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As polícias Militar e Civil do Pará organizaram grande operação para impedir carreata que desestimula o isolamento social, no domingo (30), programada para ocorrer em diversas ruas de Belém. A manifestação seguia o slogan “O Brasil não pode parar” e também infringiu a medida de não aglomeração do governo do Estado.
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Em uma rede social, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito do Pará) informou que o organizador da carreata, identificado como o coronel reformado da PM Alcebíades Maroja, candidato a deputado estadual nas últimas eleições pelo PRP, estava em um veículo com licenciamento atrasado desde 2015 e tinha R$ 22 mil em multas. O carro foi apreendido.
Além da caminhonete do organizador da carreata, uma moto sem placa também foi apreendida e levada para o pátio do Detran. O dinheiro das multas será convertido em equipamentos para profissionais de saúde para prevenção do coronavírus, como 600 caixas com 50 luvas e 300 caixas com 10 máscaras, segundo publicações do governo nas redes sociais.
Na última semana apoiadores do presidente Jair Bolsonaro organizaram a carreata “O Brasil não pode parar” chamando trabalhadores autônomos e assalariados para descumprirem a ordem governamental de isolamento social devido ao coronavírus. O governador Helder Barbalho proibiu qualquer tipo de manifestação que resulte em acumulação de pessoas.
Ações foram feitas em todo o Estado para coibir as carreatas. Em Belém foram empregados 288 policiais militares e 28 agentes do Detran, distribuídos por locais estratégicos, segundo o comando geral da PM e a superintendência do Detran.
Por volta das 7 horas da manhã de domingo a mobilização dos agentes de segurança começou, fechando a escadinha e subida da avenida Presidente Vargas, e depois diversas ruas e avenidas, para bloquear a carreata. Manifestantes tentaram furar o bloqueio várias vezes.
Por volta das 10h30 os organizadores foram conduzidos para a delegacia por infração de medida sanitária. Caso sejam flagrados praticando ou incentivando novas ações que promovam aglomerações, desestimulem o isolamento social ou qualquer recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), serão presos.
O comandante geral da Polícia Militar, Dilson Júnior, reforçou o pedido para que as pessoas fiquem em casa. "Profissionais da área da segurança pública e da saúde estão trabalhando e arriscando suas vidas em prol de toda a sociedade. O que nós pedimos é que todos fiquem em casa e cumpram as orientações dos cientistas, do Ministério da Saúde, o decreto governamental que recomenda o afastamento social de todos até passar essa pandemia", afirmou.
Sobre as acusações de abuso de poder e impedimento de manifestações nas ruas, o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado, destacou que o decreto estadual de isolamento deve ser obedecido. "Não vamos abrir mão disso. Existem direito e garantias constitucionais para todos nós, o direito à vida, à liberdade de expressão, à livre movimentação, manifestação, mas todos esses direitos podem ser relativizados. Menos a vida, não existe meia vida, você pode restringir a liberdade mas a vida, não. Estamos aqui para garantir a todos o direito à vida, e não vamos admitir quem quer que seja descumprir a lei e desrespeitar o direito à vida”, assinalou.
Por Filipe Bispo.