Tópicos | Lei de Acesso à Informação

Embora mostrem forte resistência na divulgação dos salários pela internet, pelo menos 11 presidentes de Tribunais de Justiça (TJs) do País ganham mais que o teto constitucional, também recebido pela presidente Dilma Rousseff (PT) - R$ 26.723,13. Nove Estados (Amazonas, Bahia, Acre, Paraná, Roraima, Piauí, São Paulo, Amapá e Tocantins) encaminharam à reportagem as cópias dos contracheques dos presidentes, conforme solicitado em questionário que incluía perguntas sobre número de servidores, gastos com combustível de carros oficiais e medidas tomadas para a aplicação da Lei de Acesso à Informação.

Nos casos de Sergipe, Paraíba e Maranhão, a informação foi obtida por meio da divulgação nominal na internet, nem sempre da forma mais clara. A planilha dos magistrados paraibanos, por exemplo, trocou as colunas referentes a valores líquidos e brutos. No Maranhão, o mecanismo de busca dificulta a vida do cidadão em busca dos vencimentos. Só na 17.ª lista é possível chegar ao salário do presidente do TJ.

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Embora considere a lei um "avanço pleno", o presidente do TJ paulista, Ivan Sartori, vê com preocupação a divulgação nominal no caso de alguns servidores. "Hoje estão sequestrando por causa de R$ 2 mil, R$ 3 mil. Temos servidores que trabalham e moram em área de risco." O salário bruto de Sartori é de R$ 31.096,85 (R$ 22.255,81 líquidos).

Para o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Henrique Nelson Calandra, a divulgação nominal pode causar constrangimentos. "Se colocam aqui outras situações, pessoas que ganham salários pequenos e que se sentem humilhados quando se divulga. Qual a mulher que vai querer namorar uma pessoa que ganha mal?", questionou Calandra, após reunião na quarta-feira com os presidentes dos TJs e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Os 32 ministros em exercício no Superior Tribunal de Justiça tiveram rendimentos no mês de junho superiores ao teto constitucional de R$ 26,7 mil, conforme a lista salarial divulgada pela corte no seu site ontem, em cumprimento à Lei de Acesso à Informação.

Na média, o vencimento bruto dos ministros foi de R$ 37 mil, ou R$ 29,7 mil líquidos. O tribunal informou que essa soma inclui as vantagens pessoais e eventuais dos ministros, o que, segundo interpretação jurídica de boa parte dos magistrados, não contam para efeito de teto. Mais de cem servidores do STJ, sob o mesmo argumento de incorporação de bonificações, também ganharam acima do limite constitucional.

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A discussão sobre a legalidade de ter rendimentos superiores ao que manda a Constituição - o teto é salário dos ministros do Supremo - ocorre desde que a limitação foi estabelecida, em 2005. Muitos órgãos do setor público passaram a usar o limite, mas os servidores quase sempre conseguem derrubá-los individualmente por meio de liminares.

No Superior Tribunal de Justiça, em seis casos, o contracheque ficou acima de R$ 50 mil, entre os quais o da corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, que recebeu R$ 62 mil brutos. O campeão do mês foi o ministro Massami Uyeda, com R$ 64,5 mil. Em todos os casos, o valor alto se deveu à antecipação de férias mais o abono de um terço a que todo trabalhador tem direito, segundo explicou o tribunal.

Os outros com salário gordo foram Napoleão Maia (R$ 58 mil), Teori Zavascki (R$ 58 mil), Antônio Ferreira (R$ 56 mil) e Ricardo Cueva (R$ 56 mil). O STJ foi o terceiro tribunal superior a divulgar a lista nominal de salários de todos os servidores, seguindo o exemplo do Tribunal Superior do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal.

O prazo do CNJ para a Justiça se adequar à lei terminou ontem. Mais de 80% dos tribunais não o cumpriram. Alguns pediram mais prazo, outros recorreram à lei para não divulgar nomes e a grande maioria alegou impossibilidade técnica para cumprir a norma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

O presidente da Câmara, Marco Maia, assinou nesta segunda seis atos regulamentando o funcionamento da Lei de Acesso à Informação na Casa. Segundo ele, a partir do próximo dia 31 estarão na internet os salários dos servidores e dos parlamentares, incluindo horas extras e outros benefícios. A Câmara vai divulgar o nome e os vencimentos de cada um.

De acordo com Maia, também passarão a ser divulgadas as notas fiscais apresentadas pelos deputados para obter ressarcimento por meio da cota de atividade parlamentar. Atualmente apenas o CNPJ dos fornecedores é informado.

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As informações que não forem divulgadas pelo site da Câmara poderão ser solicitadas à Casa. Haverá possibilidade de recursos caso a informação seja negada por alguma instância da Câmara.

Maia afirma que a Câmara fez um amplo estudo para evitar questionamentos legais sobre as medidas adotadas. Em relação aos salários, por exemplo, ele menciona que o Judiciário tem apoiado a divulgação de forma integral, mas ressaltou que sindicatos e servidores podem procurar a Justiça se desejarem fazer alguma objeção à divulgação.

De acordo com a assessoria da Câmara, já foram recebidos 1704 pedidos de informação durante os dois meses de vigência da nova lei. Desses, apenas 45 referiam-se a informações que não estavam na internet e somente 15 não foram atendidos integralmente.

A tendência é que o Senado adote uma regulamentação da Lei de Acesso à Informação semelhante à da Câmara.

 

Na reunião ordinária da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, realizada nesta terça-feira (29), foi lido o relatório do Projeto de Lei nº 915/12, que insere e adéqua a Lei de Acesso a Informação do governo federal, na esfera estadual de governo. A proposta, que também recebeu o aval da comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa, é de autoria do poder executivo e segue esta semana para votação no plenário da casa.

Após ler o relatório, o deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB) teceu comentários sobre a iniciativa do governador Eduardo Campos (PSB). “O governador há tempos que dialoga com a Lei Federal prezando pela transparência do poder público, em 2007, quando criou o Portal da Transparência e, em 2008, surgiu a Ouvidoria Geral do Estado. Com a Lei da Informação o cidadão poderá conferir, fiscalizar e acompanhar os gastos dos recursos públicos gerados pelo governo do estado”, declarou Costa Filho.

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Com a nova legislação, o cidadão poderá solicitar informações sobre a folha salarial de determinada secretaria do estado e levantar questionamentos sobre processos licitatórios e os gastos com obras públicas. A requisição receberá resposta no prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais 10.

No cenário federal, a Lei de Acesso a Informação entrou em vigor no dia 16 de maio. O seu texto determina que os três poderes (executivo, legislativo e judiciário) em todos os níveis de governo federal, estadual e municipal devem criar mecanismos em que serão prestadas informações de interesse público ou pessoal.

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia, foi a primeira entre os 11 ministros a divulgar o seu salário. Os seus rendimentos como integrante do STF são de R$ 26.723,13 brutos, chegando a R$ 17.877,49 o valor líquido. Ela também ganha benefícios por presidir as sessões do TSE: em maio, recebeu R$ 6.413,52 (RS 17.877,49 líquidos). O documento com o salário torna público o seu CPF e o número de sua conta bancária.  

Antes da casa deliberar sobre o assunto, a presidente decidiu publicar na internet os seus vencimentos como servidora pública, fazendo cumprir a Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor no dia 16 de maio. Os valores serão disponíveis mensalmente no site do TSE.

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A divulgação do contra-cheque dos outros ministros e funcionários ainda será discutida em sessão administrativa. Em decisão unânime, os ministros do STF decidiram na última terça-feira (22) dar acesso público às informações dos servidores e ministros, ativos, inativos e pensionistas. Durante a sessão, ficou acertado manter total transparência sobre a folha de pagamento e gratificações, sem nenhum tipo de restrição. A medida fica limitada ao STF e não vale pra outros Tribunais do Brasil.

Fazendo cumprir a Lei de Acesso à Informação, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai publicar nomes de servidores, salários e os benefícios de todos os ministros e ex-ministros. O caso foi decidido por unanimidade numa sessão administrativa extraordinária realizada no gabinete do presidente e ministro Carlos Aires Britto. O Tribunal segue a jurisprudência de uma decisão tomada pela corte em 2009, quando foi decidido divulgar na internet o salário e nomes dos servidores municipais de São Paulo.

Houve uma proposta inicial do Ministro Ricardo Lewandowski para ser publicado somente a matrícula dos servidores na intenção de manter a segurança.A ideia era de que o local de trabalho e benefícios estivessem associados ao número da matrícula. Se alguém quisesse mais informações detalhadas poderia enviar o pedido para o Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) do Tribunal.

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Como a maioria do Supremo defendia a transparência sem restrição, o ministro foi favorável à liberação das informações de pagamento aos servidores e magistrados. A decisão não se estenderá a outros tribunais neste primeiro momento. De acordo com o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, o poder judiciário tem autonomia sobre os procedimentos internos. “Há uma articulação para regulamentar todo o Judiciário, mas cada tribunal pode deliberar sobre o assunto”, comentou.   

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresentará, em 25 dias, um projeto de lei, semelhante ao do Executivo estadual, sobre a Lei de Acesso à Informação. A notícia foi dada pelo presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (PDT), durante a reunião plenária desta quinta-feira (16). Uchoa lembrou que a Casa já conta com um Portal da Transparência e com o “Fala Cidadão”, instrumento que funciona para o recebimento de denúncias e demandas da população através do contato telefônico.

De acordo com o presidente da Alepe, a Lei da Informação só entrará em vigor a partir do próximo ano, mas a sua regulamentação deve acontecer com celeridade. O presidente da Casa recomendou que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Tribunal de Contas de Pernambuco (TJPE) encaminhem um projeto semelhante à Alepe.

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O projeto de Lei de Acesso à Informação do Executivo estadual foi encaminhado ao Legislativo esta semana, a votação será em regime de urgência, em um prazo de 30 dias. A matéria estabelece que todas as informações produzidas ou custodiadas pelo poder público, e não classificadas como sigilosas, são públicas, ou seja, acessíveis a todos os cidadãos.

Atualmente, o Portal da Transparência e ouvidoria atendem a 60% desta demanda, mas o Estado deve se adequar para que todos os dados dos 85 órgãos estejam disponíveis para a população até 31 de dezembro deste ano. Já a Lei de Acesso à Informação Federal entrou em vigor nesta quarta-feira (16) e já recebeu mais de 700 solicitações. O prazo de resposta aos requerimentos é de 20 dias.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) deu o primeiro passo para que todas as informações públicas (desde que não sejam consideradas sigilosas) da administração estadual estejam disponíveis para a população. Em uma cerimônia realizada nesta terça-feira (15), na sede no Banco Central, o governador assinou e encaminhou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), em caráter de urgência, o projeto de Lei de Acesso à Informação.

Em seu discurso, o governador referiu-se à transparência como uma “premissa” da sua gestão, tanto que o assunto é previsto no Mapa da Estratégia administrativa desde 2007. “Entendemos como valor estratégico a aproximação do Estado com o cidadão para a sua transformação. Ele é quem banca esses custos e essa estrutura, então precisa ter as portas abertas para as informações”, afirmou.

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O projeto de lei do Executivo segue para a Alepe, um dia antes de entrar em vigor a Lei Federal N.º 12.572, de Acesso à Informação (LAI), que já está empregada em mais de 90 países. A LAI diz que todas as informações produzidas ou custodiadas pelo poder público - e não classificadas como sigilosas - são públicas e, logo, devem ser acessíveis a todos os cidadãos. Elas passam a ser obrigatórias nos sites das secretarias e órgãos do Executivo estadual, por exemplo.

De acordo com o secretário da Controladoria Geral do Estado, Djalmo Leão, Pernambuco já vem cumprindo 60% do que é exigido na lei, através do Portal da Transparência (criado em 2007) e da Ouvidoria Geral do Estado. Os outros 40% a serem cumpridos, segundo o secretário, são informações que tratam das ações e dos programas do governo, auditorias, convênios firmados, despesas, licitações, contratos, informações gerais dos servidores e perguntas frequentes. Se quiser, o cidadão pode solicitar uma informação ainda mais específica e a LAI impõe um prazo de 20 dias para a resposta.

Djalmo informou que o Estado conta, atualmente, com 63 ouvidorias em 85 órgãos. “Até o dia 31 de dezembro deste ano, 85 ouvidorias, uma para cada órgão, precisam estar funcionando. É o que determina a LAI. O prazo vale para todas as adequações da lei”, frisou o secretário. Ele ainda observou que o projeto assinado por Eduardo Campos é focado apenas no Executivo estadual e que cada poder deverá encaminhar o seu próprio projeto. “Além de prevenir a corrupção, é uma melhoria no processo de gestão”, completou.

O governador Eduardo Campos (PSB) reúne, nesta terça-feira (15), com os secretários e gestores da administração direta e indireta para apresentar as diretrizes da Lei de Acesso à Informação, que entra em vigor no dia 16 de maio. O evento acontece às 11h, no auditório do Banco Central, na rua da Aurora, bairro de Santo Amaro, área central do Recife.

Eduardo também encaminhará à Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe) o Projeto de Lei para regulamentação da Lei de Acesso à Informação no âmbito do Poder Executivo estadual. A Lei de Acesso à Informação estabelece que todas as informações produzidas ou custodiadas pelo poder público, e não classificadas como sigilosas, são públicas, ou seja, acessíveis a todos os cidadãos.

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À noite, o governador participará do lançamento do ConVida Suape, projeto que atenderá a uma população de 100 mil habitantes em uma cidade planejada com o objetivo de transformar o Porto de Suape em uma HUB Internacional de Negócios. A cerimônia será realizada no Teatro Santa Isabel, bairro de Santo Antônio, área central do Recife, às 19h.

O Senado aprovou hoje, por maioria de votos, o projeto de lei do Executivo que regulamenta o acesso às informações oficiais, com as modificações feitas pelos deputados. O texto aprovado fixa o prazo máximo de segredo dos documentos em 50 anos, eliminando a hipótese de sigilo eterno.

"É preciso deixar bem claro que a Lei de Acesso à Informação não será voltada apenas ao passado, mas também para o cidadão saber controlar como estão sendo investidos os recursos do governo", afirmou o senador Walter Pinheiro (PT-BA), cujo parecer havia sido aprovado em três comissões temáticas antes de seguir ao plenário.

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Em 47 artigos, o projeto descreve os procedimentos para que União, Estados e municípios garantam o acesso dos cidadãos a informações públicas. A proposta prevê três níveis de classificações de documentos: ultrassecretos, que terão prazo de sigilo de 25 anos, secretos, com sigilo de até 15 anos, e reservados, que serão abertos após cinco anos. Esses prazos poderão ser renovados apenas uma vez. Pela legislação em vigor, o sigilo dos documentos ultrassecretos é de 30 anos.

De acordo com o projeto, as informações ultrassecretas são aquelas que podem por em risco a defesa e a soberania nacionais.

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