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O movimento #Metoo na França se volta, agora, para o artista espanhol Pablo Picasso, problematizado pelas ativistas feministas, que descrevem o pintor como um "minotauro" e um "gênio violento" que destruiu a vida de suas companheiras.

Esta é a tese de um podcast premiado, criando no ano passado por Julie Beauzac, formada em arte, que já teve mais de 250.000 downloads.

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E também é a versão da jornalista Sophie Chauveau, que repetiu no podcast a visão apresentada no livro "Picasso, le Minotaure" ("Picasso, o minotauro", em tradução livre), de 2017.

O livro denuncia "o controle irresistível e devastador do gênio sobre todos aqueles que o amavam", explicou Chauveau à AFP.

Um gênio e, ao mesmo tempo, um homem "violento e destrutivo".

"Obviamente que o #MeToo afetou o artista, e este podcast prova isso", disse à AFP a nova diretora do Museu Picasso de Paris, Cécile Debray.

"O ataque é mais violento, porque Picasso é a figura mais famosa e popular da arte moderna. Um ídolo que deve ser derrubado", acrescentou, defendendo que "o tema deve ser abordado com muitas nuances e prudência".

Já o Museu Picasso de Barcelona entrou no caminho de revisão da figura do artista. A instituição acaba de concluir a oficina "Reduzir a libido do minotauro: confrontamos a masculinidade picassiana" e também prepara um simpósio internacional sobre o tema para o mês de maio.

"Esta reflexão sobre Picasso, e o olhar feminista, ou feminino, sobre sua obra são um debate eminentemente atual, que não deve ser evitado e que não deve virar uma caricatura", disse o diretor da instituição, Emmanuel Guion, à AFP.

Ao mesmo tempo, "é importante procurar pessoas competentes" para guiar esta discussão, completa.

Picasso teve oito relacionamentos mais ou menos longos e estáveis. Duas dessas companheiras, Marie-Thérèse Walter e Jacqueline Roque, cometeram suicídio, anos após a morte do pintor.

As mulheres estimularam as transições artísticas de Picasso, encorajando-o a buscar novos rumos, os quais marcaram, por sua vez, a história da arte contemporânea, segundo especialistas.

Picasso conquistou mulheres jovens, mas as acusações de abuso são "afirmações sem referências históricas, aproximadas e anacrônicas", afirma Debray.

"Picasso praticamente não deu entrevistas e, certamente, nenhuma sobre sua vida pessoal", lembra Olivier Picasso, neto do artista, à AFP.

"É por meio das obras que podemos traçar o roteiro afetivo, com obras mais violentas, outras mais ternas", explica.

Em 1907, por exemplo, Picasso pintou um retrato da colecionadora e escritora Gertrude Stein, que incentivou Picasso quando ele tinha 19 anos e era desconhecido em Paris. Stein era lésbica, e seu retrato foi um autêntico parto artístico para Picasso.

A tese do professor americano Robert Lubar, da Universidade de Nova York, que participou de cursos do Museu Picasso de Barcelona, é que o artista não conseguia pintar uma personagem muito forte para ele, a antítese da mulher como objeto de contemplação artística, ou de posse sexual.

Esta luta "revela o confronto ansioso do artista (...) com a questão da diferença sexual", explicou Lubar em um ensaio de 1995, considerado um dos pontos iniciais da atual revisão histórica de Picasso.

Para outros especialistas, porém, como o artista e biógrafo Gilles Plazy, o retrato foi apenas uma luta interna, exclusivamente artística, de Picasso. Nessa abordagem, ele não conseguia pintar o rosto de Stein, porque sentia que precisava mudar de rumo.

Foi depois deste quadro que Picasso produziu uma de suas obras mais famosas: "As senhoritas de Avignon" (1907), um retrato de um grupo de prostitutas que explodiu no cenário de arte e deu espaço ao cubismo.

Mobilizadas novamente nas ruas de México, Argentina e Chile, as feministas latino-americanas mantêm a pressão sobre seus governos, decididas a conseguir avanços concretos contra a violência de gênero e a favor do aborto.

Em 19 de fevereiro, milhares de mulheres argentinas se concentraram mais uma vez em frente ao Congresso de Buenos Aires. Foi a primeira mobilização do ano a favor da legalização do aborto, um tema que querem que seja debatido rapidamente pelos legisladores.

"Desta vez será histórica!", diz Mabel Gabarra, advogada e fundadora da Campanha pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito, uma demanda que não parou de crescer há uma década e que agora está no centro do debate político.

Depois que o Senado argentino rejeitou a legalização do aborto, em agosto de 2018, as feministas contam agora com a renovação parcial da Câmara Alta nas eleições de dezembro, que deram maioria à coalizão do presidente de centro-esquerda Alberto Fernández.

O presidente declarou reiteradas vezes sua opinião favorável à modificação da lei - que atualmente só autoriza o aborto em caso de estupro ou em caso de risco de vida para a mãe -, mas sem mencionar a legalização desta prática.

"A história dos movimentos feministas mostram que as mobilizações devem impor um equilíbrio de poder, é preciso manter a pressão", afirma a historiadora Lissell Quiroz-Pérez, especialista em América Latina e em feminismo da Universidade de Rouen (França), que destaca a enorme mobilização das argentinas nos últimos anos sobre temas feministas.

No Chile, palco há mais de quatro meses de uma mobilização sem precedentes contra a desigualdade social, salpicada por violência policial, incluindo casos de agressão sexual, as feministas se envolveram nos protestos.

Em 25 de novembro, as jovens do coletivo LasTesis realizaram em Santiago a performance "Un violador en tu camino" (Um estuprador no seu caminho), em que denunciaram as faltas do Estado, da Justiça e da Polícia na luta contra a violência de gênero.

- "Políticas eficazes" -

Ainda que a partir de uma mobilização gigantesca, o país tenha adotado em 2017 uma lei para descriminalizá-lo nos casos de risco de vida para a mãe, estupro e inviabilidade do feto, "no Chile ainda não temos uma lei contra a violência de gênero, ainda existe um Parlamento que não compreende a importância de erradicar este tipo de violência", explicou Claudia Dides, diretora da ONG feminista Miles.

O hino do LasTesis deu volta ao mundo e esteve presente na manifestação de 19 de fevereiro em Buenos Aires, outra demonstração da multiplicação de pontes entre os movimentos feministas latino-americanos nos últimos anos, embora os contextos sejam às vezes muito diferentes.

Se as mulheres no Uruguai, em Cuba e na Cidade do México podem abortar livremente, as da América Central enfrentam leis antiaborto especialmente duras.

Em outros lugares, onde o acesso é restrito, as feministas estão lutando para promover a causa. Na Colômbia, por exemplo, o Tribunal Supremo deve se pronunciar até o fim do mês sobre uma possível legalização.

No México, a chegada ao poder, no final de 2018, do primeiro governante de esquerda havia dado às feministas a esperança de que o tema da violência contra a mulher fosse levado mais em conta.

Infelizmente, as estatísticas assustadoras - mais de mil feminicídios em 2019, segundo as autoridades - e os assassinatos recentes de uma mulher e de uma criança revelaram mais uma vez as deficiências das instituições e de um governo completamente superado.

As feministas mexicanas reivindicaram ao presidente Andrés Manuel López Obrador "políticas públicas eficazes para combater a violência contra as mulheres". O mesmo lema foi ouvido no Peru, onde o número de feminicídios em 2019 foi o mais alto em uma década.

"Os movimentos feministas na América Latina são muito dinâmicos, alertam, se mobilizam com mais força" do que em outras partes, destaca Lissell Quiroz-Pérez, que lembra a aprovação de "leis pioneiras" em vários países da região sobre paridade, feminicídio e violência de gênero.

"Mas na prática, sua aplicação se vê obstruída pelo machismo das instituições", acrescentou.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez elogios à Monarquia e questionou as comemorações em homenagem à Proclamação da República, que completa 130 anos nesta sexta-feira (15). "Não estou defendendo que voltemos à Monarquia mas... O que diabos estamos comemorando hoje?", questionou, em uma sequência de posts no seu perfil no Twitter.

Segundo o ministro, a proclamação foi uma "infâmia" contra o então imperador D. Pedro II, a quem classificou como um dos melhores gestores e governantes da história mundial. Dom Pedro II cedeu o comando do Brasil em 15 de novembro de 1889 a Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do País.

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Weintraub também provocou o movimento feminista, convidando-o a uma reflexão: "O Império teve seus dois principais atos assinados por mulheres educadas, inteligentes e honestas! Elas nos governaram bem antes de Dilma (Rousseff)", escreveu, em referência a Imperatriz Maria Leopoldina e a Princesa Isabel.

Em um terceiro post, Abraham Weintraub divulgou foto na qual aparece em reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. "Qual a melhor forma de 'comemorar' o primeiro golpe de estado no Brasil? TRABALHANDO!", afirmou.

Em cartaz com "Fête de famille", Catherine Deneuve diz que não se vê como ícone do cinema e que adora surpreender, longe da imagem sofisticada que pode transparecer, e principalmente não hesita em assumir posições controversas, especialmente para defender Roman Polanski.

"Ícone do cinema? Francamente, não penso que eu seja isso. Muitas vezes ouço isso, muito por meio de jornais, revistas, fotos, mas só isso", declarou a estrela do cinema francês, cuja carreira começou há mais de 60 anos, em entrevista à AFP.

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"Também há o fato de eu estar muito ligada a Yves Saint Laurent, por isso essa imagem mais sofisticada. Mas francamente não, como atriz, eu não sou assim. É apenas uma imagem", acrescenta.

Ela também diz que gosta de surpreender "em papéis um pouco inesperados", e que "nem tudo esteja escrito com antecedência".

"Quero coisas que sinto que ainda não fiz", explica Catherine Deneuve, que se prepara para filmar em outubro o próximo filme de Emmanuelle Bercot "De son vivant", com Benoît Magimel.

Em "Fête de famille", de Cédric Kahn, um drama familiar misturado com comédia, ela interpreta Andréa, uma mãe que recebe seus três filhos por seu aniversário na casa da família: sua filha mais velha instável e imprevisível Claire (Emmanuelle Bercot), e seus filhos Vincent (Cédric Kahn), de vida resolvida, e Romain (Vincent Macaigne), cheio de projetos caóticos.

A chegada de Claire, a quem ela não vê há três anos, vai perturbar essa reunião de família, resultando em tempestades e acertos de contas.

"O que eu gostei foi o roteiro, que achei extraordinário, com personagens que realmente existem", contou a atriz de 75 anos, que diz "adorar filmar com escritores, com cineastas que escrevem seus roteiros".

Este ano ela estreou os filmes "L'Adieu à la nuit", de André Téchiné, e "La Dernière folie de Claire Darling", de Julie Bertucelli, além de ter aberto na quarta-feira o Festival de Veneza no papel de uma atriz "muito excessiva" em "La Vérité", do japonês Hirokazu Kore-Eda.

O Festival de Veneza este ano está sendo marcado pela presença polêmica em competição do último filme de Roman Polanski, "J'Accuse", sobre o caso Dreyfus, cuja exibição oficial será esta noite.

- "Excessivo" -

Como o fez em outras ocasiões, a estrela não hesita em se indignar com as críticas das feministas contra a presença em competição do cineasta franco-polonês, acusado de estupro em 1977 de uma adolescente de 13 anos.

"Acho incrivelmente violento e totalmente excessivo", reagiu.

"O tempo passou", afirmou sobre o diretor de 86 anos, com quem filmou em 1965 "Repulsa ao sexo", estimando que "a maioria das pessoas não sabe a realidade de como as coisas aconteceram".

Enquanto se prepara para presidir na próxima semana o Festival de Cinema americano de Deauville, Catherine Deneuve também defende Woody Allen, cujo último filme, "Um dia de chuva em Nova York", que não chegou a ser lançado nos cinemas devido a antigas acusações de agressão sexual, abrirá o evento.

"É o mesmo, é incrível", disse a atriz, afirmando que aceitaria, com certeza, filmar com o cineasta em um projeto que lhe convenha.

Nos Estados Unidos, "eles rapidamente disseram 'é o fim, banido', é preciso sair do país, sair da cidade, sair do cinema", lamenta a atriz, que também se posicionou contra-corrente do movimento #Metoo no início de 2018, assinando com cem mulheres um artigo defendendo "a liberdade de importunar". Ela então pediu desculpas às "vítimas de atos hediondos".

Para ela, "é preciso fazer a diferença entre o cineasta e a pessoa".

"As feministas têm uma visão limitada", considerou.

"Não empregaria mulheres com o mesmo salário", "você não merece ser estuprada", "talvez nós homens nos sintamos intimidados pelo crescente papel da mulher em nossa sociedade". Essas foram algumas das declarações, tidas como machistas, proferidas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, que ocuparam as principais páginas dos jornais brasileiros nos últimos anos.

Os posicionamentos dividem opiniões e geralmente figuram nos debates da oposição, que cobra do governo maior responsabilidade e decoro. Mas o que pensam as mulheres? O LeiaJá foi à nona edição das Marcha das Vadias do Recife para ouvir a percepção delas em relação aos posicionamentos do Planalto.

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O lendário ator francês Alain Delon, sete vezes em disputa em Cannes, mas nunca premiado, receberá neste domingo (19) uma Palma de Ouro Honorária, apesar dos protestos de associações feministas que o acusam de violência de gênero.

O ícone do cinema francês receberá este prêmio pelo conjunto de sua carreira das mãos de sua filha Anouchka.

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O prêmio provocou polêmica antes mesmo do início do festival. Um grupo de feministas acusou o ator de ser "racista, homofóbico e misógino", de acordo com os termos da associação americana Women and Hollywood, baseando-se em declarações que ele fez no passado.

Uma petição com mais de 25.000 assinaturas pediu aos organizadores do concurso que "não o homenageassem".

"Não deve haver homenagem aos agressores", reagiu o coletivo francês Osez le Féminisme. "#MeToo não nos ensinou nada? Exigimos que o Festival de Cinema de Cannes se recuse a homenagear um agressor misógino".

No jornal francês JDD, o ator acusou seus detratores de "inventarem declarações".

"Eu não sou contra o casamento gay, eu não me importo: as pessoas fazem o que querem. Mas eu sou contra a adoção por duas pessoas do mesmo sexo (...) Eu disse que tinha batido em uma mulher? Sim. E eu teria que acrescentar que recebi mais golpes do que dei. Nunca assediei uma mulher em minha vida".

"Querem me colocar o rótulo de extrema direita porque eu expliquei que era amigo de (Jean-Marie) LePen desde o Exército. Não, eu sou de direita, ponto final", continuou.

Denunciando uma "polícia política", o diretor geral do festival, Thierry Frémaux, defendeu o ator: "Alain Delon tem o direito de pensar o que pensa", afirmou, estimando que "é difícil julgar com a perspectiva de hoje coisas feitas ou ditas" no passado. "Nós não estamos lhe dando o Prêmio Nobel da Paz", disse.

Embora tenha aceitado receber esta Palma de Ouro Honorária, o ator, de 83 anos, manteve uma relação de altos e baixos com o Festival de Cannes.

- "Nunca mais" -

Ele esteve em La Croisette pela última vez em 2013, para a exibição de uma cópia restaurada de "O Sol por Testemunha" de René Clément, "seu mestre absoluto", depois de ter apresentado em 2010 uma versão restaurada de "O Leopardo".

Antes, porém, recusou-se por 10 anos a colocar os pés no festival, indignado por não ter sido convidado, como Jean-Paul Belmondo, para as comemorações do 50º aniversário da mostra, em 1997.

Em 1961, pisou no tapete vermelho pela primeira vez com "Que alegria de viver!", de René Clément, em competição, retornando em 1962 com "O Eclipse" de Michelangelo Antonioni, Prêmio do Júri. Em 1963 esteve de volta com "O Leopardo" de Luchino Visconti, vencedor da Palma de Ouro.

Mas em 1976, quando apresentou "Cidadão Klein" de Joseph Losey, o filme não foi bem recebido, o que irritou o ator.

Em 1990 esteve em competição com "Nouvelle vague" de Jean-Luc Godard, quando se reconciliou com La Croisette.

Depois se seguiram anos de tensão, que inclusive o levaram a dizer em 2006 que "nunca mais" subiria a escadaria do Festival.

Um ano depois desta declaração, voltou a Cannes, convidado para a 60º edição do Festival. "Somente os imbecis não mudam de opinião!", declarou na ocasião.

O grupo feminista Pussy Riot reivindicou a autoria da invasão de campo durante a final da Copa do Mundo de 2018, entre França e Croácia. A banda de punk é crítica do regime de Vladimir Putin na Rússia.

Em 2012, integrantes do Pussy Riot chegaram a ser presas após protestar contra o presidente em uma igreja ortodoxa de Moscou.

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Segundo uma nota divulgada pelo grupo, a invasão tinha como objetivo cobrar a libertação de presos políticos e criticar a opressão do governo Putin contra opositores.

A polícia diz que três mulheres e um homem foram presos por causa da invasão, que ocorrera no segundo tempo da partida.

Da Ansa

A libertação de um estuprador em série apesar dos relatórios advertindo para o risco de reincidência provocou incredulidade nesta quinta-feira (3) na Espanha, ainda abalada pelo caso chamado "La Manada".

As imagens do agressor deixando a prisão de madrugada, após ser condenado a uma pena de 23 anos, dominavam os programas matutinos da televisão do país.

Cobrindo o rosto com um capuz, o homem, condenado por 15 agressões sexuais com uma faca e duas tentativas, executados em Barcelona (nordeste) entre 1997 e 1998, lamentava o dano causado e assegurava estar recuperado.

"Os programas (de reabilitação) existentes para pessoas que cometeram o meu crime são efetivos se elas quiserem. Se não quiserem, é claro que continuará igual. E eu consegui", afirmava diante das câmeras que o esperavam.

Entretanto, a Promotoria ativou um protocolo de vigilância especial em sua saída após receber um aviso dos serviços penitenciários do "risco moderado ou alto de reincidência", o que causou temor especialmente no bairro de Verneda, em Barcelona, onde morava.

Nesta quinta-feira à tarde, coletivos feministas convocaram uma manifestação na área indignados com a libertação. Sua condenação total era de 167 anos, mas a sentença estipulava que o tempo máximo de prisão era de 20 anos.

"Convocamos todos a se mobilizarem contra a libertação do chamado 'estuprador de Verneda', não reabilitado e que supõe um risco para as mulheres do nosso bairro", afirmaram as entidades convocadoras.

- Máxima sensibilidade -

A libertação ocorre em pleno debate na Espanha sobre agressões sexuais devido à polêmica condenação do caso de "La Manada". Cinco homens de entre 27 e 29 anos foram acusados de estuprar em grupo uma jovem de 18 anos durante as festas de São Firmino de Pamplona em 2016.

O tribunal os condenou a nove anos de prisão por "abuso sexual" ao invés de "agressão sexual", tipificação correspondente ao estupro que requer o uso da violência e intimidação, ao entender que a vítima não resistiu aos abusos.

Inclusive, um dos três juízes do tribunal advogou pela absolvição dos cinco jovens, qualificando a ação, gravada em vídeo pelo grupo, como "atos sexuais em um ambiente de bagunça e festa".

A sentença gerou indignação na sociedade, especialmente entre os coletivos feministas que, em 8 de março, se lançaram maciçamente às ruas durante uma greve de mulheres para reivindicar uma igualdade real de direitos.

Representantes de todos os partidos políticos mostraram sua desconformidade com o veredicto e o governo apresentou uma reforma do código penal, enquanto centenas de mulheres se solidarizavam com a vítima nas redes sociais revelando os abusos sexuais sofridos com a hashtag #cuéntalo.

- Um problema comum -

Mas no caso do "estuprador de Verneda", a advogada das vítimas não culpa o sistema judiciário, mas os serviços penitenciários, que foram incapazes de reabilitar o preso.

"As vítimas sentem inquietação, angústia, não querem reviver isso", assegurou à AFP María José Varela.

"Mas essas manifestações não nos levam a lugar nenhum", advertiu, assegurando que o estuprador já "cumpriu seu castigo".

"O que acontece agora? Quando estava na prisão parece não ter sido reabilitado. Algo está falhando", denunciou.

"Aqui na Catalunha tenho lidado com vítimas de estupradores múltiplos e todos saíram com o mesmo relatório de não reabilitação", afirma, destacando que no ano anterior um desses condenados reincidiu poucos meses depois.

Uma situação similar foi vivida na França, país vizinho, onde um homem condenado por estupro de uma menor de idade em 1996 foi detido na noite de segunda para terça-feira por ter estuprado e matado na semana anterior uma menina de 13 anos perto de Lille.

A moda tem sido usada como meio de comunicação, demonstração de poder, questionamento e quebra de limites e limitações desde que o ser humano começou a cobrir o corpo com vestimentas. Os assuntos que fazem parte da agenda da sociedade também pautam a moda. Não é novidade ver o feminismo como mote para as passarelas e, sobretudo, para as ruas.

O tema vem sendo trabalhado por estilistas há um bom tempo e, recentemente, parece ter ganho maior vulto sobrepondo o ‘simples’ ato de vestir-se. A busca pelo empoderamento vem modificando o que as mulheres vestem e, para algumas, esta é uma maneira de tornar o feminismo mais inteligível para muita gente.

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No início do século 20, Coco Chanel revolucionou a moda colocando no guarda roupa das mulheres calças - até então exclusividade para homens - e bolsas a tiracolo, para que as mãos delas ficassem livres. Muito além disso, Chanel criou sua própria marca, inaugurou lojas e trouxe ao estilo de se vestir uma atitude de independência e altivez.

Décadas mais tarde, em 2016, a recém-contratada diretora criativa da Dior, Maria Grazia Chiuri - a primeira mulher a ocupar a posição -, surpreendeu ao levar para a passarela, na Semana de Moda de Paris, uma camisa branca com a frase "We should all be feminists" (Todos devemos ser feministas).

Um caminho sem volta 

No ano seguinte, Chiuri voltou ao tema, no mesmo evento, com uma coleção inspirada nas cores da artista feminista Saint Phalle; já em 2018, a estilista relembrou as manifestações feministas da década de 1960, nas passarelas. O designer Prabal Gurung também lançou mão das frases de efeito, na Semana de Moda de Nova York (2017), e desfilou camisetas estampadas com as máximas: “O futuro é feminino” e “É assim que uma feminista parece”, inspiradas na Marcha das Mulheres contra Trump, realizada naquele ano.

Também inspirada nas mulheres que marcharam contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a designer Karina Gallon, de Curitiba, criou uma camiseta para ir para a Marcha das Mulheres, em sua cidade, no dia 8 de março de 2017. Da motivação pessoal da paranaense surgiu a Peita, uma marca que, segundo ela, expressa valores e que serve como gatilho para a discussão de certos temas. "Peita é fazer camisetas que sejam ferramentas de enfrentamento e expressão para peitar a sociedade no cotidiano", explica.

As frases 'Lute como uma garota', 'Depois do não tudo é assédio', 'Meu corpo é político' e 'Mulher, solta a tua voz', estão estampadas não só em camisetas, mas em bolsas e até bodies para bebês. "Vendemos roupas que todos possam usar, com frases em português, que todo alfabetizado possa ler e com letras grandes para que as pessoas leiam a mensagem de longe. Nossas peças são camisetas normais, em cores neutras, justamente para não ter gênero, onde a frase é a 'diva do rolê', o protagonismo na peça é todo dela."

Mas, apesar da estética simples, as peças são carregadas de significados que acabam sendo usados nos mais diversos contextos: "Nosso discurso não é vazio, a mulher e o empoderamento feminino são sempre a frente das nossas criações e nossas ações. As nossas camisetas falam tanto com ativista, como com simpatizantes e com quem não faz ideia do que é o feminismo, mas que de alguma forma concorda com o que tá ali. É a nossa luta diária e não é de hoje."

A resposta desta "luta" Karina tem recebido através das pessoas que usam as camisetas. "O maravilhoso disso tudo é pensar alguns cenários para as frases e depois, no feedback das pessoas, ver elas representando e significando em um contexto que eu não havia pensado ou que jamais pensaria. Aliada às experiências de quem veste a peita, a frase ganha força, ganha vida e o movimento ganha espaço", reflete.

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Esse retorno também é sentido pela estilista Thaissa Becho, do Rio de Janeiro. Ela faz moda praia em lycra, com o colorido néon e os cortes super cavados da década de 1980, e é para
todas as mulheres. "Desde a minha primeira coleção, em outubro de 2016, foi muito importante a troca das pessoas em relação ao meu material, muita gente agradeceu, muitas mulheres vieram me dizer o quanto se sentiram representadas e felizes vendo pessoas diferentes naquelas fotos". As fotos a que Thaissa se refere são as de seu portfólio, que traz mulheres com os mais diversos tipos de corpos, cor de pele, pêlos ou a ausência deles, tudo de modo a mostrar que qualquer uma pode caber naquelas peças. 

A ideia para este trabalho surgiu depois de Thaissa atuar por cerca de seis anos em uma indústria de moda repleta de padrões: "Me incomodava ter só mulheres altas, brancas e loiras no material gráfico da empresa e na conversa. Pensei em abrir esse leque de muitas possibilidades que temos na vida e fazer todas as pessoas se sentirem um pouco representadas em cima daquela estética", explica.

E a estilista queria mais que representação: "Eu queria que mulheres de todos os corpos pudessem ser abraçadas pela minha comunicação, pelo meu produto. Isso sempre fez parte do meu discurso, faz parte de quem eu sou". Dois anos após a estreia de sua marca homônima, Thaissa comemora o sucesso através da satisfação de quem usa suas peças: "Tenho uma troca muito visceral com os meus clientes, as maravilhosas que vestem minhas peças, todo mundo que veste de modo geral se sente ótimo com as cavas, se sente ótimo de ver que é possível aquilo ficar muito lindo no seu corpo".

Também embasadas no empoderamento e no feminismo estão as criações da Ada, marca de Porto Alegre. "O feminismo é objeto de estudo de uma das sócias desde 2010. Desde então o fato da indústria da moda se utilizar da fragilidade feminina para lucrar era algo que lhe trazia desconforto, o que acabou por gerar uma vontade de fazer diferente", explica Melina Amaro Knolow, uma das responsáveis pela marca que está no mercado desde 2016.

Para dar luz à luta das mulheres, geralmente negligenciadas pela história, e inspirar quem "lê" as roupas, a ADA batiza suas peças com nomes de figuras femininas - o próprio nome da marca homenageia a inventora do primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina, Ada Augusta Byron King. Além disso, a empresa emprega diretamente apenas mulheres: "Acreditamos que pequenas ações podem desencadear grandes movimentos", diz Melina.

“Feminismo não é moda”

Muito embora o diálogo entre o feminismo e o que se veste, esteja cada vez mais fluente, as estilistas ouvidas pelo LeiaJá concordam que esta continua sendo uma causa, não uma tendência. "Moda simboliza um monte de padrão, 'o que está na moda', 'o que não está na moda'. É uma palavra que já feriu bastante gente, então prefiro dizer que minha marca é de vestuário. Ela reflete o que eu sou: eu sou feminista, quero uma vida mais inclusiva para todas as mulheres, que elas se sintam cada vez mais confortáveis. Acredito nisso. para mim, moda feminista não existe", diz Thaíssa.

A criadora da Peita, Karina, endossa: "Esse é um termo capitalista que trata toda a opressão que milhares de mulheres sofreram durante toda a história como moda passageira, só uma fase. O capitalismo é uma ferramenta do patriarcado para manipular. Nesse caso, tenta reduzir as mulheres a roupas e acessórios. Eles monetizam o movimento e o tratam como algo passageiro e fashion". Melina, da ADA, reforça o coro: "Não acreditamos que uma roupa pode empoderar as mulheres. O feminismo é um dos pilares da marca porque acreditamos na libertação das tendências da moda."

*Fotos: Reprodução/Facebook

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Em segundo lugar nas pesquisas de intenções de votos para a Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ganhou uma homenagem o MC Reaça. O funk foi compartilhado, nesta quarta-feira (11), pelo deputado estadual do Rio de Janeiro e filho do presidenciável, Flávio Bolsonaro, que aproveitou para agradecer pela música.

O funk exalta Jair Bolsonaro como capitão da reserva e não poupa críticas aos adversários políticos do deputado, às mulheres que são feministas e a partidos de esquerda. “Dou para CUT pão com mortadela e para as feministas ração na tigela, as minas de direita são as top mais belas, enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela”, diz trecho da música.

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As deputadas federais Maria do Rosário (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Luciana Genro (PSOL) e o deputado Jean Wyllys (PSOL) são citados no funk. Além deles, o também presidenciável Ciro Gomes (PDT) é chamado de “zé ruela” e a deputada Manuela D'Ávila pré-candidata pelo PCdoB é apontada como alguém que “paga de comuna e mente a vera, mas vai para Nova York quando pode”. 

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Militantes feministas francesas reagiram nesta quarta-feira (10) à defesa feita por um grupo de cerca de cem mulheres, entre elas a atriz Catherine Deneuve, ao direito dos homens de "importunar", acusando-as de desprezar as vítimas de violências sexuais.

"Cada vez que se avança para a igualdade, apesar de meio centímetro que seja, há almas boas que imediatamente alertam que podemos cair no excesso", afirmam as signatárias de um texto postado no site francetvinfo.

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Esse texto é uma resposta à manifestação divulgada na véspera no jornal francês Le Monde, no qual um grupo de mulheres alerta contra uma volta ao "puritanismo" como uma das consequências do escândalo do produtor de cinema americano Harvey Weinstein.

"Na França, todos os dias, milhares de mulheres são vítimas de assédio. Milhares de agressões sexuais. E centenas de estupro", recordam o novo grupo formado por cerca de trinta mulheres, entre elas a militante Caroline de Haas e várias jornalistas.

Para elas, as mulheres que assinaram o texto publicado no Le Monde, "misturam deliberadamente uma relação de sedução baseada no respeito e prazer com a violência".

Consideram que a maior parte das personalidades citadas no jornal francês são "reincidentes em termos de defesa de criminosos pedófilos ou apologia do estupro e utilizam sua visibilidade midiática para banalizar a violência sexual", além de "desprezar o fato de que milhões de mulheres sofram ou tenham sofrido este tipo de violência".

Em março passado, Deneuve, de 74 anos, gerou polêmica ao defender na televisão o cineasta Roman Polanski, acusado de ter estuprado uma menor há mais de 40 anos nos Estados Unidos, e assegurar que o cineasta certamente não sabia que a jovem tinha 13 anos.

"Sempre gostou de meninas novas. Sempre achei que a palavra estupro era excessiva", afirmou Deneuve.

"Com este texto tentam voltar a impor o tabu que começamos a levantar. Não conseguirão", enfatizaram as signatárias do novo protesto.

Referindo-se ao movimento que nasceu na França #Balancetonporc ("Delate teu porco", similar ao #MeToo), o grupo concluiu que "os porcos e seus aliados têm motivos para se preocupar. Seu velho mundo está a ponto de desaparecer".

O grupo do qual Deneuve, além de alertar para o "puritanismo" que se instalou após o caso Weinstein, considera ainda "legítima a conscientização sobre a violência sexual exercida contra as mulheres, sobretudo no âmbito profissional".

Mas, também afirmam, "esta libertação do discurso se transforma hoje no contrário: somos intimadas a falar como se deve, a silenciar o que irrita, e aqueles que se recusam a cumprir tais injunções são considerados traidores, cúmplices!"

Há homens que foram "sancionados no exercício de sua profissão, obrigados a se demitir, quando seu único erro foi ter tocado um joelho, tentado ganhar um beijo, falar de coisas 'íntimas' durante um jantar profissional, ou ter enviado mensagens de conotação sexual a uma mulher que não sentia uma atração recíproca", asseguram, falando de uma "onda purificadora".

"Enquanto mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo", afirma o coletivo, acrescentando que defende "uma liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual".

O artigo considerado antifeminista provou reações no mesmo dia de sua publicação.

Em um tuíte, a ex-ministra francesa dos Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, lamentou "esta estranha angústia de deixar de existir sem o olhar e o desejo dos homens, que leva mulheres inteligentes a escrever enormes asneiras".

"Este é um artigo para defender o direito de agredir sexualmente as mulheres e para insultar as feministas", denunciou ainda Caroline de Hass.

A "Osez le féminisme!", associação feminista da França, convocou uma manifestação em Paris contra uma retrospectiva organizada pela Cinémathèque em homenagem ao cineasta franco-polonês Roman Polanski, acusado por várias mulheres de agressões sexuais. 

O protesto está previsto para ocorrer nesta segunda-feira (31) a partir das 18h30 do horário local (16h30 de Brasília) em frente à instituição, onde o diretor de 84 anos irá assistir ao seu último longa, "Based on a true story".

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A Cinémathèque disse que não irá cancelar a exibição da retrospectiva. "Fiel aos seus valores e à sua tradição de independência, a Cinémathèque não pretende ser substituída por qualquer justiça", afirmou a instituição presidida pelo diretor Costa-Gavras, denunciando um pedido de "censura".

Uma petição cobrando o cancelamento da homenagem a Polanski já reúne mais de 26 mil assinaturas. 

Feministas brasileiras entregaram anteontem um pedido para que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA), intervenha em projetos antiaborto em tramitação no Brasil. Em reunião da Comissão em Lima, as mulheres protocolaram solicitação de medida cautelar com pedido de liminar por "grave violação de direitos humanos das mulheres".

O pedido inclui ainda visita dos membros da comissão ao Brasil e audiência temática em outubro, quando o grupo se reunirá novamente em Montevidéu. A entrega da solicitação em Lima foi feita pela ONG Mulher Sem Violência.

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No Senado, por exemplo, tramita a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29, que prevê proibir o aborto em qualquer circunstância. Já na Câmara tramita o "Estatuto do Nascituro", que prevê proibir o aborto em caso de estupro e pena para quem "induzir a praticar aborto".

Pesquisa financiada pela Secretaria Especial de Políticas para a Mulheres revelou que, entre 2013 e 2015, mais da metade das mulheres que procuraram o aborto legal não foi atendida.

Um grupo de feministas foi detido nesta quarta-feira (8) em Moscou em frente ao Kremlin, após exibirem uma faixa proclamando: "Os homens estão no poder há 200 anos, acabemos com isso!".

O site OVD Info anunciou que sete feministas, incluindo duas jornalistas do jornal de oposição Novaya Gazeta e uma fotógrafa, foram levados para uma delegacia de polícia para interrogatório.

A advogada de defesa dos direitos humanos Mari Davtyan disse em sua página no Facebook que oito feministas foram presas. Uma das ativistas, a artista Yekaterina Nenasheva, postou um vídeo no Facebook que mostra as feministas em frente ao Kremlin.

"As feministas de Moscou e São Petersburgo que ocuparam o Kremlin as saúdam neste 8 de março", escreveu Nenasheva. A bandeira feminista refere-se à imperatriz Catarina, a Grande, última líder mulher da Rússia e morta em 1796.

De acordo com o canal independente TV Rain, as feministas também carregavam cartazes proclamando "Uma mulher para presidente" e "Nós somos maioria".

Em uma mensagem de vídeo por ocasião do dia dos direitos das mulheres, o presidente Vladimir Putin declarou que os homens russos "vão fazer tudo o que podem" a favor "das nossas mulheres amadas".

Um vídeo inédito, em que aparece o ator Domingos Montagner, divulgado nesta última quinta-feira (6), no Youtube pelo Fundo de Investimento Social ELAS - órgão não-governamental luta pelos direitos feministas - tem emocionado os internautas.

A cena foi gravada há dois anos e consiste em uma campanha de conscientização sobre os direitos da mulher, por meio da instituição que luta pela causa desde 2000. No vídeo, o ator ressalta o apoio à causa e a importância da mulher no mundo: “A mulher muda a realidade, muda um país, muda um mundo. Eu apoio. E você?", diz ele.

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Domingos faleceu de forma trágica neste último mês, em Canindé de São Francisco, em Sergipe. Confira o vídeo:

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Neste sábado (11), começaram as atividades da I Etapa da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett, no Recife. O projeto terá duração de seis meses e pretende potencializar a militância feminina em prol do emponderamento das mulheres. Os encontros serão realizados em um sábado por mês, das 9h às 17h, no Sindicato dos Bancários, localizado no bairro da Boa Vista, área central da cidade.

“A necessidade de implantação da Escola nasceu de formar mulheres para que elas ganhem autonomia na militância feminista”, explicou uma das organizadoras da escola, Bruna Leite. Segundo Bruna, o projeto também visa, além de explicar a teoria do movimento, a necessidade de ativar a militância de rua. “Por isso é importante que as mulheres ocupem o espaço público”, disse. Após as aulas, todas as participantes irão realizar uma caminhada pelo bairro da Boa Vista.

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Uma das inscritas para participar das aulas de formação feminista foi a estudante Natália Lopes, de 26 anos. A jovem explicou que se descobriu feminista pelas redes sociais, mas que algo precisava complementar suas leituras virtuais. “O que eu encontrava na internet já não estava me satisfazendo mais”, disse. Graduada em engenharia, Natália contou, também, que sua área é muito machista e que pretende lutar contra isso. “Saber que você está fazendo alguma coisa, principalmente dentro do cenário político atual, é muito importante. Por isso que quero, além de aprender com a teoria, trocar experiências com as meninas”, espera.

A bióloga Juliana Sierpe Moreira, de 32 anos, foi convidada a participar das aulas dadas pela escola. “Sempre fui a favor desses ideais e estou aqui porque as mulheres precisam saber sobre seus direitos, devem ir atrás e deles e, principalmente, terem voz”, afirmou. Até o término do curso, Juliana ressaltou que pretende “atuar mais na militância feminista”.

O sistema de aulas é baseado na pedagogia de Paulo Freire, sustentando a ideia de que o espaço de rua também é local de aprendizado. Segundo a organização, não são permitidos homens participando das aulas. “Os homens já têm acesso privilegiado às informações, então precisamos acolher essas mulheres que são vulneráveis”, explicou Bruna. 

Para participar, a coordenação da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett pede a contribuição de R$ 5, porém quem não puder doar o valor também pode participar o curso. O valor é empregado nas refeições compostas por café da manhã e almoço. 

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O futebol tem sim espaço para discussões sociais. Não é só o que acontece dentro do gramado que vira pauta de debate entre clubes e torcedores. O Sport, através das redes sociais, demonstrou que uma agremiação esportiva pode contribuir com ideais e compartilhar opiniões entre seus seguidores. Através do Facebook, o Leão lançou uma campanha de combate à violência contra a mulher, diante do monstruoso caso da jovem estuprada por cerca de 30 criminosos. Mas entre centenas de elogios à publicação, alguns internautas criticaram a ação do Rubro-Negro na web.

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Com a mensagem “Sport é para todos – O corpo da mulher não”, a postagem arrancou elogios do público. “Parabéns pela campanha. Orgulho do meu time quando estrapola o futebol e trabalha por um mundo melhor”, escreveu um torcedor. Outro usuário acredita que a atitude do Sport deve ser seguida por outros clubes. “Por uma cultura de futebol menos machista! Por uma cultura de futebol sem cultura de estupro! Por um mundo mais igualitário entre e para homens e mulheres!”, opinou. Mas entre os comentários, algumas interpretações não aprovaram a postagem. ”Esse símbolo é do movimento abortista... Façam uma postagem em defesa das mulheres, mas sem usá-lo, por favor”, escreveu um usuário do Facebook. “Feminismo no Sport não”, postou outro torcedor. Algumas postagens ainda fizeram menção à palavra estupro:

 

Imagem postada

De acordo com a diretoria de comunicação do Sport, a postagem reflete a posição social do clube em defesa dos direitos das mulheres e contra qualquer tipo de violência. Segundo o clube, a imagem divulgada não tem nenhuma relação com movimentos e sim é uma forma de simbolizar o respeito às mulheres. 

Uma das organizadoras do Grêmio Anárquico Feminazi Essa Fada, Geisa Agrício, acredita que todas as empresas ou clubes devem segui o exemplo do Sport. Ele também esclareceu que a imagem não representa a legalização do aborto, e sim defende a equidade de gêneros e o respeito aos direitos das mulheres.

“Direitos humanos é uma coisa que todo mundo precisa fazer. Eu não preciso ser gay para defender o direito LGBT. Também não preciso ser pró-aborto para combater a cultura da violência contra mulher, contra a cultura do estupro. Claro que existem camadas de discussão no feminismo em que queremos sim a legalização do aborto, porque é a mulher que decide pelo seu corpo. Defender direito não quer dizer abraçar todas as ideias daquele movimento. A gente tem que fazer um processo de reflexão que vai muito além de tudo. Apoiar a violência contra mulher é básico, todas as empresas deveriam fazer. O Sport se posicionar a favor da mulher não quer dizer que o clube é a favor do aborto”, explicou Geisa.

Ainda de acordo com a feminista, os comentários contra o feminismo merecem repúdio. “Acho que são comentários ignorantes, como se o feminismo fosse uma bandeira que causa mal a alguém. É uma pauta que não tem lado contra. O lado contra é até feio. O que precisa ser desmistificado é o termo que coloca o feminismo contra os homens. Não conheço nenhuma vítima do feminismo”, opinou.

Além do Sport, outros clubes do futebol brasileiro reforçaram a campanha contra violência. Internacional, Grêmio e Palmeiras foram alguns desses times.

Com suas saias de tule rosa-chiclete, suas rendas e outros floreios, as japonesas propagam uma moda açucarada que conquistou artistas americanos, mas que irrita as feministas.

O estilo popular batizado de "kawaii" (meigo), um adjetivo usado normalmente para crianças, mescla os conceitos tradicionais japoneses de pureza, inocência e a estética das bonecas e mascotes idolatrados, como a gatinha Hello Kity.

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Existe há mais de 40 anos no Japão, mas sua expansão internacional alcançou uma nova dimensão com adesões por parte de estrelas americanas.

Katy Perry, Lady Gaga e Ariana Grande fizeram suas esta estática simbolizada no pop japonês por jovens ídolos como Kyary Pamyu Pamyu.

O espetáculo de mulheres com arquinhos de orelhas de gato, saias com volume e camisetas estampadas com doces de morangos ou personagens de desenhos animados não é do agrado do mundo todo.

As feministas ocidentais consideram o estilo brega e infantilizador.

"Disfarçar uma mulher de criança é convertê-la em uma personagem inofensiva, impotente e digna de condescendência", exaspera a colunista do jornal britânico The Guardian Hadley Freeman.

"Uma mulher se vestir como boneca não significa que ela queira que a tratem como se ela fosse uma", contesta Misha Janette, adepta do estilo e apresentadora do programa de televisão "Kawaii international".

Prazer egoísta

Em um país que valoriza o conformismo, esta moda excessiva abre uma janela para a expressão pessoal, afirma, apesar de não estar desprovida de regras.

Janette ilustra também a capacidade dos japoneses olharem para si mesmos e ignorarem os olhares alheios despertados por sua extravagância.

O mundo conhece as ruas de Tóquio por serem refúgio das tribos de moda exageradas, que vão de escolares góticos a princesas de tons pastéis, com uma vontade comum de destacarem-se dos homens de terno escuros e que trabalham em escritórios.

"Quando emerge aqui uma nova estética feminina é mais com o objetivo de ser feliz do que seduzir", afirma Tiffany Godoy, redatora-chefe da revista The Reality Show.

A cantora Momo Ninomiya, com suas meias curtas com babados, saia com estampa floral e laço nos cabelos vai ao bairro de Harajuku, reino de excentricidade na indumentária de Tóquio, para completar sua vestimenta, já bastante adornada.

"Eu aprecio coisas lindas, por isso gosto de me vestir assim", confessa a cantora de 26 anos à AFP.

"Algumas amigas minhas sentem vergonha quando me encontram e eu estou vestida assim, mas não acredito que haja qualquer coisa de ruim neste estilo", afirma.

A redatora de moda Tiffany Godoy toma como retrógradas as críticas feministas. "Este modo de pensar está fora de moda. A forma como as meninas se vestem é lúdica e esta roupa as faz feliz. Desagrada a alguns porque não é uma forma tradicional de se vestir".

Na internet, o tema da redação do Enem deste ano foi muito comemorado por grupos feministas. Nas redes sociais, não faltaram mensagens favoráveis à escolha. "A realidade é muito dura, pois neste momento em que milhares de pessoas estão refletindo sobre o tema pra fazer a redação, muitas mulheres estão sendo violentadas, agredidas, estupradas", postou um grupo.

Para completar em seguida: "uma prova nacional e de grande abrangência funciona como política pública a favor da vida das mulheres!". "Machistas não passarão! Literalmente hahahaha", comentou nas redes sociais uma jovem de nome Bianca. Recebendo o complemento de outra chamada Bárbara: "Eu tô com uma sensação tão boa por saber que foi esse tema. E uma ansiedade absurda pra ver os lindos textos que minhas irmãs feministas vão produzir!".

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Ativistas de um coletivo feminista, vestidas de freiras grávidas, manifestaram nesta segunda-feira contra a visita que o papa Francisco iniciará na Bolívia na próxima quarta-feira - sendo reprimidas pela polícia, constatou a AFP.

Instaladas nos degraus da Catedral de La Paz, onde Francisco receberá autoridades locais durante sua visita, as falsas freiras usavam bandeiras repudiando a posição da Igreja Católica contra o aborto e a homossexualidade.

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"A minha homossexualidade não precisa de sua aprovação, mas é a homossexualidade dentro da Igreja que precisa de reivindicação", dizia um cartaz do grupo de lésbicas e gays 'Mulheres Criando', o mais ativo do país.

Uma dúzia de ativistas também usava hábito de freira com um faixa em torno de sua cintura dizendo "filho bastardo de um padre".

A Catedral de La Paz fica a alguns passos da sede do governo boliviano, na Plaza de Armas, sede também do poder legislativo, onde na quarta-feira Francisco terá uma atividade intensa.

Simultaneamente, o coletivo feminista colocou à venda camisetas estampadas com a imagem de Francisco crucificando Jesus e a legenda: "Sua igreja crucifica as mulheres todos os dias, o feminismo as ressuscita".

O protesto, que foi dispersado pela polícia, contrasta com a atmosfera de fé e expectativa em torno da visita do papa à Bolívia, um país laico de maioria católica.

O Papa chegará em La Paz no próximo 8 de julho, e deve ir ainda no mesmo dia para Santa Cruz (leste), onde permanecerá até sexta-feira, quando parte em viagem ao Paraguai, terceira e última parada em sua visita à região, que começou no último domingo no Equador.

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