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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a afirmar nesta quinta-feira, 10, que a conjunção de incertezas advindas do fronte econômico internacional continua contribuindo para a deterioração das economias dos países emergentes. Tombini falou para uma plateia de banqueiros e executivos do mercado financeiro durante almoço do fim de ano promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo ele, a economia global está e deve continuar a se expandir de maneira moderada. Paralelamente a isso, o início do processo de normalização da economia norte-americana que, de acordo com o presidente do BC, tem fortalecido o dólar e a desaceleração da economia chinesa tem impactado os preços das commodities, principais produtos de exportações dos emergentes.

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Ao mesmo tempo, segundo Tombini, a economia doméstica passa por "necessários ajustes nas politicas fiscal e monetária". O problema, de acordo com ele, é que o descasamento entre as medidas e os resultados podem causar questionamentos aos ajustes. Mas segundo, Tombini, a apreciação cambial tem respondido à deterioração dos termos de troca.

Transações correntes

O presidente do Banco Central disse também que o déficit nas transações correntes deverá registrar neste ano um recuo de US$ 40 bilhões. Segundo ele, a apreciação cambial tem respondido à deterioração dos termos de troca.

Além disso, segundo Tombini, ao contrário do que acontecia antigamente, a atual deterioração cambial não tem causado desequilíbrios patrimoniais nem financeiros.

Ajuste fiscal

O presidente do BC afirmou ainda que um ajuste crucial para a retomada da economia brasileira é o fiscal. "É importante ser aprovada uma meta de superávit primário crível para 2016", disse Tombini, para uma plateia na qual estava presente também o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Tombini comentou que o ajuste dos preços administrados que está sendo feito neste ano contribuirá para levar à redução da inflação em 2016. Para o banqueiro central, as ações de política monetária restringirão os impactos dos administrados no longo prazo.

Ao se referir aos seguidos aumentos das expectativas de inflação pelo mercado - o Relatório Focus tem mostrado isso semana após semana - Tombini disse que elas têm aumentado desde agosto. Isso, em parte, segundo ele, tem ocorrido porque no curto prazo os efeitos da depreciação cambial tendem a aumentar.

"O BC trabalha para trazer a inflação para o mais próximo possível da meta em 2016", afirmou Tombini. O presidente aproveitou a ocasião para reiterar que a política monetária não está sob dominância fiscal e que os mecanismos de transmissão de política monetária estão em pleno funcionamento.

Ainda sobre o ajuste fiscal, Tombini destacou que a consolidação não se dá de forma rápida. "O processo é longo e é complexo", disse.

Segundo ele, por causa da demora nos ajustes fiscais é que a inflação ainda não convergiu para o centro da meta. Vale lembrar que alguns dias antes da reunião do Copom de outubro, o Banco Central postergou de 2016 para 2017 o horizonte de convergência da inflação à meta. Ainda assim, Tombini disse que o BC não limitará seu trabalho por possíveis impactos fiscais em suas ações.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse na manhã desta sexta-feira, 14, que as projeções da instituição são de que o déficit em conta corrente caia mais de 20% este ano, na comparação com 2014. Segundo ele, a queda nos preços das commodities gera desafios importantes para os países emergentes, mas, quando medidos em moeda nacional, esses preços estão aumentando recentemente. Por sua vez, as importações já respondem às condições de atividade econômica e à depreciação cambial, o que também deve ajudar os manufaturados.

"Assim, o comportamento de exportações e importações faz com que, apesar da deterioração dos termos de troca, já verifiquemos uma melhora no saldo da balança comercial. Outras contas que compõem as transações correntes do balanço de pagamentos também têm reagido", afirmou, ressaltando que além da diminuição do déficit em conta corrente, ele continua sendo financiado majoritariamente pelo investimento estrangeiro direto. Tombini participou hoje do X Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, promovido pelo Banco Central em São Paulo.

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Tombini também apontou que, tendo em vista a esperada normalização da política monetária nos EUA, a transformação do modelo econômico da China e a queda das commodities, a melhor abordagem para o Brasil é usar a receita padrão, ou seja, "reforçar o arcabouço de política econômica e manter fundamentos macroeconômicos sólidos, notadamente, o tripé formado por câmbio flutuante, política fiscal responsável e sistema de metas para a inflação".

Economia global

Tombini avaliou que o crescimento global segue em ritmo moderado, mas o contexto internacional impõe desafios, especialmente para as economias emergentes, que apresentam redução do dinamismo. Citou que a melhora nos indicadores dos Estados Unidos faz com que a discussão sobre o momento do aumento de juros lá ganhe intensidade, "crescendo as avaliações de que o começo desse processo pode se dar em um horizonte relativamente curto". Apesar de avaliar que esse processo está sendo bem comunicado pelo Federal Reserve, que já adiantou que o aumento de juros será gradual, ele disse que é normal que haja certa dose de volatilidade nos mercados financeiros.

Para Tombini, na Europa a atividade econômica segue em recuperação, afastando o risco de deflação, enquanto na China a transformação do modelo de crescimento gera desafios importantes, "incluindo o recente ajuste na política cambial e períodos de volatilidade nos preços dos ativos". Nesse contexto, o presidente do BC apontou que as moedas emergentes têm se depreciado, refletindo a piora nos termos de troca.

O discurso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, feito nesta terça-feira (26), no Congresso Nacional foi praticamente o mesmo apresentado na última sexta-feira (22) em evento no Rio de Janeiro, com poucas mudanças. Lá, ele fez o encerramento do XVII Seminário de Metas para a Inflação, evento do próprio BC.

Tombini está acompanhado dos diretores Altamir Lopes (Administração) e Luiz Awazu Pereira da Silva (Política Econômica). Também estão presentes o novo chefe de gabinete do presidente, Maurício Costa de Moura, e o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

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A audiência conta com a participação da Comissão de Finanças e Tributação, da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, da Comissão de Assuntos Econômicos e da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle.

O PMDB quer convocar o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para prestar depoimento à CPI da Petrobras. O requerimento, que ainda precisa ser votado pelos membros da comissão, foi apresentado nesta terça-feira, 24, pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), suplente na CPI.

Para que Tombini seja convocado é preciso que o requerimento seja aprovado em plenário. O documento não está na pauta de votação prevista para ser apreciada na sessão deliberativa desta tarde.

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Na justificativa apresentada, Perondi afirma querer ouvir o presidente do Banco Central para que ele detalhe procedimentos de remessas de recursos para o exterior. O ex-gerente da estatal Pedro Barusco confessou ter mandado US$ 97 milhões para fora do País, montante que agora está sendo repatriado.

"O comparecimento do presidente do Banco Central a esta CPI é importante para detalhar os procedimentos adotados por esta instituição em relação às demais instituições financeiras quanto às remessas de recursos ao exterior, em especial quanto às pessoas físicas e jurídicas citadas no âmbito da Operação Lava Jato", afirma Perondi.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reconhece que as recentes medidas econômicas pressionarão a inflação de curto prazo para cima. As perspectivas de médio e longo prazos, porém, serão positivamente influenciadas pela maior confiança nas perspectivas econômicas do País. Por isso, Tombini repetiu a afirmação de que as previsões do mercado para a inflação entre 2016 e 2019 já começam a apresentar sinais de acomodação.

Durante seminário organizado pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), Tombini foi o principal convidado de um almoço-palestra. Aos presentes, o brasileiro reconheceu que as medidas econômicas adotadas pelo governo Dilma Rousseff têm impacto negativo nos índices. "Ações como o realinhamento nos preços administrados geram inflação no curto prazo", disse. "Além disso, também há o impacto do câmbio entre o dólar e o real", completou, ao comentar as razões para a pressão de alta nos preços no curto prazo.

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Apesar desse movimento negativo, o presidente do BC repetiu discurso feito em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, de que as perspectivas para a inflação de médio e longo prazo começam a emitir sinais positivos. Aos presentes no evento do IIF, Tombini disse que as previsões de mercado entre 2016 e 2019 têm apresentado "modesta" queda. Essa acomodação dos preços mais à frente é resultado da confiança gerada com as ações de política fiscal e com a melhora das perspectivas econômicas do País.

Tombini participou de evento do IIF paralelo à reunião de ministros de economia e presidentes de banco central das 20 maiores economias do mundo, o G-20, que acontece em Istambul, na Turquia.

Convencer autoridades internacionais de que o Brasil está adotando medidas corretas para restaurar a confiança é a principal meta do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na reunião das 20 maiores economias do mundo que acontece a partir desta segunda-feira (9), na Turquia. Para Tombini, as medidas fiscais adotadas pelo governo são importantes para reforçar a confiança, o que poderá permitir o aumento do investimento e redução das expectativas futuras de inflação.

"Primeiro de tudo, eu tenho a ambição de convencer vocês que temos a agenda certa para melhorar a confiança no Brasil nos próximos anos e de que as políticas que estamos implementando hoje irão criar uma melhor perspectiva econômica para o médio prazo, começando em 2016", disse Tombini durante seminário do Instituto Internacional de Finanças (IIF), evento paralelo à reunião de ministros de economia e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo, o G-20.

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Ao ser questionado sobre as perspectivas econômicas para 2015, o presidente do BC usou palavras do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e chancelou a previsão de que o Brasil deve ter crescimento próximo de zero em 2015. "Como o ministro Levy disse, esse ano (o crescimento) tende a ser estável (flat, em inglês), disse.

O Banco Central informou nesta quinta-feira, 05, por meio de nota, que o presidente da instituição, Alexandre Tombini, recomendou Tony Volpon para ocupar o cargo de diretor de Assuntos Internacionais e Otávio Ribeiro Dâmaso para a diretoria de Regulação. Tombini recomendou os nomes à presidente Dilma Rousseff, que fará a indicação para a autoridade monetária.

"O economista Tony Volpon é atualmente diretor executivo e chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes das Américas da Nomura Securities International", informa o Banco Central em nota. Já Otávio Ribeiro Damaso ocupa a chefia de gabinete e coordena a assessoria econômica do presidente do Banco Central.

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"O diretor Luiz Awazu Pereira da Silva irá assumir a Diretoria de Política Econômica no lugar de Carlos Hamilton Araújo que, depois de cinco anos, deixa o cargo a pedido", disse o BC no comunicado. Ontem, o BC informou que Hamilton iria apresentar o Boletim Regional em Porto Algre, na próxima terça-feira.

Os novos nomes ainda terão de ser submetidos ao Senado Federal. Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o BC esperou a volta do Congresso, pois os diretores terão que ser sabatinados na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A medida também foi tomada o mais rápido possível, para que seja possível a participação dos novos diretores no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), em 3 e 4 de março.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participará do Fórum Econômico Mundial, de 22 a 24 de janeiro, em Davos (Suíça), segundo informação divulgada nesta sexta-feira (16), no site da instituição. Na véspera, ele participa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá o rumo da taxa básica de juros, a Selic - atualmente em 11,75% ao ano.

De acordo com o AE Projeções, 76 de 82 instituições apostam em uma alta de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 12,25% ao ano. Apenas seis casas preveem um aumento menor, de 0,25 ponto porcentual, o que levaria os juros para 12,00% ao ano. Tombini, que esteve na Suíça recentemente para participar de encontro do BIS, terá em Davos a companhia de seu chefe de gabinete, Otávio Damaso.

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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a dizer que a inflação está sob controle e continuará no médio prazo. "Não estamos lidando só com a inflação dos próximos três meses, essa vai vir pra baixo. Trabalhamos para consolidar uma inflação mais baixa para o próximo ano", afirmou após ser indagado por parlamentares na Comissão Mista do Orçamento no Congresso Nacional.

Segundo ele, o País precisa entrar 2014 e 2015 com uma inflação mais "comportada". "Olhamos para um horizonte mais largo, de 12 a 24 meses", acrescentou. Ele destacou que autoridade monetária trabalha com a meta de 4,5% para a inflação e não possui uma política para permitir que a inflação fique no teto de 6,5%. "O nosso objetivo certamente é o centro da meta. Teto é teto. O teto da meta serve para acomodar choques", respondeu.

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Tombini citou as projeções de mercado na última pesquisa Focus, de 5,8% para 2013 e para 2014, mas lembrou que o cenário de referência do BC no último relatório trimestral de inflação previu uma alta de preços de 5,7% este ano. "Projeções do último relatório de inflação são as que estão valendo", afirmou.

Desonerações

Sobre as desonerações tributárias adotadas pelo governo, Tombini avaliou que ajudaram na recuperação da economia. Segundo ele, já houve uma recuperação no primeiro trimestre, depois de algum movimento de alta no final do ano passado. "A economia foi evoluindo ao longo do ano passado", disse.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que a instituição financeira liquidou no fim de março todas as posições com derivativos cambiais, mas não descartou voltar a usar as operações de swap para corrigir distorções no mercado cambial. "Não temos posição vendida ou comprada, mas isso não significa que este mecanismo tenha sido abolido. É um instrumento que tem se mostrado importante para reduzir a volatilidade e corrigir as distorções no mercado cambial", afirmou, em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso.

Tombini apresentou os dados do resultado do BC em 2012, quando a autoridade monetária teve um lucro de R$ 24,6 bilhões. No segundo semestre, o BC teve resultado positivo de R$ 12,3 bilhões. A administração das reservas também levou a um resultado positivo de R$ 21,2 bilhões e as operações com swaps cambiais levaram a um ganho de R$ 21,1 bilhões em 2012.

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'Vigilante'

O presidente do BC afirmou que o banco está "vigilante" e que fará o que for necessário, com tempestividade, para por a inflação na meta no segundo semestre de 2013. De acordo com Tombini, a inflação nos próximos três meses (abril, maio e junho) será menor que no primeiro trimestre de 2013, e começará a cair no segundo semestre.

Ele afirmou que choques de oferta registrados no segmento de alimentos contribuíram para manter a inflação em níveis levados, acima do esperado nos últimos trimestres. "Mas quero reafirmar que a inflação está e continuará sob controle. As ações do BC têm sido consistentes com esta visão", disse.

Tombini lembrou que, em janeiro, a instituição manifestou a preocupação com a inflação e a dispersão do nível de preços. Em março, sinalizou que poderia ter uma resposta da política monetária, com o aumento da Selic. "A comunicação é parte importante de condução de política monetária. Mas ações também foram tomadas e a mais importante foi o ciclo de ajuste na taxa básica de juros na economia", disse.

 

Risco

O presidente do BC traçou uma análise sobre a economia mundial e avaliou que o ambiente internacional permanece complexo. "Os riscos para a estabilidade financeira global ainda permanecem elevados", disse. Ainda assim, Tombini destacou avanços importantes nas economias maduras e lembrou que as emergentes mantêm bom desempenho. "A tendência é de que ocorra uma intensificação da atividade econômica global em 2014", acrescentou.

Não obstante, o presidente da autoridade monetária relatou que os BCs de economias maduras continuam com limitado espaço para política econômica convencional e, por isso, estariam até mesmo aumentando a adoção de políticas não convencionais. "Ademais, permanecem restrições fiscais nas economias maduras neste e no próximo ano", avaliou.

Segundo Tombini, enquanto a economia dos Estados Unidos tende a ganhar tração nos próximos semestres e as perspectivas em relação ao Japão melhoram, a atividade na Europa continua a mostrar sinais de fragilidade. "Há previsão de retração este ano na Itália, França e Espanha, e arrefecimento do crescimento na Alemanha", citou. "Como reflexo, as taxas de desemprego permanecem elevadas nos países atingidos pela crise, principalmente entre os jovens", completou.

Já nas economias emergentes, expôs, o ritmo de crescimento tem se intensificado graças à demanda doméstica destes países. Conforme o presidente do BC, essas economias não fazem parte do epicentro da crise internacional e, além disso, nesses países, havia espaço para a adoção de medidas macroeconômicas anticíclicas.

"No Brasil, o principal suporte da atividade tem sido e continuará sendo o mercado doméstico. O consumo das famílias continuará crescendo apoiado pela expansão do crédito, o crescimento do salário e a manutenção do emprego", projetou. De acordo com Tombini, os investimentos voltaram a crescer a partir do quarto trimestre de 2012 e se intensificaram a partir dos primeiros três meses de 2013. "O acesso de empresas brasileiras à poupança externa tem sido facilitado", acrescentou.

O presidente do banco destacou ainda o programa de concessões de serviços públicos e avaliou que o fortalecimento da confiança do empresariado tornará viáveis estes investimentos. "Uma logística mais eficiente contribuirá para viabilizar projetos de investimentos que hoje são inviáveis. A poupança externa continuará fonte importante de recursos para financiar no crescimento do País. O capital desloca-se para regiões com melhor perspectiva de desenvolvimento, com melhor taxa de retorno", afirmou. Na análise de Tombini, no entanto, os atuais níveis de liquidez externa e taxas de juros refletem circunstâncias especiais, que são temporárias e tendem a desaparecer nos próximos anos. "Mas o Brasil está preparado para ventos contrários", concluiu.

 

'Sinais alvissareiros'

Tombini afirmou que "o que o BC está fazendo é compatível com a recuperação gradual da economia brasileira". Disse também que a projeção do BC de expansão de 3,1% para 2013 é compatível com o combate à inflação. "A redução da inflação à frente vai aumentar a confiança na economia e proteger renda real do trabalhador. O combate à inflação é necessário nesse momento", afirmou.

Sobre a indústria brasileira, disse que o governo adota medidas para aumentar a competitividade. "Recentemente, vimos sinais alvissareiros da nossa indústria", disse. "Creio que há política em curso, algumas já bem-avançadas, que irão surtir impactos na indústria ao longo dos próximos meses e trimestres. O próprio programa de infraestrutura vai nesse sentido."

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, participa na terça-feira, 21, às 15 horas, de audiência pública na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) da Câmara. Na quarta-feira, 22, pela manhã, tem reunião com o embaixador do Canadá no Brasil, Jamal Khokhar, no Edifício-Sede do BC (fechada à imprensa). Na quinta-feira, 23, à tarde, participa da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Nos outros dias da próxima semana, estão previstas na agenda reuniões de trabalho em Brasília.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta segunda-feira que um anteprojeto de resolução bancária brasileira está praticamente pronto e partiu de um diagnóstico abrangente, no qual foram mapeados todos os focos de vulnerabilidade e as implicações para segmentos específicos de mercado e todo o sistema. Também contou com um plano de ação minucioso e bem-elaborado e foi executado com serenidade, foco e objetividade, eliminando as vulnerabilidades e mantendo o regular funcionamento do mercado financeiro.

"Temos hoje um anteprojeto praticamente pronto, que incorpora lições aprendidas. Ele é fruto de amplo e intenso esforço da equipe, que contou com a participação e contribuição de colegas de praticamente todas as áreas do Banco Central", afirmou, durante abertura do Seminário Internacional sobre Regimes de Resolução no Sistema Financeiro Brasileiro.

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Tombini disse que esse novo anteprojeto possui três aspectos importantes a ressaltar. Primeiro, confere segurança jurídica à atuação mais efetiva da ação saneadora exercida pelo órgão supervisor, no caso, o BC. Segundo, tem como objetivo principal assegurar a estabilidade financeira e mitigar eventuais "externalidades negativas" de uma resolução bancária à economia real, assegurando o funcionamento dos serviços e da infraestrutura financeira essenciais à sociedade. "Atendido esse objetivo principal, busca-se também preservar ao máximo o valor dos ativos - tangíveis e intangíveis - mitigando, assim, eventuais prejuízos aos depositantes e credores, e preservando empregos", afirmou.

Terceiro, alinha incentivos, "mitigando riscos morais" e fazendo com que, no caso de resolução de um banco, o próprio sistema absorva os prejuízos. Nesse sentido, disse, uma das principais propostas é a incorporação do "instituto da absorção de prejuízos e capitalização compulsória do banco pelo capital social e por credores subordinados e não protegidos", internacionalmente conhecido como "bail-in". "A propósito, o 'bail-in' é uma das principais inovações decorrentes das lições da crise financeira internacional, desenhado a partir das experiências das jurisdições em que a crise bancária foi mais intensa e houve necessidade de utilização de vultosos recursos públicos para evitar o colapso total dos sistemas financeiros locais", afirmou.

De acordo com ele, o objetivo do seminário é colher os subsídios finais para concluir o anteprojeto de novo marco legal da resolução bancária brasileira. Tombini disse ainda que a participação do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), no evento é de fundamental importância para o curso desse projeto, "pois é no Congresso Nacional que a nova Lei de Resolução Bancária Brasileira se tornará realidade, refletindo o interesse da nossa sociedade no fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional". Conforme o presidente do BC, o compromisso assumido por Farias, de dar celeridade na tramitação do anteprojeto, aumentou a responsabilidade do BC em ter uma proposta robusta e precisa nesta "complexa matéria".

O juro real vem caindo fortemente no Brasil por causa da conjuntura interna e externa, que oferece uma oportunidade histórica de se jogar para níveis mais baixos todo o ciclo de altas e quedas da taxa básica, que caracteriza a política monetária em qualquer economia de mercado. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que conversou com o jornal O Estado de S. Paulo na sexta-feira.

Ele reafirmou que o BC mantém a sua autonomia e, se tiver de aumentar a Selic, a taxa básica, no futuro, o fará sem qualquer constrangimento. "A Selic vem caindo, levando à significativa redução do juro real, por causa de uma combinação muito específica de fatores internos e externos, e não para agradar à presidenta Dilma", disse Tombini.

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"Os ciclos econômicos sempre existirão", ele continua, mas acrescentando que um eventual novo movimento de alta da Selic iria se dar a partir de níveis bem mais baixos de juro real. Tombini endossa a visão de que na economia pode haver mais de um equilíbrio em termos de juro real e de indicadores que importam para a política monetária, como crescimento da economia, inflação e emprego.

Nessa visão, o Brasil permaneceu preso durante décadas num equilíbrio em que as taxas de juros reais eram muito altas. Assim, para Tombini, aproveitar a oportunidade para a redução mais substancial dos juros, que pode levar a economia a um equilíbrio melhor, pode trazer benefícios para o País - desde que, ressalta, todo esse movimento esteja ancorado na autonomia do BC e no bom funcionamento do sistema de metas de inflação.

Ele nota que a leitura dominante no início do ano - presente, por exemplo, num encontro de bancos centrais, fundos de pensão e fundos hedge em Hong Kong, em fevereiro, da qual participou - era de que a economia global estava reaquecendo. Os sinais positivos eram o desempenho melhor da economia americana e os efeitos tranquilizadores das operações de refinanciamento de bancos pelo Banco Central Europeu (BCE).

Tombini revelou que o BC brasileiro não ficou imune a essa visão. Assim, a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de março, com referência à alta probabilidade de que a Selic caísse a um nível ligeiramente acima do mínimo histórico (o que foi interpretado pelo mercado como 9%) e lá permanecesse, foi escrita à luz daquela percepção.

As perspectivas globais, porém, já mudaram de novo. A recente indicação, inclusive por meio da mudança das regras da poupança, de que a Selic pode cair mais do que a sinalização da ata de março decorre, entre outros fatores, da piora no cenário americano e europeu. O Brasil também é afetado, especialmente pelo canal do comércio. "Mas o crescimento virá", diz Tombini, acrescentando que o PIB deve crescer mais no segundo semestre do que no primeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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