorias de profissionais e não só para caçadores, atiradores esportivos, colecionadores (CACs) e praças das Forças Armadas, como foi destacado pelo governo.

Na lista, há advogados, residentes de área rural, profissional da imprensa que atue em cobertura investigativa, conselheiro tutelar, caminhoneiros e profissionais do sistema socioeducativo.

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira, 7, decreto que facilita o porte de arma de fogo e o acesso a munições para caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CACs), além de praças das Forças Armadas com mais de dez anos de serviço. Levantamento do Instituto Sou da Paz, com base em informações oficiais do Exército, de dezembro, aponta que a medida vai permitir que 255 mil CACs tenham permissão para andar armados.

Entre as principais mudanças, segundo o Planalto, está o aumento do limite de compra para 1 mil cartuchos (para cada arma de uso restrito) e para 5 mil (arma de uso permitido). Segundo Bolsonaro, o texto foi discutido por mais de dois meses. "Não é um projeto de segurança pública. É, no nosso entendimento, algo mais importante: um direito individual daquele que, por ventura, queira ter uma arma." O texto oficial do decreto não havia sido divulgado até as 23 horas.

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No discurso, Bolsonaro destacou que os CACs terão permissão para transportar uma arma municiada e pronta para uso no trajeto entre a casa (ou o acervo) e o local das atividades. Embora essa autorização para atiradores já estivesse prevista em uma portaria do Exército, de 2017, ela ganha força com o decreto.

Importação

Segundo o presidente, o decreto também vai regulamentar a importação no País. "Nós quebramos também o monopólio e isso entra em vigor em 30 dias", afirmou. Hoje, a Taurus detém o mercado de armas. A taxação da atividade, porém, ainda será discutida. "Você não podia importar e, agora, acabamos com isso aí. Mesmo havendo similar aqui, você pode importar armas e munições", disse.

Outra mudança que aparece no texto do Planalto é que o porte passa a ser vinculado à pessoa, e não mais à arma. "Isso quer dizer que o cidadão não mais precisa tirar um porte para cada arma", diz o texto. O conceito de residência também deve mudar, com o porte passando a valer em toda a extensão da área particular. "Inclusive quando se tratar de imóvel rural, âmbito no qual o cidadão estará livre para a defesa de sua propriedade e de sua família contra agressão", afirma o governo.

Tanto apoiadores quanto críticos afirmam que o decreto representa um "passo fundamental" para esvaziar o Estatuto do Desarmamento, de 2003. Como é uma lei, no entanto, o estatuto só poderá ser alterado pelo Congresso. "Não temos mais uma política nacional voltada ao desarmamento", avaliou o presidente do Movimento Viva Brasil e líder do movimento pró-armas, Bene Barbosa. "O grande problema (do Estatuto) é que ele se tornou desconexo com a realidade social após o referendo de 2005."

Para Barbosa, o decreto responde a reivindicações antigas da classe de atiradores esportivos, que formou a base de apoio a Bolsonaro. "O acesso a 50 munições acabava fazendo com que o proprietário legal de uma arma de fogo não conseguisse treinar", afirmou.

Críticas

Pesquisadores e entidades de segurança pública defensoras do desarmamento criticaram as medidas. "Aos poucos, o presidente está desconfigurando o Estatuto", diz Rafael Alcadipani, professor da FGV-EAESP. Diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o sociólogo Renato Sérgio de Lima foi na mesma linha. "O governo vai autorizar vários segmentos a ter porte e ainda diminuir a fiscalização, na base da boa-fé", diz. "O Exército perde o poder de fiscalizar, vira só um lugar para registrar arma."

O Sou da Paz, também defensor do desarmamento, soltou nota em que diz que "o presidente beneficia um pequeno grupo de indivíduos em detrimento da segurança pública - uma vez que há impacto real na sociedade com 255 mil pessoas que poderão andar armadas nas ruas".

Ainda de acordo com o instituto, que usa dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), o Exército tem hoje mais de 350 mil armas nas mãos de CACs. "São recorrentes os casos de desvio para o mercado ilegal." Outra crítica é à ampliação do limite de munições. "Em 2018, atiradores desportivos compraram mais munições do que as Forças Armadas do Brasil, não sendo plausível alegar que enfrentem uma escassez." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A política de liberalização da posse e do porte de armas do governo Jair Bolsonaro teve pouco impacto sobre o total de armas legais em circulação no País. É o que mostram os dados do Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal (PF). O total de armas registradas no País era no dia 30 de abril deste ano apenas 3,6% maior do que o total registrado pelo Sinarm em 30 de junho de 2018. A alta foi, no entanto, puxada pelos registros ativos feitos por pessoas físicas, que tiveram aumento de 5,7% no período.

Além do total de armas registradas no País, a PF também constatou em 2019 um aumento da média mensal de pedidos de novos registros e renovações de antigos. Nesse caso, o crescimento foi de 3,4%. Aqui também um número se destaca: é o de janeiro, logo depois da posse de Bolsonaro - pedidos de registros cresceram 118% no mês de janeiro em comparação com o mesmo período de 2018, alcançando 33.058. Mas o fenômeno perdeu força em fevereiro, que ainda registrou uma pequena alta, para depois ter quedas em março e em abril.

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Clubes de tiro consultados pela reportagem - as armas de atiradores são registradas em outro sistema, o Sigma, do Exército - também não registraram grande aumento de procura - crescimento de até 10%. Não houve também nenhum impacto sobre o total de homicídios registrados nos País - há 17 meses eles estão em queda, um movimento que atinge 25 das 27 unidades da Federação. "A liberação não significou maior circulação de armas de fogo e, por isso, também não houve impacto nas mortes violentas no País", afirmou Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Para o pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo Bruno Paes Manso, os decretos de Bolsonaro não provocaram nenhuma corrida às armas, pois a maioria da população não tem ilusão de que ter uma arma em casa garantirá a sua segurança. "Além disso, o custo ainda é caro, os testes e treinos são obrigatórios e agora existe ainda a exigência de cofre. Tudo isso faz com que a solução para a segurança seja coletiva e pública e não individual", disse.

Provas

De acordo com o empresário Newton Ramos Publio, dono do clube de tiro Associação de Tiro e Caça Black Beard, em Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, o decreto de janeiro de Bolsonaro não provocou nenhuma corrida de interessados por armas ao clube. "Cresceu uns 10% o movimento", afirmou.

O clube de Publio tem 1,8 mil sócios que devem fazer pelo menos oito visitas por ano ao lugar para treinamento e participar de pelo menos quatro provas regionais ou nacionais de tiro a fim de receberem o certificado do clube de atirador esportivo.

"Quem quiser começar hoje terá de gastar cerca de R$ 6 mil para comprar a arma, fazer o treinamento e o testes psicotécnico, além de apresentar as certidões criminais negativas." Além disso, os interessados terão de pagar mensalidade ou anuidade que varia de clube para clube, mas que fica entre R$ 500 e R$ 1 mil. Além de atiradores e caçadores, Publio tem entre seus clientes policiais.

A reportagem obteve os dados da PF por meio da Lei de Acesso à Informação - parte em 2018 e parte em 2019. Eles mostram que a unidade da Federação com maior número de armas ativas registradas no Sinarm nas mãos de pessoas físicas é o Rio Grande do Sul, com 55.676 registros. São Paulo ocupa o segundo lugar, com 48.764, e Santa Catarina fica em terceiro lugar, com 35.755. O Rio de Janeiro registra apenas 13.322 armas de fogo com pessoas físicas, segundo os dados da PF.

Quedas

Apenas 4 das 27 unidades da Federação tiveram queda de registros ativos de armas de fogo de 2018 para cá: Acre, Alagoas, Amazonas e Ceará. Por fim, São Paulo é onde existem mais armas nas mãos de seguranças privados: 61.095. Aqui o Rio aparece em segundo lugar, com 21.227 armas nas mãos de seguranças particulares - a responsabilidade pela fiscalização de empresas de segurança é da Polícia Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois jornalistas da Reuters condenados a sete anos de prisão em Miamnar após uma investigação sobre um massacre de muçulmanos rohingyas foram libertados nesta terça-feira (7) após uma campanha mundial.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram cercados por jornalistas quando deixaram a prisão de Yangon em que passaram mais de 500 dias detidos.

"Sou jornalista e vou continuar com meu trabalho", declarou Wa Lone, 33 anos. "Obrigado a todos os que me ajudaram e apoiaram, aqui e no exterior, durante estes dias em que ficamos na prisão", completou.

"Estamos extremamente contentes de que Mianmar tenha libertado nossos valentes repórteres", afirmou a Reuters em um comunicado.

"Desde sua detenção, há 511 dias, se tornaram símbolos da importância da liberdade de imprensa em todo o mundo. Celebramos seu retorno".

A ONU celebrou a libertação, que aconteceu no âmbito de um indultou, e a considerou um "passo para uma liberdade de imprensa maior e uma demonstração do compromisso do governo em favor da transição democrática em Mianmar".

A organização Anistia Internacional considerou a libertação uma "importante vitória para a liberdade de imprensa". A Human Rights Watch destacou que a "crise não acabou".

Durante o ano e meio que permaneceram detidos, os dois repórteres perderam importantes acontecimentos familiares, como o nascimento da filha de Wa Lone.

"Estamos muito felizes", afirmou Chit Su Win, esposa de Kyaw Soe Oo, 29 anos, à AFP.

A Suprema Corte havia rejeitado há algumas semanas o recurso dos jornalistas da Reuters. A condenação da dupla gerou uma onda de indignação internacional.

A investigação dos profissionais da Reuters venceu o prêmio Pulitzer, um dos principais do jornalismo. Eles também foram reconhecidos pela Unesco e designados, ao lado de vários companheiros de profissão, personalidades do ano de 2018 pela revista Time.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram condenados por infração à lei sobre segredos de Estado, que data da época colonial.

O caso virou um exemplo da guerra contra a liberdade de imprensa e motivou uma campanha internacional que atraiu a atenção da advogada especializada em direitos humanos Amal Clooney, que nesta terça-feira declarou ter sido uma "honra representar" seus clientes.

Os dois eram acusados de acessar documentos secretos relativos às operações das forças birmanesas de segurança no estado de Rakhine, no noroeste de Mianmar, palco de abusos contra a minoria muçulmana rohingya.

No momento de sua prisão, em dezembro de 2017, investigavam um massacre de rohingyas em Inn Din, uma localidade do norte do estado de Rakhine.

Desde então, o exército reconheceu que ocorreram excessos e sete militares foram condenados a 10 anos de prisão

Os dois jornalistas sempre alegaram que foram enganados.

Um dos policiais que depôs sobre o caso disse que a entrega dos documentos secretos foi uma "armadilha" para impedir que os jornalistas prosseguissem com seu trabalho.

Vários ativistas dos direitos humanos pediram à vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, líder de fato do governo birmanês, que utilizasse sua influência para que os jornalistas recebessem um indulto presidencial.

Mas até o momento ela se negou a intervir, alegando a independência da justiça.

Suu Kyi, muito criticada por seu silêncio sobre o drama dos rohingyas, chegou a justificar a prisão dos dois, "não porque são jornalistas, e sim porque infringiram a lei".

Advogados do PT disseram ter recebido a informação da Polícia Federal de que a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai liberar o petista para ir ao velório de seu neto Artur, de 7 anos, morto nesta sexta-feira, 1º, em decorrência de uma meningite meningogócica.

Segundo esses advogados, a defesa de Lula cogitava fazer o pedido diretamente ao Supremo Tribunal Federal, mas desistiu depois de ser informado de que a juíza já havia feito uma comunicação informal à PF sobre a liberação do ex-presidente. PF e Justiça Federal não se pronunciaram sobre o assunto.

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De acordo com os advogados petistas, a juíza está conversando com integrantes da PF e do Ministério Público Federal sobre a forma como será feita a liberação. Eles lembram que o STF já havia liberado Lula para ir ao enterro do irmão Vavá, em janeiro, mas com uma série de imposições. Na época, o ex-presidente recusou a proposta do ministro Dias Toffoli, presidente do STF, que anunciou a decisão quando o sepultamento de Vavá já estava em andamento.

Artur vai ser cremado neste sábado, 2, ao meio dia no Cemitério da Colina, em São Bernardo do Campo. Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a prioridade neste momento é a família de Artur. "Se o pessoal tiver o mínimo de bom senso Lula vai poder se despedir do neto e depois volta para a cadeia", disse Okamotto.

Setores da polícia esperam que, caso a Justiça autorize a saída do ex-presidente da superintendência de Curitiba, onde está preso desde abril, a decisão leve em conta o modelo estabelecido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, no caso da morte de Genival Inácio da Silva, irmão do ex-presidente, em janeiro. Pela decisão de Toffoli, Lula só poderia se encontrar com familiares numa unidade militar.

Na avaliação de agentes federais, a segurança de Lula só será garantida, agora, se a homenagem ao neto por parte do ex-presidente ocorrer em um lugar fechado. Eles consideram um risco o ex-presidente ir ao cemitério ou outro local de acesso ao público - especialmente de militantes do PT e partidos adversários.

Lula foi informado da morte do neto por Sandro Luis, que teve autorização da Polícia Federal para conversar por telefone com o pai.

Oito corpos dos jovens jogadores do Flamengo já foram liberados pelo Instituto Médico-Legal (IML) do Rio e poderão ser sepultados. Segundo a instituição, dois corpos ainda não foram identificados.

O IML também informou que os corpos identificados já foram retirados pelas famílias. O enterro do goleiro Christian Esmerio está previsto para as 12h deste domingo (10), no Cemitério de Irajá, na zona norte do Rio.

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Na página oficial do Flamengo na internet, o clube listou os nomes dos jogadores já identificados pelo IML: Arthur Vinicius de Barros Silva, Pablo Henrique da Silva Matos, Vitor Isaias Coelho da Silva, Bernardo Augusto Manzke Pisetta, Gedson Corgosinho Beltrão dos Santos, Athila de Souza Paixão, Christian Esmerio Candido e Rykelmo de Souza Viana.

A juíza Ana Helena Mota Lima Valle, da 26ª Vara Criminal do Rio, substituiu uma medida cautelar imposta ao ex-prefeito Eduardo Paes e ao engenheiro Daniel Eugenio Scuoteguazza Clerici. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público fluminense por suposta fraude em licitação para serviços de emergência médica durante a Jornada Mundial da Juventude, que levou o Papa Francisco ao Rio, em 2013.

Em uma primeira decisão, a magistrada havia proibido Paes, o engenheiro e outros denunciados pela Promotoria de saírem do País sem autorização da Justiça. Deslocamentos dessa natureza deveriam ser requeridos com, no mínimo, dois meses de antecedência.

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Na terça-feira (5) a juíza decidiu que ambos devem comunicar toda saída do território nacional por mais de 30 dias e comparecer a todos os atos para os quais for intimado.

A defesa de Eduardo Paes alegou que a medida que havia sido imposta inviabilizaria "sua rotina de trabalho, uma vez que é vice-presidente para América Latina da Companhia Multinacional BYD". Segundo os advogados do ex-prefeito, ele necessita "fazer viagens com curtos espaços de tempo".

Na decisão, a magistrada reconheceu que a medida dificultaria "o exercício de atividade laborativa".

"Considerando que não há indícios de que pretenda se furtar da instrução criminal e que a aplicação da medida visa melhor adequação da instrução criminal, defiro o requerido pela defesa e substituo a medida imposta pela medida de: comunicar ao juízo toda saída do território nacional, por mais de 30 dias e comparecer a todos os atos para os quais for intimado", decidiu.

Ana Helena Valle alertou que "o não cumprimento das medidas pelo denunciado ensejará a revogação da medida com aplicação de medida mais severa".

O advogado Marcelo Cruz, que defende Daniel Eugenio Scuoteguazza Clerici, argumentou à Justiça que o engenheiro, "semanalmente, viaja a Montevidéu onde reside sua família".

O defensor alegou ainda que uma "viagem de férias já se encontrava programada quando da imposição da medida cautelar". Ele apresentou documentos.

A magistrada, na decisão, anotou que "o pedido demonstra que o referido denunciado não pretende se furtar da instrução criminal e de eventual aplicação da lei penal".

"Autorizo o denunciado Daniel Eugenio Scuoteguazza Clerici a viajar semanalmente a Montevidéu-Uruguai, sem necessidade de comunicação a este Juízo, bem como a viajar no período compreendido entre 13 de fevereiro de 2019 a 03 de março de 2019", determinou.

"Diante do fato do referido denunciado residir parte do mês em Montevidéu-Uruguai, substituo a medida imposta pela medida de: comunicar ao juízo toda saída do território nacional por mais de 30 dias e comparecer a todos os atos para os quais for intimad, ressaltando que o não cumprimento das medidas pelo denunciado ensejará a revogação da medida com aplicação de medida mais severa."

Bloqueio de bens

No dia 22 de janeiro, a juíza Ana Helena Mota Lima Valle aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público. A magistrada determinou, de modo cautelar, o bloqueio de bens no valor de até R$7.434.466,51 do ex-prefeito Eduardo Paes, do ex-secretário de Saúde Hans Dohmann e de mais cinco investigados.

Segundo a denúncia do MP, houve "conluio entre todos os denunciados" para que as empresas Vida Emergências Médicas e Savior Medical Service ganhassem uma licitação no valor de R$ 8 milhões. Os outros denunciados são: João Luiz Ferreira Costa, Flávio Carneiro Guedes Alcoforado, Mario Luiz Viana Tiradentes, Leonardo Pan Monfort Mello e Daniel Eugenio Scuoteguazza Clerici.

Na decisão, a juíza destacou, com base na denúncia do Ministério Público do Rio, que os "os indícios trazidos nos autos apontam que, no dia 21 de junho de 2013, a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, por decisão pessoal do então prefeito, decidiu arcar com o custo de quase R$ 8 milhões, sem que houvesse previsão na lei orçamentária e mesmo tendo a iniciativa privada já contratado as empresas para a execução da prestação do serviço, que consistia em serviços médicos de unidades de atendimento pré-hospitalar fixo e móvel nos bairros de Copacabana, Glória e Guaratiba".

A juíza havia decidido ainda, na ocasião, que os denunciados mantivessem seus endereços atualizados nos autos e não se ausentassem do País sem autorização da Justiça, que deveria ser requerida com, no mínimo, dois meses de antecedência.

Com a Palavra, a defesa de Eduardo Paes

A reportagem está tentando contato com Eduardo Paes. O espaço está aberto para manifestação.

Com a palavra, Marcelo Cruz, que defende Daniel Eugenio Scuoteguazza ClericI

O advogado Marcelo Cruz entende que "a decisão encontra fundamento na legislação brasileira e está amparada pela farta documentação apresentada pelas defesas de Daniel e de Eduardo Paes". Segundo o criminalista, a defesa vai apresentar resposta à acusação em contraponto à denuncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, solicitando a absolvição sumária - o não prosseguimento da ação - do denunciado.

Promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro, a flexibilização das regras para a posse de armas deve ser estabelecida por decreto presidencial na próxima semana, segundo afirmou nessa terça-feira (8), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A minuta de decreto elaborada e encaminhada ao Palácio do Planalto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, prevê esclarecer o que é a "efetiva necessidade" para posse, que consta na lei como requisito.

Conforme membros do governo que participaram da elaboração da minuta, a legislação atual deixa espaço para "subjetividades" na hora de avaliar uma solicitação de posse. A ideia é fixar critérios mais objetivos.

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Pelo texto do Ministério da Justiça, o porte de armas fica de fora do decreto, porque depende de alteração legislativa, o que teria de passar pelo Congresso para poder vigorar. Na posse, a arma só pode ser mantida em casa ou dentro de estabelecimento comercial. Já com o porte, o cidadão poderia circular armado nas ruas. Ele também defendeu aumentar o limite de armas por cidadão.

Um dos pontos que já têm a aprovação de Moro e do governo, segundo a reportagem apurou, é o aumento do prazo de validade da autorização da posse de armas, dos atuais 5 para 10 anos.

Em reunião nesta terça no Planalto, outros ministros apresentaram sugestões para o decreto. Entre elas, foi citada a possibilidade de facilitar a posse de armas em zonas rurais para uso pessoal e para defesa em áreas isoladas. Moro fez uma apresentação sobre o texto ao conselho e a costura da versão final será feita na Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.

"Na reunião, o presidente Bolsonaro chamou a atenção para todos os compromissos de campanha que ele assumiu e disse que os ministros têm a tarefa de materializar essas promessas. A posse de armas é a primeira delas", disse Onyx Lorenzoni.

Na elaboração da minuta no Ministério da Justiça, Moro levou em conta não só os assessores da pasta como também um parecer da Polícia Federal. O órgão desempenha o papel de emitir parecer concordando ou não com a concessão da licença para ter o equipamento.

Ter a ficha criminal limpa e uma certidão de habilitação técnica para atirar, bem como apresentar exame psicológico, são alguns dos pontos enfatizados no texto. Não será incluída nenhuma exigência além do que já está previsto na lei.

Anistia

Na segunda-feira (7), após reunião com Bolsonaro e Onyx, um dos deputados mais influentes da bancada da bala no Congresso, Alberto Fraga (DEM-DF), disse que o presidente concordou com uma proposta de anistiar quem perdeu o prazo de renovar o registro de posse de arma de fogo. Segundo Fraga, o texto também poderá prever exclusão de comprovação de necessidade feita por um delegado da Polícia Federal.

Bolsonaro tem afirmado que a posse de arma aumenta a chance de legítima defesa e faz com que a segurança melhore no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foi aprovado, neste sábado (29), o lançamento de 80 games online na China, após um congelamento de aprovações validado desde março de 2018. A atitude estimulou empresas e jogadores, já que o país é o maior mercado de videogames do mundo.

Os títulos aprovados foram listados no site da Administração Estatal de Imprensa, Publicações, Rádio, Cinema e Televisão, entretanto, não incluem produções da Tencent Holdings. No trimestre de junho, a líder do mercado registrou a primeira queda nos lucros em mais de uma década. Desse modo, a empresa perdeu mais de 100 bilhões de dólares em valor de mercado.

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O agravamento das críticas aos games por conteúdo violento, e alegações que causam miopia e vício entre os jovens, fez com que a China resolvesse parar de aprovar novos jogos. De acordo com a imprensa estatal Xinhua, um comitê de ética em videogames online organizado pelas autoridades do país, já analisou 20 produções. Tal medida, aumentou as esperanças de que o governo possa retomar as aprovações congeladas há um ano.

O comitê solicitou a reformulação de 11 títulos para “eliminar o risco moral” e rejeitou os outros nove por conteúdo impróprio. Especialistas celebraram a decisão do Estado chinês. “Nós vemos isso como um passo progressivo com direções estratégicas mais prováveis de serem divulgadas até o final deste mês. Isso poderia ser seguido por um anúncio de cronograma de retomada das aprovações antes de meados de 2019”.

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