Na web, Sport combate violência contra a mulher
Mesmo aprovada pela grande maioria de usuários, campanha chegou a ser criticada por alguns internautas
O futebol tem sim espaço para discussões sociais. Não é só o que acontece dentro do gramado que vira pauta de debate entre clubes e torcedores. O Sport, através das redes sociais, demonstrou que uma agremiação esportiva pode contribuir com ideais e compartilhar opiniões entre seus seguidores. Através do Facebook, o Leão lançou uma campanha de combate à violência contra a mulher, diante do monstruoso caso da jovem estuprada por cerca de 30 criminosos. Mas entre centenas de elogios à publicação, alguns internautas criticaram a ação do Rubro-Negro na web.
Com a mensagem “Sport é para todos – O corpo da mulher não”, a postagem arrancou elogios do público. “Parabéns pela campanha. Orgulho do meu time quando estrapola o futebol e trabalha por um mundo melhor”, escreveu um torcedor. Outro usuário acredita que a atitude do Sport deve ser seguida por outros clubes. “Por uma cultura de futebol menos machista! Por uma cultura de futebol sem cultura de estupro! Por um mundo mais igualitário entre e para homens e mulheres!”, opinou. Mas entre os comentários, algumas interpretações não aprovaram a postagem. ”Esse símbolo é do movimento abortista... Façam uma postagem em defesa das mulheres, mas sem usá-lo, por favor”, escreveu um usuário do Facebook. “Feminismo no Sport não”, postou outro torcedor. Algumas postagens ainda fizeram menção à palavra estupro:
Imagem postada
De acordo com a diretoria de comunicação do Sport, a postagem reflete a posição social do clube em defesa dos direitos das mulheres e contra qualquer tipo de violência. Segundo o clube, a imagem divulgada não tem nenhuma relação com movimentos e sim é uma forma de simbolizar o respeito às mulheres.
Uma das organizadoras do Grêmio Anárquico Feminazi Essa Fada, Geisa Agrício, acredita que todas as empresas ou clubes devem segui o exemplo do Sport. Ele também esclareceu que a imagem não representa a legalização do aborto, e sim defende a equidade de gêneros e o respeito aos direitos das mulheres.
“Direitos humanos é uma coisa que todo mundo precisa fazer. Eu não preciso ser gay para defender o direito LGBT. Também não preciso ser pró-aborto para combater a cultura da violência contra mulher, contra a cultura do estupro. Claro que existem camadas de discussão no feminismo em que queremos sim a legalização do aborto, porque é a mulher que decide pelo seu corpo. Defender direito não quer dizer abraçar todas as ideias daquele movimento. A gente tem que fazer um processo de reflexão que vai muito além de tudo. Apoiar a violência contra mulher é básico, todas as empresas deveriam fazer. O Sport se posicionar a favor da mulher não quer dizer que o clube é a favor do aborto”, explicou Geisa.
Ainda de acordo com a feminista, os comentários contra o feminismo merecem repúdio. “Acho que são comentários ignorantes, como se o feminismo fosse uma bandeira que causa mal a alguém. É uma pauta que não tem lado contra. O lado contra é até feio. O que precisa ser desmistificado é o termo que coloca o feminismo contra os homens. Não conheço nenhuma vítima do feminismo”, opinou.
Além do Sport, outros clubes do futebol brasileiro reforçaram a campanha contra violência. Internacional, Grêmio e Palmeiras foram alguns desses times.