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O PT aposta no peso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da máquina federal para reverter o fiasco da eleição de 2020, quando não conseguiu eleger prefeitos para nenhuma das 26 capitais brasileiras. O cenário, porém, é desafiador novamente: embora tenha nomes competitivos em algumas cidades, nenhum deles lidera as pesquisas eleitorais ou é favorito no momento, o que reforça a dificuldade que o partido encontra de formar novas lideranças.

Ao mesmo tempo, pré-candidatos apoiados pela sigla, Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Eduardo Paes (PSD-RJ), estão na frente em São Paulo e Rio de Janeiro, os dois maiores colégios eleitorais, mesmo caso de João Campos (PSB-PE) no Recife.

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O partido caminha para apoiar Luciano Ducci (PSB-PR) em Curitiba (PR) e Marcus Alexandre (MDB-AC) em Rio Branco (AC) - este último deixou o PT sob o argumento de trabalhar na Justiça Eleitoral, mas meses depois se filiou ao MDB para disputar a eleição. Ambos também lideram nas respectivas cidades, de acordo com dados do agregador de pesquisas produzido pelo Ipespe e divulgado pela CNN Brasil no final do ano passado.

O PT já definiu candidaturas próprias em 11 capitais, número que pode subir para 14 nos próximos meses: ainda não há definições em Florianópolis (SC), Manaus (AM) e Cuiabá (MT). A tendência é que nas demais cidades o apoio seja a candidatos de partidos da base do governo Lula.

A disputa mais acirrada é em Goiânia (GO), onde a deputada federal Adriana Accorsi (PT) teria 15% das intenções de votos contra 23% do senador Vanderlan Cardoso (PSD), conforme o agregador. Ex-delegada-geral da Polícia Civil de Goiás, ela é filha do ex-prefeito Davi Accorsi, que governou a capital goiana nos anos 90.

O cenário eleitoral pode ficar ainda mais favorável à petista, pois ela negocia para Cardoso desistir de se candidatar e o PSD apoiá-la. A exemplo de petistas em outras capitais, Accorsi quer formar uma frente ampla de partidos. "De fato iniciamos um diálogo sobre o processo eleitoral em Goiânia, mas ainda muito inicial. Seguimos com as pré-candidaturas, mas acredito que devemos construir uma frente ampla para cuidar da cidade", disse ela sobre a possível aliança com o senador.

Coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT, o senador Humberto Costa (PE) afirma que, embora o partido deseje administrar várias capitais, há outros objetivos em jogo, como projetar novos nomes e lideranças na sigla.

Para o cientista político Rodrigo Prando, o PT sempre buscou uma hegemonia no campo da esquerda, mas dessa vez há a leitura que é melhor apoiar outros partidos quando não houver petistas competitivos para não perder espaço para a direita nas prefeituras.

"O PT tem uma enorme dependência de Lula, de seu carisma e força política e eleitoral e isso, de certa forma, atrapalhou o surgimento de novas lideranças no partido. Quando alguém desponta com capacidade de renovar e liderar o partido, há 'fogo amigo' de inúmeras alas do PT", diz o professor do Mackenzie.

Lula adotará cautela em cidades com mais de uma candidatura da base governista

O PT prevê que Lula será ativo e estará no palanque dos candidatos, sejam eles petistas ou aliados de outras siglas. A exceção serão as capitais onde partidos da base do governo tenham mais de um candidato. O presidente disse que nestes casos não pode ser "acintoso" no apoio a um dos nomes.

"Eu não vou me jogar para criar conflito. Eu tenho que saber que sou o presidente e que eu tenho que fazer um jogo mais ou menos acertado para que não traga problema depois, quando terminar as eleições, aqui no Congresso Nacional", disse Lula em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador (BA), na terça-feira, 23.

A regra não se aplica a São Paulo, onde o presidente apoia Boulos mesmo com as pré-candidaturas de Tabata Amaral (PSB-SP) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), cujos partidos fazem parte do governo.

Em Belo Horizonte, a candidatura do deputado federal Rogério Correia (PT) divide espaço com a do prefeito Fuad Noman (PSD), que apoiou Lula contra Bolsonaro, e a da também deputada Duda Salabert (PDT), além da federação PSOL-Rede, que também terá candidato.

Segundo pesquisa AtlasIntel realizada entre os dias 25 e 30 de dezembro, o bolsonarista Bruno Engler (PL), atualmente deputado estadual, lidera a corrida na capital mineira com 31,4%, seguido de Correia, com 21%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

"A expectativa é que a gente tenha um apoio do presidente Lula, compreendendo isso que ele tem dito (sobre os partidos da base)", disse o candidato do PT belo-horizontino. "Quem representa o governo Lula e o enfrentamento ao bolsonarismo é a minha candidatura", acrescentou.

A disputa contra o bolsonarismo também é a tônica da eleição em Porto Alegre (RS) na visão de Maria do Rosário (PT), deputada federal e pré-candidata do PT na cidade. Ela diz que o prefeito Sebastião Melo (MDB) aderiu ao bolsonarismo, assim como o vice-prefeito, Ricardo Gomes (PL) que se filiou ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"O presidente vai ajudar, mas quem tem que mostrar competência para ganhar a eleição é quem é candidato", disse a petista. Ela aparece com 26%, contra 33% de Melo no agregador do Ipespe. Como é tradição na capital gaúcha, a esquerda não está unida, pois Juliana Brizola (PDT) também é candidata.

Diferente de 2023, onde priorizou viagens ao exterior, Lula direcionará o foco para viagens domésticas com o objetivo de divulgar ações de seu governo e tentar impulsionar as candidaturas locais. No primeiro giro, ele focou no Nordeste, onde passou por Bahia e Pernambuco, antes de chegar a Fortaleza (CE).

A capital cearense é um dos poucos locais onde há disputa interna no PT. A deputada Luizianne Lins, que governou a cidade por dois mandatos, disputa a indicação com o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão. Luizianne foi barrada de subir ao palco no evento com Lula, enquanto Leitão esteve ao lado do presidente.

Na pesquisa AtlasIntel, o presidente da Alece está em terceiro lugar, com 14,2%, atrás do prefeito José Sarto (PDT), com 25,6%, e Capitão Wagner (União), que tem 28,6%. A margem é de 3 pontos percentuais. A pesquisa não testou o nome de Luizianne Lins, mas a deputada aparece em segundo lugar no agregador do Ipespe, com 21% contra 33% de Wagner.

"Caso eu não venha a ser o escolhido, eu irei não só empunhar bandeira, mas pedir voto para aquele que for escolhido dentro do meu partido, porque sou uma pessoa que acredito em projeto, não acredito apenas em pessoas", disse Leitão em entrevista ao jornal O Povo na terça-feira, 23. O Estadão não conseguiu falar com Luizianne Lins em mais de uma ocasião porque, segundo a assessoria, ela cumpria agendas no interior do Ceará.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou neste sábado (28) que a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) é "a novidade, a verdadeira mudança". Em evento na Assembleia Legislativa paulista (Alesp), ele afirmou que seu partido pode "mudar a vida da população de São Paulo". A sinalização de apoio à candidatura da deputada federal é uma divergência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve participar da campanha de Guilherme Boulos (PSOL) na Capital.

Alckmin demonstrou apoio à correligionária em um discurso bastante elogioso. Ao lado do vice-presidente, estava outro integrante do governo Lula e colega de PSB, o ministro das Microempresas e Empreendedorismo, Márcio França.

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"Ela é a novidade, ela é a mudança", discursou Alckmin. "Quem quer mudar? Mudar com a participação, a sensibilidade e a garra das mulheres". E acrescentou: "Nós do PSB vamos representar a mudança, a mudança para mudar a vida da população de São Paulo. Vamos criticar sim, não criticar pessoas, respeitamos as pessoas. Mas criticar o que precisa ser melhorado".

Ao final do discurso, Alckmin gritou: "Tabata e São Paulo!"

Atualmente, Tabata Amaral ocupa uma cadeira na Câmara dos Deputados e pretende concorrer ao Palácio dos Bandeirantes no ano que vem. Ela tem aparecido em terceiro lugar em pesquisas eleitorais, atrás de Boulos e do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A cerimônia na Alesp marcou a formatura da Escola do Voto, um projeto do PSB para formação de novos candidatos a vereador do partido. Os participantes do programa tiveram encontros sobre comunicação política, mobilização e planejamento de campanha. Nas redes sociais, Alckmin reforçou o apoio à correligionária, elogiando a "iniciativa da brilhante deputada e companheira de partido, Tabata Amaral".

PT em São Paulo confirmou apoio a Boulos

O presidente municipal do PT, Laércio Ribeiro, confirmou em reunião neste mês que Lula vai participar da campanha em São Paulo. O partido firmou apoio a Boulos na Capital em agosto deste ano. Outros partidos de esquerda, PCdoB, PV e Rede, também confirmaram aliança com o deputado federal.

A última pesquisa Datafolha, divulgada no final de agosto, apontava o psolista na dianteira, com 32% das intenções de voto. O atual prefeito, Ricardo Nunes (PSDB), estava em segundo, com 24%. Tabata foi citada por 11% dos entrevistados e o deputado federal Kim Kataguiri (MDB), por 8%. Os dois estavam tecnicamente empatados. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais.

O Estadão entrou em contato com a assessoria de Boulos mas não obteve resposta.

Se encerram neste sábado (15), as atividades da 4ª edição do Fórum Nordeste Mulheres Negras e Poder, promovido pelo Projeto Eu voto em Negra, pela Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e pela ONG Casa da Mulher do Nordeste, com apoio da Open Society. O evento, que deve início no dia 13 deste mês, tem o objetivo de fortalecer candidaturas de mulheres negras do Nordeste do país.

Durante o encontro, mulheres dos nove estados da região fizeram análises sobre as últimas eleições e sobre a atual conjuntura política, bem como elaboraram planos de ações com o intuito de garantir melhores resultados para as mulheres negras nas próximas eleições.

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No primeiro dia do encontro, foram discutidas as vitórias eleitorais da deputada estadual pernambucana Dani Portela (PSOL-PE), das co-vereadoras Pretas Juntas (PSOLPE) e de Divaneide Basílio (PT/RN), deputada estadual pelo Rio Grande do Norte. No dia seguinte, foi realizada a análise de conjuntura da política brasileira, com destaque para os desafios que as mulheres enfrentaram em seus territórios, a exemplo da violência de gênero na política, da distribuição dos fundos partidários e das diversas fraudes da disputa política que acontecem com a compra de votos.

Neste sábado (15), o Fórum desenvolveu um plano de ação para as próximas candidaturas. “Estamos avaliando o processo eleitoral e celebrando as vitórias e pensando para o futuro. Nós acreditamos que não há democracia se não tem mulheres negras. Nós acreditamos que é importante, para todos os brasileiros e brasileiras, estar na ponta dessa discussão”, afirma Piedade Marques, integrante da Rede Mulheres Negras Pernambuco e coordenadora do projeto Eu voto em Negra.

A Fifa anunciou o início do processo de candidatura para definir o país-sede da Copa do Mundo de futebol feminino de 2027. Em entrevista concedida ao programa Sem Censura, da TV Brasil, no início do mês, a ministra do Esporte, Ana Moser, afirmou que o Brasil participará da disputa.

Em nota enviada à imprensa, a entidade máxima do futebol mundial informou que “as associações-membro terão até o dia 21 de abril de 2023 para enviarem suas manifestações de interesse em sediar a Copa do Mundo Feminina da Fifa 2027”.

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O processo contará com várias etapas, como a realização de visitas de inspeção aos países candidatos. A decisão final sobre o país-sede da Copa de 2027 será tomada em 17 de maio de 2024, quando será realizada uma votação aberta durante o Congresso da Fifa.

“A Copa do Mundo Feminina da Fifa 2027 se baseará no legado da edição recorde que a Austrália e a Nova Zelândia organizarão em alguns meses. Em linha com o compromisso da Fifa com o futebol feminino, este processo de licitação estabelece novos padrões e nos coloca no caminho para sediar um evento excepcional em 2027 dentro e fora do campo”, declarou a secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura.

Candidatura do Brasil

Em entrevista concedida ao Sem Censura, a ministra do Esporte afirmou que o Brasil está construindo sua proposta para sediar a competição, processo que envolve o Governo e organizações do esporte como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“Estamos conversando com os parceiros, com a CBF e desenhando uma possibilidade de o Brasil pleitear a sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2027”, disse Ana Moser. “Vamos fazer esse movimento para tentar trazer a Copa do Mundo para o Brasil em 2027”, acrescentou.

Na entrevista ao programa da TV Brasil, a ministra destacou que a proposta de sediar a Copa do Mundo Feminina faz parte de estratégia para estruturar o futebol feminino no país. Entre as iniciativas estão ampliar o número de campeonatos, promover a inclusão de meninas no esporte, criar locais de treinamento e medidas de proteção para as atletas durante a gestação.

Mundial de 2023

A próxima edição da Copa do Mundo de futebol feminino será disputada entre 20 de julho e 20 agosto de 2023 na Austrália e na Nova Zelândia. A competição contará com 32 participantes, entre eles o Brasil, que buscará um título inédito. A equipe comandada pela técnica sueca Pia Sundhage está no Grupo F, ao lado de França, Jamaica e Panamá, equipe diante da qual a seleção canarinho estreia no torneio, no dia 24 de julho em Adelaide (Austrália).

O concurso público do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), referente ao provimento de mil vagas no cargo de técnico de seguro social, recebeu um total de 1.023.494 de inscrições. O número de inscritos ficou abaixo da projeção do Governo Federal, que estimou mais de 1,5 milhão de candidaturas.  

O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), organizadora do certame, divulgou os números na última quarta-feira (9)As mil vagas serão distribuídas em 97 gerências executivas do instituto em todo o país.

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O curso de formação será realizado nas cidades de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).  A remuneração inicial é de R$ 5.905,79.

 

Nos últimos 20 anos, as candidaturas de servidores públicos cresceram 52,3%, sendo que, entre policiais militares, o aumento foi mais expressivo: 120%. As informações são de um levantamento do Instituto República.org, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os números se baseiam na autodeclaração da ocupação dos candidatos para a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas.

A ascensão política do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem forte apoio entre policiais, é vista como um dos fatores para o aumento de candidaturas de representantes do setor. Para além das demandas da corporação, os policiais candidatos passaram a defender pautas ideológicas e de costumes. Segundo o levantamento, de 2018 para 2022 houve crescimento de 39,41% das candidaturas de PMs para os Legislativos federal e estaduais.

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"Nós temos uma série de problemas na estrutura que afetam o dia a dia do trabalhador policial. Esses problemas são antigos e conhecidos de quem atua na área, seja ele policial ou não", disse o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, ao citar desde baixos salários até questões ligadas à segurança. "Sempre temos pessoas denunciando as mazelas do setor, mas pouco avanço. Uma das consequências é um movimento associativista no caso das PMs ou sindical nas demais."

Bandeira

Ao sair como candidato nas três últimas eleições, Luis Antonio Clemente, o Sargento Clemente, buscava combater o "sistema político". "Corrupção, falta de comprometimento. Uma revolta", afirmou, ao citar suas três candidaturas: para vereador, em 2016 e 2020, e para deputado estadual, em 2018. Sem se eleger, o sargento da Polícia Militar de São Paulo seguiu na ativa e, neste ano, busca uma cadeira da Câmara dos Deputados, pelo partido União Brasil.

O aumento das candidaturas, porém, representa um dilema, na avaliação de Lima. Antes, os policiais defendiam majoritariamente pautas ligadas ao setor; agora, ao levantar temas ideológicos, eles dividem votos com outros candidatos que não são da categoria. "A centralização na figura do Bolsonaro e a ampliação do número de candidatos, porque as lideranças tradicionais foram enfraquecidas, podem provocar uma diminuição dos eleitos."

"É uma cultura autoritária e conservadora, que se desenvolveu, sobretudo, a partir do fim da década de 1990", disse o professor da Universidade de Brasília (UnB) Rodrigo Lentz, que estuda a participação dos militares na política.

Ainda de acordo com o levantamento do Instituto República.org, as candidaturas de membros das forças de segurança, que incluem, além de PMs, bombeiros militares, membros das Forças Armadas, militares reformados e policiais civis, registraram um crescimento de 92,89% desde 2002, com a representação entre o total de candidatos passando de 4,39% para 5,07% no período. Já entre os servidores civis, esse porcentual caiu de 7,78% para 6,04%.

Corporativismo

Carlos Ari Sundfeld, professor da Fundação Getulio Vargas, destacou que o aumento de candidaturas de servidores pode, ao mesmo tempo, ajudar no avanço de pautas ligadas a setores estratégicos e também na manutenção de privilégios. "O servidor público não tem prejuízo nenhum em se candidatar", disse, ao citar o direito à licença remunerada durante o período de campanha.

Uma bancada forte pode contribuir para o aumento de investimentos para um setor e melhorias para a carreira. Há, porém, o risco de a concentração de servidores desequilibrar discussões relacionadas à reforma administrativa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na tv começou há uma semana e segue até o dia 29 de setembro. Na tentativa de angariar votos, alguns candidatos investem em peças engraçadas, de duplo sentido e até em personagens que, de alguma forma, fizeram eles serem conhecidos na internet. 

Neste ano, a candidata a governadora do Piauí, Lourdes Melo (PCO), caiu nas graças do povo. Em uma de suas propagandas, a professora aparece com a boca tampada com uma fita e no fundo a locutora fala: "em protesto, a candidata Lourdes Melo pretendia fazer um minuto de silêncio, mas nós só temos 57 segundos". Isso foi o suficiente para viralizar nas redes sociais. 

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Figura conhecida no universo pornô, Kid Bengala decidiu disputar uma vaga de deputado federal pelo União Brasil em São Paulo. Claro, o candidato investiu no duplo sentido. “Pessoal, hoje é o meu primeiro dia de campanha a deputado federal. Por isso, como o Lucas, como o seu João, como o José, como o Ricardo, também como a Flávia, como a Maria, como a Joice, como todos os brasileiros e brasileiras, tô de saco cheio de tanta sacanagem na política. Por isso, como você, eu resolvi inovar pra meter o pau nessa bagunça. Federal é 4469, Kid bengala. Pode apostar que eu vou entrar é com tudo”, diz o ex-ator porno.

Caneta Azul

Outra subcelebridade que tenta entrar para a vida política é o cantor Manoel Gomes, que ficou conhecido nacionalmente pela música "Caneta Azul, Azul Caneta". É assim que ele quer "escrever" o seu nome na Assembleia Legislativa do Maranhão pelo PL. 

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Wolverine

Um herói que saiu dos quadrinhos e se candidatou ao cargo de deputado estadual do Rio de Janeiro pelo PTB é o Wolverine do Tiktok. Ele é natural de Catolândia, na Bahia, e se chama Juracilde de Lima Pinto. 

Mário Bross

Esse aqui parece ter desistido dos jogos infantis e agora concorre a deputado estadual pelo União Brasil. Mário Bross, que na verdade se chama Mizael Soares e tem 27 anos, tenta uma vaga no Legislativo de Roraima. Pelo que pode se observar em sua conta no Instagram, Mário trabalha como repórter na Mix TV e faz questão de não se identificar como Mizael. 

Primeiro Turno

As propagandas deverão ser exibidas por todas as emissoras indicadas, segundo o horário de Brasília, devendo ser respeitada a seguinte divisão conforme cada cargo em disputa:

Presidente da República: às terças, quintas e sábados, das 7h às 7h12m30 e das 12h às 12h12m30, em rádio; e das 13h às 13h12m30 e das 20h30 às 20h42m30, em televisão.

Governador de Estado ou do DF: às segundas, quartas e sextas, das 7h15 às 7h25 e das 12h15 às 12h25, em rádio; e das 13h15 às 13h25 e das 20h45 às 20h55, em televisão.

Senador: às segundas, quartas e sextas, das 7h às 7h05 e das 12h às 12h05, em rádio; e das 13h às 13h05 e das 20h30 às 20h35, em televisão.

Deputado Federal: às terças, quintas-feiras e aos sábados, das 7h12m30 às 7h25 e das 12h12m30 às 12h25, em rádio; e das 13h12m30 às 13h25 e das 20h42m30 às 20h55, em televisão.

Deputado Estadual e Distrital: às segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h05 às 7h15 e das 12h05 às 12h15, em rádio; e das 13h05 às 13h15 e das 20h35 às 20h45, em televisão. 

Dois ex-governadores do Rio podem ter seus pedidos de registro de candidatura cassado antes mesmo da eleição. O Ministério Público Eleitoral questionou e pediu o indeferimento de 24 registros no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no Rio de Janeiro até o momento, entre eles os de Anthony Garotinho (União) e Wilson Witzel (PMB). Além dos ex-ocupantes do Palácio Guanabara, a Procuradoria Regional Eleitoral pediu ainda a impugnação de Washington Reis (MDB), candidato a vice de Cláudio Castro (PL), e Cesar Maia (PSDB), que disputa o posto de vice ao lado de Marcelo Freixo (PSB).

O MP eleitoral contestou os registros de Maia e Reis por condenações em processos de improbidade administrativa e criminal em decisões colegiadas. Candidato a vice de Freixo, o ex-prefeito do Rio teve os direitos políticos cassados pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em 2020. Ele foi acusado de irregularidades na gestão contratual de obras da Vila Pan-Americana. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em julho, suspender os efeitos da cassação. Mas o MP argumentou que a suspensão dos direitos políticos está fixada em legislação.

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Em decisão nesta semana, o TRE entendeu que Maia não está inelegível. Afirmou que "não há que se falar na abertura de fase probatória nos autos".

"Tendo em vista a ausência de requerimento de produção de outras provas, tanto pelo Ministério Público Eleitoral, na exordial da Ação de Impugnação de Registro de Candidatura de ID 31179134, quanto pelo impugnado na contestação de ID 31194332, de acordo com o art. 40, § 4º, e 41, caput, da Resolução TSE n.º 23.609/2019, não há que se falar na abertura de fase probatória nos presentes autos", decidiu o TRE.

Já o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra a administração pública e o meio ambiente, em 2021. Ele foi condenado a sete anos, dois meses e quinze dias de reclusão, em regime semiaberto, e ao pagamento de multa. O ex-prefeito recorreu de decisão. Em 2020, a Segunda Turma do Supremo suspendeu os efeitos da decisão até o julgamento dos pedidos da defesa de Reis.

O último recurso deve ser julgado nesta terça-feira (30). O caso será analisado pela Segundo Turma do STF após ser pautado pelo ministro André Mendonça. Caso o STF mantenha a condenação, Reis pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e se tornar inelegível. O ex-prefeito de Duque de Caxias diz que aguarda a decisão do STF.

Ao participar da Marcha Para Jesus no Rio com Bolsonaro e Castro, o ex-prefeito de Caxias afirmou que "sempre ganha". "Todo ano eles pedem e eu ganho".

O ex-governador Anthony Garotinho não quis se pronunciar sobre o pedido de impugnação. A defesa diz que vai se manifestar nos autos.

Em relação a Witzel, alvo de impeachment por irregularidades na área da Saúde, o MP ressaltou que o ex-governador está inelegível por cinco anos por decisão do Tribunal Especial Misto.

"A condenação imposta a Wilson José Witzel o restringe de exercer seus direitos políticos passivos e qualquer outro cargo público, ainda que não seja de natureza política, como é o caso daqueles providos por concurso público", afirmam os procuradores regionais eleitorais Neide Cardoso de Oliveira e Flávio Paixão.

Após a ação do MP, Witzel afirmou nas redes que "nada consta" contra ele. O ex-governador compartilhou uma certidão negativa de condenações por improbidade administrativa. A decisão de inelegibilidade, no entanto, foi tomada no âmbito do julgamento do impeachment.

Bolsonarista, o deputado federal Daniel Silveira (PTB) também teve sua candidatura contestada. A PRE diz que o STF condenou Silveira a mais de oito anos de prisão e à perda do mandato por coação em processo e "por incitar a tentativa de impedir o livre exercício de poderes da União". Apesar da decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder graça ao deputado, anulando os efeitos da condenação, a procuradora regional eleitoral Neide Cardoso de Oliveira, diz que o indulto não altera os efeitos do pedido do MP.

"O aludido decreto presidencial [do indulto] tem se sujeitado a muita controvérsia, no âmbito acadêmico e político. Entretanto, o que não é controverso, muito pelo contrário, e sedimentado pela jurisprudência pátria, não é de hoje, é que o indulto não alcança os efeitos secundários da pena ou extrapenais, fruto de decisão condenatória, no caso, do Supremo Tribunal Federal, por incitar a prática do crime de tentar impedir o livre exercício de qualquer dos poderes da União e coação no curso do processo", afirma a procuradora regional eleitoral.

O Ministério Público Eleitoral se debruçou ainda sobre candidaturas de deputados federais e estaduais. A PRE apresentou outras 20 ações contra candidatos a deputados federais e estaduais.

As candidaturas femininas bateram recorde este ano, com 33,3% dos registros nas esferas federal, estadual e distrital. As mulheres representam 53% do eleitorado do país, o que corresponde a 82 milhões de votantes. Apesar disso, elas ocupam apenas 17,28% das cadeiras no Senado. Especialistas defendem o aperfeiçoamento da legislação para garantir a participação feminina na política.

Uma das primeiras medidas de impacto aprovadas pelo Congresso Nacional para incentivar a participação feminina na política foi a Lei 12.034, de 2009. Ela assegura o percentual mínimo de 30% e máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Além disso, destina pelo menos 30% dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, bem como do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV.

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A mudança ocorreu com a alteração da Lei das Eleições (Lei 9.504, de 1997). Desde então, apesar do aumento do número de candidaturas femininas, houve pouca mudança na proporção de mulheres eleitas.

A Emenda Constitucional (EC) 111 também foi criada para aumentar a representatividade na política e pode impactar as eleições deste ano. O texto da norma determina a contagem em dobro dos votos dados a mulheres e pessoas negras no cálculo para a distribuição dos recursos dos fundos partidário e eleitoral. Ou seja, se uma deputada ou candidato negro for eleito com 100 mil votos, a contagem oficial irá totalizar 200 mil votos para o cálculo dos fundos.

A ministra Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro, do TSE, participou na última quarta-feira (17) de um evento ligado à exposição Mulheres Eternas. A mostra reúne 38 obras em homenagem a brasileiras que atuaram na defesa de políticas públicas por uma sociedade mais justa e igualitária. A ministra salientou que, apesar de representarem 28% da população, as mulheres negras não ocupam sequer 5% das cadeiras dos parlamentos.

"As camadas de violência pelas quais passam as candidatas negras — violência política, violência física, assédio — é gravíssima. Sem falar na população LGBTQIA+. Nós precisamos lançar nosso olhar sobre as mulheres, sim. Mas com a consciência de que a mulher não é um universo monolítico e uniforme, e que os problemas não são idênticos", afirmou.

Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro destacou ainda a necessidade de derrubar alguns lugares comuns. Entre eles, os de que “mulher não vota em mulher” e “mulher não gosta de política”. Sobre a paridade de gênero na política, a ministra disse que o Brasil está atrás de países muito menos desenvolvidos economicamente.

— Será que mulher não vota em mulher, ou será que essas candidaturas sequer se fazem chegar ao olho do eleitor? — frisou.

Um dos obstáculos para a ampliação da participação feminina na política tem sido a presença das “candidatas laranjas”. Para cumprir com a cota estabelecida pela lei, alguns partidos lançam candidaturas inverídicas, com supostas candidatas que, na prática, não se lançam à disputa de votos.

"Em alguns partidos, por questões culturais, não há candidatas mulheres eleitoralmente viáveis. Cabe, essencialmente, denunciar o fato e convencer o eleitor a punir os partidos políticos que têm esse tipo de comportamento", avalia Gilberto Guerzoni, consultor legislativo do Senado.

Durante a primeira sessão como presidente do TSE, na noite da última terça-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes avisou que os partidos que usarem “candidatas laranjas” terão toda a chapa anulada.

"A Justiça Eleitoral não irá permitir “candidaturas laranjas”. As “candidaturas laranjas” serão declaradas irregulares, nulas, com a nulidade da chapa inteira. Ou seja, o prejuízo para o partido que incentivar candidaturas laranjas será muito grande", disse Moraes.

O seminário Mais Mulheres na Política, realizado em maio no Senado, reuniu lideranças femininas de todo o país. Entre elas, a coordenadora regional do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos (FNInMPP), Juliet Matos. Ela lembrou que as mulheres representam 46% das pessoas filiadas a partidos políticos. No entanto, o número não reflete uma maior representação das mulheres em posições relevantes nas instâncias partidárias.

"Nós temos poucas mulheres presidentes nacionais, temos poucas mulheres nos espaços importantes de decisão dos partidos políticos. Então, a gente fala da distribuição do fundo eleitoral. Poucas vezes vão ter mulheres que estão nas direções e que têm o poder de fato de fazer essa distribuição do fundo", apontou.

Durante o evento, as deputadas federais Celina Leão (PP-DF) e Tereza Nelma (PSD-AL) comentaram a importância do fundo eleitoral, para que as candidaturas femininas possam efetivamente resultar na eleição de mulheres. Nelma também deu destaque à necessidade de combater a violência política contra a mulher.

"É necessário difundirmos cada vez mais a Lei 14.192, de 2021, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher durante as eleições e no exercício de direitos políticos e de funções públicas. Da mesma forma, a Lei 14.197, de 2021, sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito merece total nossa atenção, por seu caráter recente", reforçou a deputada.

A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) foi relatora do projeto de lei (PL 5.613/2020) que resultou na Lei 14.192, de 2021. Ela enfatizou que é fundamental assegurar condições para que as mulheres com vocação sigam a carreira política.

Para a senadora Soraya Thronicke (União-MS), é relevante a existência de figuras femininas para inspirar outras mulheres e representá-las verdadeiramente. Soraya também ressaltou a atuação das parlamentares desta legislatura, que fortaleceram sua representatividade por meio da Bancada Feminina. O grupo reúne senadoras de ideologias políticas diversas, mas que convergem na luta em defesa da mulher.

Dos 32 partidos políticos brasileiros, apenas seis são presididos por mulheres: PT, com a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR); PCdoB, com Luciana Santos (vice-governadora de Pernambuco); PRTB, com Aldinea Fidelix; Podemos, com a deputada federal Renata Abreu (SP); PMB, com Suêd Haidar; e Rede Sustentabilidade, com a ex-senadora Heloísa Helena.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres que ocupam posições de liderança política tendem a trabalhar em linhas partidárias por meio de bancadas femininas para defender questões de igualdade de gênero. Entre os temas abordados, estão o combate à violência doméstica, a licença parental, direitos das crianças, gestantes, à pensão, igualdade de gênero, além de reformas eleitorais.

Inúmeros projetos resultaram em leis de interesse das mulheres nos últimos anos. Confira alguns exemplos dessa legislação.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), coordenadora da Bancada Feminina, considerou o primeiro semestre produtivo. Ela destacou as qualidade da representação feminina na Casa.

— Apesar de ser pluripartidária, tem consciência de grupo e vota de forma unida em diversos momentos. Em ano eleitoral, vamos lutar por mais candidaturas de mulheres em todos os cargos eletivos, por participação massiva das mulheres nos dias das eleições, por uma vontade maior de empoderamento social e político — ressaltou.

O Senado aprovou 15 propostas em favor das mulheres no primeiro semestre de 2022. Entre os que seguiram para votação da Câmara, está o PL 2.325/2021, que afasta a possibilidade de a defesa do acusado usar teses da legítima defesa da honra, da defesa de valor moral ou da violenta emoção para atenuar crimes de feminicídio e de violência doméstica e familiar contra a mulher. A matéria foi aprovada em julho pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Também aguarda votação dos deputados a proposta que incentiva ações nacionais de atendimento aos homens, em especial na área da saúde mental, para prevenção da violência contra a mulher. O substitutivo foi apresentado pela senadora Leila Barros (PDT-DF) ao PL 4.147/2021, do senador Wellington Fagundes (PL-MT).

O PL 3.342/2020 estabelece a concessão de crédito de até R$ 20 mil para mulheres empreendedoras das áreas de beleza, estética, vestuário, comércio de artigos femininos e alimentação, afetadas pela pandemia de covid-19. Autora do projeto, a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) argumentou que muitas medidas adotadas para socorrer os prejudicados pela pandemia não chegam a um grande número de mulheres. Ela afirmou que a proposição abre as portas para mudar esse quadro e melhorar a economia.

O Congresso promulgou em abril deste ano a Emenda Constitucional (EC) 117. Resultado da proposta de emenda à Constituição (PEC) 18/2021, o texto obriga os partidos políticos a destinar no mínimo 30% dos recursos públicos para a campanha eleitoral das candidaturas femininas.

A EC 97 vedou, a partir de 2020, a celebração de coligações nas eleições proporcionais para Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa do Distrito Federal, assembleias legislativas e câmaras municipais. Com o fim das coligações, cada partido deve indicar individualmente pelo menos 30% de mulheres filiadas para a disputa.

Outras normas aprovadas nos últimos anos ampliam e reforçam a participação política das mulheres. Entre elas, a Lei 13.488, de 2017. A norma prevê campanhas institucionais do TSE para incentivar a participação feminina, dos jovens e da comunidade negra na política.

No Senado, a Resolução 5, de 2021, acrescentou ao Regimento Interno a liderança da Bancada Feminina, que passou a ter as mesmas prerrogativas asseguradas aos líderes de partido ou bloco parlamentar, inclusive quanto à preferência para o uso da palavra e o direito a voto.

No âmbito do TSE, a portaria 791 institui a Comissão Gestora de Políticas de Gênero do Tribunal Superior Eleitoral (TSE Mulheres). A função do órgão é atuar no planejamento e acompanhamento de ações para incentivar a participação feminina na política e na Justiça Eleitoral.

Segundo o levantamento da ONU divulgado de setembro de 2021, existem 27 países em que as mulheres representam menos de 10% dos parlamentares, incluindo quatro que não possuem sequer uma representante feminina (Iêmen, Vanuatu, Papua-Nova Guiné e Micronésia). Em média, a participação das mulheres nos parlamentos é de 25%. Em 1995, a representação tinha média de 11%. O Brasil está abaixo da média atual, com apenas 14,8% de representantes mulheres.

Nesse ritmo, ainda segundo a ONU, a paridade de gênero nos órgãos legislativos nacionais não será alcançada antes de 2063. O estudo mostra ainda que existem apenas 26 mulheres atuando como chefes de Estado ou de governo em 24 dos 193 países analisados. A igualdade de gênero nas posições mais altas do poder não será alcançada nos próximos 130 anos.

A embaixadora Gilda Motta Santos Neves, diretora do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, deu ênfase à participação das mulheres em operações de paz. Segundo ela, “a participação das mulheres em negociações de acordos de paz aumenta muito a durabilidade desses acordos, assim como a participação das mulheres nos parlamentos”.

*Da Agência Senado

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta sexta-feira, 19, a primeira parcial de doadores de campanhas. Já no início da disputa grandes empresários aparecem destinando R$ 5,8 milhões principalmente para candidaturas de direita e centro-direita. A maior doação, até agora, é do ex-secretário de desestatização do governo Jair Bolsonaro (PL) e dono da empresa locação de carros Localiza, Salim Mattar. Ele destinou R$ 2,75 milhões para doações, dos quais a maior parte foi direcionada aos candidatos do partido Novo.

Mattar deixou sua Secretaria vinculada ao Ministério da Economia, chefiado por seu aliado Paulo Guedes, sob acusações de que o governo abandonou a agenda de privatização em busca da reeleição de Bolsonaro. Agora distante do Executivo, o empresário doou para apenas um candidato do PL, partido pelo qual o presidente disputa a reeleição. O beneficiário foi o candidato a deputado estadual por Minas Gerais Bernardo Bartolomeo Moreira. O restante do montante milionário foi destinado a 14 candidatos do Novo, um do Podemos e um do União Brasil.

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Sete candidatos estão entre os principais beneficiários, todos do Novo, com o recebimento de R$ 250 mil cada. Figuram na lista nomes já conhecidos do campo liberal como o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) e o vereador paulistano Fernando Holiday (Novo-SP), mas também despontam nomes como Marina Helena Cunha Pereira Santos, que chegou a ser registrada como candidata à vice-prefeita de São Paulo na chapa de Felipe Sabará pelo Novo. Ela acabou rompendo com o então candidato após desentendimentos entre ele e a direção do partido.

O segundo maior doador, segundo a primeira parcial do TSE, é o empresário Heitor Linden, que destinou R$ 2 milhões a uma única candidatura: a de Roberto Argenta (PSC), que concorre ao governo do Rio Grande do Sul. Argenta recebeu outros R$ 1,1 milhão do empresário Alexandre Grendene Bartelle, que assim como Linden atua no ramo de calçados. Apesar dos recursos milionários, Argenta figura com apenas 2% das intenções de votos na pesquisa Ipec mais recente realizada no Estado.

Completa a lista dos maiores doadores o também empresário e agropecuarista Emival Ramos Caiado Filho, que destinou R$ 600 mil para três candidatos do União Brasil. Apesar de ter raízes em Goiás - e ser primo do governador do Estado, Ronaldo Caido (UB) - Emival optou por investir em campanhas de candidatos pernambucanos. Foram agraciados os candidatos a deputado estadual Antonio de Souza Leão Coelho, a deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho - filho do ex-líder do governo Bolsonaro no Senado, que tem o mesmo nome -, e o candidato a governador Miguel de Souza Leão Coelho, que levou R$ 250 mil para abastecer a campanha.

No top cinco de maiores doadores aparece o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que destinou R$ 760 mil a doze candidaturas. O economista repassou R$ 200 mil ao candidato a governador do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSB). Fraga é historicamente ligado a setores mais liberais, tendo sido indicado BC durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso. Já Freixo é um candidato mais associado à esquerda. Além de Freixo, foram beneficiados pelas doações de Fraga cinco deputados do PSD, dois do União Brasil, outros dois do PSB, um do Novo e um do Cidadania.

Na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), o principal doador até o momento foi o agropecuarista Ronaldo Venceslau Rodrigues da Cunha. A reforma eleitoral de 2015 proibiu o financiamento de campanhas por empresas privadas. Agora, somente pessoas físicas podem doar para os candidatos de sua preferência. Desde então, o principal meio de financiar as candidaturas se tornou o Fundo Eleitoral, que superou os R$ 4 bilhões nas eleições deste ano.

Dados registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que todos os partidos que disputam o pleito deste ano cumpriram o mínimo de 30% de candidaturas femininas, cota prevista por lei, mas isso não significa que a proporção siga a do eleitorado brasileiro, que é de maioria feminina (53%).

Neste ano, o número de candidaturas femininas atingiu a maior proporção da série histórica das eleições nacionais. Ao menos 33,3% dos nomes inscritos nas urnas são de mulheres. Entre os partidos, 13 ultrapassaram a média entre postulantes mulheres e homens e dez ficaram mais próximos do piso permitido por lei. Os dados podem ser atualizados.

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O Unidade Popular foi a única sigla que inscreveu mais mulheres do que homens (68,3% a 31,6%). PCdoB, PSTU, PSOL e PV também compõem o ranking das legendas mais bem colocadas, com mais de 38% de participação feminina. PRTB, Agir, DC, Novo e PMB são os que mais têm homens proporcionalmente.

Tanto os partidos quanto as federações - composição autorizada pela primeira vez em 2022 - precisam cumprir a regra eleitoral que obriga que candidaturas femininas representem, no mínimo, 30% de todos os nomes indicados. A proporcionalidade de gênero exigida pelo TSE vale também para o uso dos recursos do fundo eleitoral. Casos de irregularidades no cumprimento das cotas de gênero podem levar à cassação de bancadas, como ocorreu na Assembleia Legislativa do Paraná em julho deste ano.

Preteridas

Apesar de mais presentes nas urnas, as mulheres ainda são preteridas nas chapas para o Executivo e são delegadas aos cargos de vice. A maior proporção de mulheres candidatas em relação aos homens ocorre justamente nestas vagas. Elas ocupam 42% das candidaturas de vice-presidente e 39% das de vice-governador. Nos dois casos, quase metade delas são negras.

Já a disputa por cargos-chave, como o de governador, é dominada por homens - são 185 postulantes ante 38 candidatas. Em oito Estados, nem sequer há uma mulher concorrendo ao Executivo estadual.

A eleição de 2022 deve registrar a maior proporção de candidaturas femininas desde a redemocratização. São 9.434 candidatas, valor 16,5% maior do que em 2018. Os números contrastam com o observado nas candidaturas masculinas, que registraram aumento de 4,6% de uma eleição para outra.

A onda de agentes de segurança entrando na política partidária está mais intensa em 2022. Candidaturas que explicitamente se anunciam como militares, membros das forças de segurança, ou que fazem alusão aos militares em seus nomes de urna aumentaram 27% desde as últimas eleições. Passaram de 1.598 em 2018 para 2.030 em 2022, segundo dados das candidaturas cadastradas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os números podem sofrer atualizações.

O levantamento do Estadão também fez a comparação com 2014. Naquela eleição havia 1.205 dessas candidaturas que aludem aos militares. Com a onda bolsonarista de 2018, eles passaram por um incremento de 32,7%. Em 2022, segue a tendência de alta. Em oito anos, o crescimento acumulado foi de 68,4%.

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O Estado com mais candidaturas ligadas a militares é o Rio de Janeiro, domicílio eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 275 nomes. Em 2014, quem liderava era o Distrito Federal, sede das Forças Armadas e com maior prevalência dos servidores militares frente ao total da população. Hoje, o DF registra 99 dessas candidaturas, uma queda de 55%, mais da metade.

O crescimento do número de candidaturas "militarizadas" acompanha o foco cada vez maior do governo Bolsonaro na pauta. Seu partido, o PL, hoje abriga 233 dessas candidaturas, mas nas últimas duas eleições gerais não teve nenhuma.

A expansão dos militares ocorreu em todos os cargos. Os governadores foram um em 2014, nove em 2018 e, agora, 14 em 2022. Houve um aumento de 72% da presença de militares disputando as cadeiras da Câmara.

O Estadão coletou todas as candidaturas que, em seu nome de urna, contivessem uma patente militar, policial, bombeiro, policial civil ou alusão a forças de segurança e suas siglas e grafias variantes. Também coletou todos aqueles que declararam essas profissões como ocupação no momento de registrar a ficha no TSE.

Pauta

O crescimento do número de candidatos vinculados às forças de segurança acompanha um investimento cada vez maior do governo Bolsonaro nessa pauta. Como mostrou o Estadão, na Câmara dos Deputados, bolsonaristas querem ampliar o porte de armas para servidores públicos e afrouxar regras para aquisição de armamento por colecionadores, atiradores e caçadores (CACs).

Apesar do esforço, a pauta armamentista pouco avançou no Congresso, e parte das propostas emperrou em comissões ou foi engavetada. Sem sucesso na via legislativa, o presidente investiu em decretos e portarias para afrouxar a regra e ampliar o acesso a armas e munições no País.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu sete pedidos de registros de candidaturas à presidência da República. Os pedidos estão sendo protocolados desde a semana passada, após a aprovação dos nomes dos candidatos nas convenções partidárias. 

 A formalidade é necessária para que a Justiça Eleitoral possa verificar se os candidatos têm alguma restrição legal e não podem concorrer às eleições de outubro. 

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 Os dois primeiros registros foram dos candidatos Pablo Marçal (Pros) e Sofia Manzano (PCB). Marçal indicou como vice Fátima Pérola Neggra (Pros). A chapa de Sofia terá Antonio Alves (PCB) como vice. 

 Em seguida, foi registrada a candidatura de Felipe D’Ávila (Novo) à Presidência da República. Como vice, foi registrado o nome de Tiago Mitraud (Novo). 

Léo Péricles, do União Popular (UP), também solicitou registro no TSE. A chapa é composta pela candidata à vice, Samara Martins, do mesmo partido. Péricles, de 40 anos, técnico de mecânica, terá como vice Samara Martins, odontóloga de 34 anos. Ambos nasceram em Belo Horizonte (MG). O candidato declarou R$197,31 de patrimônio, provenientes de caderneta de poupança. Já Samara Martins declarou um total de R$3.364,55 em bens provenientes de valores em  poupança e conta corrente. 

No sábado (6), foi registrada a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A chapa é composta pelo candidato à vice, Geraldo Alckmin (PSB). 

 O TSE também recebeu o pedido de registro de candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS). A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) é a candidata à vice-presidência. 

O último pedido foi protocolado pelo PSTU, que indicou Vera Lúcia para candidata à presidência. A candidata à vice-presidência é a indígena Raquel Tremembé (PSTU).   

Oficialmente, a campanha eleitoral, quando os candidatos podem efetivamente pedir votos e divulgar seus números, começa no dia 16 de agosto. Os registros de candidatura devem ser feitos até 15 de agosto. 

Para os cargos de deputado estadual, federal, distrital, senador e governador, o registro é realizado nos tribunais regionais eleitorais.

A duas semanas do início da campanha eleitoral, as principais candidaturas à Presidência ainda têm indefinições que exigem solução rápida, antes de ser dada a largada para a corrida presidencial. A temporada das convenções partidárias, eventos nos quais as agremiações formalizam seus afiliados na disputa, vai até o dia 5 deste mês, e as legendas têm até o dia 15 para aparar todas as arestas e registrar suas chapas na Justiça Eleitoral.

Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto, agem para costurar acordos e montar palanques desde o ano passado, outros candidatos sequer têm uma definição para o cargo de vice. Há, ainda, quem tenha desistido da disputa a poucos dias da realização da convenção partidária, caso de Luciano Bivar (União Brasil), e quem sinalize desistir mesmo depois de ser oficializado, como André Janones (Avante). Ambos dialogam com Lula, e o PT ainda busca formalizar acordos.

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Além de determinar quem de fato vai disputar o quê, essas decisões podem impactar diretamente no tempo de TV e recursos para financiar a campanha. O União Brasil de Bivar, por exemplo, é quem hoje detém a maior fatia dos fundos partidário e eleitoral, além do maior tempo de exposição no rádio e na TV.

Veja as principais indefinições:

Vice

A senadora Simone Tebet (MDB) tinha tratativas avançadas para ter Tasso Jereissati (PSDB) como vice de sua chapa, mas viu recentemente o colega do Congresso desembarcar de seu projeto. Agora, alguns nomes são ventilados para ocupar o posto. Um deles é o da senadora Eliziane Gama (Cidadania). Essa possibilidade, porém, enfrenta resistência do PSDB, que deseja ter primazia na indicação para a vaga. Vale lembrar que o MDB tem apoio da federação entre PSDB e Cidadania.

A senadora Mara Gabrilli (PSDB) desponta como principal cotada para o cargo. Segundo sua assessoria, ela participa das conversas com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, Simone, Tasso e Eliziane para buscar o nome mais indicado para a vice, "analisando todo o cenário". Mas não tem martelo batido por enquanto, e uma decisão deve ser tomada nos próximos dias. A tendência mais forte, hoje, é a confirmação de Mara.

O candidato Ciro Gomes (PDT) também ainda não tem vice. Desde o início do ano, diversos nomes já foram cotados para assumir a vaga, como Marina Silva (Rede) e José Luiz Datena (PSC). Hoje, a executiva do partido tenta atrair uma mulher para o posto, mas ainda não há definição de nome. O que está claro é que Ciro não conseguiu fechar apoio de outras siglas, e a indicação da vice deve ficar dentro do próprio PDT.

União Brasil

O deputado federal Luciano Bivar anunciou neste domingo, 31, que desistiu de ser candidato à Presidência e vai tentar se reeleger para a Câmara. A convenção nacional do partido está marcada para o dia 5 de agosto, no limite do prazo. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil), ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), pode ser a candidata da legenda ao Palácio do Planalto.

Apesar de Bivar ter anunciado a candidatura de Soraya, seguem ainda nos bastidores conversas para que Bivar se alinhe a Lula em troca de uma ajuda informal do PT em Pernambuco na tentativa de reelegê-lo deputado federal e, depois, auxiliá-lo numa eventual disputa pela presidência da Câmara, no ano que vem.

Janones

O deputado federal André Janones (Avante) foi oficializado candidato à Presidência no dia 23 de julho. Na semana passada, contudo, aceitou dialogar com Lula para eventual união com o petista no primeiro turno e admitiu ao Estadão que pode desistir da disputa.

"Sim (estou disposto a retirar a candidatura para apoiar Lula). Se não, eu não iria conversar. Tenho total consciência do meu tamanho do ponto de vista eleitoral, que é micro: um ou dois pontos (nas pesquisas). Mas ao mesmo tempo tenho noção do simbolismo da minha candidatura nessa eleição", disse Janones ao Estadão na última sexta-feira (29).

Se desistir da corrida presidencial, Janones sinalizou que vai disputar a reeleição para a Câmara em Minas Gerais, apesar do seu partido no Estado estar no palanque do governador Romeu Zema (Novo), que é aliado de Bolsonaro.

Podemos

O senador Alvaro Dias (Podemos) deixou para o último dia do prazo, 5 de agosto, a definição sobre o cargo ao qual deve concorrer este ano. Se decidir disputar novamente o Senado, ele terá de rivalizar no Estado com seu antigo apadrinhado no partido, o ex-juiz Sérgio Moro, agora no União Brasil. Durante convenção nacional neste domingo (31), o Podemos fez convite para Dias se lançar à presidência da República. Se aceitar, será um nome incluído "de última hora" na corrida pelo Planalto.

Vale lembrar que o Podemos tinha Moro como pré-candidato ao Planalto até o fim de março, quando o ex-juiz migrou para o União Brasil e abdicou da disputa. Agora, ele deve tentar o Senado pelo Paraná.

Veja calendário

Até 05/08: Realização das convenções partidárias.

Até 15/08: Registro das candidaturas.

De 16/08 a 01/10: Campanha eleitoral.

De 26/08 a 28/09: Propaganda eleitoral no rádio e na TV.

02/10: Primeiro turno.

30/10: Segundo turno, se houver.

Veja os candidatos oficializados nas convenções

PDT: Ciro Gomes | Data da convenção: 20 de julho

PT: Lula | Data da convenção: 21 de julho

PL: Jair Bolsonaro | Data da convenção: 24 de julho

UP: Leonardo Péricles | Data da convenção: 24 de julho

MDB: Simone Tebet | Data da convenção: 27 de julho

Novo: Luiz Felipe D’Ávila | Data da convenção: 30 de julho

Pros: Pablo Marçal | Data da convenção: 30 de julho

PCB: Sofia Manzano | Data da convenção: 30 de julho

PSTU: Vera Lúcia | Data da convenção: 31 de julho

DC: Eymael | Data da convenção: 31 de julho

As campanhas dos três principais pré-candidatos ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB), enfrentam dificuldades para alinhar nomes ao Senado. Enquanto o petista e o ex-ministro da Infraestrutura articulam com aliados para que haja apenas um postulante para acompanhá-los na disputa, o tucano já admite que terá de apoiar mais de um candidato. Os três são os mais bem colocados em pesquisas de intenção de voto.

A retirada de duas candidaturas trouxe dificuldades a Haddad e Tarcísio. No caso do ex-prefeito, as negociações para a desistência de Márcio França (PSB) da corrida pelo Palácio dos Bandeirantes para concorrer ao Senado não pacificaram o palanque do PT. Agora, o PSOL reivindica a vaga de vice na chapa e ameaça lançar um nome ao Senado para disputar com o ex-governador.

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Tarcísio, por sua vez, tem de lidar, depois da desistência do apresentador José Luiz Datena, com uma disputa pela indicação ao Senado entre o ex-ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e os deputados Marco Feliciano e Carla Zambelli, ambos do PL. Além deles, o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf (Republicanos) e a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB) congestionam o bloco bolsonarista.

Na chapa de Garcia, que concorre à reeleição, ocorre um movimento diferente. PSDB e partidos aliados deixaram a escolha do candidato ao Senado em segundo plano enquanto travam uma disputa para emplacar o vice do tucano. Depois de romper e se reconciliar com o governador de São Paulo, o União Brasil reposicionou sua demanda e agora exige a vaga de vice, que inicialmente estava reservada ao MDB.

Confusão

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, em junho, que as coligações podem ter mais de um candidato ao Senado, de partidos diferentes, mas especialistas em pesquisas e líderes avaliam que essa solução pode confundir o eleitor e criar constrangimentos em uma disputa atípica.

Na chapa petista, o acordo firmado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e França resultou em queixas públicas do aliado PSOL. O partido anunciou que vai lançar candidatura própria ao Senado se não puder escolher o vice - ideia que é rechaçada no PT. Nas conversas com França, Lula prometeu que o ex-governador seria o único candidato a senador da coligação.

A movimentação do PSOL estressou as relações entre os partidos da frente de esquerda. Dirigentes das legendas decidiram, por enquanto, cessar as conversas para baixar a fervura, e voltar a negociar só na próxima semana.

Na coligação de Tarcísio, a disputa deve ser decidida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), fiador da candidatura de seu ex-ministro. Até agora, Bolsonaro não deu sinais claros de quem pretende apoiar. Segundo aliados, o presidente vai esperar a publicação de mais pesquisas para escolher seu representante "oficial" na corrida pelo Senado. A ideia é que os demais se acomodem em outras disputas.

Vice

A briga pela vaga de vice na chapa tucana ganhou mais relevância do que a indicação ao Senado e começou com a reaproximação do União Brasil com Garcia. "Inicialmente era o Senado, mas esse acordo foi lá atrás, quando o Datena estava no partido", disse o deputado Geninho Zuliani (SP), da Executiva estadual da sigla.

Depois de eleger a maioria dos senadores paulistas desde a redemocratização, sendo dois da atual legislatura, o PSDB, até agora, não tem um candidato natural e admite que pode ter mais de um postulante na coligação.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Garcia citou os nomes do vereador Milton Leite, do ex-ministro Henrique Meirelles e do médico Cláudio Lottenberg, todos do União Brasil, como potenciais candidatos. Há no PSDB, no entanto, disputa interna pela vaga entre o ex-senador José Aníbal e o presidente do partido na capital, Fernando Alfredo. "A perspectiva é de um acordo. Seria suicídio cada partido sair com um senador", disse Milton Leite ao Estadão. Já Aníbal pensa diferente. "FHC, por exemplo, disputou o Senado contra o Montoro."

Para o cientista político e pesquisador Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), a proliferação de candidaturas dificulta a vida do eleitor. "Ter mais de um candidato dentro da coligação dispersa o eleitor", disse.

O cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Mackenzie, chamou atenção para o fato de o PSDB ter menos espaço a cada eleição. "O PSDB está perdendo protagonismo na política nacional e São Paulo é a ponta de lança. Não há um nome natural."

Com a aproximação das eleições de 2022 e o andamento do calendário eleitoral, alguns atores que não são originalmente da política aparecem como pré-candidatos à Câmara dos Deputados, em Brasília, o que se tornou comum, mas acaba não sendo o praxe político por não se ter o “trabalho prévio de base” dos candidatos, tendo em vista que existem cargos anteriores a este, como o de deputado/deputada estadual e vereador/vereadora, por exemplo. 

De acordo com o professor da UFPE e cientista político, Arthur Leandro, os partidos têm a intenção de ampliar o número de votos possíveis na legenda, que se tornou mais difícil depois do fim de coligação partidária para as eleições proporcionais, e “isso era antes e continua sendo agora o objetivo dos partidos de potencializar os ativos”. “O que pode acontecer e o que normalmente ocorre é que uma pessoa que não era da política que se lança como candidato tem algum tipo de diferencial que gabarita um potencial puxador de votos. A pessoa não era da política, mas tinha uma carreira como artista, atleta, ganhou evidência em função de um evento qualquer e pode se tornar um puxador de votos”, afirmou. 

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A cientista política e professora da Facho, Priscila Lapa, corroborou e explicou que a estratégia é “básica elementar de tentativa de renovação dos quadros partidários”. “O ruim é que não é feito o trabalho de base, porque uma coisa é você ter o processo de atração de novos quadros para o partido e uma vez que chegam, eles conseguem ajudar a construir a agenda, identidade do partido, participar ativamente das discussões, e aí você cria uma base a partir da qual você vai revelando essas lideranças e fazendo com que elas se coloquem no processo eleitoral de forma viável, conexa com os objetivos do partido”, contextualizou. 

“Acontece que às vezes os partidos acabam tendo que apelar porque existe um desgaste de lideranças com o passar do tempo pois existe um processo de envelhecimento natural dessas pessoas, não só em idade, mas da liderança dela dentro do partido, e isso vai abrindo um espaço na chegada dela com os novos postulantes, só que não é um trabalho prévio de base, orgânico e acaba que essas candidaturas parecem ter brotado da terra, não tem um trabalho mais consistente para que isso aconteça, não são candidaturas completamente fundamentadas”, detalhou Priscila Lapa. 

A especialista relembrou o caso do deputado federal Túlio Gadêlha (Rede Sustentabilidade), que não era um ator político e se colocou pela primeira vez como candidato à Câmara dos Deputados. “Existem os cisnes negros, que é quando você tem um fator novo, às vezes a pessoa ocupa um espaço de identidade e, às vezes, acontece quando uma pessoa tem uma identificação com uma bandeira política muito forte naquele momento, na conjuntura da eleição e que faz sentido para as pessoas. Túlio Gadêlha não parecia alguém muito proeminente na cena política local e já ganhou a primeira eleição para deputado federal, mas por um conjunto de fatores que acabaram alavancando o nome dele. Existem esses casos, mas são exceções, casos isolados e que tem mais a ver também com a conjuntura da eleição”. 

Arthur Leandro pontuou a viabilidade em parte das candidaturas e lembrou de figuras como o humorista Tiririca, por exemplo. “Existe a real viabilidade em boa parte dessas candidaturas. Quando o partido lança alguém que possa atrair votos vindo de fora da política, é porque ele imagina que vai ganhar com a presença das pessoas e não vai ter custo. Tivemos recentemente o ex-morador de rua envolvido no episódio em Brasília e, tão logo ficou em evidência, foi procurado pelos partidos políticos que tentaram filiá-lo, mesmo em função do calendário eleitoral e, mesmo assim, o nome dele foi buscado. Também teve o caso do conhecido humorista Tiririca, que não era da política mas se lançou como candidato e foi um puxador de votos na sua primeira eleição”, avaliou. 

“Na onda de 2013, quando aconteceram aqueles protestos iniciados da campanha do “Não é só por 0,20 centavos”, uma série de movimentos que se apresentaram como espontâneos terminaram potencializando candidatos que viraram políticos profissionais. Esse processo não é exatamente uma novidade, ele é uma janela de oportunidade para os partidos e para esses candidatos que, vindo de fora da política, adentram o sistema e a maior parte deles continua exercendo como político profissional e buscando a reeleição quando o mandato se encerra”, ponderou. 

Candidaturas 

Pré-candidato a deputado federal, o Dr Manoel Jerônimo (Republicanos), é defensor público estadual e contou ao LeiaJá ter se colocado para disputar uma cadeira na Câmara Federal por estímulo dos seus “assistidos”. “Há muito tempo eu trabalho na defesa das pessoas hipossuficientes, dos vulneráveis, invisíveis e, graças a Deus, eu trabalho com muito amor à causa, muita determinação, sentimento de justiça e vontade de fazer o meu melhor. Geralmente eu consigo deixar meus assistidos muito satisfeitos com o meu serviço público e, em razão disso, as pessoas vão me incentivando a colocar meu nome para representá-las no poder legislativo. Por isso eu resolvi me colocar à disposição como pré-candidato, buscando representar a causa das pessoas que vivem em vulnerabilidade social”, explicou.

Fora do meio político, ele detalhou ter sido convidado pela sigla para representá-la e aceitou por levantarem as mesmas bandeiras. “É o partido que mais cresce em Pernambuco e resolvi aceitar o convite para que, junto aos correligionários, a gente possa construir pontes que venham a incluir os excluídos, que venham melhorar a vida do povo pernambucano. O partido Republicanos tem ideologias parecidas com a minha. É um partido que busca defender bandeiras que são muito nobres, como a da inclusão social, defesa dos idosos, diminuição da carga tributária, valorização das mulheres, pessoas com deficiência, e isso me fez ficar encantado pelo partido”, disse.

A Câmara aprovou nesta quarta-feira (30), em primeiro e segundo turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) das candidaturas femininas, que inclui na Constituição regras de leis eleitorais que determinam a aplicação de percentuais mínimos de recursos do Fundo Partidário nas campanhas de mulheres e em programas voltados à participação feminina na política. O texto segue para promulgação.

O texto concede anistia aos partidos políticos que não preencheram a cota mínima de recursos ou que não destinaram os valores mínimos de sexo e raça em eleições ocorridas antes da promulgação da PEC. A anistia envolve qualquer tipo sanções, inclusive de devolução de valores, multa ou suspensão de repasses do fundo partidário.

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Pela proposta, os partidos vão poder usar em eleições futuras os recursos que não aplicarem em programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, ficando proibida a condenação pela Justiça Eleitoral em processos de prestações de contas de exercícios financeiros anteriores ainda sem julgamento final até a data de promulgação da emenda. A regra vale também para os valores não reconhecidos pela Justiça Eleitoral como tendo sido direcionados a essa finalidade.

O percentual mínimo de 5% do Fundo Partidário para aplicação no incentivo a participação política das mulheres é incluído na Constituição e deve seguir os interesses intrapartidários. A PEC também determina limites mínimos de propaganda gratuita no rádio e na televisão e dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e da parcela do fundo partidário para campanhas.

Atualmente, esse limite mínimo é 30%, conforme previsto na legislação, mas uma emenda de redação retirou da PEC a expressão “independentemente” do número de candidatas para seguir decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina a proporcionalidade ao número de candidatas.

Se o partido lançar mais que 30% de candidaturas femininas, o tempo de rádio e TV e os recursos devem aumentar na mesma proporção. A distribuição dos recursos deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias do partido.

* Com informações da Agência Câmara de Notícias

Em sessão marcada para as 13h55 nesta terça-feira (29), o Plenário da Câmara dos Deputados pode votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/21, que constitucionaliza regras de financiamento mínimo de campanhas de mulheres.

Aprovada na última quarta-feira (23) na comissão especial, a proposta do Senado Federal introduz na Constituição regras previstas na Lei das Eleições, na Lei dos Partidos Políticos e em entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Segundo o texto da relatora Margarete Coelho (PP-PI), os partidos devem destinar no mínimo 5% dos recursos do Fundo Partidário a programas de estímulo à participação das mulheres na política, além de aplicarem, pelo menos, 30% dos recursos públicos direcionados às campanhas eleitorais nas candidaturas femininas, com aumento proporcional de acordo com o número de candidatas.

O texto também concede uma anistia aos partidos políticos, quanto a multas, sanções ou retenções de valores do fundo, se eles não seguiram a cota mínima de recursos para as campanhas nos critérios de sexo e raça em eleições ocorridas antes da promulgação da futura emenda constitucional.

Radioisótopos

Os deputados podem concluir ainda a votação dos destaques apresentados pelos partidos à PEC 517/10, que quebra o monopólio governamental para permitir a fabricação pela iniciativa privada de todos os tipos de radioisótopos de uso médico.

Esses destaques pretendem reverter a intenção da PEC de quebrar esse monopólio.

O texto-base da matéria, vinda do Senado, foi aprovado com o parecer favorável da comissão especial, de autoria do deputado General Peternelli (União-SP).

Atualmente, a produção e a comercialização desses fármacos no Brasil são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e seus institutos, como o de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.

A Constituição já autoriza, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas, no entanto, só é permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas).

Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireoide.

Entidades beneficentes

Já o PL 545/22, também do Senado, permite às entidades beneficentes de assistência social arrecadarem dinheiro por meio de títulos de capitalização se forem certificadas conforme a Lei Complementar 187/21.

A capitalização é um instrumento pelo qual o consumidor paga determinado valor para a constituição de um capital. Parte do valor pago mensalmente vai para sorteios e, ao final do prazo de vigência, o titular pode resgatar parte ou a totalidade do capital ou adquirir bens ou produtos.

Conforme a proposta, o comprador de um título de capitalização poderá ceder o direito de resgate para essas entidades beneficentes. Caso não concorde com a cessão do direito, deverá informar a sociedade de capitalização responsável pelo título até o dia anterior à realização do primeiro sorteio.

Doença rara

Por meio do PL 10592/18, da deputada Soraya Santos (PL-RJ), a neuromielite óptica e o espectro da neuromielite óptica (NMO/ENMO) podem ser incluídos na lista de doenças cujos portadores contam com isenção do imposto de renda sobre seus rendimentos. Essa neuromielite é uma doença inflamatória autoimune rara caracterizada por afetar os nervos ópticos e a medula espinhal, levando ao seu comprometimento inflamatório.

A matéria conta com substitutivo da deputada Margarete Coelho e prevê ainda a dispensa de carência para a concessão do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez. Os efeitos financeiros da proposta começarão a valer apenas a partir de 1º de janeiro do ano seguinte ao de publicação da futura lei.

Gratuidade para idoso

O Projeto de Lei (PL) 4392/21, do Senado, que cria um programa com assistência financeira da União para garantir o transporte urbano gratuito aos idosos foi retirado da pauta.

Segundo o texto, o programa beneficia os idosos residentes em áreas urbanas com serviços de transporte público coletivo regular e em operação.

*Da Agência Câmara de Notícias

Na mesma live em que confirmou o nome da ministra Tereza Cristina, da Agricultura para disputar o Senado pelo Mato Grosso do Sul, o presidente Jair Bolsonaro (PL) listou o nome de outros ministros que devem deixar seus cargos no governo para disputar as eleições. Ao todo, segundo o chefe do Executivo, são nove, neste momento.

Veja a lista:

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- Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) deve disputar o Senado pelo Amapá (havia dúvidas se ela buscaria o AP ou sairia por SP);

- Gilson Machado (Turismo) vai sair para o Senado por Pernambuco;

- Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) deve concorrer ao governo de São Paulo;

- Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Senado pelo Rio Grande do Norte, após acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que também cogitava entrar na corrida;

- Onyx Lorenzoni (Trabalho), governo do Rio Grande do Sul;

- Tereza Cristina (Agricultura), Senado pelo Mato Grosso do Sul;

- Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Senado pelo Distrito Federal;

- João Roma (Cidadania) deve disputar o governo da Bahia;

- Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), deputado federal por São Paulo.

Visão eleitoral

Bolsonaro também informou que o ex-ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, deve concorrer em São Paulo para deputado federal; e que Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência e citado por políticos como integrante do chamado "gabinete do ódio" do Planalto, deve entrar numa chapa como suplente no Senado pela Paraíba.

O mandatário disse ter "muita esperança" para Tarcísio em São Paulo, mas que, segundo ele avalia, todos têm grandes chances de se eleger por conta da exposição que tiveram em seu governo. "Passamos um momento difícil na pandemia e todos os ministros se apresentaram para fazer alguma coisa", afirmou.

O chefe do Executivo disse ainda que espera que todos os ministros mencionados estejam descompatibilizados de seus cargos até o dia 31 de março, mas não deu detalhes sobre como planeja substitui-los.

Tampouco falou sobre o eventual afastamento do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, apontado por aliados do presidente como seu nome preferido para ocupar a vice-presidência na chapa de Bolsonaro. A confirmação de Teresa Cristina para o Senado fez crescer o balcão de apostas sobre a possível escolha de Braga Netto.

Bolsonaro já citou outras trocas antes, chegando a falar em 11 a 12 substituições. O balanço final só deve ser conhecido mesmo no início de abril, prazo determinado pela Justiça Eleitoral para a desincompatibilização de pré-candidatos ocupantes de cargos públicos.

Mobilizações policiais por melhorias nas condições salariais e de trabalho e paralisações ressurgiram pelo Brasil a sete meses da eleição presidencial. O recrudescimento dos movimentos das forças de segurança nos Estados deverá ter reflexo nas disputas deste ano. O Estadão identificou, até o momento, pelo menos 11 possíveis candidatos com origem nas polícias Civil e Militar e nas Forças Armadas nas eleições majoritárias - a governo do Estado e ao Senado.

A Região Nordeste tem a maior parte dos nomes (6), com destaque para o Ceará, onde Capitão Wagner (PROS) - que foi derrotado na disputa pela prefeitura de Fortaleza, em 2020, numa votação parelha - deverá se candidatar ao governo do Estado. A expectativa é de que Wagner polarize a eleição contra o candidato do grupo do PT/PDT, que terá o apoio do atual governador, Camilo Santana (PT).

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No Estado, a outra candidatura policial é a do vereador de Fortaleza Inspetor Alberto (PROS), que deverá concorrer ao Senado. Ex-policial civil, Alberto é simpático à pauta bolsonarista, posa com ministros do governo em fotos e tem o apoio de líderes aliados ao Palácio do Planalto.

Em 2020, um motim de policiais militares no Ceará levou a episódios de violência - o senador e ex-governador Cid Gomes (PDT) foi atingido por dois tiros quando tentava invadir o 3.º Batalhão da PM em Sobral com uma retroescavadeira. Oito PMs foram excluídos da corporação e mais 351 policiais identificados como participantes do motim respondem a processos administrativos disciplinares.

O governador de Roraima, Coronel Marcos Rocha (PSL), é o único entre os ex-policiais que vai disputar a reeleição ao Executivo estadual. Além de Ceará e Roraima, candidaturas ligadas às forças de segurança e às Forças Armadas devem ser lançadas em Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul - neste Estado, o atual vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, será candidato ao Senado pelo Republicanos.

Pauta federal

É na categoria de ex-policiais, porém, que está a grande maioria das pré-candidaturas majoritárias. Vereador em Maceió, Delegado Fábio Costa quer se candidatar ao Senado. Para isso, deverá deixar o PSB. "Já fui bombeiro militar e agora sou delegado", observou. "Estou tendo que dialogar com personagens da política para conseguir viabilizar."

O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, afirmou que 2018 representou um ponto de inflexão para a classe policial - que mantém olhos atentos à Câmara dos Deputados. "O lugar político de excelência das polícias até 2018 eram as Assembleias Legislativas, porque é onde está o dia a dia da agência da polícia", disse Lima. Depois, segundo o pesquisador, "as associações perceberam que muitos dos obstáculos criados na modernização da gestão da segurança, das condições de trabalho, eram temas de pauta federal".

Na avaliação de Lima, no Congresso é possível também defender uma agenda de costumes predominantemente conservadora. "Não é nenhuma novidade que policiais tenham uma aderência maior aos temas conservadores. É algo observado globalmente."

De acordo com levantamento do 14.º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 25.452 policiais e integrantes das Forças Armadas foram candidatos entre 2010 e 2020; 87,6% dos candidatos nas eleições de 2020 são vinculados a partidos de direita e centro-direita. Ainda segundo o estudo, até 2018, 1.860 foram eleitos, e, em toda a década, 94,5% dos candidatos eram homens. Nas eleições de 2018, 32 deputados federais e quatro senadores foram eleitos e passaram a compor a representação da categoria no Congresso.

Classe

O deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) afirmou que a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, impulsionou vitórias na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas. Segundo ele, porém, a participação política dos policiais não está necessariamente atrelada a Bolsonaro. "A politização dos profissionais de segurança é um processo de organização da classe", disse Gonzaga.

Nos últimos dois meses, houve movimentos de paralisação de forças da Polícia Civil ou Militar em pelo menos três Estados: Minas Gerais (mais informações na página ao lado), Pernambuco e Rio Grande do Norte, com pressões intensas na Paraíba e em Sergipe.

Há uma semana, cerca de 30 mil manifestantes estiveram em assembleia-geral em Belo Horizonte e deflagraram paralisação policial no Estado - o movimento foi considerado "referência" por associações de praças da PM e por sindicatos da Polícia Civil pelo País.

Em Sergipe, uma mobilização que já durava mais de um ano indicava uma possível formação de greve estadual. Antes da realização da assembleia-geral que estava marcada para a quinta-feira passada, líderes do movimento se encontraram com Gonzaga, uma das principais vozes do movimento em Minas. Tanto em Sergipe como em Minas, os Tribunais de Justiça estaduais determinaram a impossibilidade de paralisação, com multa aos movimentos em caso de continuidade.

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