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O Senado Federal deu posse, nesta sexta-feira (17), a Carlos Fávaro (PSD-MT), terceiro colocado na eleição de Mato Grosso em 2018. A titular da vaga, Juíza Selma (Podemos-MT), foi cassada pela Justiça Eleitoral e tirada oficialmente do cargo na quinta-feira (16), após uma sobrevida de quatro meses no cargo.

Por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, Carlos Fávaro ocupará o cargo até a realização de uma nova eleição para a vaga, ainda sem data marcada. Havia um pleito agendado para o dia 26 de abril, agora adiado por causa da pandemia do novo coronavírus.

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O senador Eduardo Gomes (MDB-TO) deve apresentar no dia 3 de março o relatório sobre a perda de mandato da senadora Juíza Selma (Podemos-MT). Ele é o relator do ofício no qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina a perda de mandato da senadora por caixa 2 e abuso do poder econômico nas eleições de 2018.

Eduardo Gomes notificou a colega nesta quinta-feira (13) e afirmou que vai seguir todos os ritos processuais. A senadora terá dez dias úteis, a partir desta sexta-feira (14), para apresentar a defesa do seu mandato. 

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Decisão

Em dezembro, por 6 votos a 1, os ministros do TSE confirmaram a cassação do mandato da senadora, decidida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso. A decisão também alcança os suplentes. A chapa teria contratado uma empresa de publicidade para fazer material de pré-campanha e de campanha antes do período eleitoral, com uso ilícito de meios de comunicação.

Além disso, pagamentos foram feitos à margem da contabilidade da campanha, diz o acórdão. A Justiça Eleitoral também convocou nova eleição ao Senado em Mato Grosso para o dia 21 de abril.

*Da Agência Senado

 

O senador Eduardo Gomes (MDB-TO) vai relatar o ofício no qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina a perda de mandato da senadora Juíza Selma (Podemos-MT) por caixa 2 e abuso do poder econômico nas eleições de 2018.

Em reunião da Mesa do Senado nesta quarta-feira (12), o advogado de Juíza Selma, Gustavo Guedes, informou aos senadores que há embargos de declaração no próprio TSE e que recorrerá também ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele pediu que a perda de mandato só ocorra após a análise de admissibilidade desse recurso extraordinário. O colegiado deve decidir na próxima reunião, agendada para o dia 3 de março, se espera os recursos ou se dá sequência ao processo de cassação da senadora.

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A justificativa da defesa é que, uma vez declarada a vacância do cargo, o candidato imediatamente mais bem votado na eleição assumirá interinamente, até que seja empossado o senador escolhido em nova eleição, como determinou o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. Com isso, caso Juíza Selma consiga provar inocência no STF, o estado de Mato Grosso acabaria tendo quatro senadores no mandato, o que não é possível. A decisão de Toffoli, atendendo as arguições de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) 643 e 644, tem caráter liminar (medida cautelar) e precisa ser confirmada pelo Plenário do STF.

Momento

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ao deixar a reunião, esclareceu que a Constituição prevê um ato declaratório da perda do mandato, e que o Senado não tem poder de deliberar sobre a decisão da Justiça Eleitoral.

Já o senador Lasier Martins (Podemos –RS) explicou que o debate entre os senadores levou em conta o momento de se acatar a decisão, e não seu mérito. Ele contou que a Mesa deve ouvir o relatório de Eduardo Gomes e só aí decidir se vai esperar ou não o trânsito em julgado para determinar a perda do mandato.

— O que está sendo discutido é o momento da perda do mandato, uma vez que ainda cabem embargos e recurso extraordinário ao Supremo. Por uma questão de prudência, estamos vendo qual é o momento mais adequado.

Alguns senadores, como ele, defendem ser melhor esperar a admissibilidade do recurso extraordinário ao Supremo.

— Havendo a possibilidade de recurso, por uma questão de prudência, seria melhor esperar. Ainda há uma perspectiva, por mínima que seja, de que lá na frente  ela prove inocência — defendeu Lasier.

Decisão

No dia 10 de dezembro, por 6 votos a 1, os ministros do TSE confirmaram a cassação do mandato da senadora, decidida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso. O acórdão foi publicado oito dias depois. Os suplentes da chapa, o empresário Gilberto Possamai e Clerie Fabiana Mendes, também tiveram perda de mandato. A chapa teria contratado uma empresa de publicidade para fazer material de pré-campanha e campanha antes do período eleitoral, com uso ilícito de meios de comunicação. Além disso, pagamentos foram feitos à margem da contabilidade da campanha, diz o acórdão.

A Justiça Eleitoral, ao declarar a perda do mandato de Juíza Selma, também convocou nova eleição ao Senado em Mato Grosso no dia 21 de abril.

Processo 

Pelo Regimento Interno do Senado (art. 32), a perda de mandato por determinação da Justiça Eleitoral é declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer senador, ou de partido político representado no Congresso Nacional, e é assegurada ampla defesa.

Independentemente do momento em que será aberto o processo no Senado — se antes ou depois do trânsito em julgado —, o rito começa com a Mesa Diretora estando ciente da determinação de perda do mandato. A partir disso, a senadora será citada e pode, se desejar, exercer sua defesa perante a Mesa no prazo de dez dias úteis, conforme previsto no Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal.  

Esgotado o prazo sem apresentação de defesa, há a nomeação de defensor dativo para fazê-la no mesmo prazo. Recebida a defesa da senadora ou advogado dativo, será aberto prazo de até cinco dias úteis para que o relator profira seu voto, nos termos do Código de Ética e Decoro Parlamentar. A Mesa, então, marcará uma próxima reunião para apreciar o relatório. Por último, o Plenário será comunicado da decisão tomada pela Mesa, com publicação do Diário Oficial da União e no Diário do Senado Federal.

Outros assuntos

Antes de debater o caso da senadora Juíza Selma, a Mesa Diretora aprovou cerca de 138 pedidos de informação a serem enviados a ministros. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, quer saber do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quais medidas o governo já planejou diante do surto do coronavírus. Já a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) quer saber do ministro da Economia, Paulo Guedes, detalhes sobre a desoneração para o mercado de defensivos agrícolas. Houve também pedidos de informação sobre operação e composição societária de emissoras de rádio e TV. De acordo com Lasier Martins, a votação se deu em bloco e o debate sobre os atos referendados pela Mesa durou cerca de 40 minutos.

*Da Agência Senado

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato da senadora juíza Selma (Podemos-MT) repercutiu entre os integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na reunião desta quarta-feira (11), parlamentares saíram em defesa da colega, acusada de uso de caixa 2 e de abuso poder econômico. Juíza Selma teve o mandato cassado por 6 votos a 1 no plenário do TSE na terça-feira (10). 

O primeiro a se manifestar foi Major Olimpio (PSL-SP), que disse que a parlamentar “transborda credibilidade” e está sendo vítima de uma “sórdida conspiração” por sua atuação firme contra corruptos poderosos de Mato Grosso enquanto era magistrada. Segundo ele, o julgamento ocorreu de uma forma e rapidez sem precedentes na história eleitoral do país. 

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“Ela tomou essa condenação exatamente por ser a juíza e parlamentar que a população brasileira quer”, afirmou. 

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR), por sua vez, disse que a senadora é muito maior que um eventual erro histórico que possa retirá-la da vida pública. Para ele, Selma é uma “fortaleza de decência, dignidade e coragem”. Ele destacou a posição, no julgamento pelo TSE, do ministro Luiz Edson Fachin, que abriu divergência e foi o único voto contrário à cassação. 

“Mais uma vez o ministro Edson Fachin honrou a toga. Bastaria aqui eu subscrever o voto dele. Tenho esperança de que um recurso extraordinário ao Supremo  possa reverter a situação. Não se pode tirar da vida pública quem tem enorme contribuição a oferecer ao país. Não se trata de cassar uma senadora, mas de milhares de eleitores e suas esperanças”, opinou. 

Lasier Martins (Podemos-RS) foi outro que se mostrou indignado. O senador disse acreditar que a questão não está totalmente resolvida, diante da possibilidade de recurso ao STF. Ele também disse estar impressionado com a rapidez do processo de condenação. 

“Um fator que me impressiona muito é a celeridade. Em sete meses, o caso foi a julgamento. Gostaria de ver o mesmo comportamento do TSE com outros políticos, cujos processos estão lá há anos. Esse julgamento de ontem fere a todos nós que admiramos uma juíza que deixou a magistratura para atender um apelo de seu eleitorado. Acho que a questão não está totalmente resolvida”, destacou. 

Acusação

Além de Juíza Selma, também receberam a punição o primeiro e a segunda suplente da chapa, Gilberto Possamai e Clerie Mendes. Prevaleceu entendimento do relator, ministro Og Fernandes, pela manutenção da decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), que já havia condenado o grupo em abril. Ficou decidida ainda a realização de nova eleição para senador em Mato Grosso. 

Após o anúncio da decisão do TSE, a senadora divulgou um comunicado dizendo que está sofrendo as consequências de seu trabalho no combate à corrupção durante sua atuação na magistratura.

Veja a nota à imprensa divulgada pela senadora:

A senadora Juíza Selma recebeu a notícia sobre sua cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com equilíbrio, respeito e serenidade, mas com a convicção de que, mesmo diante de tudo, ela e todos que defendem o combate à corrupção saíram vitoriosos.

Apesar das vontades políticas terem prevalecido no seu julgamento, a parlamentar acredita que o resultado traz uma lição muito importante sobre a necessidade da luta diária para livrar o país de corruptos.

A senadora agradece a todos os parlamentares e seguidores das suas redes que prestaram apoio e solidariedade nesse momento, principalmente àqueles que compreendem que nesse processo ela foi alvo de perseguições políticas, e, por ter sido eleita, sofreu as consequências pelas ações desempenhadas durante sua atuação na magistratura de Mato Grosso.

*Da Agência Senado

 

Na véspera do julgamento que pode cassar seu mandato, a senadora Juíza Selma (PODE-MT) fez um discurso emocionado na tribuna do Senado, nessa segunda-feira )(2), e admitiu que pode perder o cargo. Com voz embargada, a parlamentar que era chamada de "Moro de saia" na campanha afirmou que há pressão política na Justiça Eleitoral contra ela.

"A gente pode até prever que o resultado não seja o resultado positivo, mas eu penso de qualquer forma que o resultado disso tudo é positivo. Qualquer resultado vai trazer uma mensagem positiva para todos nós", disse Selma.

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A parlamentar negou que haja constrangimento por ser processada e afirmou acreditar em sua "luta" contra a corrupção. Selma é juíza aposentada.

A senadora teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso (TRE-MT) por suspeita de receber caixa 2 no valor de R$ 1,2 milhão durante a campanha do ano passado. O caso começará a ser julgado pelo TSE nesta terça-feira (3). A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge deu parecer pela cassação.

"Ainda que eu saia, eu tenho certeza que todos os dias a minha oração vai ser dirigida a vocês e que vocês vão ter força, talvez mais ainda do que eu estando aqui, vocês vão ter muita força para lutar contra tudo isso", discursou Selma, com voz embargada, dirigindo-se aos senadores Styvenson Valentim (PODE-CE) e Eduardo Girão (PODE-CE).

No mês de abril, em entrevista ao Broadcast Político, a parlamentar admitiu que "errou" ao não ter declarado gastos feitos antes do período oficial de campanha, mas nega que a prática tenha sido ilegal. Ela argumenta que a legislação não a obrigaria a declarar gastos feitos antes de ser oficialmente candidata.

Nesta segunda, a senadora declarou que "a justiça vai prevalecer" se os ministros do TSE analisarem o processo "com técnica". A sessão da Corte Eleitoral em que o caso deve ser julgado está marcada para as 19h.

A senadora Juíza Selma (PSL-MT) apresentou uma emenda ao projeto de lei dos partidos que abria brecha para beneficiá-la em processo eleitoral que pode resultar na cassação do seu mandato. Após ser questionada pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre a inclusão, a senadora recuou e retirou a sugestão da emenda.

Se a proposta da senadora fosse acatada, não apenas os partidos, mas também os candidatos seriam beneficiados com regras mais brandas de punições e fiscalização pela Justiça Eleitoral. Os candidatos, por exemplo, poderiam refazer suas prestações de contas enquanto eventual processo contra eles não tiver sido julgado em última instância.

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A senadora teve o mandato cassado pelo TRE do Mato Grosso por suspeita de caixa 2 no valor de R$ 1,2 milhão na última campanha eleitoral. O caso, porém, ainda não foi julgado pelo TSE, o que permite que ela continue exercendo o mandato. Na semana passada, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, chegou a dar parecer pela cassação da senadora - que é juíza aposentada e se elegeu com a alcunha de "Moro de saias".

'Sem sanção'

A reportagem consultou dois advogados, dois procuradores eleitorais e um especialista em contas partidárias sobre a emenda proposta pela senadora. Todos disseram que, da forma como foi a apresentada, a emenda poderia favorecê-la, uma vez que as novas regras alcançariam contas já prestadas, mas que ainda não tiveram julgamentos encerrados. Uma autoridade a par do processo, sob condição de anonimato, traduziu: "É como se tudo que fosse considerado caixa 2 pudesse ser incluído como caixa 1 'sem cominação de sanção a partido ou candidato'".

Selma negou que a mudança teria impacto no processo que responde no TSE. Segundo a assessoria de imprensa da ex-juíza, ela havia sugerido a inclusão da emenda "com o objetivo de dar um sentido geral ao texto". A deputada afirmou, ainda, que o fato de apresentar uma emenda não significa concordância com o conteúdo do polêmico projeto de lei. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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