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Com alívio e tranquilidade, os tenistas brasileiros Daniel Rodrigues, Leandro Pena e Ymanitu Silva chegaram ao Brasil, na manhã desta terça-feira, após horas de sustos e medo em Israel. Os atletas de tênis em cadeira de rodas passaram mais de 30 horas no aeroporto de Tel-Aviv antes de conseguirem um voo para deixar o país, que está em guerra contra terroristas desde sábado.

O trio desembarcou no aeroporto de Guarulhos após uma "maratona" de voos nos últimos dias, desde sua ida para Israel, no próprio sábado. Eles viajaram para disputar o torneio Israel Open, mas precisaram deixar o país às pressas após os ataques terroristas do grupo Hamas que deixaram centenas de mortos no sul de Israel.

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Leandro, Daniel e Ymanitu, trio acostumado a disputar os grandes torneios de tênis do circuito, precisaram passar 33 horas no aeroporto de Tel-Aviv à espera de um voo para deixar Israel. Eles contaram com o apoio da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), do Comitê Paralímpico do Brasil e do governo federal para pegar um avião rumo a Bangcoc, na Tailândia. De lá, embarcaram em outro voo, rumo a Doha, no Catar. E, do país do Oriente Médio, entraram em outra aeronave em direção ao Brasil.

"Depois de 33 horas esperando aqui no aeroporto, estamos dentro do avião para embarcar para Bangcoc, na Tailândia. Vamos para casa, chega", disse Daniel Rodrigues, ao lado de Ymanitu e Leandro.

Neste intervalo, levaram sustos e quase não dormiram. O primeiro aconteceu quando chegaram ao hotel onde ficariam hospedados, poucas horas antes do início dos ataques. "Caiu uma bomba aqui próximo do hotel. Só que a gente não se ligou. Não fazíamos ideia do que era, do que estava acontecendo. Nem a sirene, nem o estrondo. A gente não ligou o estrondo à bomba", contou Pena em contato com o Estadão.

"Eu acredito que a bomba caiu em Tel-Aviv, porque a gente estava num hotel bem ali no centro quando a gente ouviu o estrondo da bomba, muito alto. Mesmo com as janelas fechadas e à prova de som, chegaram a tremer. Eu estava só no quarto na hora", lembrou o tenista. O torneio acabou sendo cancelado.

Com o susto, entraram em contato com a CBT para pedir ajuda para o retorno. E aí veio nova frustração. Eles compraram passagem para a Turquia, mas o voo foi cancelado em meio à lotação do aeroporto, que começou a aglutinar centenas de pessoas que buscaram deixar Israel às pressas.

O trio, então, passou horas para buscar orientação e informações para encontrar novo voo. Acabaram passando a noite de sábado para domingo em claro, sem dormir e sem um local adequado para descansar. Por cerca de 15 minutos, chegaram a ser levados para um bunker dentro do próprio aeroporto, por medida de segurança. No domingo à noite, pelo horário local, embarcaram para a Tailândia.

A "maratona" de voos acabou na manhã desta terça, após um périplo que começou na quinta-feira à noite, pelo horário de Brasília. Foi quando o trio embarcou rumo a Israel. Foram 35 horas de viagem entre Brasil e Tel-Aviv.

QUEM SÃO OS TENISTAS

Ymanitu tem 40 anos e ficou tetraplégico depois de sofrer um acidente de carro em 2007, mas recuperou o movimento das mãos. Durante a reabilitação, conheceu o tênis em cadeira de rodas, se profissionalizou e agora acumula uma extensa lista de conquistas. Atual 10º colocado do ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês), tem 56 títulos e é o único brasileiro a disputar todos os Grand Slams no tênis em cadeiras de roda. Soma dois vice-campeonatos de duplas em Roland Garros (2019) e no Aberto da Austrália (2023).

Leandro Pena, que nasceu sem as duas pernas, é o 18º colocado do ranking da ITF e tem 20 títulos no currículo. Tanto ele quanto Ymanitu disputam a categoria quad, para tenistas com restrições em três ou mais extremidades do corpo. Já Daniel Rodrigues compete na categoria open, para atletas diagnosticados obrigatoriamente com alguma deficiência nos membros inferiores. Ele nasceu com má-formação na perna direita, 20 centímetros menor do que a esquerda), e decidiu amputar a perna e usar prótese. É o número 20 do ranking e tem 74 títulos.

Cadeirantes e familiares voltaram às ruas nesta segunda-feira (15) para reivindicar o repasse do Governo de Pernambuco para a compra das cadeiras de rodas junto à Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Manifestantes alegam que há três anos que o Executivo estadual não repassa a verba que facilitaria a aquisição de cadeira de rodas para várias pessoas. 

Joceli Henrique de Soarez de Souza, mãe de Luan Henrique de Souza, teve que ir para as ruas com o seu filho, de apenas 12 anos, para reivindicar. "Eu ia começar a faculdade de enfermagem, mas veio ele e eu me aquietei e minha vida foi só dedicada a ele", comenta Joceli. O pequeno tem paralisia cerebral e precisa de cadeira de rodas para se locomover.

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"Ele precisa muito da AACD, da cadeira de rodas, próteses para as mãos, as botinhas para os pés, porque a cadeira dele já tem quatro anos e está muito danificada, faltando os pedaços, toda enferrujada com a espuma muito baixa", comenta a mãe. 

Carmelita Carvalho, de 45 anos, também presente no ato, reforça que os cadeirantes estão unidos na espera pelo repasse não executado pelo Governo de Pernambuco. "Desde 2019 que a AACD não repassa essas cadeiras, somos pessoas com deficiência que precisa de aparelho, cadeiras de banho, andajá e eles não estão repassando isso. Nós estamos reivindicando porque nossas cadeiras já deveriam ter sido trocadas e eles também precisam investir mais nas cadeiras motorizadas. Somos seres humanos, não somos bichos", critica Carmelita. 

Os manifestantes caminharam até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo. O objetivo é entregar as pautas de reivindicações ao governador Paulo Câmara (PSB). 

 

Nesta sexta (4), um grupo de cerca de 40 cadeirantes e voluntários ganhou as ruas do centro do Recife em uma manifestação por seus direitos. Com balões brancos e cartazes, os participantes do ato pediam por acessibilidade no transporte público e nas vias da capital pernambucana, além da liberação de um repasse do poder público estadual que possibilita o acesso a cadeiras de rodas. O ato dirigiu-se ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do Estado. 

Promovida pela ONG Deficiente Eficiente, a manifestação cruzou o bairro de Santo Antônio, na região central do Recife, em direção à sede do governo de Pernambuco. Os manifestantes chegaram a ficar posicionados no cruzamento entre a Avenida Conde da Boa Vista e a Rua do Sol, bloqueando parcialmente o trânsito. Guardas da CTTU logo dispersaram o movimento e as vias foram liberadas. 

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Em entrevista ao LeiaJá, o presidente da ONG, Felipe Gervásio, disse que o intuito do movimento era chamar a atenção das autoridades para os direitos das pessoas com deficiência, sobretudo na questão do acesso às cadeiras de rodas. "Nós estamos cobrando que o Governo do Estado repasse a verba necessária para que a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) possa permanecer entregando as cadeiras de rodas, além de sua melhoria dessas cadeiras”. Segundo Felipe, atualmente existem 2.500 pessoas na lista de espera pelo equipamento. “Tem gente que já aguarda há dois anos, isso é absurdo”, disse.

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Acompanhando a manifestação representando a filha, uma menina de seis anos portadora de microcefalia, a vendedora Inabela Tavares falou sobre a importância do ato. “Não temos cadeiras, a cadeira de rodas foi suspensa, não tá dando na AACD. Fora que  a gente teve que vir pela rua, as plataformas não foram feitas no BRT, é horrível”, disse referindo-se à precariedade da mobilidade na cidade e no transporte público. Tema também abordado pelo aposentado Mario José do Nascimento. “As grandes empresas (de ônibus) só vive com os elevadores quebrados. O terminal de Cajueiro Seco faz meses que o elevador está quebrado. Já fui reclamar pessoalmente, tenho vários números de protocolo, e não fazem nada”.

Cerca de 40 pessoas, entre cadeirantes e acompanhantes participaram da manifestação. Eles se dirigiram até o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado, com o objetivo de entregar um ofício com suas demandas. “Nós queremos respeito, dignidade e acessibilidade”, resumiu Felipe, presidente da Deficiente Eficiente.  

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O grupo de dança Exíbela retorna à capital paraense, Belém, após ter participado do 18º Campeonato Brasileiro de Dança em Cadeira de Rodas, disputado em Juiz de Fora, Minas Gerais, com cinco medalhas. Os bailarinos Sérgio Júnior, Maria Iris, Wanderley Oliveira e Andreza Cardoso são os grandes vencedores.

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Com duas medalhas de ouro, duas de prata e um bronze, os dançarinos tiveram o melhor desempenho e domínio das técnicas exigidas pela Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas (CBDCR). A equipe de dança paraense participou das categorias Single (feminino e masculino), Freestyle e Combi (estreante e iniciantes).  

Para o professor e coreógrafo Wanderley Oliveira, o essencial para a conquista foi a dedicação da equipe. “Foi a nossa dedicação incansável, nos treinamentos e o espírito de família que nos deram muito mais segurança. Fora a responsabilidade em representar bem o nosso estado”, conta o professor.

Andreza, que ganhou duas medalhas (ouro e bronze), competiu pela categoria Estreante e Single. “Eu sinceramente achei que não ia chegar nessa posição. Foi algo inexplicável alcançar o resultado que alcancei, mesmo com pouco tempo na dança esportiva, e voltar campeã”, disse Andreza.

Antes do certame, os representantes do Pará, participaram da Mostra Nacional de Dança em Cadeiras de Rodas, em um shopping da cidade, onde o público pôde acompanhar a apresentação da “Lenda do Boto”.

Os dançarinos contam com apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel). Em setembro, a Companhia Nosso Jeito, do Pará – que também recebeu apoio da Seel –, foi vice-campeã mundial na categoria Freestyle, em torneio na Rússia.  

“O Brasil ainda precisa reconhecer este maravilhoso esporte, que vem perpetuar o sonho de muitos dançarinos cadeirantes. Nós estamos torcendo pela possibilidade de difusão do esporte como modalidade paralímpica”, finalizou Arlindo Silva, titular da Seel.

 Confira o resultado

Ouro - Combi Estreante - Wander Olivera e Andreza Caroline

Ouro - Combi Iniciante - Sérgio Júnior e Íris Santos

Prata - Single Masculino - Sérgio Júnior

Prata - Freestyle - Equipe

Bronze - Single Feminino - Andreza Caroline.

Da assessoria da Seel.

 

O Brasil terá um reforço inédito nesta edição de Roland Garros. Trata-se de Ymanitu Silva, que se tornará o primeiro tenista brasileiro a disputar um Grand Slam em cadeira de rodas. Entre os melhores do mundo nos últimos anos, o catarinense de 36 anos vai realizar um sonho de infância, adiado pelas dificuldades financeiras de se tornar um profissional e por um acidente de carro quase fatal.

Natural de Tijucas, a 45km da capital Florianópolis, do amigo Gustavo Kuerten, Ymanitu vai estrear em Roland Garros na segunda semana do torneio francês, quando serão disputadas as chaves dos cadeirantes. O brasileiro disputa a chave do "quad", para tenistas com limitações nos membros superiores e inferiores - há outra categoria para cadeirantes, chamada "open", com atletas com limitações somente nas pernas.

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"Era um sonho que eu tinha desde que jogava em pé. Essa chance em Grand Slam era uma batalha que vínhamos enfrentando. Faz dois anos que estou entre os 10 melhores do mundo, que sou o número oito. Fui o quinto colocado nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016. Sempre trabalhei para isso", disse o tenista, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. Ymanitu obteve o convite em Roland Garros graças a uma parceria da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e a Federação Francesa de Tênis (FFT, na sigla em francês).

Em Paris, o atleta paralímpico espera obter maior visibilidade para esta modalidade. "Tem um pouco de preconceito ainda. Não temos tanta visibilidade quanto os tenistas andantes. Temos a mesma rotina de treinos, a mesma dedicação. Mas não a visibilidade, principalmente em relação aos patrocínios", afirmou o catarinense. "No circuito, já adquirimos o respeito dos demais. Somos vistos como atletas profissionais e de bom ranking".

A falta de visibilidade faz os tenistas de cadeira de rodas ainda dependerem de outras fontes de renda para sobreviverem no circuito. Para disputar uma média de 18 torneios por ano e manter sua rotina de treinos, Ymanitu trabalha na área de marketing de uma grande empresa da região. Ao mesmo faz faculdade em gestão ambiental, à distância, pensando no seu futuro. Depende ainda de um patrocinador e de ajuda institucional da CBT, do Bolsa-Atleta, das Loterias Caixa e do Fundesporte, em nível estadual.

Assim, o atleta divide sua vida entre treinos, viagens para competição, trabalho in loco e à distância, faculdade e família - está noivo. "É uma vida muito corrida. Com o meu salário e os patrocínios consigo sobreviver e ter uma vida tranquila até. Mas precisaria de mais apoio para disputar mais torneios do circuito. Para um atleta do meu nível, preciso competir mais".

Ymanitu entrou no tênis ainda na infância. Chegou a disputar torneios juvenis em nível nacional e até sonhava com o profissional. Porém, a família não tinha recursos para sustentar o seu sonho. O retorno ao tênis acabou acontecendo em situação improvável. Aos 24 anos, sofreu grave acidente ao dormir no volante do seu carro. Ficou tetraplégico.

O esporte, que parecia então ainda mais distante, ressurgiu ao iniciar sua reabilitação na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, em Brasília. Na mesma época, estava em tratamento no local a tenista cadeirante Rejane Cândida, que se recuperava de lesão no ombro. Ela integra a seleção até hoje e serviu de estímulo para o retorno de Ymanitu ao esporte.

"Apenas me disseram: senta na cadeira e joga. Quando eu sentei e vi que dava para jogar, voltei para aquele período da infância, quando era um garotinho ainda. E daí em diante voltei a jogar e competir em alto nível", contou o atleta.

Desde então, Ymanitu vem aperfeiçoando sua técnica na cadeira de rodas todos os dias. Ele treina em Florianópolis, nas quadras da Federação Catarinense (que hoje divide parte de sua estrutura com a Confederação Brasileira), e no clube Itamirim, em Itajaí, também no litoral catarinense.

Os resultados animaram o atleta paraolímpico. Visando as grandes competições, ele comprou nova cadeira para competições em fevereiro deste ano: um investimento de R$ 30 mil, em Londres. "É o preço do meu carro. Mas tudo isso é necessário para melhorar o meu rendimento em quadra".

A nova cadeira, já testada no Mundial de Tênis de Cadeira de Rodas, disputado em Tel-Aviv, em Israel, na semana passada, passará por seu maior desafio no saibro de Paris. "É o Grand Slam mais charmoso. E ainda mais com todo aquele espírito que vi o Guga disputando. Isso me deixa mais feliz ainda", afirmou Ymanitu, amigo pessoal de Gustavo Kuerten.

Com o apoio moral do tricampeão de Roland Garros, o cadeirante espera também confirmar a fase vivida pelos atletas da modalidade no País. "Estamos numa crescente. A cada ano aumenta o número de participantes nas competições nacionais. Diante dos outros países, já somos vistos como potência mundial. Canadenses e americanos sempre nos perguntam como conseguimos produzir tantos jogadores. Eles têm toda a estrutura, mas não tem boa quantidade de atletas em seus países".

O tênis brasileiro conta atualmente com sete atletas no Top 30 dos rankings de cadeira de rodas. Ymanitu é o mais bem colocado, com o oitavo posto. Daniel Rodrigues é o atual 22.º na modalidade open, mas já foi o 15.º. No feminino, também no open, Natalia Mayara é a 19.ª e Meirycoll Duval, a 29.ª. No juvenil, João Lucas Takaki é o número três do mundo, enquanto que Breno Salles é o 17.º e Jane Lanai, a 13.ª.

O Brasil garantiu seu espaço entre as melhores colocadas do concurso Miss Mundo Cadeirante. A brasiliense Carla Maia estará representando o país na grande final marcada para acontecer no dia 7 de outubro, na Polônia. Ela ficou tetraplégica aos 17 anos, mas com a ajuda dos esportes conseguiu melhorar.

Como atleta, foi oito vezes campeã brasileira de tênis de mesa (classe II).  Atualmente, trabalha no para a TV Brasil como repórter, e já chegou a cobrir os Jogos Paraolímpicos de Londres, em 2012, e no Brasil em 2016.

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Além dela, outras 23 candidatas disputam a coroa. A escolha da Miss é realizada através de um júri especializado e do voto popular. Qualquer um, de qualquer parte do muno, pode votar através do site do concurso (site aqui), que disponibiliza uma opção paga e uma gratuita. Até agora, a brasileira está em quarto lugar na disputa.

Segundo o site oficial do evento, a intenção do concurso é mudar a imagem de pessoas com algum tipo de deficiência, desafiar estereótipos e lutar contra a discriminação. Além disso, o Miss Mundo Cadeirante afirma ser um lugar para integrar e facilitar a troca de conhecimento sobre as mais recentes conquistas médicas que possam ajudar pessoas como as participantes.

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As meninas do All Star Rodas Pará ficaram com medalha de prata no Campeonato Brasileiro Feminino de Basquete em Cadeira de Rodas, disputado no último fim de semana, no Centro Paralímpico de Treinamento, em São Paulo. O time do treinador Wilson Caju perdeu a final para a Gladiadoras do Gaadin-SP, por 59 a 45. Foi a primeira derrota da euqipe em competição nacional. "O resultado vai servir para rever o conceito de jogo e a forma como estão sendo executados os treinos. As meninas já são vencedoras, e para o próximo ano reconquistaremos o título", frisou o técnico do Clube Star Rodas, Wilson Caju.

A equipe paraense começou bem a competição, vencendo os três primeiros jogos da fase de classificação e a semifinal. Porém, por um vacilo no confronto decisivo, acabou perdendo o controle da partida, permitindo o título das paulistas, que ano passado ficaram em segundo lugar. A medalha de bronze ficou com o CPSP, também de São Paulo. A paraense Lia Soares, que atua pelo Gladiadoras do Gaadin, foi a cestinha da competição com 197 pontos, seguida de Vivi e Débora, do time paraense.

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O Campeonato Brasileiro Feminino de Basquete em Cadeira de Rodas foi organizado pela Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC). Reuniu oito equipes participantes, no período de 25 a 30 de setembro.

Da assessoria da Secretaria De Estado de Esportes e Lazer (Seel) do Pará.

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Dez atletas bailarinos representarão o Pará no XVI Campeonato Brasileiro de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas, que será realizado no período de 28 a 30 de setembro, em João Pessoa, na Paraíba. Atualmente, a Companhia é composta por 10 bailarinos intérpretes, sendo quatro cadeirantes e seus respectivos parceiros. Os dançarinos integram a Companhia Do Nosso Jeito, que faz parte do projeto de dança inclusiva da Fundação Cultural do Pará (FCP).

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Os integrantes da Companhia já participaram de várias competições, dentro e fora do Estado, chegando a conquistar sete medalhas, incluindo quatro de ouro e três de prata, nas sete categorias disputadas durante o 15º Campeonato Brasileiro de Dança Esportiva, realizado no ano passado, na cidade de Santos, em São Paulo.

A fisioterapeuta Gracielle Sales é uma das atletas que fazem parte da Companhia e conta que irá competir pela primeira vez um campeonato brasileiro de dança. “Eu não sei nem descrever a sensação, eu nunca participei de nada, nunca gostei nem de jogos internos na escola, mas estamos indo com a alma para esse campeonato, porque não dançamos apenas com o corpo e também com a alma. Então eu estou esperando bons resultados da nossa companhia", disse Gracielle.

A bailarina conta que a música sempre esteve presente na sua vida e que usa a dança como um meio de expressar suas emoções. “Eu sempre gostei muito de dançar, sempre fui muito musical, eu estou portadora da ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) há seis anos, então a gente voltaao universo da dança que é único, é maravilhoso, onde a gente se socializa, interage e bota as nossas emoções pra fora”, afirmou.

O bailarino Leonel Barbosa, um dos atletas andantes, conheceu o projeto através de uma apresentação da Companhia, e hoje já faz parte do projeto há seis meses. "O projeto já tem três anos, eu comecei faz seis meses, eu vi uma apresentação deles, me interessei e vim aqui e tinha vaga. Estou até hoje”, explica Leonel.

Para Leonel, a experiência só acrescentou ainda mais na sua vivência com a dança. “É uma experiência muito gratificante. Eu já praticava dança de salão, e a dança com os cadeirantes se torna muito gratificante porque a gente mostra que eles são capazes de praticar dança de salão”, conta.

O projeto de dança inclusiva é sem fins lucrativos e a Companhia representa a Fundação Cultural do Pará no Estado em duas modalidades: dança esportiva e dança artística em cadeira. “A dança artística é bem mais ligada à dança contemporânea, uma dança para todos e sem limites, que trabalha com expressões corporais. Já a dança esportiva em cadeira de rodas trabalha com cinco ritmos latinos, que são samba, rumba, jive, cha cha cha e paso doble”, explica a coordenadora e coreógrafa do projeto, a professora Mestre em Dança e especialista em inclusão Thays Reis.

Para a professora, o projeto se torna uma grande realização pessoal e profissional. “O projeto é uma grande realização. Eu vejo que o meu estudo é concretizado, ver as pessoas dançando e realizando seus próprios sonhos, anseios e sendo incluídas na sociedade é o maior retorno que nós temos”, revela a professora. Veja vídeo abaixo.

Por Ariela Motizuki.

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As atletas do Clube All Star Rodas Pará estão prontas para a disputa do Campeonato Brasileiro de Basquete em Cadeira de Rodas, no Centro Paralímpico, em São Paulo, entre os dias 25 e 30 de setembro. As informações da assessoria da Secretaria de Estado de Esporte e Lazaer (Seel) do Pará.

O time comandado por Wilson Caju vai em busca do 18º título consecutivo e de manter a escrita de jamais ter perdido uma partida na competição nacional. "Acumular títulos representa a valorização de um trabalho na formação de atletas de alto rendimento e que a equipe é referência do basquete feminino no Brasil e na América do Sul. Sem esse trabalho profissional e o apoio dado pela Seel, jamais atingiríamos esse sucesso", disse o técnico Wilson Caju. Além do All Star Rodas Pará, o Pará também terá como representante o Clube All Star Rodas Belém, que é uma espécie de time B dos paraenses, totalizando uma delegação de 24 paratletas.

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O trabalho com basquete em cadeira de rodas vem rendendo bons frutos ao esporte paraense. "Recentemente, quatro atletas do All Star Rodas conquistaram o bronze com a Seleção Brasileira, na Copa América, disputada em Cáli, na Colômbia, classificando o país para o Mundial, que será realizado na Alemanha, no próximo ano. Isso é muito gratificante", disse Caju.

 

A Ilha do Retiro está passando por obras de acessibilidade. Dividida em quatro etapas, a reforma adaptará as dependências do Sport e também as calçadas no entorno do estádio, tudo para que cadeirantes e deficientes visuais possam circular pelo espaço de forma independente. Partindo de dentro para fora, o esforço segue os padrões exigido pela norma que trata da acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 

Em um primeiro momento, dividido em duas etapas, serão reformadas as áreas internas de circulação, como o acesso à sede, às bilheterias sociais, bilheterias do muro, acessos ao estádio e outros. Depois, as obras vão chegar aos banheiros e aos espaços internos do estádio para adequá-los. Por fim, serão as calçadas que receberão a requalificação para garantir que os torcedores deficientes circulem bem também nos arredores da Ilha.

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Quatro atletas paraenses do All Star Rodas foram convocadas para a Seleção Brasileira de Basquete Sobre Rodas que disputará a Copa América. Débora Costa, Vileide Almeida, Adrienne Souza e Lucicleia da Costa vão defender o Brasil no período de 21 a 31 deste mês, em Cali, na Colômbia. As informações são da assessoria da Secretaria de Estado de Esportes e Lazer (Seel). 

O grupo se apresenta nesta quinta-feira (10), na Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef), em Niterói, para encontrar as companheiras de equipe. A etapa de treinamento terá duração de dez dias. A competição é classificatória para Mundial 2018. O Pará ainda terá outras duas representantes que defendem times de fora do Estado, Lia Martins e Andreia Farias, totalizando seis atletas.

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"É o sonho de todo atleta de alto rendimento fazer parte da seleção, o frio na barriga é sempre o mesmo. Estou indo para minha terceira Copa América, por isso a expectativa é trazer um bom resultado para o Brasil, já que fomos vice-campeãs em 2009 e campeã em 2013 com o técnico Wilson Caju. Vamos representar não só o Brasil, mas o Pará e o nosso clube, All Star Rodas", disse Débora Costa, 28 anos, campeã sul-americana pela Seleção Brasileira. Já Vileide Almeida, conhecida como Vivi, tem na bagagem a experiência de ter defendido o Brasil nas Olimpíadas de Londres e Pequim. "A ansiedade neste momento faz parte da vida do atleta, isso nos impulsiona sempre ir em busca de melhores resultados. Ir para a seleção é sempre uma grande emoção e uma realização, já que o basquete transformou minha vida. Ter a responsabilidade de representar o país, o Pará e o nosso clube pesa muito, por isso vamos dar o nosso melhor", finalizou Vivi Almeida.

 

Na manhã desta quinta-feira (3), técnicos da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (SEAD) acompanharam a fiscalização do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a espaços públicos na estação de metrô Largo da Paz, no bairro de Afogados, no Recife.

No local, foram identificadas falhas  em rampas que dão acesso ao metrô, ao Sistema Estrutural Integrado (SEI) e à passarela principal do bairro de Afogados. Além de falta de calçamento, incompatibilidades nas rampas e corrimão que dão acesso à passarela local com uma inclinação e configuração incorretas para cadeirantes. Outro problema identificado foi a falta de piso tátil, fundamental para pessoas com deficiência visual, tanto na Estação do Metrô quanto na área dos ônibus do SEI.

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Depois da fiscalização, a SEAD vai emitir relatório técnico e protocolar junto ao MPPE, que dará continuidade ao processo, chamando os órgãos responsáveis para que sejam providenciadas as devidas correções. Além de representantes da SEAD,  a vistoria contou com a participação do promotor de Justiça do MPPE, Maxwell Vignoli, membros do Grande Recife, CTTU, Emlurb e Celpe. 

Uma passeata diferente acontece neste momento no Recife. Um grupo com cerca de 30 cadeirantes seguem pela Avenida Conde da Boa Vista, área central da capital pernambucana, em direção a Avenida Guararapes. Ainda não há informações sobre o motivo do protesto. 

De acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), o ato está prejudicando um pouco o tráfego de veículos na região. O grupo seguiu até o Palácio do Campo das Princesas. 

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A Faculdade de Direito do Recife, localizada no centro da cidade, foi palco de um ato na noite desta quarta-feira (11). Estudantes pediram atenção da reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para a falta de acessibilidade na instituição de ensino, fato que prejudica a mobilidade de deficientes físicos e portadores de necessidades especiais.

Liderados pelo Diretório Acadêmico do curso de direito, os alunos mostraram as instalações da Faculdade à nossa reportagem. No local, só existe uma rampa que apenas dá acesso ao térreo do prédio. Os outros pontos têm escadas. A biblioteca e o salão nobre do estabelecimento, por exemplo, não podem ser acessados por um cadeirante, ao menos que ele seja transportado.

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De acordo com o presidente do Diretório, Gustavo Cardoso, o ato busca melhorias não só para os próprios estudantes, mas também para populares, que por direito podem entrar na Faculdade para visitas. “É um ato pela emancipação dos deficientes físicos. Por lei, todo o espaço público deve oferecer pontos acessíveis para a sociedade. As promessas de Reitoria da UFPE em melhorar o prédio não foram cumpridas”, disse Cardoso.

Segundo o estudante, no início do segundo semestre letivo deste ano, representantes da universidade ouviram as reivindicações dos alunos, porém, até o momento, respostas não foram dadas. Cardoso também denunciou que existe um espaço para a construção de um elevador, mas, o local não sofre intervenções há mais de uma década.

A própria diretora da Faculdade de Direito, Fabíola Albuquerque, confirmou os problemas de acessibilidade no prédio. Entretanto, por não fazer parte das tarefas da diretoria, ela deixou claro que apenas a reitoria da UFPE pode realizar obras. “Acho que este é um pleito justo. É um problema que não é de hoje. As intervenções são difíceis e existe muita burocracia”, reclamou Fabíola. A diretora recebeu um protocolo de intenções dos estudantes e agora levará o documento para representantes da reitoria.

Durante o ato, estudantes sem problemas físicos sentiram na pele como pessoas com mobilidade reduzida sofrem para se locomover no prédio. Eles se sentaram em cadeiras de rodas e perceberam os limites impostos pelo espaço físico. A universitária Joana Turton, de 21 anos, que é deficiente física, escreveu uma carta para a Reitoria sobre as dificuldades enfrentadas por ela. “Eu sinto muita dificuldade em andar pela Faculdade. Um dos principais problemas é a falta de estrutura do prédio”, declarou.

 

Às 19h desta quarta-feira (11), estudantes da Faculdade de Direito do Recife – unidade ligada a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – realizam um protesto contra a falta de acessibilidade que existe no local. Segundo os alunos, o prédio não dispõe de espaços acessíveis para o ingresso de deficientes físicos e pessoas com necessidades especiais.

Os protestantes alegam que há quase duas décadas a UFPE não consegue adequar o espaço às normas de acessibilidade. A previsão é que em torno de 50 pessoas participem do ato.

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“Nós vamos simular como um cadeirante sofre para entrar na Faculdade. Não temos um elevador. Só existe o espaço”, disse o um dos responsáveis pelo protesto, João Ygor Gomes. A Faculdade fica no Centro do Recife.

 

O Vencer traz esta semana uma entrevista com o cineasta Jeorge Pereira, um cadeirante, que, atualmente, está produzindo um filme, intitulado de "Eu vou chegar lá!". O longa conta a história do cotidiano de duas pessoas com deficiência. Mas, no roteiro, não vamos assistir apenas à esse cotidiano, e sim, vamos acompanhar a dificuldade das duas pessoas com um tema que já debatemos várias vezes aqui no programa, que é a acessibilidade para essas pessoas. E o que a falta ela pode causar aos deficientes. 

Você também vai poder acompanhar nesta edição os quadros tecnologia Assistiva e  Virando a Página.

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O Vencer é exibido toda sexta-feira, no portal LeiaJá

O Campeonato Brasileiro de Cadeira de Rodas da Terceira Divisão está sendo realizado em Pernambuco, nas quadras da Faculdade Guararapes, em Jaboatão, e do Caic, em Ponte dos Carvalhos. A competição acontece até o próximo sábado. Duas equipes pernambucanas participantes estrearam com derrota nesta quarta (6).

A ABDF/Sesi perdeu para a ADR, de São Paulo. O jogo teve um começo equilibrado, mas o time paulista conseguiu abrir vantagem e encerrou a partida com placar de 54 a 41. Já a Adefepe enfrentou a AAPD, da Paraíba, e acabou derrotada por 53 a 32.

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O campeonato conta com a participação de nove times do estado. Ainda participam equipes do Ceará, São Paulo, Pará, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul. Os três principais clubes garantem vaga para Segunda Divisão do Brasileiro de Basquete em Cadeira de Rodas. 

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O programa Vencer dessa semana debate a sexualidade entre deficientes físicos. James Alcides e Renata Lima debateram a sexualidade com essas pessoas, a relação dos pais com filhos com deficiência. "A sexualidade está perante o sujeito, então, cabe a família orientar essa criança", disse Renata. E ressaltou a importância do pai acompanhar bem o dia a dia do filho. Que, ainda existe muito preconceito em situações como essa, então, em alguns casos, é bom buscar uma ajuda terapeuta, um psicólogo. 

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O quadro "Virando a página" traz o tema das condições de respeito aos cadeirantes, em relação aos estacionamentos reservados para eles, e que na verdade quem faz uso são as pessoas que não são cadeirantes. No quadro também é ressaltado que a acessibilidade que tem que ser vista com bastante cuidado e consciência. O Blog INperfeitas, trata dos lugares onde as meninas saem no Recife. Que citaram que mesmo quando tem locais com rampas, as rampas são muito íngremes e prolongadas. 

Toda sexta-feira, o programa Vencer é exibido pelo portal LeiaJá

Por Nathan Santos e Thiago Graf

O prazer sexual, a sensação do orgasmo, o jogo de sedução. Se o assunto é sexo, na imaginação das pessoas surgem dúvidas, ideias e reflexões que elevam o “fazer sexo” ao status de fator essencial para o bem-estar dos indivíduos. Especialistas na área afirmam que ter uma boa desenvoltura na cama também é de suma importância para agradar o parceiro ou realizar uma fantasia que inove e aguce a sexualidade no dia a dia do casal.

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São muitos os tabus relacionados à sexualidade. E a situação pode complicar ainda mais quando há outros tabus envolvidos, como é o caso da deficiência física. Você já parou para pensar em como cadeirantes exercem sua sexualidade? Se quem precisa de uma cadeira de rodas pode ter relações sexuais? Mitos sobre a sexualidade de paraplégicos existem e povoam a imaginação popular, assim como as dúvidas em relação ao tema. Mas o fato é que é possível sim para os cadeirantes ter uma vida sexual ativa e saudável.

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Vítima de um assalto em que levou um tiro que afetou a medula, no ano de 2003, Mosana Cavalcanti (foto abaixo), de 40 anos, viveu a transição de uma vida sem restrições físicas para um cotidiano sobre uma cadeira de rodas. Além de aprender a conviver com a nova realidade, bem como ter que aceitar a condição de paraplégica, Mosana também teve que administrar um relacionamento amoroso e, no início, também os questionamentos sobre a continuidade ou não de sua vida sexual.

“Passei um ano sem fazer sexo. Tinha que primeiro cuidar da minha saúde. Depois que me adaptei à realidade, decidi, junto com meu parceiro, ter relações sexuais” conta Mosana, que atualmente é Coordenadora do Programa Turismo Acessível, do Governo de Pernambuco. “O pior é o preconceito dos homens. Eles vão embora da nossa vida porque não estamos mais dentro do padrão de beleza exigido pela sociedade: aquela mulher linda e esbelta, em pé”, explica, contando que “Após um período, terminei com essa pessoa, mas já tive outros relacionamentos depois. Hoje estou solteira por opção”.

A psicóloga clínica e psicoterapeuta sexual, Vitória Menezes, detalha que os equívocos vão além dos citados por Mosana. “As pessoas fantasiam coisas negativas, até ingênuas, acerca da sexualidade humana. E não só com o usuário de cadeira de rodas”, explica Vitória. A médica usa como exemplo as dúvidas comuns em relação à sexualidade dos idosos: “Tem gente que diz ‘meus pais são muito velhos, cinquenta anos, não devem mais ter vida sexual. Para quê eles vão ter vida sexual?”.

A violência também vitimou Geziel Bezerra, de 29 anos. Em 2001, após uma discussão, o rapaz foi agredido com um tiro que também afetou sua medula, deixando-o paraplégico. Na luta pela sobrevivência e vivendo o cotidiano de tratamentos médicos, Geziel passou a frequentar um hospital localizado no Recife. O tratamento virou uma história de amor que venceu preconceitos e dúvidas. No hospital, ele conheceu a técnica em enfermagem Gabriela Natália Dias, de 25 anos.

“Todo mundo no hospital falava muito nesse tal de Geziel. Eu imaginava que era um senhor mais velho. Só que um dia tive que ir ao leito dele e me deparei com aquele cara jovem e bonito. Fiquei espantada”, relata Gabriela. “Mandaram uma menina jovem dar banho em mim. Fiquei constrangido. Com o tempo, a gente foi conversando, até que um dia ficamos”, relembra Geziel, que também trabalha coordenando ações do Programa Praia Sem Barreiras, na cidade de Olinda.

Segundo o urologista e sexólogo Sérgio Viana, dois tipos principais de lesão podem levar o indivíduo a perder o movimento das pernas. Uma, na coluna cervical, pode causar a tetraplegia - paralisia da cabeça para baixo. A outra, na região toracolombar da coluna, gera a paraplegia - mais comum -, que paralisa a sensibilidade do umbigo para baixo.

O médico explica que a sensibilidade ainda existe, mas é transferida para outras áreas do corpo e isso perpassa também pelas relações sexuais. “Por exemplo, no paciente paraplégico, como ele não sente mais o pênis nem as pernas, a sensibilidade passa para um umbigo, para o peito, para os braços e outros locais. Existe uma dificuldade e o aspecto psicológico é muito importante”, destaca Sérgio.

De fato, os impactos na vida sexual e no aspecto psicológico das pessoas que passam por um trauma deste tipo são inevitáveis. A psicóloga Vitória ressalta que os impactos, na maior parte das vezes, são mais expressivos nas pessoas que passaram pelo trauma depois do despertar da vida sexual. “Porque ele vai reaprender a comer sozinho, a tomar banho sozinho, a pentear o cabelo, escovar os dentes, a tudo. E também a ter uma vida sexual saudável. As coisas mais simples da vida vão ganhar outra atenção”, esclarece.

Companhia

Neste caminho de recomeço que muitas pessoas precisam traçar, o apoio do(a) companheiro(a) se torna fundamental, principalmente com relação ao sexo, que tem por essência a característica de ser a dois. Vitória Menezes ressalta que este posicionamento é determinante. “Se o(a) parceiro(a) está em uma relação bonita, de afeto, então é mais fácil conseguir, pois eles vão ter que redescobrir do mesmo jeito. O sexo é a expressão da vida e também vai mudar. Vai ser muito mais no campo da visão, da fantasia e do sentido a recuperação da sexualidade”, analisa a psicóloga.

O diálogo aparece como elemento fundamental para o entrosamento do casal, principalmente na cama. “Outro caminho que se pode percorrer é falar, se expressar, dizer: ‘olhe, eu quero uma música; quero que você apague a luz, que venha de uma tal forma para junto de mim. Essa fala pode gerar muito desejo e ser muito positiva”, comenta Vitória.

Quem viveu com este processo de reconhecimento do corpo e as dificuldades de aceitação por parte da sociedade foi a esposa de Geziel, Gabriela. No início do relacionamento, ela conta que a própria família não apoiava o namoro, que logo se tornou um casamento. “Eu terminei um namoro para ficar com ele. Minha família, quando soube quem era Geziel, viu o nosso relacionamento como um problema para mim. Eles diziam que eu era nova e aquilo só iria atrapalhar a minha vida. Ficar com ele foi uma das melhores escolhas que fiz na minha vida. Mas eu também não sabia ao certo se ele podia ter relações sexuais”, conta a jovem.

Confira no vídeo os depoimentos de Mosana, Geziel e sua esposa Gabriela sobre a realidade do "fazer sexo" para eles.

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Ereção

Uma grande dúvida, principalmente para os homens, é se paraplégicos têm ereção. Como Geziel comenta no vídeo, a medicação é um caminho. Mas, para quem pensa que é uma saída infalível, o urologista Sérgio Viana faz um alerta: “Estes pacientes, normalmente, não têm uma boa ereção. Esses medicamentos agem aumentando o fluxo sanguíneo no pênis e podem dar ereção ou não”. Ele ainda completa explicando que isso varia porque cada pessoa tem uma sensibilidade e essa variação é comum para todo mundo. Então, o remédio às vezes faz efeito e outras vezes não. Outros caminhos também são citados pelo urologista, entre eles a aplicação de uma injeção vasoativa, que a própria pessoa aplica e causa uma ereção de duas ou três horas.

Sérgio esclarece ainda que o público mistura dois pontos diferentes: sensibilidade e orgasmo. O fato de, muitas vezes, não ter ereção, também não significa que a pessoa que usa cadeira de rodas não tenha orgasmos. “Eles podem ter orgasmos, a sensação de prazer, porque o orgasmo é muito mais cerebral, psicológico. Depende muito da parceira, da erotização da situação”, explica o especialista. Tudo depende da intensidade da relação, como completa Vitória Menezes. “É um absurdo se pensar o sexo somente como penetração. É possível satisfazer o(a) parceiro(a) com todo o corpo que está ali, presente. Talvez ele não possa fazer o percurso, a penetração daquela forma convencional que ele tinha aprendido antes, mas vai poder fazer de uma outra forma”, resume.

A ereção também é possível com a utilização de uma prótese (foto à esquerda), que consiste em um bastão de silicone colocado dentro do pênis através de cirurgia e com durabilidade de 30 anos. Sérgio explica que a peça é maleável e serve para todo o público, mas o membro continua não tendo sensibilidade. Ele ainda reforça que uma outra confusão deve ser evitada. “O cadeirante pode ter prazer sem ejacular, como ele pode também até ejacular sem sentir nada, o que também é muito difícil, uma vez que essa ejaculação também é afetada pelo traumatismo”, explica o urologista e sexólogo.

Paternidade e maternidade

Outra dúvida recorrente relativa à sexualidade de cadeirantes é o sonho de ser tornar pai ou mãe. Em ambos os casos, são objetivos acessíveis e sem grandes mistérios. Com relação aos homens, como esclarece Sérgio Viana, um dos métodos é estimular uma ejaculação artificial para a coleta de material, que depois será injetado na mulher.

Para as mulheres, também existem métodos para engravidar. Vitória Menezes explica que o aparelho reprodutor feminino é passivo em uma tentativa de gravidez. Então, em uma relação com penetração, elas podem engravidar, assim como muitas já conseguiram, segundo ela. Existem também os métodos de inseminação e fertilização in vitro. “São excelentes possibilidades, seguras, de reprodução assistida e com uma grande possibilidade de sucesso”, garante.

O assunto sexualidade é normalmente rodeado de tabus e polêmicas. A riqueza de aspectos que envolvem a sexualidade humana geram dúvidas, preconceitos, embates teóricos e, claro, muito prazer. Para aqueles que se veem com os movimentos e a sensibilidade limitados, o sexo passa a trazer também o desafio de se redescobrir e encontrar novas formas de sentir e proporcionar prazer.

Quando perguntada se o sexo é fundamental para a vida, a psicóloga Vitória Menezes (foto à direita) é objetiva: “O amor faz a gente viver mais e melhor. Quando digo amor, não é apenas com relação ao sexo, que também é uma parte importante. A gente quer sempre viver mais e melhor por conta da outra pessoa. Um casal é mais forte do que um e o outro separado. Existem pesquisas que mostram isso claramente. Amar dá certo”, resume.

Edição: Felipe Mendes

O programa Vencer mostra como foi o  VIII Jogos Municipais de Pessoas com deficiência do Recife. A competição contou com esportes como vôlei sentado, basquete em cadeira de rodas, natação, e algumas provas de atletismo.

O evento aconteceu nos dias 19 e 20, promovido pela prefeitura do Recife, ele tem como objetivo incentivar a prática de esportes para o segmento. Com cerca de 350 paratletas que foram comtemplados com  deficiências auditiva, física, intelectual e visual, dividido entre homens e mulheres. 

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