Números divulgados, ontem, pelo IBGE, desta feita envolvendo a indústria nacional, refletem, mais uma vez, de forma dura, os efeitos da maior crise política do País nos últimos 50 anos, com profunda repercussão na economia, que está em frangalhos, com empresas indo à falência, fechando e desempregando em massa.
A indústria nacional mostrou sua quarta queda mensal em setembro, puxada pelo freio na produção de veículos. Na comparação com agosto, o recuo foi de 1,3%. Considerando apenas o mês de setembro, essa baixa é a maior da série histórica, que teve início em 2003. Já em relação a setembro do ano passado, a retração foi ainda maior, de 10,9%, a maior desde abril de 2009, quando chegou a 14,1%.
Em 12 meses, a atividade fabril acumula baixa de 6,5%, a mais forte desde dezembro de 2009, que registrou queda de 7,1%. No ano, de janeiro a setembro, a queda registrada pelo setor é de 7,4%. Os números foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mais uma vez, a indústria automobilística segue empurrando o indicador para baixo de um mês para o outro. Esse setor mostrou queda de 6,7%, acumulando, no ano, perdas de 15,9%. Também contribuíram para que o resultado geral da indústria fosse negativo: máquinas e equipamentos (-4,5%), metalurgia (-3,1%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,2%), entre outros.
Alguns segmentos conseguiram alcançar números positivos. É o caso, por exemplo, da produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que avançou 3,5%. Na análise dos tipos de produtos fabricados, os bens de consumo duráveis sofreram queda de 5,3%, influenciados pela "menor produção de automóveis, ainda afetada pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas". Também mostrou resultado negativo o setor produtor de bens intermediários (-1,3%).
Na contramão, aumentou a produção de bens de capital (1,0%) e de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (0,5%). De setembro de 2014 para 2015, a maioria dos segmentos registrou queda, com destaque também para as atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuaram 39,3%.
O resultado foi "pressionado pela redução na produção de automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, carrocerias para ônibus e autopeças". Na outra ponta, com resultados positivos em relação a setembro de 2014, estão as indústrias extrativas (2,6%), "impulsionadas pelos avanços nos itens minérios de ferro em bruto.
CASSAÇÃO– Vice-líder do Governo na Câmara dos Deputados, o deputado Sílvio Costa disse, ontem, acreditar que o Conselho de Ética optará por abrir o processo de cassação por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Infelizmente, a cassação, caso aconteça, deverá ficar para o ano que vem. Mas em abril teremos uma nova eleição para presidente da Câmara", prevê Costa, que se transformou no inimigo número um de Cunha.
Forasteiro em Bonito – Entre os mais de 20 parlamentares que tentarão trocar nas eleições do ano que vem a Assembleia Legislativa por prefeituras hoje ingovernáveis, o deputado Clodoaldo Magalhães (PSB), já no terceiro mandato, decidiu disputar a Prefeitura de Bonito, no Agreste Setentrional, com apoio velado do prefeito Rui Barbosa (PSB). O engraçado é que Clodoaldo atua na Zona da Mata e só conseguiu se inserir na política daquele município recentemente influenciado pelo próprio, que o apoiou na reeleição.
Pacto ameaçado– A violência voltou a assombrar o Estado. Segundo dados iniciais da Secretaria de Defesa Social, em outubro foram registrados 377 homicídios, um incremento de 32,2% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro, teriam sido registrados 3.174 assassinatos em todo o Estado, número que supera os 3.102 homicídios apontados em 2013. Os dados preliminares serão consolidados nos próximos 15 dias, mas evidenciam a necessidade de uma revisão urgente do Pacto pela Vida, principal programa do Governo do Estado na área de segurança pública.
Rebatendo FHC – A vereadora Marília Arraes (sem partido) criticou duramente a entrevista do ex-presidente FHC ao DP. Nela, o tucano afirmou que Miguel Arraes, avô de Marília, havia apoiado a reeleição dele, em 1998. Arraes morreu em 2005. "Foi um comentário descarado. Fernando Henrique Cardoso ofendeu uma pessoa que não está aqui para se defender. Foi uma ofensa sem tamanho e que tem que ser reparada", disse a parlamentar.
Teobaldo em alta– Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias do exercício de 2016, o deputado Ricardo Teobaldo (PTB) foi recebido, ontem, pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Ministro da Fazenda, quando discutiu a inclusão no anexo de metas e prioridades da União e as emendas individuais apresentadas por deputados e senadores. Outro ponto em discussão foi a redução da meta para R$ 43,8 bilhões em 2016, sendo R$ 34,4 bilhões de responsabilidade do Governo e R$ 9,4 bilhões dos Estados, o Distrito Federal e municípios. O projeto original do Executivo previa superávit primário total de R$ 126,7 bilhões.
CURTAS
SEMINÁRIO– O Partido Republicano promove o seu seminário regional do Pajeú em Serra Talhada no próximo dia 20. A chamada Tribuna 22 contará com a presença do secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, e dos principais líderes do G-11, o movimento de oposição ao prefeito Luciano Duque (PT), candidato à reeleição. O evento será realizado no distrito de Bernardo Vieira.
ALÔ, CARUARU! – Na minha agenda de lançamentos dos livros Reféns da seca e Perto do coração, estarei, hoje, em Caruaru, às 19 horas, na Associação Comercial e Industrial, antecedido por um debate sobre a conjuntura nacional com o senador Douglas Cintra e o publicitário José Nivaldo Júnior. Amanhã, será a vez de Petrolina, às 19 horas, no restaurante Da Villa.
Perguntar não ofende: Lula vai ganhar a batalha judicial contra a revista Veja?