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Após apresentação de relatório na CPMI da Petrobras, integrantes da oposição e autores do texto solicitaram ao Ministério Público Federal ação de improbidade administrativa contra Dilma Rousseff (PT). Mesmo não citando nominalmente a presidente, o documento solicita uma ação contra todos os integrantes da cúpula da Petrobras que participaram do processo de compra da refinaria de Pasadena, em 2006.

Entre os parlamentares citados estão o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o ex-presidente da República e senador Fernando Collor (PTB-AL), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). O pepebista eleito deputado federal Eduardo da Fonte esteve presente na Diplomação realizada nesta sexta-feira (21), no Centro de Convenções, em Olinda, porém não quis se pronunciar sobre o relatório. De forma irritada, ele foi categórico. “Oposição não é instância! Em relação a esse assunto não tenho nada a declarar”, frisou.  

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Ainda em relatório paralelo, também consta uma relação de ministros, parlamentares, servidores e empresários listados em cerca de 100 pedidos de indiciados e abertura de inquéritos.

O ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras Ildo Sauer afirmou nesta quarta-feira, 3, que deixou a companhia em 2007 por ter tido "divergências político-administrativas" com a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Eu continuo achando que me demitiram, que eu não estava sendo adequado para a política que estavam implementado", afirmou Sauer, em depoimento informal à CPI mista da Petrobras e em entrevista a jornalistas.

Após falar que não sabia do esquema de corrupção, ele disse preferir não "pensar" que foi demitido porque não queria fazer parte do esquema de corrupção, conforme relatou o ex-diretor Paulo Roberto Costa em delação premiada.

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Ildo Sauer afirmou que desde 1992 participou da equipe de assessoria do Instituto Lula, tendo participado de elaborações do programa de governo do então presidente eleito. Segundo ele, após as eleições, foi a então ministra-chefe de Minas e Energia, Dilma Rousseff, quem lhe disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria que ele aceitasse um cargo na diretoria da estatal.

Sauer foi nomeado para a diretoria em janeiro de 2003 e ficou no cargo até setembro de 2007. Ele não quis comentar a declaração de Paulo Roberto de que todas as indicações para a estatal são políticas.

Pasadena

 

O ex-diretor afirmou que toda documentação sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), indicava se tratar de um "bom negócio". Em depoimento informal à CPI mista da Petrobras, ele disse que não pode falar se houve irregularidade na operação.

Sauer votou a favor da compra da metade da refinaria na Diretoria Executiva, decisão essa que balizou o apoio do Conselho de Administração da estatal favorável à negociação em 2006. A presidente Dilma Rousseff era a presidente do conselho da estatal nessa ocasião.

"Toda a documentação que eu recebi não me autorizava a votar contra. Eu como diretor de Gás e Energia recebo uma proposta da Diretoria Internacional, secundada pela especialista da área, que é a de Abastecimento e Refino, que me diz que este investimento daria um ganho líquido ao longo da vida útil do projeto de U$S 795 milhões e que se fizesse alterações adicionais, chegaria a US$ 1 bilhão e pouco, eu não ia ter como explicar por quê (eventualmente votaria contra). Não tinha como", afirmou.

Sauer apresentou à comissão um relatório que ele preparou no qual analisou a operação. Ele discordou das avaliações de que a refinaria teve um preço "muito alto", mas ressalvou que não chegou a visitar a refinaria. Ou seja, sua análise se restringiu apenas à documentação.

O ex-diretor não quis se pronunciar sobre a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de ter livrado a atual presidente da estatal, Maria das Graças Foster, do bloqueio de bens em razão do prejuízo estimado em US$ 792 milhões com a compra da refinaria. "Não posso opinar sobre ela. Quem tem que opinar é o TCU", disse.

Sauer afirmou ainda que houve um "equívoco" do TCU ao, nessa mesma decisão, ter bloqueado seus bens por uma decisão de 2009, sendo que ele saiu dois anos antes. "Mas já foi reparado", disse.

Sauer repetiu as críticas feitas em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo em setembro, de acordo com a qual a presidente Dilma Rousseff prefere procurar "culpados" quando se depara com dificuldades. "Eu sempre achei que ela tinha mais habilidade em buscar culpados do que apontar soluções", afirmou Sauer, em depoimento informal à CPMI.

Segundo ele, líder é aquele que orienta e assume o que aconteceu, independentemente de se, no futuro, a escolha será certa ou errada. Na entrevista de setembro, Sauer fez um comentário sobre Dilma ter se baseado num resumo "falho" para aprovar a compra da metade da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. Na ocasião, o ex-diretor da Área de Gás e Energia da Petrobras disse que a conhecia havia 14 anos e que ela se "notabiliza por procurar um culpado quando sempre aparece um problema".

Mais cedo, Sauer afirmou que foi nomeado para a diretoria em janeiro de 2003 e ficou no cargo até setembro de 2007. Conforme o ex-diretor da Área de Gás e Energia, após as eleições de 2002, foi a então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, quem lhe disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria que ele aceitasse um cargo na diretoria da empresa.

O ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras Ildo Sauer afirmou nesta quarta-feira, 3, que "não compactua" com o esquema de corrupção que envolve a estatal. Em depoimento informal à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras e em entrevista, Sauer negou ter conhecimento ou participado do esquema revelado pelo ex-diretor de Abastecimento da companhia Paulo Roberto Costa.

"Eu não posso dizer compactuar porque eu nunca tive o conhecimento disso e, se tivesse, teria agido como manda a lei. Não posso falar em compactuar, não dá. Todo mundo que me conhece sabe que eu não compactuo", afirmou. O ex-diretor classificou como "tragédia" para a estatal as revelações feitas em por Costa.

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"Isso é uma tragédia para a Petrobras, para o País e para todo mundo, perceber a materialização desta situação. Isso nos coloca na necessidade de revisar alguns conceitos em relação às formas como se recrutam dirigentes das empresas, a forma como se dá o relacionamento entre as empresas estatais e a esfera político-partidária", disse.

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró rebateu nesta terça-feira o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e negou que tenha recebido propina para aprovar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Durante acareação à CPI mista da Petrobras, Cerveró reafirmou o que havia dito em setembro à própria comissão: que desconhecia se havia um esquema ilícito para a aquisição da refinaria.

"Desconheço, e também desconheço qualquer esquema de propina", afirmou Cerveró, ao ressaltar que, se Paulo Roberto Costa disse isso, está mentindo. Ele disse que a avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) de que o prejuízo para a Petrobras com o negócio chegou a US$ 792 milhões é errada e que isso é "inexistente".

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Sentado na frente de Cerveró e confrontado com as declarações, Paulo Roberto disse simplesmente que reafirmava o que havia dito na delação premiada. "O que eu disse para o juiz Sérgio Moro, eu confirmo", afirmou.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa surpreendeu na sessão da CPI mista que apura irregularidades na estatal, ao decidir falar, e bastante. Ele disse que nunca precisou de apoio político para conquistar os cargos que acumulou na petroleira. Admitiu também que tinha o sonho de assumir uma diretoria da estatal e ser presidente da companhia, mas que quando chegou a hora de assumir o cargo de diretor de Abastecimento, em 2004, foi preciso indicação política. Ele não citou como ocorreu essa indicação, mas Costa contou na época com o apoio do então líder do PP na Câmara, José Janene. Hoje, na CPI, Costa diz ser arrepender de ter aceitado a ajuda.

"Estou extremamente arrependido de dizer isso. Este cargo me deixou aqui, hoje. Estou arrependido e quisera eu não ter feito isso. Digo isso tudo para deixar minha alma um pouco mais pura, mais confortável, para a minha família. Passei seis meses preso. Uma delação de tudo que eu conhecia", disse.

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Segundo o ex-diretor, o que ele falou na delação são fatos que acontecem não somente na Petrobras, mas no Brasil inteiro, "nas rodovias, portos, ferrovias, aeroportos". Costa falou tudo isso depois de o advogado de defesa dele ter sinalizado, desde a semana passada, que o ex-diretor iria ficar calado na acareação de hoje com o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró. "Assumi esse cargo por indicação política e assinei a minha demissão em 2012 porque não aguentava mais a pressão para resolver problemas que não eram da minha área", desabafou Costa.

O ex-diretor de Abastecimento disse que confirma tudo o que falou na delação premiada, mas fez uma ressalva: são declarações "que não posso abrir aqui", justificou. "Não tem nada na delação que eu não confirme. É um instrumento extremamente sério. Não pode ser usado de artifício", explicou. Segundo Costa, foram 80 depoimentos, mais de duas semanas na delação. "O que está lá, eu confirmo. Provas? Estão existindo, estão sendo colocadas. Falei de fatos, dados e das pessoas. Tudo o que eu falei eu confirmo", declarou.

O ex-diretor justificou que quando fez a delação premiada, não foi orientação "do advogado, de ninguém". "Foi orientação da minha família", disse, explicando que tomou a decisão pensando na esposa, filhos, familiares e netos. "Fiz a delação para dar um sossego para minha alma, por respeito e amor à minha família. E os outros? Você vai pagar sozinho? Fiz a delação para dar um sossego para a minha e um conforto para a minha família".

Integrantes da CPI mista da Petrobras voltaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quarta-feira para reiterar o pedido de acesso à delação premiada feito pelo ex-diretor da estatal, Paulo Roberto da Costa.

O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), foi acompanhado pelo relator deputado Marco Maia (PT-RS) e por outros parlamentares para uma audiência com o ministro Luís Roberto Barroso - o relator no Supremo do mandado de segurança impetrado pela CPMI.

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Ao deixar o gabinete de Barroso, Vital do Rêgo comentou que há um prejuízo em não ter acesso à delação. De acordo com o senador, o fechamento do processo de investigação "teria com a delação mais elementos que possam efetivamente confirmar o juízo de valor dos membros da CPI".

Marco Maia falou que o relatório final da CPMI não será conclusivo, se não forem liberadas as informações da delação. "O relatório final não será fraco, mas, volto a dizer, um relatório que terá problemas, não será conclusivo em função da falta dessa informação da delação premiada", disse Maia.

O ministro Luís Roberto Barroso pediu, inicialmente, informações ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo, e também requisitou manifestação da Procuradoria-Geral da República.

Teori já enviou as informações requisitadas e, agora, Barroso aguarda o posicionamento da PGR. "Só assim e partir deste momento é que ele vai se debruçar sobre o caso e decidir. O que eu senti do ministro é que ele está atento", disse Vital do Rêgo, ao deixar a reunião.

Os parlamentares pedem que todas as delações que vierem na sequência, não só Paulo Roberto, sejam também compartilhadas com a CPMI. "A partir da homologação (da delação), nós entendemos que é necessário o compartilhamento, do Paulo Roberto e de qualquer outro. A delação premiada precisa ser compartilhada com o Congresso Nacional, leia-se todas as delações que possam vir dentro de uma ação penal que nós da CPMI temos interesse", completou.

O deputado Marco Maia falou ainda que há um "problema sério na condução do relatório sem apresentação da delação". "Não é apenas o nome das pessoas que nos interessa, mas também o modus operandi, como eram praticados os crimes, como aconteceram os pagamentos das propinas, que tipo de propina houve, qual era a relação das empresas."

Vital do Rêgo falou sobre a sessão da CPMI da tarde desta quarta, na qual, segundo ele, houve um acordo para que fosse possível avançar com as convocações. A definição sobre a convocação do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, ficou para a próxima semana.

A CPI mista da Petrobras aprovou nesta quarta-feira nove requerimentos de convocação para depoimentos que serão realizados nas próximas semanas. Entre os nomes, não estão presentes membros do PT e PSDB que constavam nas listas de requerimentos, como a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Também não foram votadas as quebras de sigilo de empreiteiras citadas na operação Lava Jato da Polícia Federal.

O início da sessão de hoje atrasou duas horas. Na sala anexa ao plenário da comissão, líderes de partidos passaram cerca de uma hora e meia tentando traçar um acordo sobre quem deveria ser convocado. Os aprovados são: Rafael Angulo Lopez, responsável pela operação financeira do doleiro Alberto Youssef; Saul Sabbá, representante legal do Banco Máxima; Waldomiro Oliveira, dono de três empresas usadas por Youssef; Meire Poza, ex-contadora do doleiro; João Procópio Junqueira Prado, sócio da GFD Investimentos; Marcio Andrade Bonilho, sócio da empresa Sanko-Sider; e Marcelo Barboza Daniel, suspeito de ter feito repasses ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

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Também foram aprovados na sessão de hoje requerimentos com pedidos de informações a empresas, sem a votação de nenhuma quebra de sigilo telefônico, fiscal ou bancário. Segundo o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), não haveria tempo de analisar relatórios desse tipo, já que o fim da CPI está previsto para 18 de dezembro. "As propostas feitas pela oposição são muito extensas e não há um prazo hábil para você receber as informações e poder trabalhá-las", disse. O acordo feito pelos parlamentares prevê que só haja quebra de sigilo se as empresas se recusarem a ceder informações. O líder do PPS na Câmara protestou. "Nós apresentamos os requerimentos de quebra de sigilo das empreiteiras e, lamentavelmente, nós não vimos isso ser premiado em nenhum momento", afirmou.

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