Senadora conhecida como 'Moro de saia' pode ser cassada
A Juíza Selma é suspeita de receber caixa 2 no valor de R$ 1,2 milhão durante a campanha do ano passado e o Tribunal Superior Eleitoral começa a julgar o caso nesta terça (3)
Na véspera do julgamento que pode cassar seu mandato, a senadora Juíza Selma (PODE-MT) fez um discurso emocionado na tribuna do Senado, nessa segunda-feira )(2), e admitiu que pode perder o cargo. Com voz embargada, a parlamentar que era chamada de "Moro de saia" na campanha afirmou que há pressão política na Justiça Eleitoral contra ela.
"A gente pode até prever que o resultado não seja o resultado positivo, mas eu penso de qualquer forma que o resultado disso tudo é positivo. Qualquer resultado vai trazer uma mensagem positiva para todos nós", disse Selma.
A parlamentar negou que haja constrangimento por ser processada e afirmou acreditar em sua "luta" contra a corrupção. Selma é juíza aposentada.
A senadora teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso (TRE-MT) por suspeita de receber caixa 2 no valor de R$ 1,2 milhão durante a campanha do ano passado. O caso começará a ser julgado pelo TSE nesta terça-feira (3). A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge deu parecer pela cassação.
"Ainda que eu saia, eu tenho certeza que todos os dias a minha oração vai ser dirigida a vocês e que vocês vão ter força, talvez mais ainda do que eu estando aqui, vocês vão ter muita força para lutar contra tudo isso", discursou Selma, com voz embargada, dirigindo-se aos senadores Styvenson Valentim (PODE-CE) e Eduardo Girão (PODE-CE).
No mês de abril, em entrevista ao Broadcast Político, a parlamentar admitiu que "errou" ao não ter declarado gastos feitos antes do período oficial de campanha, mas nega que a prática tenha sido ilegal. Ela argumenta que a legislação não a obrigaria a declarar gastos feitos antes de ser oficialmente candidata.
Nesta segunda, a senadora declarou que "a justiça vai prevalecer" se os ministros do TSE analisarem o processo "com técnica". A sessão da Corte Eleitoral em que o caso deve ser julgado está marcada para as 19h.