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A XP, por meio de seu banco de investimentos, está cobrando uma dívida de R$ 8,2 milhões do empresário Carlos Wizard, bilionário brasileiro que controla empresas como a Mundo Verde. Possui também uma fatia minoritária na e a escola de idiomas WiseUp e na IMC, dona da KFC e da Pizza Hut no Brasil.

Em decisão dada pela Justiça no último dia 23, o juiz Carlos Eduardo Borges Fantacini deu um prazo de três dias, que vence nesta quarta-feira, 26, para que Wizard efetue o pagamento e outros 15 dias para que o empresário possa recorrer.

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Na mesma decisão, o juiz estabelece que em um prazo de cinco dias Wizard indique "quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores, com prova documental".

O empresário Carlos Wizard, por meio de sua holding Sforza, disse, em nota, que está negociando com todos os bancos onde possui dívidas para uma reestruturação do perfil dos vencimentos ao atual cenário econômico. Disse, ainda, que os setores em que suas investidas atuam foram "severamente afetados pela pandemia de covid, especialmente no ano 2020, e que essa situação "afetou a estrutura das dívidas das empresas controladas pelo grupo, levando a Sforza a contratar uma consultoria especializada para reestruturar seus compromissos de curto e médio prazos".

Durante a pandemia, Wizard ficou conhecido por sua atuação próxima ao governo Bolsonaro, defendendo, por exemplo, o uso da cloroquina para o tratamento da doença, um método comprovadamente ineficaz. Em junho de 2020, o governo chegou a anunciar que ele assumiria uma secretaria no Ministério da Saúde, mas ele acabou voltando atrás antes de começar a trabalhar. Por fim, ele foi investigado pela CPI da Covid por sua atuação durante a pandemia e causou polêmica ao tentar vender seu livro durante sessão no Congresso em que foi interrogado.

Cobrança da XP

A ação em questão decorre de um processo de execução, pelo Banco XP, de um empréstimo inicial de R$ 30 milhões, por meio de uma Cédula de Crédito Bancário (CCB), que deveria ser pago em 18 parcelas, no valor de R$ 1.764.467,13 mensais, conforme a petição inicial do processo.

Conforme o acordo estabelecido, o não pagamento no prazo estabelecido culminaria em antecipação da dívida remanescente. A parcela não paga, conforme o documento, teria vencido no dia 21 de setembro.

Ainda na petição inicial, a XP informou que enviou à Orion, empresa na qual Wizard é sócio e que também consta como parte executada, dois comunicados, informando sobre os atrasos do dia 21 de setembro e relembrando que outra parcela venceria em 21 de outubro. O aviso, porém, teria sido "ignorado por completo". "Tudo sob pena de serem tomadas as providências cabíveis e previstas na CCB", segundo a ação.

Assim, a XP explica que tomou a decisão de cobrar a dívida na Justiça e fazer a cobrança antecipada do restante do empréstimo, como previa o contrato assinado.

Como a dívida tinha garantias, o banco pode executá-las. Elas, porém, não foram suficientes para cobrir todo o endividamento, segundo explicou a instituição financeira à Justiça. "Caso o pagamento não seja realizado no prazo legal, seja determinada a penhora online de quaisquer valores depositados em instituições financeiras em nome dos Executados", segundo a petição inicial da XP.

Procurada, a XP disse que não comentaria o caso.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a devolução do passaporte do empresário Carlos Wizard. O documento estava retido a pedido da CPI da Covid depois que ele faltou ao primeiro depoimento na comissão parlamentar.

Apontado como integrante do suposto 'gabinete paralelo' de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro na pandemia e já inserido na lista de investigados da comissão de inquérito no Senado Federal, o empresário se apresentou aos parlamentares na quarta-feira, 30, quando desembarcou dos Estados Unidos. Após o interrogatório, Barroso autorizou a liberação do passaporte.

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"Defiro a liminar para determinar a devolução do passaporte do paciente, incumbindo ao Juízo da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Campinas a adoção das providências necessárias. Comunique-se, com urgência, à autoridade impetrada e ao Juízo da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Campinas", escreveu.

Na semana passada, ao suspender a condução coercitiva do empresário, o ministro avisou que decidiria 'oportunamente' sobre a devolução do documento.

Em seu depoimento, Wizard fez uso do habeas corpus que lhe garantiu direito ao silêncio e se recusou a responder a maioria das perguntas feitas pelos parlamentares. O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, sinalizou que vai recorrer do salvo-conduto.

Após o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) falar em "puxar a capivara" das informações tributárias de Carlos Wizard, a defesa do empresário afirmou que entregará "espontaneamente" à CPI da Covid os dados de sigilo bancário e fiscal dele. As quebras dos sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico de Wizard foram aprovadas pela CPI no último dia 16.

A defesa do empresário, investigado pela comissão, chegou a recorrer no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o levantamento dos dados telefônico e telemático, mas o pedido foi negado pela ministra Rosa Weber. Na ocasião, a ministra disse não ver desproporcionalidade na quebra dos sigilos do empresário, ressaltando que a medida tem 'pertinência temática' com a CPI da Covid e está amparada em 'indícios mínimos' de que Wizard 'teria concorrido diretamente para utilização de medicamento sem comprovação científica de eficácia e, por via de consequência, influenciado no agravamento da pandemia'.

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A informação sobre a entrega "espontânea" dos dados foi comunicada à comissão pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), enquanto presidia temporariamente o colegiado. "O advogado informa que o sigilo bancário e fiscal será entregue espontaneamente a essa CPI", disse após a provocação de Kajuru.

A escola de idiomas Wizard publicou um comunicado oficial em seu site, nesta quarta-feira (30), para ressaltar que desde 2014 pertence ao grupo Pearso e não ao empresário Carlos Wizard, que é ouvido na CPI da Covid. Ele é apontado como integrante de um gabinete paralelo que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19.

"Desde 2014, a Wizard by Pearson faz parte da maior empresa de aprendizagem do mundo, a Pearson. Naquele ano, a multinacional britânica adquiriu a totalidade dos direitos e do controle sobre a marca, passando a ser sua única proprietária e encerrando por completo qualquer vínculo entre a rede de escolas de idiomas e o seu ex-dono, o empresário Carlos Martins", diz o comunicado da Wizard. A escola de idiomas também afirma que possui "posicionamento muito diferente" do ex-dono.

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A rede também chama a atenção para o fato de que, apesar de continuar usando a palavra 'Wizard' no nome, o empresário é concorrente da marca. "Em 2017, três anos depois de vender a Wizard para a Pearson, ele tornou-se sócio de outra rede de escolas de inglês, a Wise Up, inclusive, por vezes, passando a associar o seu nome a nova rede de escolas da qual é sócio atualmente", esclarece.

A escola de idiomas também se posicionou a favor da ciência, alegando que tomou todas as medidas para respeitar os protocolos sanitários. "Lamentamos as centenas de milhares de vidas que se foram, nos solidarizamos com a dor de todas as famílias que perderam pessoas queridas e seguimos na esperança de dias melhores", declarou.

Com habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Wizard está exercendo seu direito de se manter em silêncio durante as inquirições dos senadores da CPI. O empresário faltou ao primeiro depoimento agendado na CPI, tendo a comissão pedido a condução coercitiva e apreensão do passaporte dele.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado ouve, nesta quarta-feira (30), o empresário Carlos Wizard empresário apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Wizard já foi inserido na lista de investigados da CPI. Omar Aziz (PSD-AM) informou que caso o depoimento seja a contento, não há necessidade de reter o passaporte do depoente.

Em sua fala inicial, Carlos Wizard explicou por que não compareceu à CPI na primeira convocação. Alegou que estava nos Estados Unidos cuidando do pai, idoso e acamado, e de uma filha, que está prestes a dar à luz em uma gravidez de risco. "O que os senhores fariam se estivessem na minha condição?", perguntou aos senadores.

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Já antes de iniciar as perguntas do relator Renan Calheiros (MDB-AL), o advogado de Wizard tomou a palavra e disse que ele se valerá da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe permite ficar em silêncio.

Ainda em sua declaração inicial, afirmou ter conhecido o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, durante missão humanitária em Roraima. Negou ter conhecimento da existência de um "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente da República. Lendo declaração escrita, justificou sua defesa do tratamento precoce para Covid-19 alegando que o entendimento da ciência evoluiu. E disse apoiar a imunização da população.

Após exibir vídeos de Carlos Wizard em entrevistas afirmando ser conselheiro do Ministério da Saúde, Renan Calheiros iniciou uma série de questionamentos sobre a participação do empresário no grupo de aconselhamento do governo federal responsável pelas medidas de combate à pandemia. O depoente a cada pergunta diz que, respeitosamente, se reserva “o direito de permanecer em silêncio”.

*Da Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid aprovou nesta quarta-feira (23) a quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de várias empresas ligadas ao empresário Carlos Wizard. De autoria do relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), dez requerimentos sobre o tema receberam o aval dos senadores.

Wizard é considerado por integrantes da CPI como um dos possíveis financiadores do suposto "gabinete paralelo" de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro em assuntos da pandemia. Os pedidos de quebra de sigilo foram justificadas por Renan como "imprescindíveis", devido a apontada participação do empresário no grupo que, contra a indicação do Ministério da Saúde, atuava em favor do tratamento precoce contra Covid-19

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"Mais do que um mero conselheiro do ex-ministro Pazuello, o Sr. Wizard também defendeu publicamente o tratamento precoce contra o coronavírus e se posicionou contrariamente a medidas de confinamento, havendo indícios de que tenha mobilizado recursos financeiros para fortalecer a aceitação das medidas que o Presidente da República julgava adequadas, mesmo sem qualquer comprovação científica" declara Calheiros em diversos requerimentos. Foram aprovadas as quebras de sigilo das empresas diversas empresas.

A CPI já tinha dado aval à transferência de sigilo de dados do próprio Wizard, o que foi mantido pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao negar um pedido para derrubar a decisão da comissão, Rosa afirmou que não viu desproporcionalidade nas quebras, ressaltando que a medida tem "pertinência temática" com a CPI e está amparada em "indícios mínimos" de que Wizard "teria concorrido diretamente para utilização de medicamento sem comprovação científica de eficácia e, por via de consequência, influenciado no agravamento da pandemia".

Povos quilombolas

A CPI da Covid também aprovou nesta quarta uma série de requerimentos de informação a seis ministérios sobre a condução do governo Bolsonaro na pandemia em relação à população quilombola. As pastas da Saúde, da Mulher, Família e Direitos Humanos, da Secretaria de Governo, da Controladoria-Geral da União, da Agricultura e da Cidadania precisarão enviar os dados à CPI no prazo de dez dias.

"Desde que a pandemia de Covid-19 atingiu o Brasil, entidades da sociedade civil que atuam em prol dos direitos dos povos quilombolas têm denunciado a omissão do governo em evitar o espalhamento da doença entre aqueles grupos", escreveu senador Humberto Costa (PT-PE) no pedido aprovado pelos senadores.

Outros requerimentos de informação também receberam o aval da CPI nesta quarta. Um deles solicita ao Ministério da Cidadania dados acerca da distribuição do auxílio emergencial, bem como das medidas adotadas para monitoramento e estratégias para redução da possibilidade de fraudes no programa. Já o Ministério da Defesa precisará apresentar à comissão todas as informações sobre registros de voos realizados por Nise Yamaguchi, Greici Yamaguchi e Charles Takahito, em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), desde janeiro de 2020.

A partir de um requerimento apresentado pelo relator Renan Calheiros, o colegiado também requisitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o compartilhamento e acesso integral das peças e eventuais audiências e interrogatórios envolvendo o processo administrativo disciplinar do qual é alvo o servidor Alexandre Figueiredo Marques. Ele é apontado como participante de suposta inclusão, no sistema do TCU, de documento que minimiza o número de mortos na pandemia de Covid-19.

Resultado do depoimento do ex-governador do Rio Wilson Witzel à comissão, os senadores também aprovaram solicitações de informações a vários hospitais federais no Rio. Para justificar, Costa destacou uma parte da oitiva em que o governador cassado informou que o Estado do Rio solicitou ao governo federal que disponibilizasse leitos de UTI para atendimento de pacientes com Covid-19, mas que não teria sido atendido. "Nós pedimos os leitos dos hospitais federais, são mais de 600 leitos nos hospitais federais, e esses leitos não foram disponibilizados", alegou Witzel.

Por fim, a CPI decidiu pedir à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dados sobre a produção, exportação e importação da vacina Sputnik V, especialmente no que se refere às "razões que impedem a utilização interna de uma vacina produzida e exportada pelo Brasil".

Uma live realizada pela ISTOÉ dinheiro no dia 19 de maio pode servir como prova de que o empresário Carlos Wizard exerceu, indevidamente, funções na administração pública servindo como um ‘conselheiros de negócios' para o então ministro da saúde Eduardo Pazuello. O que confirma uma das teses da CPI da Covid de que o presidente Bolsonaro criou o ministério paralelo para tomar decisões em relação à pandemia.

Na live, Wizard confirma categoricamente que foi convidado pelo general para auxiliar nas negociações para a compra de materiais e insumos de modo geral pela sua ‘habilidade negocial’. “Minha missão é auxiliar o general nos grandes contratos e grandes aquisições, pois ele confia na minha habilidade negocial”. 

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O convite, como contou Wizard, aconteceu assim que Pazuello foi incumbido por Bolsonaro para comandar a secretaria executiva da saúde, posteriormente acabou virando chefe da pasta. E não foi por acaso, a relação entre os dois começou em Roraima anos atrás quando ambos participavam como missionários da ação “Acolhida”. Desde então a relação foi se estreitando a ponto do convite para ajudar na administração pública.

“A missão que o general me passou foi de acompanhar os grandes fornecedores e grandes contratos. Você sabe que o orçamento do Ministério da Saúde é um dos maiores que temos na união, óbvio que passa por muitas aprovações, análises, hierarquias, até que um contrato desse finalmente seja concretizado”, disse. 

“E o general confiando então na minha habilidade negocial ele pede que eu possa participar desse comitê que faz análises desses grandes contratos. Agora estamos em busca de respiradores, de EPIs, estamos em busca de equipamentos diversos para atender os hospitais. Logo logo você vai ver que o Brasil vai ser forrado de medicamentos na fase ainda inicial do tratamento, Cloroquina, Hidroxicloroquina”, admitiu. 

Convocação CPI

E esse é um dos focos da investigação da CPI da Covid, a indevida compra de medicamentos que são comprovadamente ineficazes no combate a Covid-19. Senadores tentam entender o interesse do governo e a relação com a iniciativa privada no lobby do inexistente ‘tratamento precoce’.

Por isso, Wizard, já foi intimado a depor na CPI, mas não compareceu, senadores já solicitaram a condução coercitiva do empresário, mas ele não foi encontrado e acabou deixando o país e fugiu para os Estados Unidos. O vídeo que confirma a participação dele no governo pode piorar ainda mais a situação dele e do seu amigo Pazuello caso os senadores utilizem como prova.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal federal (STF), autorizou nesta sexta-feira, 18, a condução coercitiva do empresário Carlos Wizard. Ele era aguardado ontem na CPI da Covid, mas faltou ao depoimento, o que levou a Justiça Federal a determinar a retenção do passaporte após seu retorno ao Brasil.

Barroso analisou um pedido da defesa do empresário contra a imposição da data do interrogatório pela comissão parlamentar. Na avaliação do ministro, não houve irregularidade no ato da CPI.

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"As providências determinadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito, no sentido do comparecimento compulsório do paciente, estão em harmonia com a decisão por mim proferida. Naturalmente, se houver qualquer espécie de abuso na sua execução, poderá o impetrante voltar a peticionar. Mas, por ora, este não é o caso", escreveu.

Wizard é investigado pela comissão parlamentar sob suspeita de integrar e financiar o chamado 'ministério paralelo', que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro sobre a gestão da pandemia na contramão das orientações do Ministério da Saúde. Depois que foi convocado para prestar depoimento, ele acionou o Supremo Tribunal Federal para ser ouvido por vídeo, mas Barroso disse que a palavra final sobre a modalidade do interrogatório cabe ao Senado Federal. O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, rejeitou o depoimento remoto. A defesa do empresário diz que ele está nos Estados Unidos acompanhando o tratamento de saúde de um familiar.

Depois de não se apresentar aos senadores, a CPI quebrou os sigilos telefônico e telemático do empresário e pediu à Justiça a condução coercitiva e a retenção do passaporte.

O empresário Carlos Wizard não compareceu à CPI da Pandemia nesta quinta-feira (17). O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), informou que vai solicitar a condução coercitiva do empresário, para que o depoimento seja feito, e a apreensão do passaporte de Wizard.

O empresário é apontado com possível integrante do "gabinete paralelo" que estaria orientando o presidente Jair Bolsonaro quanto às medidas de enfrentamento da pandemia.

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*Da Agência Senado

 

O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que oficiará a Justiça Federal pedindo a retenção, pela Polícia Federal, do passaporte do empresário Carlos Wizard. Ele não compareceu ao depoimento previsto para esta quinta (17) na comissão.

Wizard se encontraria nos Estados Unidos. Aziz determinou que o passaporte seja devolvido apenas após a prestação de depoimento à CPI. Acrescentou que vai oficiar o juiz criminal para "requisitar à autoridade policial a apresentação da testemunha faltosa", eventualmente com auxílio da força pública.

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O empresário obteve na véspera um habeas corpus, concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, concedendo-lhe o direito de não responder a perguntas que o incriminassem. Omar Aziz criticou com veemência Wizard por, mesmo assim, não ter comparecido.

“Hoje, às 7h da manhã, a secretaria da comissão recebeu pedido dos advogados de Carlos Wizard de audiência com esta presidência para tratar de 'redesignação de data'. É uma brincadeira dele, né? Uma data combinada para ele vir”, indignou-se.

O presidente da CPI disse que o não comparecimento de Wizard é um desrespeito "não com a CPI, mas com o STF".

“O que me espanta é um cidadão procurar o STF para conseguir um habeas corpus para vir a esta CPI e ficar em silêncio, e não aparecer. Então para que foi ao Supremo, se não vinha? O ministro Barroso com certeza tem muitos afazeres. O sr. Carlos Wizard está achando que conseguir habeas corpus no Supremo é que nem ir à quitanda comprar bombom”.

Remarcação

Devido à sessão deliberativa do Plenário para discutir a MP da privatização da Eletrobras, foi adiado o depoimento de Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele seria ouvido a respeito de um relatório não oficial de sua autoria, usado pelo presidente Jair Bolsonaro para lançar dúvida sobre o número oficial de brasileiros mortos pela covid-19.

“Todos têm interesse em debater a MP. Pedimos desculpas ao sr. Alexandre. No momento oportuno teremos nova data para ele comparecer”, encerrou o presidente da CPI.

Da Agência Senado

A presidência da CPI da Covid negou o pedido do empresário Carlos Wizard de depor virtualmente à comissão. Ao abrir a sessão nesta terça-feira (15), o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), ressaltou que o colegiado espera que o empresário compareça presencialmente nesta quinta-feira (17) para falar à comissão. "Se ele não comparecer na quinta, iremos tomar as providências", avisou Aziz. A CPI pode pedir a condução coercitiva de Wizard, caso este não compareça no colegiado.

Em ofício enviado à CPI nesta segunda-feira (14), a defesa do empresário alegou que Wizard está desde 30 de março de 2021 nos Estados Unidos "acompanhando tratamento médico de familiar". Ele é apontado por integrantes da comissão como integrante de um suposto "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro em assuntos da pandemia.

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Aziz ainda comunicou aos colegas que o deputado federal e ex-ministro Osmar Terra, outro suposto integrante deste gabinete, poderá comparecer à CPI na condição de convidado, e não mais convocado, o que o obrigaria a depor na comissão. A convocação foi aprovada na semana passada. A mudança foi ocasionada por uma ligação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que pediu a Aziz que o deputado fosse ouvido como convidado. "Lira conversou comigo e concordei com ele, que nós trocaríamos a convocação de Osmar Terra para convite. Ele está correto e eu aceito. Queremos comunicar que não iremos convocá-lo, mas convida-lo", disse o presidente da CPI.

A CPI da Pandemia tem uma série de depoimentos na agenda desta semana. Nesta terça-feira (15), às 9h, a comissão vai ouvir o ex-secretário de Saúde do estado do Amazonas Marcellus Campelo. Na quarta-feira (16), também às 9h, será a vez de Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro. Witzel, no entanto, tenta um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer à CPI.

Na quinta-feira (17), a partir das 9h, a CPI deve ouvir o empresário Carlos Wizard e o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, do Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do requerimento de convocação de Wizard, o empresário é “alegadamente membro” de um ministério paralelo da Saúde, responsável pelo aconselhamento extraoficial do governo com relação às medidas de enfrentamento da pandemia. Wizard manteve encontros com o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello e estaria à frente da criação do chamado "gabinete paralelo". O "aconselhamento", destaca o senador, incluiria a sugestão de medicamentos sem eficácia comprovada e a promoção da chamada "imunidade de rebanho" pela disseminação do vírus entre a população.

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O senador Alessandro Vieira também é autor de um dos requerimentos de convocação do auditor Alexandre Marques. Segundo o senador, a audiência permitirá esclarecer os detalhes da participação do auditor na inclusão, no sistema do TCU, de documento que nega o número de mortos na pandemia de covid-19. Inserido no sistema sem base nos relatórios do tribunal e sem sua anuência, o arquivo de Marques foi desmentido pelos demais auditores. 

O documento inserido por Marques, que minimiza o número de mortes, foi mencionado em seguida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Em resposta, o TCU registrou que “não há informações em relatórios do tribunal que apontem que em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por covid, conforme afirmação do presidente Jair Bolsonaro”. O tribunal também informou que foi instaurado um procedimento interno para apurar a conduta do servidor.

"Tratamento precoce"

Na sexta-feira (18), às 9h, haverá uma audiência pública interativa com dois médicos infectologistas: Ricardo Dimas Zimmermann e Francisco Eduardo Cardoso Alves. Zimmermann é médico executivo do serviço de Controle de Infecção do Hospital da Brigada Militar (HBM) de Porto Alegre (RS). O médico já deu declarações à imprensa em defesa de remédios como a cloroquina e a ivermectina no tratamento contra a covid.

Francisco Eduardo Cardoso Alves é diretor-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP). Ele teria sido um dos coautores da nota informativa do Ministério da Saúde que dava orientações para o "tratamento precoce" da covid-19, publicada em agosto de 2020. Depois, a orientação foi retirada.

Funcionários do Ministério da Saúde

O senador Alessandro Vieira anunciou que vai recorrer da decisão do STF que, nesta segunda-feira (14), anulou as quebras de sigilo de dois ex-funcionários do Ministério da Saúde. O senador foi o autor dos requerimentos da CPI. A decisão do ministro Luís Barroso indica que faltaram justificativas para afastar os sigilos telefônico e de dados de Camila Giaretta, ex-diretora de Ciência e Tecnologia do ministério, e Flávio Werneck, ex-assessor de Relações Institucionais da pasta. Em entrevista ao portal Metrópoles, Alessandro Vieira disse que vai apresentar os recursos e, se necessário, protocolar novos requerimentos com o mesmo teor.

*Da Agência Senado

 

O G-7 da CPI da Covid-19 decidiu pedir de forma imediata a condução coercitiva do empresário Carlos Wizard. Carlos foi convocado para depor na CPI, mas não atendeu às ligações de acordo com o Correio Braziliense.

Os sete senadores considerados independentes ou de oposição ao Governo Federal, o G-7, fizeram a solicitação depois das tentativas frustradas de contato com Carlos Wizard. O empresário foi chamado para depor pela proximidade com o ex-ministro Eduardo Pazuello.

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Além disso, o empresário é suspeito de ter sido um ‘conselheiro informal’ durante a pandemia e por supostamente ser incentivador da propagação da hidroxicloroquina. Nesta quinta-feira (10) também foi votado e aprovado pelos integrantes da CPI da Covid-19 a quebra do sigilo telefônico de Carlos Wizard, Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo.

O empresário Carlos Wizard defendeu a médica Nise Yamaguchi, após o depoimento dela na CPI da Covid-19. Em seu perfil no Instagram na última quinta-feira (3), Wizard chegou a dizer que a médica “agiu como Jesus Cristo agiria se estivesse em seu lugar. Manteve a calma, deu a outra face e não agrediu seus ofensores”.

Wizard fez campanha para a compra da cloroquina pelo setor privado, sem necessidade de doar ao SUS para o tratamento da Covid-19. Yamaguchi é defensora do remédio e mesmo na CPI não conseguiu apontar nenhum estudo científico que comprovasse a eficácia do medicamento. Ela também estava envolvida no episódio de uma suposta minuta de decreto para mudar a bula da cloroquina, ainda ano início da pandemia. 

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Em seu texto, Wizard expressou seu respeito, admiração e carinho a médica, dizendo que ela foi “agredida por aqueles que deveriam respeitá-la e agradecer seu esforço incansável de salvar vidas”.

Confira o texto na íntegra:

Expresso o mais profundo respeito, admiração e carinho à Dra. Nise Yamaguchi que lamentavelmente essa semana foi agredida por aqueles que deveriam respeitá-la e agradecer seu esforço incansável de salvar vidas.

Cada cidadão tem o direito de discordar com uma orientação médica, mas isso não lhe dá o direito de ultrajar, insultar e desacatar qualquer profissional de saúde desse país.

A Dr. Nise Yamaguchi agiu como Jesus Cristo agiria se estivesse em seu lugar. Ela manteve a calma, deu a outra face e não agrediu seus ofensores.

Nesse momento em que os homens e mulheres de bem do Brasil tomaram as dores dessa Sra., que é um anjo de Deus na terra, que mensagem de apoio você gostaria de enviar a ela?

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A declaração de Carlos Wizard, que afirmou em entrevista a coluna da jornalista Bela Megale que reveria os dados de mortes de Covid-19, acusando as secretarias estaduais de inflar números de mortes para aumentar o orçamento, foi prontamente rebatida pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Carlos é cotado para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Ele disse que “tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como Covid". Carlos afirma que os números de mortes são "manipulados" e que haverá recontagem. Ele ainda não assumiu o cargo.

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Em nota, o Conass afirmou que a fala é "grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético". Presidente do Conass, o secretário estadual de saúde do Pará, Alberto Beltrame, que assina a nota, ainda afirmou que Carlos Wizard tem "profunda ignorância sobre o tema". 

 

 

O empresário Carlos Wizard, fundador da rede Wizard de escolas de inglês, foi convidado pelo ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, para assumir o comando da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). A equipe da pasta já foi avisada sobre a nomeação do novo chefe. A assessoria de Wizard confirmou o convite à reportagem e disse que ele aceitará.

Wizard atua como conselheiro de Assuntos Estratégicos no ministério. O bilionário e o ministro interino da Saúde trabalharam juntos na "Operação Acolhida", que ajuda venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil.

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Em agosto de 2018, Wizard mudou-se de São Paulo para Boa Vista, capital de Roraima, na fronteira com a Venezuela, para atuar na operação. Ao Estadão, no ano passado, ele relatou que cumpria uma "missão" da igreja mórmon Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que frequenta desde a adolescência em Curitiba, onde nasceu.

A SCTIE é considerada estratégica por coordenar parcerias com a iniciativa privada para fabricação de medicamentos e outros insumos. A pasta também analisa qual produto pode passar a ser ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores mercados de medicamentos do mundo.

A pasta analisa ainda, diariamente, pesquisas sobre medicamentos testados para a covid-19, como a cloroquina.

Defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, a droga não é apontada promissora nos documentos da secretaria. A SCTIE elaborou nota técnica, no começo de abril, orientando uso da cloroquina apenas para pacientes moderados, graves e críticos da doença, desde que a aplicação seja feita em ambiente hospitalar.

Sob Pazuello, o ministério mudou radicalmente de discurso, ignorou os informes da SCTIE e passou a recomendar uso da cloroquina desde o primeiro dia de sintomas da covid-19, mesmo para pacientes que ainda aguardam a confirmação laboratorial do diagnóstico.

Nas redes sociais, Wizard escreveu recentemente que algumas regiões do Brasil "vão exigir isolamento total" contra a covid-19. "Outras não têm nenhum caso."

Em vídeo de 16 de março, publicado nas redes sociais, o empresário afirmou que o "brasileiro está sendo enganado" sobre a gravidade da doença. "Alguns dizem que não passa de uma gripe, que logo vai ser curado. Gente, não é uma gripe como outra qualquer".

No mesmo vídeo, o empresário disse que igrejas "responsáveis" já fecharam as portas. "Sabe o que é pior? Se você não se cuidar, não se precaver, se não tomar medidas necessárias, preventivas, somente as portas do céu estarão abertas para te receber", completou ele.

O presidente já chamou a covid-19 de "gripezinha" e, frequentemente, minimiza impactos do vírus sobre a saúde. Bolsonaro também colocou igrejas no rol de atividades essenciais durante a pandemia.

A SCTIE estava sem chefe efetivo desde 22 de maio, quando foi confirmada a exoneração do médico Antonio Carlos Campos de Carvalho, que ocupou o cargo por menos de um mês. Ele pediu para deixar o governo, entre outros motivos, por opor-se à vontade de Bolsonaro de ampliar o orientação sobre uso da cloroquina.

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