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A Eurasia Group aumentou nesta sexta-feira, 28, a probabilidade de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições brasileiras, de 60% para 65%, num movimento inverso ao que anunciou no último dia 24 (diminuição de 65% para 60%).

Segundo a consultoria, um dos motivos da avaliação é que a liderança de Lula sobre o presidente Jair Bolsonaro parece estável em relação à semana passada, olhando para a média de todas as pesquisas eleitorais. "O PT aprimorou sua campanha esta semana", diz, acrescentando que houve uma "sequência mais negativa" de eventos prejudicando Bolsonaro na fase mais crítica da corrida.

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No entanto, pondera, como ainda há incerteza sobre o tamanho real da vantagem de Lula, variando de 0 a 6 pontos, "é preciso cautela quanto ao grau de convicção de que Lula está de fato caminhando para a vitória neste domingo".

Na semana anterior, a avaliação da Eurasia era que havia algumas evidências de aperto nas pesquisas, com a aproximação de Bolsonaro. "Uma coisa é certa - o fato de a liderança de Lula ter se mantido estável é uma boa notícia para ele esta semana. Mas o fato de haver um potencial para a liderança ser realmente mais apertada do que a média dá ao Eurasia Group uma pausa para não aumentar muito as probabilidades de Lula vencer", complementa a consultoria.

O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou nesta quarta-feira, 19, que "é necessário entender qual linha" o ex-presidente e atual candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai adotar em relação à política econômica caso seja eleito. A declaração foi dada em entrevista à empresa de consultoria de risco político Eurasia Group.

Meirelles, que foi candidato à Presidência em 2018, declarou apoio a Lula em setembro deste ano, antes do primeiro turno. Na época, o gesto foi encarado como um aceno ao empresariado e ao mercado financeiro. Já na entrevista desta quarta ao Eurasia, o ex-ministro fez críticas a algumas ações dos governos Lula e Dilma. Ele disse, por exemplo, que caso a guinada econômica seja feita por meio do atual programa da campanha petista, pode ser uma "má notícia".

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"Nós vimos três diferentes governos de Lula. O primeiro (entre 2003 e 2006), com responsabilidade fiscal, o segundo (entre 2007 e 2010), com um certo afrouxamento no lado fiscal e mais aberto a demandas políticas. No terceiro, sem ser presidente, mas com apoio de Lula, terminamos em uma recessão. A principal questão é qual Lula vai assumir, caso ganhe", disse Meirelles.

O ex-ministro também falou que Dilma Roussef (PT) teria sido eleita pela primeira vez, em 2010, por conta dos altos índices de aprovação do então presidente Lula. "Ele decidiu apoiá-la mesmo com conselheiros afirmando (à época) que ela teria uma abordagem diferente para o lado fiscal. Como resultado, veio a recessão."

Segundo o economista, que também atuou como secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, a situação de um eventual governo Lula "depende". Para ele, caso o atual programa de campanha seja colocado em prática, como o desenho feito para os próximos anos se assemelha ao que foi feito para o período de Dilma no Planalto, o cenário não deve ser favorável. "São economistas que acreditam fortemente no papel do Estado e de estatais para o desenvolvimento."

Meirelles também afirmou que "existe um grupo de economistas mais liberais que está apoiando o candidato do PT, que se importa mais com o lado da responsabilidade fiscal."

Depois da entrevista, ao comentar publicações sobre a entrevista em uma rede social, Meirelles afirmou que teria ocorrido "ruído" em algumas interpretações.

A Eurasia elevou a probabilidade de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 de 65% para 70% devido ao aumento das intenções de voto observado nas pesquisas esta semana. A consultoria americana de risco político agora vê uma chance entre 20% e 25% de vitória do petista em primeiro turno, ante 10% duas semanas atrás.

"Embora a Eurasia Group ainda veja as chances de Lula vencer no primeiro turno como relativamente pequenas, elas estão crescendo", escrevem os analistas da empresa, em relatório. "Nesta semana, diversas pesquisas mostraram que o apoio a Ciro Gomes [PDT] e Simone Tebet [MDB] começou a cair, o que é provavelmente sinal de um voto útil."

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Os analistas notam que a abstenção no dia das eleições tende a ser maior entre eleitores de baixa renda e menos educados, mais propensos a votar na direita. Por isso, uma vitória de Lula no primeiro turno dependeria de um fortalecimento do movimento de voto útil.

A consultoria ainda vê a materialização de um segundo turno entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL) como cenário mais provável. Embora o petista também seja favorito neste caso, a Eurasia nota que o atual mandatário ainda tem chances de uma virada, considerando o período adicional de campanha até dia 30 de outubro.

"Com cinco semanas até lá, Bolsonaro ainda tem tempo de uma virada em um segundo turno. Não só a melhora da economia pode continuar ajudando, mas Lula sempre pode cometer erros estratégicos durante a campanha e Bolsonaro pode se reerguer, com uma mensagem mais robusta sobre a economia", diz o relatório. "Mas o cálculo das chances no segundo turno vai depender muito da diferença entre Lula e Bolsonaro no primeiro."

Apesar de haver candidatos, alguns com plataformas favoráveis ao mercado, contra a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) pela disputa ao Planalto, a probabilidade de um segundo turno na eleição presidencial deste ano entre o petista e outro postulante que não seja o atual chefe do Executivo é baixa. A avaliação é da Eurásia em relatório divulgado nesta segunda-feira, 21. De acordo com a consultoria, as chances de Bolsonaro não estar com Lula na reta final da disputa são de apenas 20%.

Na avaliação da Eurasia, embora ainda faltem oito meses para a eleição, Lula é hoje o favorito, com 70% de chances em um confronto contra Bolsonaro. Se um candidato da chamada terceira via chegar ao segundo turno, a corrida estará próxima de um sorteio. Mesmo neste cenário, a Eurasia enxerga Lula com leve vantagem.

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"Um candidato centrista favorável ao mercado, como o ex-juiz Sergio Moro, do Podemos, ou o governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, poderia derrubar Bolsonaro e chegar a um segundo turno contra Lula? E o esquerdista Ciro Gomes do PDT? A abordagem do modelo de taxa básica sugere que isso é improvável", informou a Eurasia.

Primeiro turno

Segundo Eurasia, há apenas 15% de chances de Lula obter 50% mais um dos votos válidos e ser eleito no primeiro turno. No entanto, se Bolsonaro cair ainda mais nas pesquisas e outros candidatos não subirem, é possível que este cenário se concretize.

"É altamente provável que Bolsonaro chegue ao segundo turno. Há uma chance de Bolsonaro não chegar ao segundo turno, mas isso exigiria que sua posição caísse ainda mais nas pesquisas por causa de um cenário econômico ou pandêmico pior do que o esperado ou algum outro desenvolvimento imprevisto", afirmou.

A consultoria analisa os índices de aprovação do governo para determinar se a próxima eleição é uma mudança ou uma eleição de continuidade, principalmente quando um titular está concorrendo à reeleição. De acordo com essa métrica, Bolsonaro está em uma posição ruim. Atualmente, ele tem um índice médio de aprovação de apenas 30%, o que, segundo o modelo da consultoria, lhe daria quase 20% de chances de ser reeleito.

No entanto, o chefe do Executivo teria tempo suficiente para retornar aos quase 40% de aprovação de um ano atrás, segundo a Eurasia. Mas com a maioria dos economistas prevendo um crescimento próximo de zero em 2022 é improvável que a economia eleve muito os números de Bolsonaro, segundo relatório.

O primeiro evento de lançamentos da Apple que acontecerá em março deste ano deve ser recheado de novidades. Atualmente, o que está sendo ventilado - segundo o site Consomac -, é a possibilidade da gigante da maçã lançar três novos Macs.

O site aponta que os novos computadores da Apple já estariam na base de dados da Comissão Econômica da Eurásia. Os rumores apontam que pode ser um MacBook Pro de 13,3" com chip Apple M2, a menos que seja o redesenho do MacBook Air. 

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O Mac mini com chip Apple M1 Pro, bem como o iMac de 27" com chip Apple M1 Pro também podem ser revelados para o público. Além dos computadores, a empresa também deve revelar o iPhone SE 5G e o iPad Air 5.

No entanto, sem querer jogar um balde de água fria nos amantes da empresa americana, a Apple costuma registrar os seus dispositivos na Comissão Econômica da Eurásia com meses de antecedência de lançamento. Portanto, isso não é uma garantia de que três Macs serão anunciados no primeiro evento da gigante da maçã.

O cientista político Christopher Garman, diretor executivo para as Américas da Eurasia, consultoria americana especializada em avaliação de riscos, é um dos mais prestigiados analistas internacionais do Brasil. Nesta entrevista ao Estadão, Garman afirma que os riscos associados tanto à vitória de Lula quanto à de Jair Bolsonaro nas eleições deste ano "estão superdimensionados". Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Hoje, muitos analistas traçam um quadro catastrófico do País. Como o sr. avalia o atual cenário político e econômico do Brasil e qual deve ser o seu impacto nas eleições?

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O Brasil está vivendo um momento desafiador. A América Latina foi uma das regiões mais penalizadas pela covid-19. Está sofrendo também com repercussões políticas e sociais mais fortes. A pandemia exacerbou os desafios que a gente já observava antes. Havia todo um ambiente de revolta contra o sistema político, contra a qualidade dos serviços públicos, com um crescimento econômico medíocre. Com a covid-19, a desigualdade e a pobreza aumentaram. A alta da inflação afetou principalmente a população de baixa renda. Então, a gente está entrando num ciclo eleitoral com um ambiente social complicado e de grande descontentamento. Agora, eu acredito, sim, que alguns riscos estão sendo superdimensionados.

Que riscos, em sua visão, estão sendo exagerados?

Eu vejo o Brasil no cenário pós-eleitoral com limites no downside (lado negativo). O País saiu da crise de 2015 e 2016 com a classe política reagindo a essas pressões sociais, mas sem ficar indiferente às repercussões de um descontrole fiscal maior. Viu como o descontrole fiscal pode levar a uma recessão profunda. Acredito que, em Brasília, há um reconhecimento de que, se esticar muito a corda do fiscal, todo mundo vai perder. Isso vale para o Congresso e também para a esquerda, inclusive se o Lula ganhar a eleição. Temos de lembrar que esse mesmo Congresso aprovou a reforma da Previdência e o teto de gastos. É claro que, durante a pandemia, a preocupação com a questão fiscal foi suspensa, não só no Brasil, mas em outros países, o que não significa que a classe política jogou a responsabilidade fiscal no lixo. As lições de 2015/2016 ainda perduram. Também vejo a equipe econômica dizer que tem de respeitar e furar pouco o teto. Então, acho que, independentemente de quem ganhar as eleições, não vamos ter um abandono da responsabilidade fiscal no novo governo.

O sr. não vê diferença nas visões dos principais candidatos sobre a questão fiscal?

Não quero subdimensionar a importância de quem ganhe. Acredito que haverá divergências importantes entre um governo Lula, um governo Bolsonaro e um governo da terceira via. Cada um tem os seus ativos e passivos. A terceira via entraria com muito mais credibilidade. Daria um choque de credibilidade de largada. Em um eventual governo Lula, vai ter mais gasto com mais tributo. Já em um governo Bolsonaro, a política que temos hoje deverá continuar, talvez com avanço nas privatizações. O meu ponto é que não vejo nenhum desses três fazendo grandes irresponsabilidades fiscais. O Lula não vai dar uma guinada radical para a esquerda, ampliando os gastos de forma irresponsável, e o Bolsonaro não vai representar uma ameaça à democracia. Quer dizer, você tem um exagero dos riscos associados tanto a Lula quanto a Bolsonaro. Mas isso não quer dizer que há pouca diferença entre eles.

Como o quadro político, econômico e social que o sr. descreveu deve afetar o comportamento dos eleitores?

Acredito que os principais temas da campanha vão ser emprego e renda. A alta dos alimentos e dos combustíveis gerou uma redução de renda importante. Então, acho que quem for mais crível nesses dois temas vai ganhar a eleição. Tudo indica que, neste ano, a corrupção vai ser uma questão menos relevante. No ranking das prioridades da população, segundo as pesquisas, a corrupção hoje não tem um peso tão grande quanto no passado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A domesticação dos cavalos mudou a face da Eurásia, ajudando os antigos hunos e mongóis a suplantarem os agricultores "indo-europeus" ocidentais em uma campanha incremental para o oeste que também levou a hepatite B e a peste, disseram cientistas nesta quarta-feira (9).

Em três estudos publicados nas revistas científicas Science e Nature, especialistas relataram o sequenciamento dos genomas de dezenas de humanos que viveram entre 2.500 a.C. e 1.500 d.C. - um período de 4.000 anos da Idade do Ferro até a época medieval.

Sua análise mostrou uma mudança lenta e constante de oeste para leste na composição genética das pessoas que povoaram a estepe eurasiática - uma vasta expansão que se estendia da Hungria e Romênia, no oeste, até a Mongólia e nordeste da China, no leste.

De acordo com os dados, a população das estepes mudou "de ser de ascendência genética principalmente eurasiana ocidental para (...) ascendência genética da Ásia oriental", disse Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, coautor de dois dos estudos.

"Também está mudando a estepe em termos de serem falantes indo-europeus para se tornarem pessoas de língua turca".

O grupo de línguas indo-europeias deu origem a línguas modernas como o inglês, o francês, o alemão, o russo, o hindi e o persa, enquanto o turco faz parte do grupo de línguas turcas que se acredita ter surgido no leste da Ásia, incluindo a Mongólia.

Entre 800 e 200 a.C., a estepe eurasiática foi dominada pelos citas, um grupo de guerreiros montados de língua iraniana, disseram os pesquisadores.

Acredita-se que estes tiveram origem a partir dos fazendeiros da Idade do Bronze de ascendência ocidental "europeia".

Ainda hoje, "as pessoas que vivem na Ásia central e no oeste da Ásia são realmente descendentes de asiáticos", disse Willerslev. "Queríamos entender como isso aconteceu".

Eles descobriram que os citas foram "absorvidos e substituídos" pelos hunos, espalhando-se para o oeste, para fora da Mongólia, "matando todas as pessoas que encontraram, mas também se misturando com eles".

- Segurem seus cavalos! -

Quando o império huno desmoronou, cerca de 1.500 anos atrás, outros grupos começaram a se mover para o oeste, como os mongóis.

"Você pode dizer que a grande maioria da composição genética das pessoas contemporâneas neste trecho de 8.000 quilômetros de extensão na Europa e na Ásia foi formada principalmente nos últimos aproximadamente 1.000 anos", disse Willerslev a jornalistas.

Para o seu colega e coautor Peter de Barros Damgaard, um dos destaques da pesquisa é mostrar como a equitação e o manejo dos rebanhos de cavalos mudaram a face da Eurásia.

"Começando com a domesticação, é claro, o que permitiu que esses grupos crescessem em número e essa expansão das sociedades pastoris e, mais tarde, à medida que avançamos para o final da Idade do Bronze, temos a invenção da carruagem de rodas de raio que conecta o sul da Ásia à Europa e estabelece essas enormes rotas comerciais", explicou.

"A próxima grande mudança no uso de cavalos é realmente começar a montá-los e atirar com arco e flecha como guerreiros montados, e isso infunde uma dinâmica militar na estepe" - levando a constantes mudanças no império e na composição genética das populações conquistadas.

Os pesquisadores também descobriram que a pandemia de praga de Justiniano, que matou milhões de pessoas no continente europeu nos anos 541 e 542, veio com os conquistadores do leste asiático.

"Algumas pessoas argumentam que veio da Grécia", disse Willerslev, mas o DNA bacteriano encontrado nos restos mortais de dois humanos antigos mostra que este "provavelmente foi trazido para a Europa pela expansão mongol".

Finalmente, a pesquisa mostrou que a hepatite B, que mata quase um milhão de pessoas por ano devido a complicações como câncer de fígado, já estava presente na Eurásia há cerca de 4.500 anos.

Os cientistas estão interessados ​​em aprender mais sobre quando o vírus surgiu, e a que taxa ele se transforma.

A consultoria norte-americana de risco político Eurasia atribui nesta segunda-feira (22) probabilidade de 70% de o presidente Michel Temer cair, acima dos 20% estimados desde dezembro do ano passado. O cenário mais provável é que a saída do peemedebista do governo ocorra "rapidamente", de acordo com relatório divulgado nesta segunda.

A Eurasia ressalta que existem crescentes dúvidas sobre as evidências e acusações que implicam Michel Temer, mas a possibilidade de o presidente permanecer no Planalto se reduziu nos últimos dias. "Caso o peemedebista sobreviva, as chances são de 30%, apenas uma versão muito esvaziada da reforma da Previdência poderia ser aprovada", escrevem os analistas da consultoria especializados em Brasil, João Augusto de Castro Neves, Christopher Garman, Filipe Gruppelli Carvalho e Djania Savoldi.

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Temer adotou a estratégia nos últimos dias de desqualificar as acusações do empresário da JBS, Joesley Batista, e declarou em seus dois discursos oficiais desde a última quinta-feira que não pretende renunciar, ressalta o relatório. Por isso, a Eurasia avalia que a forma mais provável de o presidente perder o cargo será no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcado para o dia 6 de junho e que vai avaliar irregularidades na chapa que o elegeu junto com Dilma Rousseff em 2014.

A Eurasia ressalta que já existem denúncias suficientes sobre irregularidades no financiamento da campanha que elegeu a chapa Dilma/Temer em 2014, mas os juízes do TSE vão também levar em conta fatores políticos mais amplos. Por isso, mesmo que as denúncias recentes não façam parte do julgamento, elas certamente vão pesar na decisão dos ministro da Corte eleitoral.

"Apesar das tentativas recentes de Temer de contra-atacar, os últimos eventos sugerem que o momento político vai continuar sendo desfavorável ao presidente no Congresso, na Justiça, nas ruas, deixando-o incapaz de governar", afirma a consultoria norte-americana.

A decisão sem precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) de investigar um presidente pode também ser um indício de que a JBS passou informações adicionais ao judiciário que ainda não vieram a público, ressalta a Eurasia, destacando que muitas das acusações feitas contra Temer ainda são inconclusivas.

Do ponto de vista da agenda de reformas, os analistas da Eurasia avaliam que quanto mais demorada for a queda de Temer, pior será o cenário para o avanço das medidas no Congresso. Temer sempre teve forte habilidade política para negociar com o Congresso, mas a avaliação da consultoria é que essa capacidade se reduziu nos últimos dias e hoje dificilmente uma reforma relevante da Previdência seria aprovada.

No domingo, o Planalto queria oferecer um jantar aos aliados, mas com medo de baixo quórum, resolveu fazer apenas uma reunião informal.

A Eurasia calcula que Temer perdeu nos últimos dias ao menos 20 votos para aprovar a reforma da Previdência, com a saída da base de alguns partidos, como o PSB e o PPS. Mesmo entre os partidos que não abandonaram o governo, a resistência contra a reforma deve crescer, ressalta o relatório. Por isso, os indecisos devem pender mais para serem contra as medidas.

Com a permanência de Temer no cargo e a agenda de reformas mais distante, o risco é da crise se prolongar e a Eurasia avalia que pode crescer a percepção de que o custo para o País de manter o peemedebista enfraquecido no Planalto é maior do que o da sua queda, o que deve aumentar a pressão para a saída de Temer.

A consultoria Eurasia divulgou relatório há pouco informando que está menos confiante na possibilidade de a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, se reeleger na eleição de setembro. "Estamos rebaixando a probabilidade para 60%, de 80% anteriormente", escreveu o sócio da empresa para União Europeia, França, Alemanha e Reino Unido, Charles Lichfield.

De acordo com ele, a surpreendente popularidade do candidato social-democrata (SPD), Martin Schulz, melhorou significativamente a posição do partido nas pesquisas e agora há uma chance maior, de 40%, de ele concorrer na eleição à frente do próximo governo de coalizão. A expectativa da Eurasia é a de que, com um papel mais importante dentro desse novo agrupamento, poderá romper com Merkel em relação à política fiscal da União Europeia.

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O nome de Schulz foi uma surpresa, segundo Lichfield. "Em algumas pesquisas, ele está à frente da aliança de centro-direita de Angela Merkel pela primeira vez em mais de uma década. Isso surpreendeu até a própria hierarquia do SPD", relatou, lembrando que Merkel nos últimos dois anos parecia imbatível. Schulz, conforme Lichfield, agora é visto como uma alternativa séria e válida para Merkel, enquanto também oferece alguma esperança para o SPD para se reconectar com os eleitores da classe trabalhadora.

Além disso, o especialista salienta que Merkel parece mais cansada e com menos controle nos últimos meses, gastando muito tempo tentando fazer as pazes com o partido irmão da Baviera da União Cristã Democrática (CDU), a União Cristã do Sul (CSU). Apesar dessa mudança de cenário, a Eurasia se diz ainda cética em relação a sua habilidade de se sustentar nas pesquisas, passado o período de "novidade".

O consultor lembra que essa avaliação está dentro de um contexto de um ambiente internacional volátil, em que os alemães costumam votar no que já conhecem. "Por esta razão, pensamos que é ainda mais provável (60%) Merkel permanece chanceler ante outra grande coalizão com o SPD", justificou.

Lichfield lembra que, paradoxalmente, embora tenha sido a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos que convenceu Merkel a correr para um quarto mandato, Schulz irá posicionar-se mais agressivamente como candidato "anti Trump" - onde Merkel, devido às responsabilidades do cargo, terá de "pisar de forma mais cuidadosa". "Isso será uma vantagem para Schulz."

A consultoria Eurasia elevou de 30% para 40% a probabilidade de a presidente Dilma Rousseff não terminar seu mandato, citando o aprofundamento das crises política e econômica. Segundo relatório assinado pelo diretor para América Latina, João Augusto de Castro Neves, mesmo se mantendo no cargo Dilma deve enfrentar sérias dificuldades para governar, pelo menos até o fim de 2016.

De acordo com a Eurasia, a combinação do Orçamento deficitário para 2016 - que mostra uma diminuição no suporte de Dilma ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy - com o distanciamento estratégico adotado pelo vice-presidente, Michel Temer, a piora na atividade econômica e o aprofundamento da operação Lava Jato pioram as projeções para o governo Dilma.

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"Primeiro, esses desdobramentos tornaram Dilma mais vulnerável a uma mudança nos interesses das elites política e empresarial. Segundo, embora ainda acreditemos que ela terminará seu mandato, sua capacidade de responder à crise vai continuar a se deteriorar até 2016", diz o relatório.

A Eurasia acredita que Levy provavelmente continuará no cargo - por enquanto - e que o governo Dilma seguirá tentando implementar um ajuste fiscal. Mesmo assim, a consultoria aponta que a própria incerteza sobre se a presidente terminará ou não seu mandato deve seguir afugentando investimentos privados em setores essenciais como infraestrutura e energia. Assim, os analistas rebaixaram a avaliação sobre a trajetória de longo prazo do Brasil de "neutra" para "negativa".

No caso de Dilma cair, a Eurasia prevê um ambiente político altamente polarizado que prejudicará a capacidade de seu sucessor de avançar com as políticas econômicas necessárias. Anteriormente, a consultoria estimativa um terceiro cenário, com 15% da probabilidade, de Dilma continuar no cargo, em meio a uma grave crise de governabilidade que impedisse um avanço do ajuste fiscal. "Nós estamos cada vez mais convencidos de que agora existem apenas duas alternativas. Ou a presidente reconquista condições mínimas de governabilidade e evita uma deterioração mais robusta das contas fiscais, ou não termina seu mandato".

Impeachment

A Eurasia lembra que antes argumentava que a Lava Jato era a maior ameaça para o governo Dilma, já que o escândalo poderia gerar as quatro condições necessárias para um impeachment: provas de que a própria presidente cometeu algum crime; seu isolamento político do ex-presidente Lula e dos movimentos sociais; um período prolongado de taxas de popularidade muito baixas; e um alinhamento de interesses entre o PMDB e o PSDB.

Agora, porém, o imbróglio sobre o Orçamento de 2016 gera uma nova ameaça. "A permanência de Levy se tornou um risco evidente. Sua saída desencadearia uma espiral de queda nas expectativas de mercado e prejudicaria as projeções para uma recuperação da economia", aponta a Eurasia. A consultoria diz que esse cenário afastaria Dilma ainda mais das elites empresariais, tornando-a mais vulnerável a um impeachment.

Um governo Temer, diz a Eurasia, teria um alívio temporário do Congresso, mas estaria sujeito a quatro riscos principais: a Lava Jato, que envolve vários membros do PMDB; o suporte vacilante do PSDB; a oposição radical do PT; e a deterioração das projeções para a economia. "Assim, embora provavelmente a volatilidade vá persistir, as elites política e econômica vão continuar a optar por uma moderação, em vez de pressionar pelo impeachment de Dilma - embora isso esteja se tornando uma decisão mais apertada".

A redução da meta de superávit primário anunciada na quarta-feira, 22, pelo governo veio mais forte e mais cedo do que o esperado, mas não sinaliza um enfraquecimento político do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, avalia a consultoria política Eurasia, com sede em Washington, que considerou uma "surpresa" a nova meta de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na avaliação dos economistas da Eurasia que acompanham o Brasil, Christopher Garman, João Augusto de Castro Neves e Cameron Combs, a atividade econômica muito enfraquecida, que compromete a arrecadação do governo, já sinalizava que a meta de 1,1% do PIB muito dificilmente seria alcançada. Para piorar, alguns dos projetos necessários para o alcance do número foram barrados no Congresso.

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A Eurasia previa que a meta cairia para algo entre 0,5% e 0,7% do PIB este ano. Mesmo assim, ressaltam os economistas, era um valor difícil de ser alcançado, em meio a uma recessão econômica e a um Congresso hostil. Para 2016, a expectativa era que a meta fosse reduzida para algo entre 1% e 1,5%, valor que acabou sendo anunciado em 0,7% em entrevista coletiva da equipe econômica na tarde de ontem.

"Enquanto a magnitude da redução e o momento do anúncio foram uma surpresa, a decisão em si não foi", disseram os analistas da Eurasia, afirmando que não viam chances de o governo alcançar o 1,1% este ano. Apesar da redução, a avaliação da Eurasia é de que Levy não sai enfraquecido deste episódio, pois segue tendo apoio da presidente Dilma. A avaliação da consultoria norte-americana para o cenário brasileiro de curto prazo é "negativa". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A consultoria Eurasia ainda acredita que a presidente Dilma Rousseff (PT) é a favorita para vencer a eleição presidencial, mas reduziu sua previsão sobre a probabilidade de isso ocorrer de 70% para 60%. Em teleconferência, os analistas Christopher Garman e João Augusto de Castro Neves reconhecem que o desempenho de Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno e no começo da segunda etapa foi mais forte do que o esperado, mas dizem que as vulnerabilidades dele e do seu partido ainda não foram exploradas durante a campanha.

"A disputa vai ser mais apertada do que nós esperávamos. Dilma não tem muito tempo para recuperar terreno", afirmou Garman. Segundo ele, Aécio ainda se beneficia do seu bom desempenho no primeiro turno e de um ciclo de notícias positivas para sua campanha, mas sua situação pode repetir o que houve com Marina Silva (PSB), que subiu rapidamente nas pesquisas e logo depois passou a cair. "Ele se beneficia do desejo de mudanças, que é a marca dessa campanha, mas ainda não foi alvo de ataques. Nós acreditamos que o PT deve repetir a estratégia usada com Marina e tentar desconstruir Aécio", afirma. "Ele ainda não passou no teste de estresse".

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A consultoria também diz que boa parte dos votos de Marina que poderiam migrar para Aécio já aconteceu no primeiro turno, e que no Nordeste muitos eleitores da ex-ministra e do PSB podem acabar indo para Dilma.

Outro fator que faz com que a Eurasia considere Dilma favorita é que, apesar da fragilidade da economia, boa parte do eleitorado considera que tem muito a perder com uma eventual mudança de governo, já que o desemprego continua baixo e a renda segue crescendo.

Garman aponta que a campanha de Dilma pode ser prejudicada pelas denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, que têm recebido grande destaque na imprensa. Nesse cenário, os debates televisivos podem ter um papel decisivo no resultado da eleição.

Sobre a discrepância entre os resultados das pesquisas e os números registrados nas urnas no primeiro turno, Garman cita alguns fatores que podem ter contribuído para esse descasamento. Entre eles estão a alta taxa de abstenção, especialmente em zonas onde o PT é tradicionalmente mais forte, além de indecisão dos eleitores em meio ao grande número de candidatos e possíveis confusões causadas pelos diversos cargos que estavam em disputa.

No caso de reeleição de Dilma, os analistas da Eurasia dizem que existem dois cenários possíveis. O primeiro é que ela adote mudanças graduais, inclusive indicando um ministro da Fazenda que sinalize um ajuste nas contas públicas. "Mesmo assim, nós só esperamos um ajuste gradual", diz Garman. A outra alternativa é que Dilma continue e mesmo reforce as políticas adotadas no seu primeiro mandato, o que tornaria a situação macroeconômica brasileira "bastante difícil".

Garman aponta que em um segundo mandato Dilma assumiria com a economia enfraquecida e a confiança dos empresários bastante baixa. Além disso, o quadro atual pode levar a um aumento do desemprego, o que seria muito difícil para ela, politicamente. "Ela tem pouca lealdade dentro do próprio partido e na base aliada, por isso pode ter grandes dificuldades com o Congresso", aponta.

A consultoria Eurasia, com sede em Washington, avalia em relatório divulgado nesta segunda-feira, 21, que a presidente Dilma Rousseff pode continuar perdendo popularidade em maio, mas ainda tem 70% de chance de ganhar a eleição em outubro no segundo turno. A margem, porém, seria bem mais apertada que em eleições anteriores do PT. Para a Eurasia, o pré-candidato Eduardo Campos (PSB) é a principal ameaça à Dilma, e não Aécio Neves (PSDB). "Enquanto a taxa de aprovação da presidente vem caindo, ela ainda não alcançou um nível que consideraríamos crítico para as chances de a presidente vencer a eleição", afirma o relatório, assinado pelo diretor responsável por Mercados Emergentes e América Latina na Eurasia, Christopher Garman, e pelo diretor para América Latina, João Augusto de Castro Neves.

Mas ao contrário das outras três eleições presidenciais em que o PT venceu o segundo turno com certa folga, neste pleito o embate pode ser mais apertado, avalia a Eurasia. A consultoria prevê uma vitória de Dilma em outubro com "quatro a seis pontos" de vantagem, margem mais estreita que os 13 a 22 pontos das eleições anteriores. A Eurasia cita no documento de hoje uma pesquisa feita pelo Ipsos Public Affairs e pela consultoria em 200 eleições pelo mundo. Os presidentes que têm taxa de aprovação pela escala binária (que mede apenas aprovação/reprovação) entre 40% e 60% seis meses antes das eleições são reeleitos em 85% das vezes. O relatório cita a última pesquisa do Ibope, que mostra a taxa de aprovação (binária) de Dilma caindo de 51% em março para 47% em abril, ou seja, ainda dentro da margem do estudo.

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A inflação do Brasil deve continuar alta, no topo da meta do Banco Central, o que deve ter reflexos negativos na popularidade de Dilma, especialmente em meio à fraca atividade econômica. Por isso, a Eurasia não descarta nova queda da aprovação da presidente em maio, mas avalia que Dilma pode estar já chegando em seu pior nível de aprovação e que uma recuperação nas taxas pode começar quando a campanha para as eleições esquentar. Uma maior participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha pode ajudar, bem como os níveis baixos de desemprego no Brasil, avalia a consultoria.

Uma eventual CPI da Petrobras no Congresso teria impacto limitado na imagem da presidente, afirmam os analistas. A consultoria não descarta manifestações menores e isoladas durante a Copa do Mundo, mas não prevê grande mudança nas pesquisas eleitorais no período. "Protestos são um fator de risco, mas a repetição de manifestações maciças como em junho do ano passado é muito improvável", afirma a Eurásia. Já os candidatos da oposição tendem a ter maiores chances de ganhar pontos nas pesquisas a partir de agosto, avalia a consultoria, quando começa a campanha na televisão e eles ganham mais exposição. "Achamos pouco provável a vitória de Dilma no primeiro turno. A expectativa por uma vitória da oposição provavelmente deve atingir um pico durante esta fase da campanha (na televisão)", destaca o relatório.

Marina.

No caso de Campos, a vice Marina Silva deve ajudar a trazer votos para ele na campanha, ressalta a Eurasia. A consultoria norte-americana lembra que Marina conseguiu 19% dos votos na eleição de 2010 "com muito pouco dinheiro e tempo na TV". Agora, com Campos, ela terá mais tempo e mais recursos para a campanha. Para a Eurasia, Campos é o "novo elemento" desta eleição, representando para a classe média uma opção ao PT e ao PSDB, que polarizaram as eleições nos últimos anos.

O cancelamento da visita oficial de Estado que a presidente Dilma Rousseff faria aos Estados Unidos em outubro deve ter impacto reduzido na agenda bilateral de negociação entre os dois países, mas pode repercutir negativamente nos investimentos e operações de companhias norte-americanas no Brasil, sobretudo em setores mais sensíveis, como o de defesa e o de petróleo e energia. A avaliação é da consultoria Eurasia, com sede em Washington.

"A decisão vai adicionar tensões na relação entre Brasil e Estados Unidos, mas que não serão suficientes para interromper a agenda existente de negociações bilaterais", destacam os analistas da consultoria, João Augusto de Castro Neves, Christopher Garman e Jefferson Finch em um e-mail comentando a decisão de Dilma de cancelar a visita a Barack Obama confirmada oficialmente nesta terça-feira, 17. A alegação é que Washington não respondeu de forma satisfatória sobre a espionagem feita pelos EUA no governo brasileiro e em empresas locais.

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A Eurasia não prevê que questões que vêm sendo discutidas pelos dois países, como o relaxamento da política de concessão de vistos a viajantes brasileiros pelos EUA e negociações sobre tarifas, sejam afetadas. Mas alguns negócios em setores mais sensíveis da economia podem ser prejudicados. "A cooperação no setor de defesa muito provavelmente deve ser afetada", destacam os analistas. As chances da fabricante de aeronaves Boeing vender caças à Força Aérea Brasileira, por exemplo, ficam significativamente menores após o cancelamento da visita oficial, destaca a Eurásia.

No setor de energia e telecomunicações, investimentos também podem ser afetados e tensões políticas podem surgir. Os analistas citam, por exemplo, que se uma empresa norte-americana vencer o primeiro leilão do pré-sal, que será em outubro, vai ser criado algum ruído político, sobretudo após as denúncias de espionagem de Washington nas operações da Petrobrás.

A revelação da espionagem dos EUA no governo e em empresas brasileiras pode elevar os sentimentos nacionalistas no País e criar incentivos para Brasília impor algumas restrições às operações de empresas norte-americanas em setores mais sensíveis, destacam os analistas. Mas ao mesmo tempo, o risco de retaliação às companhias brasileiras que operam nos EUA tendem a reduzir ações mais agressivas e evitar que o escândalo da espionagem leve a uma guerra comercial entre os dois países.

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