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As CPIs da Americanas, do MST e a da Manipulação dos Resultados no Futebol, que funcionam simultaneamente, foram prorrogadas por uma semana pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e devem encerrar os trabalhos no dia 21.

Instaladas em maio, as comissões deveriam ser concluídas nesta quinta, 14, mas foram prorrogadas para compensar "a semana em que foi feito esforço concentrado para a aprovação da reforma tributária em plenário", segundo a assessoria da Câmara.

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De acordo com o regimento da Casa, cada comissão de inquérito pode funcionar por 120 dias, prorrogáveis por até metade, para conclusão dos trabalhos.

As CPIs

A CPI do MST, composta majoritariamente por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e da Frente Parlamentar da Agropecuária, ganhou força para ser instaurada após, em abril deste ano, ativistas do MST invadirem o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, que é comandado por um primo de Lira.

A CPI do Futebol foi motivada por investigações do Ministério Público que encontraram apostadores que tinham contato com jogadores de futebol para manipular cenários, como ganhar cartões amarelos, para garantir que os investidores fossem premiados com as apostas.

Já a CPI das Americanas foi instaurada para investigar os R$ 20 bilhões de inconsistências no balanço, que a empresa detectou em janeiro deste ano, o que levou a companhia a entrar em recuperação judicial e também afetou os bancos com os quais tinha dívidas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) avalia que as três Comissões Parlamentares de Inquérito aprovadas na Casa serão instaladas e terão início nesta quarta-feira, 17. As CPIs do Movimento dos Sem Terra (MST), das Lojas Americanas e das Apostas Esportivas serão discutidas na reunião de líderes prevista para o fim da tarde de hoje, afirmou o presidente da Câmara. Em entrevista à Band TV, Lira cobrou mudanças na articulação política do governo Lula no Congresso. "Enquanto o governo não se posicionar com relação a acreditar, delegar, descentralizar, fazer com que as coisas aconteçam com mais fluidez, enquanto se permanecer trancado, cada um querendo ser dono de um quinhão para demonstrar mais atividade perante presidente da República, as coisas não vão andar", disse.

O presidente da Câmara evitou "apontar o dedo" para um ou outro ministro sobre as dificuldades do Executivo em manter diálogo com a Câmara, mas já havia colocado na berlinda o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem definiu como "sujeito fino e educado, mas que tem tido dificuldades" há cerca de duas semanas em entrevista ao jornal O Globo. No último dia 2, Lira participou de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando cobrou o pagamento de emendas e a liberação de cargos. Como mostrou o Estadão, depois do encontro, Lula decidiu assumir pessoalmente negociações com o Congresso e, na semana passada, autorizou o pagamento de R$ 4 bilhões em emendas remanescentes do orçamento secreto no governo Bolsonaro.

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Apesar das críticas, ele descartou que possa vir a romper com o governo petista. "Se especulou muito sobre um provável rompimento. Não há possibilidade, eu não seria irresponsável de, como presidente da Câmara, romper relações com o governo", declarou. "O Brasil se ressentiria."

Em momento decisivo para articulação governista no parlamento, diante da instalação da CPMI dos Atos Golpistas e da CPI do MST na Câmara, Lira recomendou que "não se faça desdém" das investigações sobre o MST. "Não só MST será alvo, mas todos os movimentos que pratiquem atos para os quais o objeto foi pedido, são vários movimentos agrários", afirmou, ao rechaçar invasões de terras produtivas. Ele também destacou a importância da CPI das Apostas Esportivas e defendeu a regulamentação do setor. "Câmara já votou regulamentação dos jogos, está esperando deliberação do Senado há mais de 1 ano (...) Está claro a influência dessas apostas online, que hoje patrocinam 100% dos clubes brasileiros, a própria CBF, na influência de resultados", disse.

Já sobre a CPI das Lojas Americanas, cobrou foco e cuidado nas investigações. "Ela é tão ampla que tem que ter cuidado máximo de fatos que vieram à tona e são preocupantes com relação às atividades de empresas de auditoria e da CVM com relação à Bolsa de Valores", afirmou Lira, que na sequência reiterou não acreditar que as investigações parlamentares possam acabar paralisando as atividades na Câmara.

Conflito entre Poderes

Lira cobrou ainda que o Senado seja mais ativo no debate e deliberação de temas sobre as atribuições do Legislativo e Judiciário. Ele reconheceu que há um aumento nas críticas ao avanço do poder do Judiciário, especialmente do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que deputados se "ressentem" da participação do Senado nessa discussão.

"Há uma relação constante de aumento de críticas à atuação de um avanço do poder Judiciário, isso fruto ainda das operações que existiram da criminalização da política, houve recuo exagerado do poder Legislativo nas suas atribuições", afirmou Lira, ao ser questionado sobre um avanço no poder dos ministros da Corte, como Alexandre de Moraes. "Só acredito em mudanças legislativas para resolver esse problema. E com mudanças legislativas, numa conversa interna na Câmara dos Deputados, a Câmara se ressente da participação do Senado na discussão das pautas legislativas."

De acordo com Lira, a autocontenção dos Poderes é importante para manter o equilíbrio da democracia. "Era importante uma sinalização por parte do Senado, que é a casa da federação, que trata da indicação, da sabatina, de todo processo legislativo com relação ao Supremo Tribunal Federal, para que a gente pudesse discutir maneiras e formas legislativas dessa pressão diminuir", disse. Ele reconheceu que há um "problema de relacionamento", mas reforçou que cabe ao Senado promover esse debate: "É claro que há um problema de relacionamento. Costumo dizer que quem tem veneno e antídoto para questões federativas do presidente da República é a Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal é o Senado Federal".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu prorrogar o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid por noventa dias, impondo mais uma derrota ao governo de Jair Bolsonaro. A estratégia traçada por adversários de Bolsonaro para aumentar ainda mais o seu desgaste não se resume, porém, apenas às investigações sobre ações e omissões no combate à pandemia. Assim que os senadores encerrarem os trabalhos desta comissão, a CPMI das Fake News será retomada.

A ideia é deixar o presidente "sangrando" até a campanha eleitoral de 2022. Ao mesmo tempo, a oposição também quer levar os militares para o centro das apurações de fraudes e cobrança de propina no Ministério da Saúde, que não se limitam à compra de vacinas contra o coronavírus. O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), pretende convocar o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, sob o argumento de que ele faz "ameaças diuturnas" de golpe no País.

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Na outra ponta, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara aprovou ontem convite para Braga Netto explicar a nota divulgada na semana passada com críticas ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). O documento foi interpretado como uma "tentativa de intimidação" por Aziz, que havia criticado o "lado podre" das Forças, nas suas palavras envolvido em "falcatruas do governo" para a aquisição de vacinas.

A nota assinada por Braga Netto e pelos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica incomodou os parlamentares especialmente no trecho em que sugere atuação leviana da CPI. "As Forças Armadas não aceitarão ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro", dizia o comunicado.

"É muito importante que o ministro venha justificar com qual intenção ele escreveu uma nota dessas porque, sinceramente, isso abala inclusive a questão da democracia no País. Dizer que Forças Armadas não podem ser investigadas? Estão acima da lei? O que é isso?", criticou o deputado Elias Vaz (PSB-GO), autor do requerimento de convocação, depois transformado em convite, de Braga Netto à Comissão de Fiscalização e Controle. "O Parlamento não pode aceitar que meia dúzia de milicos tomem como refém uma CPI porque tem militar envolvido. Tem militar corrupto, sim. E militar corrupto precisa ir para a cadeia", disse o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).

Senadores querem coletar informações do período em que Braga Netto chefiou a Casa Civil. A CPI descobriu que, pouco antes de ser demitido, o então diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, fez um dossiê que citava a Casa Civil nas irregularidade para a compra de vacinas. A suspeita é que as ordens ao Ministério da Saúde teriam começado antes mesmo da pandemia, na época em que Onyx Lorenzoni, hoje ministro da Secretaria Geral da Presidência, chefiava a pasta, atualmente comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos.

Dias foi indicado para o cargo pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), assessor de Onyx, com aval de Ricardo Barros, ex-ministro da Saúde e hoje líder do governo na Câmara. Barros é, atualmente, um dos principais alvos da CPI.

Ao fechar o cerco sobre os militares, a CPI avalia que atingirá Bolsonaro. Os senadores também têm compartilhado frequentemente informações com integrantes da CPMI das Fake News, que está paralisada desde que começou a pandemia, em março do ano passado. Composta por senadores e deputados, esta comissão mista investiga uma rede de notícias falsas em torno de Bolsonaro e já identificou que páginas responsáveis por disseminar ataques virtuais contra parlamentares e integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) têm ligação com aliados e até com filhos de Bolsonaro.

A página bolso_feios, por exemplo, apontada como uma das que disseminam ódio contra adversários de Bolsonaro, teve registros de acesso a partir de telefone usado por um assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho "03" do presidente.

Se a CPI da Covid foi atrás do "gabinete paralelo" - núcleo de assessoramento informal de Bolsonaro, que apostava em "imunidade de rebanho" e dava prioridade à compra de medicamentos com ineficácia comprovada, em vez da vacinação -, a CPMI das Fake News esquadrinha o "gabinete do ódio" no Planalto. Trata-se do grupo composto por assessores especiais de Bolsonaro, comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho "02", que se dedica à disseminação de fake news nas redes sociais contra rivais do presidente.

Em conversas reservadas, parlamentares das duas CPIs trocam "figurinhas" sobre os prazos. O plano prevê que a CPMI das Fake News retorne em outubro ou novembro e vá até abril ou maio de 2022.

Pressionado por investigações e com a popularidade em queda, Bolsonaro está convencido de que há uma conspiração contra ele. Em conversas reservadas, o presidente avalia que Rodrigo Pacheco "mudou de lado" e agora também atua para que ele não seja reeleito. Pacheco foi eleito para comandar o Senado com apoio do Palácio do Planalto. Um grupo atua para que troque o DEM pelo PSD e seja candidato à sucessão de Bolsonaro.

Em mais um capítulo da crise, Omar Aziz insinuou ontem que a Polícia Federal estava ouvindo os nomes citados pela CPI da Covid antes mesmo da comissão. Irônico, Aziz disse que era uma 'coincidência' representantes da Precisa Medicamentos, por exemplo, serem chamados pela PF antes dos depoimentos. A corporação divulgou nota defendendo sua atuação no inquérito sobre o processo de compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde.

No texto, a PF afirmou que a oitiva das pessoas chamadas a contribuir para a "elucidação dos fatos" não está atrelada a outras investigações em andamento sobre o caso. Observou, ainda, que o trabalho da corporação se dá "sem perseguições ou proteções de qualquer natureza". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A maior parte das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Assembleia Legislativa paulista terminou o ano de 2019 esvaziadas, e com poucas conclusões que possam ser aproveitadas pelo poder público. O resultado ocorre após assessores da base do governo, em março, montarem acampamento na frente da secretaria de protocolos da Casa para impedir a instalação de uma CPI contra a Dersa - que ficou para 2021.

A CPI do Táxi Aéreo, uma das cinco instaladas na Alesp, foi encerrada sem sequer apresentar um relatório final. Outras duas comissões falharam em comprovar as suspeitas de irregularidades que motivaram sua instalação, e foram encerradas com relatórios com recomendações que já são adotadas ou têm pouco detalhamento técnico.

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Na comissão que investigou o Táxi Aéreo, cinco das 11 reuniões convocadas tiveram quórum insuficiente ou foram canceladas. Os deputados ouviram um total de três pessoas, e a última reunião foi realizada em meados de setembro - cerca de dois meses antes do prazo para conclusão dos trabalhos.

O relator da comissão, Rodrigo Gambale (PSL), diz que o relatório não foi apresentado porque, no dia marcado para a leitura, o número de deputados que compareceram era insuficiente para iniciar a reunião. Ele atribui o problema ao funcionamento de comissões em horários simultâneos. "Não deu quórum, e o dia da apresentação do relatório seria no dia de prazo final para todas as CPIs", disse.

Gambale afirma, no entanto, que o documento foi concluído e deve ser enviado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com recomendações - entre elas, "maior fiscalização da agência nas rampas de embarque". A comissão não identificou nenhuma empresa que presta serviço de transporte aéreo clandestino.

A CPI da Barragem de Salto Grande, na região de Campinas, foi instalada após a estrutura ser classificada como de alto risco, além de ter potencial de dano às cidades de Piracicaba e Limeira. Após cinco meses, a comissão concluiu que a barragem é "totalmente segura", nos termos do relatório.

Seis pessoas foram ouvidas pelos deputados, que também fizeram uma visita à barragem, em Americana. O relator, Rafa Zimbaldi (PSB), disse que a comissão tinha intenção de realizar mais audiências, mas não foi necessário. "Conforme nós fomos avançando, começamos a ver a não necessidade de ouvir todo mundo." O relatório recomendou um plano de saneamento e despoluição dos rios que abastecem a região da represa, além do acompanhamento da situação da barragem.

A CPI das Universidades, palco de protestos durante o ano, sofreu críticas por terminar os trabalhos com poucos avanços em relação ao que já havia sido levantado por órgãos de controle. A principal recomendação foi uma Proposta de Emenda à Constituição estadual, que obrigaria o Tribunal de Contas do Estado (TCE) a julgar a prestação de contas das universidades no mesmo prazo das contas do governador.

A CPI questionou as universidades sobre repasses a fundações e problemas na transparência, mas não descobriu novas irregularidades. "Tivemos que deslocar equipes grandes em todas as universidades para realizar isso, eles pediram muitos dados que não foram vistos", disse o reitor da Unicamp e presidente do conselho das universidades estaduais, Marcelo Knobel. "Não houve absolutamente nenhuma novidade".

A CPI fez recomendações já adotadas, como o fim dos pagamentos acima do teto constitucional e o aumento da transparência. A relatora, Valéria Bolsonaro (PSL), disse que a comissão fez seu trabalho ao repassar denúncias ao Ministério Público e ao tribunal. "No relatório, nós falamos muito sobre os repasses de verbas e mandamos muitas denúncias, justamente sobre a prestação de contas desses repasses para as fundações e para as pesquisas, ao MP e ao TCE", disse. "Alguns avanços ocorreram mas nós, parlamentares, não podemos fazer as mudanças. O que nós podemos fazer é apresentar as denúncias."

A CPI da Venda de Animais, que investigou maus-tratos e irregularidades na criação e venda de pets, recomendou mudanças na legislação, como a proibição da venda pela internet, além de regras sanitárias.

A comissão mais movimentada do ano investigou suspeitas de irregularidades na Fundação para o Remédio Popular. Foram 29 reuniões, 19 oitivas e duas diligências. As recomendações foram do indiciamento de ex-funcionários à suspensão de um contrato de Parceria Público-Privada de uma fábrica de remédios - sugestão acatada pelo governo de João Doria (PSDB).

Limite

Parlamentares atribuem os resultados inócuos à regra que limita o número de até cinco CPIs simultâneas. A abertura das comissões segue a ordem em que são apresentados os pedidos, o que provocou a cena do "acampamento" de assessores no início do ano. A intenção era evitar comissões contra o governo protocolando pedidos antes da oposição, que pretendia abrir investigação sobre irregularidades na Dersa. "A CPI é muitas vezes apresentada como instrumento político, pelo governo ou contra o governo, o que é ruim para os dois lados", disse Rafa Zimbaldi (PSB). "Se não houvesse limite, o número de proposições de CPIs seria muito menor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um mês e meio depois da tragédia do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que causou mais de 300 vítimas entre mortos e desaparecidos, o Senado e a Câmara pretendem começar os trabalhos de apuração sobre o acidente. Os senadores devem instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no dia 12.

Com 11 titulares e sete suplentes, a CPIe vai funcionar por 180 dias. Na mesma semana em que a comissão deve ser instalada, haverá no plenário do Senado uma sessão temática para discutir a tragédia. O requerimento já aprovado prevê a participação de autoridades, especialistas, ambientalistas, além de representante da mineradora Vale.

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Negociações

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vai aguardar até a véspera para a indicação de nomes que vão compor a comissão. “Eu vou aguardar até dia 11 para que os partidos façam suas indicações. A CPI do Senado está pronta. Já se passou um mês, e a gente vai ficar num impasse? Nós vamos cumprir nosso papel, o Senado vai instalar sua CPI a partir do dia 12”, afirmou.

O senador Carlos Viana (PSD-MG), que se lançou relator da comissão, diz que o objetivo é investigar como era a relação da Vale com as autoridades e as responsabilidades dos governos estadual e federal.

“Se não cuidarmos agora, vai acontecer em outras cidades e na próxima vez podem ser milhares”, alertou Viana.“Nós não queremos o fim da mineração, mas não podemos deixar que o setor se autorregule e que, depois de uma tragédia, venha pedir desculpas.”

Câmara

Na Câmara, na expectativa da criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (formada por deputados e senadores), a comissão exclusiva de deputados, requerida pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), está menos avançada do que no Senado. É necessário ler o requerimento em plenário pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os líderes indicarem seus membros.

Assim como no Senado, os deputados avaliam propor mudanças na política de segurança de barragens para aprimorar as regras gerais obrigatórias para construção e desativação de barragens de rejeitos de mineração.

No primeiro dia de trabalho legislativo, deputados recém-empossados protocolaram na Mesa Diretora da Câmara dois pedidos de instauração de comissões parlamentares de inquérito (CPIs). São solicitações de investigação sobre o rompimento da barragem de Brumadinho (MG); e contratos do BNDES.

Um dos pedidos foi registrado pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) com o objetivo de auditar contratos internacionais firmados pelo governo brasileiro nos últimos anos. “Queremos avaliar contratos feitos com Cuba, com ditaduras africanas e empréstimos do BNDES com a Venezuela que foram muito mal explicados. Quanto se gastou? Que tipo de benefício o Brasil teve?”, disse Macris.

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Brumadinho

Deputada de primeiro mandato, Joice Hasselmann (PSL-SP) protocolou pedido para criar uma CPI sobre o rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que causou a morte de 134 pessoas até o momento. “Trabalhei rapidamente e coletei mais de 200 assinaturas, mais do que as 171 necessárias”, disse.

Segundo ela, o objetivo é iniciar as investigações por Brumadinho e estendê-las a todas as regiões do País onde existam barragens do mesmo tipo. “É um tipo de crime que não pode mais acontecer”, finalizou.

Trâmite

Depois de protocolados os pedidos, o primeiro passo agora é conferir se não há duplicidade de assinaturas. São necessárias assinaturas de 171 deputados (1/3 do total de 513 parlamentares). A Constituição exige ainda que as comissões tenham fato determinado e prazo certo de funcionamento para serem instaladas.

*Da Agência Câmara

Na segunda metade de 2018, o Senado Federal poderá ter cinco comissões parlamentares de inquérito em funcionamento, entre elas a dos Maus-Tratos, que pode ser prorrogada. A CPI foi criada em 2017, com previsão de encerramento em 18 de agosto deste ano. O presidente do colegiado, senador Magno Malta (PR-ES), já demonstrou, contudo, interesse em estendê-la até o fim do ano. Para isso, é necessário o apoio de pelo menos 27 parlamentares.

- Penso que há tanta demanda nesta CPI que valeria a pena renovar o seu prazo, mas nós temos muita resistência nesta Casa – afirmou o senador na última reunião do colegiado, em julho.

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Já foram lidos no Senado requerimentos para dar início a três frentes investigativas sobre os seguintes temas: planos de saúde, privatização do setor elétrico e pagamento de supersalários a servidores públicos. As novas CPIs aguardam, no entanto, a instalação oficial. Depois desse procedimento, com indicação do presidente e do relator, os líderes partidários devem nomear seus integrantes.

Não há limite para a abertura de CPIs no Regimento Interno do Senado, nem para o funcionamento concomitante, mas há determinação de que a comissão seja encerrada na mesma legislatura (período de quatro anos) em que foi criada.

Preço dos combustíveis

Outro tema de interesse nacional que poderá ser analisado por uma CPI é a política de reajuste de preços de combustíveis adotada pela Petrobras. O assunto ganhou relevância após a greve dos caminhoneiros, em maio, em protesto contra os elevados preços do óleo diesel. A Petrobras segue os valores internacionais cobrados no barril de petróleo para balizar o preço do litro da gasolina e do óleo diesel, mesmo com a elevada produção nacional.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), autora do requerimento para criar a CPI sobre esse assunto, defende uma investigação de curto prazo e com análises restritas à formação de preços, sem adentrar questões que estão na alçada da Operação Lava Jato. O pedido de criação já foi apresentado, com mais de 27 assinaturas, mínimo necessário, mas ainda não foi lido em Plenário, ato que oficializa a criação da comissão.

- Só há uma forma de abrir a caixa preta da Petrobras: através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Nenhuma outra comissão, dispositivo regimental, requerimento, o que for, terá a possibilidade legal de acessar os reais dados da Petrobras e de quem mais seja necessário para que a gente possa estudar e mostrar à população o que os técnicos já dizem, que é um abuso essa política de preços – declarou Vanessa, em discurso no mês passado, ao defender a instalação da CPI.

Planos de saúde

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) foi a primeira signatária do requerimento de criação da CPI para investigar os reajustes de preços dos planos de saúde autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os órgãos de defesa do consumidor alegam que os aumentos nos preços das mensalidades dos planos coletivos, hoje o maior número de contratos, é muito superior aos índices oficiais de inflação.

Segundo a parlamentar, a atuação da ANS vem beneficiando os interesses das operadoras dos planos em detrimento dos direitos dos consumidores.

- Os usuários dos planos de saúde têm sido surpreendidos por reajustes acima dos índices de inflação. Em 2016, a inflação medida pelo IPCA foi de 6,28%. Entretanto, a ANS autorizou um aumento de 13,57%. E em 2017, para uma inflação de 2,9% pelo IPCA, a ANS autorizou um aumento de 13,55% - explicou a senadora, em junho, ao anunciar que já havia obtido o apoio necessário à CPI.

O requerimento de criação foi lido em Plenário no dia 11 de julho, mas a comissão ainda precisa ser instalada. Será composta por 11 membros titulares e 6 suplentes e funcionará pelo prazo de 180 dias prorrogáveis. Suas despesas serão limitadas ao valor de R$100 mil.

Setor elétrico

A tentativa de privatização da Eletrobras pelo governo do presidente Michel Temer levou o senador Hélio José (Pros-DF) a propor uma investigação parlamentar. O requerimento de criação da CPI foi lido em Plenário em 23 de maio, mas ainda não houve a instalação.

Na opinião do senador, o governo não conseguiu justificar os benefícios que a sociedade terá com a privatização de ativos públicos estratégicos. Ele acredita que o aumento da tarifa será inevitável com a venda da Eletrobras, o que prejudicará todos os usuários.

De acordo com o requerimento, atores responsáveis pelo processo de privatização teriam ligações com o grupo empresarial interessado na venda da estatal. O acesso a informações privilegiadas por entes interessados na privatização pode comprometer os interesses da União e, por esse motivo, a condução do processo deverá ser investigada, defendeu Hélio José.

A comissão será composta por 10 senadores e igual número de suplentes e disporá de R$90 mil para as despesas com as investigações.

Salários dos servidores

O requerimento de criação da CPI dos Supersalários foi lido em Plenário em 27 de setembro de 2017, mas até agora não houve a indicação de presidente, relator e integrantes pelos líderes partidários. A intenção do proponente da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), é analisar o pagamento de salários acima do teto constitucional para servidores e empregados da administração pública direta e indireta.

A comissão deve promover a investigação de servidores de todos os poderes e órgãos independentes, além de empresas públicas e sociedades de economia mista, como a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. A comissão também vai estudar a possibilidade de restituição dos valores recebidos a mais pelos servidores que têm supersalários.

Segundo o requerimento de criação, um dos focos é o recebimento disfarçado de verbas de natureza indenizatória que vêm sendo concedidas com nítido abuso, como 30 diárias e centenas de horas-extras por mês, além de “auxílio-educação, auxílio-moradia, auxílio para cursos de línguas, indenização por acúmulo de varas, prêmio por meta alcançada, distribuição de lucros”, pagos além do teto constitucional e excluídos da base de cálculo do Imposto de Renda.

A CPI, que tem previsão orçamentária de R$ 80 mil, deve ser composta por sete titulares e sete suplentes.

Maus-Tratos

Criada em agosto de 2017 – e prorrogada uma vez – para investigar casos de pedofilia, violência e abuso contra crianças em ambiente doméstico e em creches e escolas, além de crimes como abandono, trabalho infantil, maus-tratos físicos, psicológicos e intelectuais e negligência, a CPI dos Maus-Tratos ouviu envolvidos em casos rumorosos, como os responsáveis pela exposição “Queermuseu - cartografias da diferença na arte brasileira”.

Criticada por conter nudez e não haver classificação indicativa de idade, a exposição patrocinada pelo Banco Santander causou polêmica especialmente nas redes sociais, pois pelo menos uma criança teve acesso a uma instalação com um ator nu. O embate entre uma suposta censura à liberdade artística e a necessidade de classificação etária para as exibições ou apresentações ao vivo, abertas ao público, dividiu os senadores nas audiências públicas. O senador Magno Malta acabou sugerindo proposição que impõe a classificação indicativa por faixa etária para exibições, a cargo do Ministério da Justiça (PLS 506/2017), mas reforçou que a intenção é proteger as crianças e não criminalizar a arte.

Outro caso abordado pela CPI foi o do ex-técnico da seleção brasileira de ginástica olímpica, Fernando de Carvalho Lopes, acusado de abusos sexuais de atletas, incluindo o ginasta Diego Hypollito. Lopes negou as acusações e afirmou que foram motivadas por vingança de ex-alunos e disputa política entre treinadores concorrentes. Requerimento para ouvi-lo mais uma vez, na volta do recesso parlamentar, foi aprovado em julho.

Até o momento, uma das principais ações da comissão foi a elaboração de três cartilhas de prevenção contra o suicídio, a automutilação e o bullying e o cyberbullying. Exemplares foram impressos e distribuídos nacionalmente, e os arquivos estão disponíveis via internet para a reprodução independente.

Além da proposta sobre a classificação indicativa em exibições, Magno apresentou, em nome da CPI, mais dois projetos de lei: o que cria normas de segurança e de medicina do trabalho para profissionais que atuam em locais de educação infantil e fundamental (PLS 507/2017); e o que obriga a notificação do Conselho Tutelar sobre casos de suspeita de automutilação de crianças e adolescente (PLS 508/2017).

Outras 26 sugestões de proposições foram apresentadas por Magno Malta e pelo relator da CPI, senador José Medeiros (Pode-MT). Entre elas, a criação no Senado da Comissão da Criança e do Adolescente; o aumento de pena para o homicídio praticado contra criança ou adolescente e o estupro de vulnerável seguido de morte; e o que proíbe a admissão e permanência de criança ou de adolescente em bailes funk, eventos com livre fornecimento de bebidas alcoólicas ou eventos semelhantes. As minutas precisam ser aprovadas pelos parlamentares para tramitar no Senado na forma de projetos.

Da Agência Senado

Quando voltarem do recesso parlamentar, em fevereiro, deputados e senadores retomarão, entre suas atividades, os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito (CPI) que estão em funcionamento. Atualmente, cinco CPIs estão em funcionamento na Câmara e quatro no Senado.

Na Câmara, a CPI dos Fundos de Pensão é a que tem provocado mais movimentação de governistas e oposicionistas. A comissão está em funcionamento desde agosto do ano passado e, pelo requerimento original, deveria ter sido encerrada em dezembro. No entanto, um requerimento de prorrogação foi aprovado, o que deu mais 60 dias para as investigações. Como os prazos ficam suspensos durante o recesso, a CPI será encerrada no dia 19 de março.

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A comissão investiga se houve aplicação incorreta de recursos, entre 2003 e 2015, em quatro fundos de pensão: Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal), Postalis (Correios) e Previ (Banco do Brasil). Nesse período, os fundos acumularam prejuízos que podem impactar no pagamento das aposentadorias dos servidores. O relator da comissão, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), disse que pretende pedir novas quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico de investigados, segundo a agência Câmara. A CPI deverá propor, por exemplo, novas regras para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), vinculada ao Ministério da Previdência, na fiscalização dos fundos.

Outra comissão parlamentar de inquérito que mexeu com os deputados em 2015 e que ainda está pendente de conclusão é a CPI do BNDES. Após ter tido a conclusão adiada em 15 dias, a comissão deveria ter sido encerrada no dia 19 de dezembro, mas o relatório final não foi apresentado. A próxima reunião está marcada para o primeiro dia após o retorno dos deputados, 2 de fevereiro, quando devem ser apresentados relatórios setoriais que embasarão o relatório final.

Não há previsão de novos depoimentos. Em cinco meses, a comissão ouviu 21 pessoas, entre elas ex-presidentes do banco, o empresário Eike Batista, o pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. A CPI investiga supostas irregularidades em empréstimos do banco, concedidos a empresas investigadas na Operação Lava Jato.

Ainda estão em funcionamento na Casa as CPIs dos Crimes Cibernéticos, que teve o prazo final adiado para 14 de março; dos Maus Tratos de Animais, que será concluída logo na volta do recesso, no dia 3 de fevereiro; e da Funai e Incra, cujo prazo inicial se esgota em 19 de abril, mas também pode ser prorrogado.

Senado
No Senado, a CPI que mais tem tido destaque é a que investiga suposta corrupção na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A comissão foi instalada em julho do ano passado e deveria ter terminado em dezembro, mas teve o prazo final prorrogado por mais seis meses que contam a partir do fim do recesso. Presidida pelo senador Romário (PSB-RJ), a investigação da CPI envolveu a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal dos três últimos presidentes da confederação: Marco Polo Del Nero, José Maria Marin (que está em prisão domiciliar nos Estados Unidos) e Ricardo Teixeira, além do acesso a documentos do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 e contratos da CBF com empresas parceiras.

Outra que teve prazo final prorrogado para agosto de 2016 foi a CPI das Próteses, que investiga um escândalo de fraudes na compra de próteses e órteses pelo Sistema Único de Saúde. A próxima reunião da comissão está marcada para o dia 8 de fevereiro.

Também retomará os trabalhos no dia 8, a CPI do HSBC, que investiga denúncias de que brasileiros enviaram dinheiro ilegalmente para contas do banco na Suíça. A comissão começou a apuração em março e esteve prestes a encerrar os trabalhos antecipadamente por não conseguir avançar. No entanto, os senadores optaram por prorrogar os trabalhos até março deste ano. Mas, após algumas oitivas, os membros da comissão voltaram a concluir que não conseguiriam descobrir fatos novos e decidiram que o relatório final será apresentado logo que os trabalhos forem retomados.

O Senado tem ainda em funcionamento a CPI do Assassinato de Jovens, que já foi prorrogada e deverá ter os trabalhos concluídos também em março. Além disso, a CPI dos Fundos de Pensão aguarda para ser instalada na Casa, quando teve o requerimento de criação apresentado em julho do ano passado com o número de assinaturas necessárias, mas nunca ocorreu a reunião de instalação.

Aliados dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), atuaram nessa quinta-feira (5) em duas CPIs para evitar convocações de ex-assessores e do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação coordenada ocorre uma semana após Lula pedir ao PT para poupar Cunha de críticas durante a última reunião do diretório nacional, em Brasília.

Segundo fontes do jornal O Estado de S. Paulo, a blindagem a Lula é resultado das conversas conduzidas por ele e por outros petistas da confiança do ex-presidente com aliados de Cunha e de Renan nas últimas três semanas. Os dois grupos firmaram um pacto de não agressão que envolve interesses do PT, do PMDB e de vários políticos investigados pela Operação Lava Jato.

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A senha para o armistício foi dada pelo próprio Lula na semana passada, quando o petista pediu ao PT que desse amplo direito de defesa a Cunha e aos demais alvos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O presidente da Câmara e Renan são investigados por Janot.

Com a avanço das apurações sobre o entorno do ex-presidente, ele teme que eventuais ataques do PT a Cunha possam ser alvo de revide do PMDB nas duas Casas legislativas. Lula também avalia que Cunha pode aceitar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff para pressionar petistas a defendê-lo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Como resultado, ontem, na comissão de inquérito do Senado que investiga irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), os governistas liderados por PT e PMDB conseguiram derrubar o requerimento de convocação do filho caçula do ex-presidente, Luís Cláudio Lula da Silva. Ele é dono de uma empresa que apareceu nas investigações da Operação Zelotes, que apura esquema criminoso no Carf.

Além do caso de Luís Cláudio, a base governista impediu as convocações dos ex-ministros Erenice Guerra e Gilberto Carvalho - ela comandou a Casa Civil no fim do segundo mandato de Lula e ele foi chefe do Gabinete Pessoal da Presidência (2003-2010) e ministro da Secretaria-Geral no primeiro mandato de Dilma (2011-2014).

Na Câmara, aliados de Cunha foram fundamentais para ajudar o PT a rejeitar a convocação do ex-ministro Antonio Palocci pela CPI do BNDES. Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Palocci teria movimentado R$ 216 milhões após atuar com consultor de empresas que firmaram contratos com o banco.

'Acordão'

Em 17 de julho deste ano, Cunha anunciou a criação das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão como uma resposta ao Planalto e ao PT pelas denúncias contra ele feitas pelo delator Júlio Camargo. Agora, segundo a oposição, houve um "acordão" para poupar Lula e impedir as investigações. "Hoje nós assistimos ao enterro desta CPI. O que vamos fazer aqui?", disse a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). "O governo veio organizado para derrubar tudo", afirmou Betinho Gomes (PSDB-MG).

O presidente da Câmara e aliados têm reiterado que não há nenhum tipo de acordo com Lula ou o PT. Questionado sobre a vitória do governo na CPI do BNDES, Cunha disse que não acompanhou a comissão. "Não vi o que ocorreu (na CPI), mas na Câmara o espírito não é de constranger nem ele (Lula) nem a família (dele)", afirmou o deputado.

Em entrevista ao jornal há três semanas, Cunha disse ter se encontrado com Lula para "falar de política". A conversa ocorreu em 18 de setembro, em Brasília. O presidente da Câmara confirmou que sua relação com o governo melhorou após a entrada de Jaques Wagner na Casa Civil, há pouco mais de um mês.

Principal articulador do governo na CPI do BNDES, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) reconheceu que "existe um novo ambiente" na base aliada, principalmente com parlamentares do PMDB. "Aos poucos, estamos conseguindo reconstruir nossa base", disse. "Hoje tivemos uma boa demonstração disso."

Apesar de o governo ter tido uma relação tumultuada com o PMDB do Senado no primeiro semestre, a turbulência nunca abalou a proximidade que a cúpula do partido na Casa tem com Lula. Senadores do PMDB e o ex-presidente se reuniram diversas vezes para reclamar de medidas tomadas por Dilma. Ontem, na CPI do Carf, governistas compareceram em peso para ajudar aliados de Lula.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou a PF por ter intimado Luís Cláudio às 23h, no dia do aniversário de Lula. "Estamos diante de uma oposição raivosa que quer atingir a imagem de Lula." A CPI ainda rejeitou a transferência dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (mensagens eletrônicas) de Luís Cláudio, bem como de sua empresa, LFT Marketing Esportivo. Senadores da base também se posicionaram contra a convocação e quebra de sigilo de Carlos Juliano Ribeiro Nardes, sobrinho do ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que vai analisar os três requerimentos de instalação de CPI que aguardam despacho dele e, se todos tiverem fundamento, autorizará a abertura de investigação do pedido mais antigo. Os três requerimentos que aguardam decisão do peemedebista são os que preveem investigar a demarcação de terras indígenas, as fraudes contra a Receita Federal ou a máfia do futebol.

O primeiro requerimento da fila é que o pede para investigar a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na demarcação de terras indígenas e de remanescentes de quilombos. O pedido foi apresentado em 28 de abril deste ano pelo deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), da bancada ruralista. A instalação dessa CPI parece ser a mais provável, pois, além de o pedido ser o mais antigo, poderá servir como moeda de troca de Cunha com os ruralistas.

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O segundo requerimento mais antigo pede para apurar fraudes contra o fisco por parte de bancos e grandes empresas, mediante supostos pagamentos de propinas para manipular os resultados dos julgamentos referentes à sonegação fiscal pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O pedido foi apresentado em 12 de maio, pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA). Uma CPI para investigar o assunto, contudo, já está instalada no Senado desde 19 de maio, o que reduz as chances de ser aberta outra na Câmara.

O terceiro na fila foi apresentado em 28 de maio pelo deputado João Derly (PCdoB-RS) e pede apuração das denúncias de fraude, suborno e formação de quadrilha de sete dirigentes da Fifa, que foram presos na Suíça, em operação liderada pelo FBI, o serviço de inteligência dos Estados Unidos. De acordo com o Departamento de Justiça americano, há três brasileiros envolvidos, como o ex-presidente da CPF, José Maria Marin. Um colegiado semelhante, contudo, também já existe no Senado, mas para investigar clubes de futebol brasileiros.

A última CPI instalada na Câmara foi a dos fundos de pensão, cujo requerimento foi apresentado pelo deputado Rubens Bueno (PPS-PR) em abril deste ano. O colegiado foi instalado em agosto. De acordo com o Regimento Interno da Casa, somente cinco colegiados podem funcionar ao mesmo tempo. Além da comissão dos fundos de pensão e da Petrobras, estão em funcionamento atualmente a CPI do BNDES, de crimes cibernéticos e maus-tratos de animais.

Para viabilizar a criação de duas CPIs que contrariam o governo - a do BNDES e a dos fundos de pensão das estatais - o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), arquivou outros pedidos que estavam na frente na lista de espera de instalação.

Após ter anunciado seu rompimento com o governo, em julho, Cunha atendeu aos interesses da oposição e anunciou a instalação das comissões.

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Na manobra, a alegação de Cunha foi de que as CPIs arquivadas não atendiam aos pré-requisitos necessários. Apenas cinco comissões podem funcionar ao mesmo tempo. Cunha também autorizou a criação de uma CPI para investigar maus tratos contra animais e outra que apura crimes cibernéticos. A comissão que mais preocupa o governo, entretanto, é a dos fundos de pensão.

Comandada por um oposicionista, o deputado Efraim Filho (DEM-PB), a CPI tende a ganhar espaço na Câmara dos Deputados enquanto a CPI da Petrobras se consolida como coadjuvante da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

A comissão tem como objeto central os fundos de pensão Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil), Postalis (Correios) e Funcef (Caixa Econômica Federal) e está circunscrita ao período de 2003 a 2015, durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

Alvos

Mas a oposição, que está em maioria no colegiado, também mira integrantes do governo federal e envolvidos na Lava Jato. O ex- tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o doleiro Alberto Yousseff, ambos presos na operação da PF, foram os alvos dos primeiros requerimentos de convocação da CPI dos Fundos de Pensão, no dia 12 deste mês.

"A CPI dos Fundos tem mais matéria-prima e não há uma investigação paralela", diz o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que integra o colegiado.

A CPI do BNDES receberá na quinta-feira o presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho. Na semana passada, foram aprovadas as convocações de outros executivos da instituição e pedidos de informações sobre contratos firmados nos últimos 12 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reuniu aliados de partidos da oposição e até de legendas da base governista na noite de segunda-feira (3) para definir o comando das quatro CPIs que serão instaladas na volta do recesso. Como adiantou o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, na semana passada, o PT foi excluído da divisão.

A CPI do BNDES será presidida pelo PMDB e relatada pelo PR. A dos fundos de pensão ficará sob comando do DEM e será relatada pelo PMDB. PSDB comandará a CPI dos crimes cibernéticos e o PSD ficará com a de maus tratos a animais. As relatorias destas duas últimas ainda não foram definidas.

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A divisão foi anunciada pelo líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), após reunião de líderes da oposição na manhã desta terça-feira (4). Participaram líderes de DEM, PSDB e PPS. Em tese, o comando das CPIs fica a cargo dos partidos que integram os maiores blocos da Câmara. A votação acaba sendo simbólica e a escolha, política.

"Esta é uma decisão da maioria da Casa. Se o PT pleitear a presidência, é legítimo. Mas ele vai ter de construir maioria, o que me parece improvável neste momento", afirmou o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da Minoria na Câmara.

Ciente do acordo feito na noite anterior, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reuniu-se com Cunha na manhã desta terça-feira. "Primeiro que não tem essa de excluir ninguém. Era só o que faltava, a segunda maior bancada ficar fora da CPI. Baixa o tom. Isso não é aconselhável aqui dentro. Quem decide é a base. Nem presidente nem oposição decidem quem vai ser presidente ou relator. Esse discurso não é real. É um desejo vão da oposição. A oposição não é porta-voz nem do PR, nem do PT, nem de nenhum partido da base", disse Guimarães.

Com a reunião da noite de segunda que definiu o comando das CPIs, almoço que Cunha teria hoje com parlamentares foi cancelado. Participaram do encontro de ontem representantes de PSDB, DEM, Solidariedade, PSD, PR e PP.

Autorizada pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após o rompimento dele com o Governo Federal, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar denúncias de irregularidades nos contratos de empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode causar tumultos no Congresso Nacional. O colegiado deve ser instalado em agosto, após o fim do recesso. Para o vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Daniel Coelho, a CPI do BNDES vai “passar o Brasil a limpo”. 

“Temos preocupação quando vemos as áreas pobres do país sem receber investimentos, e o BNDES fazendo investimentos no exterior. Para atender o interesse de quem? É muito importante que as coisas sejam investigadas. A transparência é sempre muito boa para a democracia”, analisa Coelho. 

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No requerimento em que pedem a instalação da comissão de inquérito, os deputados destacam que os termos dos contratos secretos de financiamentos a outras nações só poderão ser conhecidos pelos brasileiros em 2027. O texto reforça que apenas em 2012, Angola e Cuba receberam US$ 875 milhões do banco. 

Além do colegiado sobre o BNDES, outro polêmico e contrário ao governo também foi autorizado, o do fundo de pensões. A CPI foi solicitada porque há indícios de ramificações do esquema do doleiro Alberto Youssef na gestão dos fundos de pensão, que administram mais de R$ 452 bilhões. Entre os alvos da investigação parlamentar estão a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e o Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis).

“É um aspiração da oposição, mas também de toda sociedade. Há recursos públicos em ambos os casos que estão sendo aplicados sem a devida transparência, e pior, para projetos que nem sempre são de interesse do país”, alertou o tucano. 

Para Daniel Coelho, o Congresso não pode fugir de sua prerrogativa de fiscalizar e usar as CPIs como instrumento legal para investigar irregularidades. “Não dá para restringir. É preciso respeitar as instituições e o que temos visto é o governo querendo esvaziar as funções de fiscalização inerentes à democracia. O Executivo é eleito para governar, mas há órgãos de controle e de fiscalização que precisam cumprir seu papel, e o Congresso é um deles. Permitir que eles o façam, isso sim é defender a democracia”, concluiu o vice-líder tucano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou, na manhã desta quarta-feira (4) a criação de três novas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) na Casa.

Junto à CPI da Petrobras, passam a funcionar na Câmara a CPI da violência contra jovens negros e pobres (proposta pelo petista de Minas Gerais Reginaldo Lopes), a CPI do sistema carcerário (do petista de São Paulo Carlos Zarattini) e a CPI da máfia das órteses e próteses no País (sugerida pelo peemedebista do Mato Grosso do Sul Geraldo Resende).

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Embora houvesse parecer favorável da assessoria técnica para a instalação, o requerimento do deputado Ricardo Barros (PP-PR) para criação de uma comissão sobre a divulgação de pesquisas eleitorais desde as eleições de 2000 foi rejeitado. Cunha considerou que não havia fato determinado, critério básico para a instalação de uma CPI.

Cunha também indeferiu a criação de uma comissão para averiguar denúncias de irregularidades em planos de saúde - protocolada pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP) - e o pedido do petista Paulo Teixeira (SP) para investigar as causas da violência no Brasil.

Na Câmara podem funcionar cinco CPIs por vez. Com os deferimentos de hoje, sobra apenas uma vaga para instalação de CPI na Casa. Aguardam autorização de funcionamento as CPIs do setor elétrico, sobre deficiência no atendimento a mulheres vítimas de violência, sobre crimes cibernéticos e da crise hídrica na região Sudeste.

Na primeira semana de trabalhos da Câmara, os deputados já protocolaram oito pedidos de criação de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para investigar os mais diversos assuntos. Dessas, apenas a destinada a investigar a prática de atos ilícitos e irregulares na Petrobras entre 2005 e 2015 foi criada, e deverá ser instalada logo após a semana de carnaval.

Os outros sete pedidos de CPI estão sendo analisados pela Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, que é responsável pela verificação e conferência das assinaturas e se há fato determinado para a criação da comissão. Feita a análise, cabe ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidir, com base no estudo da assessoria, se cria ou não a CPI.

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Para que uma CPI seja criada é preciso que haja fato determinado para as investigações objeto do requerimento, e que o mesmo contenha as assinaturas de pelo menos 171 deputados. Pelo Regimento Interno da Câmara só podem funcionar simultaneamente cinco CPIs, obedecendo à ordem de apresentação dos respectivos requerimentos de criação.

O secretário-geral da Mesa da Câmara, Mozart Vianna, informou que na segunda-feira (9) levará ao deputado Eduardo Cunha o estudo sobre os sete requerimentos de criação de comissões parlamentares de inquérito para que Cunha decida se cria ou não as outras quatro CPIs, que poderão funcionar simultaneamente com a da Petrobras.

O primeiro requerimento de CPI apresentado nesta legislatura propõe a criação de comissão para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo no resultado das eleições, a partir do processo eleitoral de 2000. O pedido foi feito pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR) e apresentado no dia 2 de fevereiro. O segundo pedido foi feito pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), em 3 de fevereiro, e propõe que sejam investigadas denúncias de irregularidades nos serviços de planos de saúde prestados por empresas e instituições privadas.

O terceiro pedido de CPI foi apresentado pelos líderes da oposição, na noite do dia 3 de fevereiro, para investigar atos ilícitos e irregulares na Petrobras. Como o pedido atendeu as exigências, Eduardo Cunha já criou a CPI. O quarto pedido foi apresentado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e propõe investigar as causas e razões da violência no Brasil e propor medidas para reduzi-la. A quinta solicitação propõe investigar as causas da violência contra jovens negros e pobres, feita pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

O sexto pedido de CPI foi feito pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) para investigar a realidade do sistema carcerário brasileiro. O sétimo foi apresentado pelo deputado Geraldo Rezende (PMDB-MG) e visa a investigar a cartelização na fixação de preços e distribuição de órteses e próteses. O último pedido apresentado  é para investigar as causas, consequências e os responsáveis pela atual desestruturação do setor elétrico, feito pelo líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP).

Cerca de 20 militantes do PSOL promoveram nessa segunda-feira (16) um protesto em frente à sede do Metrô para cobrar investigações na Assembleia Legislativa de São Paulo e na Câmara dos Deputados sobre a formação de cartel no setor metroferroviário paulista entre 1998 e 2008 - durante governos do PSDB.

Os manifestantes lavaram a calçada em frente ao prédio, no centro. O cartel dos trens é alvo de investigações nos âmbitos criminal, cível e administrativo. As investigações em curso envolvem ex-dirigentes do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ex-diretores de empresas multinacionais e políticos.

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Enquanto alguns militantes do PSOL varriam com água e sabão a calçada da frente do prédio, outros seguravam faixas com os dizeres "Exigimos apuração do trensalão tucano". A manifestação contou com a presença de três parlamentares da legenda: o deputado estadual Carlos Giannazi, o deputado federal Ivan Valente e o vereador Toninho Vespoli.

"O que nós queremos mesmo é uma lavagem ética no governo (do Estado)", disse Vespoli durante o protesto, que durou menos de uma hora. O governor Geraldo Alckmin tem afirmado ser o principal interessado nas investigações, "doa a quem doer".

A Câmara Municipal de São Paulo é a única Casa legislativa com uma comissão para apurar o caso. Criada com outro propósito, a CPI dos Transportes colocou o cartel na pauta depois que o tema tomou o noticiário. A comissão é presidida pelo PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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