Os escândalos acerca do acervo pessoal da Família Bolsonaro, a partir de supostos desvios do inventário da presidência, acaba de ganhar uma adição: em um e-mail captado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), um ajudante de ordens é orientado a entregar dois pacotes de pedras preciosas ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da gestão Bolsonaro, em vez de registrá-las no acervo do Palácio do Planalto. Os itens seriam entregues ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua esposa, Michelle.
A informação foi revelada durante uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, nessa terça-feira (1º), pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Jair e Michelle teriam recebido, respectivamente, um envelope e uma caixa com pedras preciosas em outubro de 2022, mas os presentes não constam na lista de 46 páginas e 1055 itens recebidos durante o mandato. Cleiton Henrique Holzschuk é o ajudante de ordens que envia a mensagem em questão aos colegas.
##RECOMENDA##Em 27 de outubro de 2022, no dia seguinte ao recebimento das pedras preciosas, a referida mensagem de Holzchuk apareceu em troca de e-mails com outros dois colegas: Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti.
Holzchuk ordena que o envelope e a caixa de pedras preciosas, que seriam de Jair e Michelle Bolsonaro, não fossem cadastrados na lista de presentes recebidos pelo então presidente e entregues a Cid. Além disso, o sargento Marcos Vinícius Pereira Furriel deveria ser acionado em caso de alguma dúvida ou dificuldade. Os e-mails são analisados pela comissão na tentativa de chegar aos mandantes da investida golpista no início da gestão Lula, este ano.