Tópicos | Alexandre Ramagem

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda (29). Ele é suspeito de receber materiais obtidos com a espionagem ilegal feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro.

O mandado foi cumprido em endereços ligados ao filho do ex-presidente, como a Câmara dos Vereadores do Rio. Há suspeita de que Flávio Bolsonaro e Jair Renan também tenham sido beneficiados com relatórios produzidos pela Abin.

##RECOMENDA##

Na quinta (25), a PF deflagrou a operação em cumprimento de ordens judiciais contra o amigo da família Bolsonaro e ex-diretor da Abin, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL).

Segundo a PF, quatro computadores, seis celulares e 20 pendrives foram apreendidos com Ramagem. Um notebook e um celular seriam da Abin, que não teriam sido devolvidos após a saída do ex-diretor.

LeiaJá também: Abin defende apuração rigorosa da PF sobre Ramagem

Ex-chefe de segurança de Jair Bolsonaro na campanha à Presidência, Ramagem se tornou amigo pessoal do ex-presidente e é o atual pré-candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro.

A investigação apura o uso indevido do software First Mile, usado para a geolocalização de celulares em tempo real. Os sistemas da agência de inteligência teriam sido usados para monitorar ilegalmente adversários políticos de Jair Bolsonaro, como ministros do Supremo Tribunal Federal e o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Os passos da promotora de Justiça do caso da ex-vereadora Marielle Franco também seriam acompanhados. 

Deflagrada nesta quinta-feira (25), a operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal (PF), investiga o uso criminoso de ferramentas de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades. O principal alvo é o ex-diretor da Abin e amigo pessoal da família Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL).

Buscas foram realizadas no gabinete do parlamentar e em seu apartamento funcional. Sob comando de Ramagem, a Abin teria monitorado - sem autorização judicial - os ministros do STF, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ex-governador do Ceará, Camilo Santana, atual ministro da Educação.

##RECOMENDA##

A operação é um desdobramento da operação Primeira Milha, de outubro do ano passado, que apurava se as autoridades foram espionadas através da ferramenta de geolocalização FirstMile, que monitora celulares e outros dispositivos móveis.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, apontou que a operação se trata de perseguição política contra a oposição.

 

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (25) a Operação Vigilância Aproximada para investigar organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Um dos alvos é o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a agência no governo Jair Bolsonaro. A PF faz buscas no gabinete de Ramagem e no apartamento funcional da Câmara ocupado por ele.

Os investigados, segundo a corporação, monitoravam ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial. 

##RECOMENDA##

Em nota, a PF informou que cumpre 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares que incluem a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. Ao todo, 18 diligências de busca e apreensão estão sendo cumpridas em Brasília, uma em Juiz de Fora (MG), uma em São João Del Rei (MG) e uma no Rio de Janeiro. 

A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. As provas obtidas pela corporação à época indicam que o grupo criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas do Estado para produzir informações para uso político e midiático, “para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”. 

Ainda de acordo com a PF, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 

*Com a redação do LeiaJá

Menos de duas semanas após a Polícia Federal (PF) deflagrar uma operação para apurar crimes de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão Jair Bolsonaro, o ex-presidente confirmou o nome do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da agência de inteligência, como pré-candidato à Prefeitura do Rio.

A sinalização de apoio foi feita durante o 1º Congresso Harpia Brasil, em Goiânia (GO), no dia 27 de outubro. "Ramagem, a princípio, é o nosso candidato no Rio de Janeiro", afirmou Bolsonaro.

##RECOMENDA##

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, confirmou ao Estadão a escolha de Ramagem para a disputa. De acordo com Valdemar, Ramagem foi o nome escolhido pelo ex-chefe do Executivo com o apoio do governador do Estado, Cláudio Castro (PL).

JULGAMENTO - A decisão do presidente do PL foi anunciada na quarta-feira, no dia seguinte em que, por 5 votos a 2, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou que Bolsonaro e Walter Braga Netto - nome mais cotado para disputa da capital fluminense - cometeram abuso de poder político e econômico e conduta vedada nas comemorações do Bicentenário da Independência durante a campanha eleitoral de 2022.

Bolsonaro já havia sido julgado inelegível por oito anos em 30 de julho, também por decisão do TSE. Naquela ocasião, o tribunal analisava ações que se referiam à reunião do ex-presidente com embaixadores, realizada no Palácio da Alvorada e transmitida pela estatal TV Brasil. Os ministros entenderam que Braga Netto, como candidato a vice, não havia tido participação no evento.

No julgamento de terça-feira foi diferente. O ministro Benedito Gonçalves, corregedor da Justiça Eleitoral e relator do caso, argumentou que, pelo cargo que ocupava no governo - Braga Netto era ministro da Defesa de Bolsonaro -, o general tomou conhecimento dos preparativos do 7 de setembro. Assim, teria parcela de culpa no uso das comemorações do Bicentenário da Independência como palanque eleitoral para a chapa do PL.

 Com a decisão, Braga Netto fica de fora do próximo pleito municipal e abre caminho para que Ramagem, que conta com o apoio dos filhos de Bolsonaro, assuma a pré-candidatura.

A Operação Última Milha, deflagrada em 20 de outubro, colocou Ramagem no centro das atenções do escândalo de monitoramento de políticos, jornalistas, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal e adversários do governo Bolsonaro.

A operação prendeu dois servidores da agência que teria usado indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão. Aliado fiel do clã Bolsonaro, Ramagem esteve à frente da Abin durante o período em que os servidores presos teriam usado a estrutura estatal para localizar alvos da espionagem, entre julho de 2019 e abril de 2022. Ramagem disse que as diligências só foram possíveis graças ao "início de trabalhos de austeridade" promovidos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ramagem não foi alvo de mandados da operação.

DEFESA - Em nota publicada nas redes sociais, Ramagem afirmou que o objeto da operação, a ferramenta de monitoramento FirstMile, foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro, mas que ao assumir a gestão da Abin determinou uma auditoria interna e encaminhou o contrato do sistema de espionagem para a corregedoria interna da agência. Ele não nega a ação dos servidores.

A Coluna do Estadão já havia mostrado que investigação sobre espionagem ilegal na Abin não derrubou a intenção do PL de lançar a candidatura de Ramagem à Prefeitura do Rio. A cúpula do partido de Jair Bolsonaro avaliou que não há nada que o desabone para a disputa. Ao contrário disso, a aposta é que o escândalo na Agência Brasileira de Inteligência pode até impulsionar o nome dele.

A Rede Sustentabilidade e o PSB pediram nesta sexta-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento de Alexandre Ramagem do cargo de diretor-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo os partidos, "o temor da existência de uma Abin paralela efetivamente está se concretizando no mundo real".

"Fazem-se relatórios paralelos, não oficiais, não registrados, fora de qualquer rastro de controle de juridicidade e constitucionalidade, mas utilizando-se de servidores públicos e dos sistemas da Abin, com o aparente único fito de promover fins pessoais do Sr. presidente, que deveria ser da República, e de seus familiares", afirmam as siglas.

##RECOMENDA##

O pedido dos partidos foi enviado à ministra Cármen Lúcia. Nesta sexta-feira, Cármen determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue as acusações de que Ramagem orientou a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das rachadinhas. A ministra também fixou um prazo de 30 dias para que a PGR informe ao Supremo as "ações efetivamente adotadas para a elucidação dos fatos".

Em entrevista à revista Época publicada nesta sexta-feira, 18, a advogada do parlamentar, Luciana Pires, admite ter recebido relatório informal de Ramagem dando coordenadas de como agir para tentar inocentar Flávio no caso.

Para a Rede Sustentabilidade e o PSB, a Abin "não é um órgão que serve a quaisquer tipos de fins, mas somente aos públicos".

"Se autoridades querem promover uma espécie de contra-investigação para apurar eventuais nulidades, que isso se dê de forma particular, com a contratação de perícias particulares, serviços advocatícios especializados e outros. E frise-se que isso até poderia ser legítimo, justamente para resguardar a mais ampla defesa. Não se pode, contudo, utilizar a estrutura pública para tal finalidade", sustentam os partidos.

A Abin informou em nota que a imputação por qualquer pessoa de vinculação dos supostos relatórios à agência ou ao diretor-geral é "equivocada ou deliberadamente realizada com objetivo de desacreditar uma instituição de Estado e os servidores que compõem seus quadros".

Prazo para Aras

Em sua decisão, Cármen determinou que a PGR seja notificada "para investigar os fatos descritos, os quais, pelo menos em tese, podem configurar atos penal e administrativamente relevantes (prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, crime de responsabilidade e improbidade administrativa)".

"Não se pode desconhecer a seriedade do quadro. Os fatos descritos precisam ser investigados e sobre eles há de exigir conclusão dos órgãos competentes em sede jurídica própria. Podem estar presentes, como parece ao menos em tese, indícios que podem indicar prática de delito praticado por autoridade com foro por prerrogativa de função, pelo que o encaminhamento dos documentos trazidos aos autos à Procuradoria-Geral da República é medida que se impõe para a adequada e célere apuração dos fatos expostos e conclusão", escreveu a ministra.

"O plenário deste Supremo Tribunal Federal foi expresso ao afirmar que somente o interesse público formalmente demonstrado pode constituir elemento legitimador do desempenho administrativo. Ficou cravado não ser admissível abuso de direito e desvio de finalidade, caracterizado pelo uso do espaço e dos órgãos e instrumentos públicos para atender interesses particulares."

A orientação da Abin à defesa do Flávio foi revelada na semana passada, também pela Época, e confirmada pelo Estadão. Em dois documentos enviadas à advogada, há detalhes do funcionamento de suposta organização criminosa na Receita Federal que, segundo a defesa do senador, teria feito uma devassa nos dados fiscais do filho do presidente. Em um dos documentos, a finalidade descrita é 'Defender FB no caso Alerj'.

Após Cármen cobrar informações, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão a qual a agência é vinculada, e a Abin negaram terem produzido qualquer relatório oficial para auxiliar a defesa do senador.

Segundo a Abin, não existe "relatório produzido institucionalmente" pela agência a favor de Flávio Bolsonaro. "Há que se esclarecer, pelos órgãos competentes, se 'não institucionalmente' também não foi produzido algum documento daquela natureza e quais os interesses e interessados", ressaltou a ministra.

O filho do presidente é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob suspeita de comandar um esquema que desviava salários de funcionários do seu gabinete no período em que era deputado estadual - a chamada "rachadinha". Flávio nega irregularidades.

Entre as sugestões listadas pela agência à defesa do senador estão a demissão de servidores do Fisco e da Controladoria-Geral da União (CGU), órgão responsável pela fiscalização da administração pública.

Na terça-feira, 15, ao comentar o caso, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que são "graves" as acusações de que a Abin passou orientações para auxiliar a defesa de Flávio, mas ressaltou na ocasião que ainda faltavam provas para confirmar o episódio. Aras também cobrou informações do GSI e da Abin sobre o caso. "O fato em si narrado é grave, o que não temos são provas desses fatos, nós não trabalhamos com narrativas. Trabalhamos com fatos e provas", disse o procurador-geral na ocasião.

Nos bastidores do MPF, Aras tem sido criticado por demorar a tomar medidas no caso. Primeiro, após a primeira reportagem sobre o tema, em outubro, o procurador recebeu representações de parlamentares da oposição, mas não chegou a pedir informações à Abin e ao GSI. Somente com novas informações, indicando a produção de um relatório, ainda que informal, é que o órgão decidiu pedir informações.

'Abin paralela'

Reportagem da revista Crusoé também publicada nesta sexta-feira afirma que Bolsonaro montou uma espécie de "Abin paralela" dentro do órgão de inteligência, que é subordinado ao GSI do general Augusto Heleno. Além de Ramagem, outros dois agentes da PF foram levados para integrar a agência e coordenar esse núcleo responsável por levantar informações sensíveis ao presidente.

São eles Marcelo Bormevet, chefe da Coordenação-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa, e Flávio Antônio Gomes, superintendente da Abin em São Paulo. Um quarto nome, o papiloscopista da PF João Paulo Dondelli, foi contratado no Ministério das Comunicações e também faz parte do grupo, segundo a revista.

Todos eles fizeram parte da equipe que fez a segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral e se aproximaram da família, em especial do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), o "Zero Dois".

Como mostrou o Estadão, a revelação de que a Abin estava sendo usada para orientar a defesa do Flávio provocou reações de insatisfação entre associações de servidores da Abin. A ala dos oficiais e agentes de carreira vive um desconforto com ações supostamente atribuídas a servidores de fora, nomeados por Ramagem.

Após chefiar a equipe de segurança da campanha de Bolsonaro, Ramagem ganhou intimidade com os filhos do presidente, com quem costuma confraternizar. Ele foi pivô da crise que culminou com a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Bolsonaro queria emplacar Ramagem no comando da PF, o que o ex-juiz da Lava Jato considerou uma interferência para influenciar nas investigações contra filhos do presidente.

Em entrevista concedida à CNN Brasil na última sexta-feira (5), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que a Suprema Corte acabou protegendo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por meio da decisão do também ministro Alexandre de Moraes de suspender a posse de Alexandre Ramagem, atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) à diretoria geral da Polícia Federal. Na época, Ramagem era delegado da PF e, após ter sua posse negada, Bolsonaro o indicou à Abin.

Na opinião de Gilmar, caso a posse não fosse suspensa por força da decisão tomada por Moraes, motivado pelas denúncias do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de que o presidente desejava interferir na PF, Ramagem teria dificuldades de dirigir a polícia a Procuradoria-Geral da República (PGR) terminaria abrindo um inquérito contra o presidente. 

##RECOMENDA##

“A competência para nomear era do presidente, mas houve um grande imbróglio: a imputação feita por Moro ao presidente de que ele tinha propósitos de interferir indevidamente na PF. Eu até hoje acho que o ministro Alexandre acabou protegendo o presidente. Porque se Ramagem tivesse tomado posse naquele ambiente, certamente teria dificuldade em dirigir a própria PF. E tinha sido aberto um inquérito pela Procuradoria-Geral da República”, declarou Mendes.

O ministro afirmou também que não há nenhuma interferência do Judiciário no Poder Executivo, nem problemas com a decisão de Moraes. Para ele, muitos apoiadores de Bolsonaro interpretam de forma errada a divisão entre os três poderes. 

“O que vejo é que alguns integrantes do Executivo têm talvez uma imagem que não tem da imagem constitucional de um presidencialismo imperial. Isso não existe. O controle de constitucionalidade já é um controle de uma lei aprovada pelo congresso em face da Constituição. E quem exerce é o STF. Às vezes, uma lei é aprovada por unanimidade e é impugnada no STF. Alguém diria que isso é uma interferência na divisão ou estamos cumprindo nossa função? A mim parece que é a nossa função". 

LeiaJá também

--> Mendes: votos não autorizam a descumprir Constituição

--> Paulinho da Força é condenado pelo STF por desvio no BNDES

A nomeação de Rolando de Souza para comando da Polícia Federal feita por Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (4) teve forte repercussão no meio político. As lideranças oposicionistas não deixaram de ressaltar o fato de Rolando ser considerado “braço-direito” de Alexandre Ramagem, impedido de assumir o cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

A íntima relação entre Ramagem e o clã Bolsonaro coloca em suspeição a nomeação do atual diretor-geral da Abin. Com impossibilidade da nomeação o presidente decidiu então pelo nome de Rolando, mas a relação com Ramagem não foi esquecida. 

##RECOMENDA##

"Bolsonaro nomeou Rolando Alexandre, assessor de Ramagem na Abin, para dirigir a PF. Ou seja, em vez do amigo do Carluxo, o sub do amigo do Carluxo. Apequena a Polícia Federal e mantém a linha de usá-la como braço político", disse o ex-presidenciável Guiherme Boulos. 

[@#video#@]

Segundo Marcelo Freixo, deputado federal (PSOL) Bolsonaro insistirá na 'interferência' na PF, relatada por Sergio Moro no discurso feito para anunciar a saída do cargo de Ministro da Justiça: "Resumindo: sai o amigo do peito do Carluxo e entra o braço direito do amigo do peito do Carluxo, que assim como seus irmãos é alvo de investigações da PF. Bolsonaro não vai desistir de interferir na Polícia Federal para encobrir os crimes de sua família". 

[@#podcast#@]

 

 

 

Erika Kokay do PT também criticou a nomeação e afirmou que Bolsonaro segue um projeto para "transformar a Polícia Federal, que deveria ser polícia de Estado, em polícia política!".

 

 

 

Ex-apoiadores do presidente também se posicionaram sobre o assunto. Ferrenha defensora de Moro, assim como já foi de Bolsonaro, Joice Hasselman do PSL questionou se Rolando seria capaz de dizer não a família Bolsonaro e citou que sua nomeação era um "tampão" até que Ramagem ocupasse a cadeira”. Alexandre Frota ainda afirmou que agora a instituição seria a "Polícia de Bolsonaro".

 

 

 

 

Líder do governo na Câmara dos Deputados, o Major Vitor Hugo (PSL-GO) criticou a decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que suspende a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal. Para o parlamentar, a interferência de um Poder no outro não é positiva para a democracia. 

"O ministro Alexandre de Morais acaba de suspender a nomeação do Dr Alexandre Ramagem para o cargo de Diretor-geral da Polícia Federal. Interferência de um Poder no outro não é saudável para a democracia e deveria ser a exceção das exceções. Esperamos que o Plenário reveja a decisão", escreveu em publicação no Twitter. Vitor Hugo e mais cerca de 20 deputados do PSL se encontraram na manhã de hoje com o presidente Jair Bolsonaro.

##RECOMENDA##

Também na manhã de hoje, Alexandre de Moraes divulgou a decisão liminar sobre Ramagem, que tomaria posse em cerimônia às 15h. Segundo o ministro, pode ter ocorrido "desvio de finalidade" na nomeação de Ramagem, "em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público." Ramagem é amigo do vereador e filho do presidente, Carlos Bolsonaro.

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) deu entrada na tarde desta terça-feira, 28, com uma ação na Justiça Federal de Brasília em que requer que o delegado Alexandre Ramagem seja impedido de tomar posse como diretor-geral da Polícia Federal (PF). A ação afirma que Ramagem "possui inegável proximidade com o presidente da República, na medida em que conquistou a total confiança da família presidencial nas eleições de 2018, quando assumiu a coordenação da equipe de segurança pessoal do então candidato Jair Bolsonaro, após a facada que levou durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG)".

Também o PDT impetrou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a posse de Ramagem.

##RECOMENDA##

De acordo com o advogado Cristiano Vilela, do escritório Vilela, Silva Gomes & Miranda, que representa Tabata, Ramagem foi nomeado diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por causa da proximidade com os filhos do presidente Jair Bolsonaro.

O advogado afirma que no dia em que o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, pediu demissão ficou "evidenciado" tanto no pronunciamento dele como no de Bolsonaro que "o presidente quer ter acesso a informações sobre investigações da PF".

"O ato de nomeação apresenta inequívoco desvio de finalidade, vez que não atentou aos princípios da moralidade e da impessoalidade, recaindo em arbitrariedade por impor seus interesses particulares sobre o público, o que não se amolda a uma escolha legal, isenta e discricionária nos termos da lei, mas que salta à inevitável ilegalidade", diz Vilela.

Na mesma ação, Tabata pede também que a nomeação de Ramagem seja suspensa em caráter liminar, até o julgamento final da ação.

O PDT impetrou mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a posse de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal (PF). Uma das alegações que sustentam o mandado de segurança é a declaração do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de que o presidente da República pretende interferir politicamente na PF aliada ao fato de que Ramagem tem ligações pessoais com o clã Bolsonaro.

Alexandre Ramagem, delegado da Polícia Federal, entrou para o rol auxiliares de confiança do Planalto com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao filho do presidente, é atribuída a nomeação de Ramagem para a Abin, em julho do ano passado.

##RECOMENDA##

A aproximação entre Carlos e Ramagem, delegado da PF desde 2005, ocorreu durante a campanha eleitoral, em 2018. Na época, o policial assumiu a coordenação da segurança de Bolsonaro após a facada sofrida pelo então candidato em Juiz de Fora (MG). Como chefe da Abin, Ramagem passou a frequentar o gabinete presidencial com frequência.

A fim de um contato íntimo com a Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou o amigo da família, Alexandre Ramagem, para assumir o departamento. Contudo, a Operação Lava Jato apontou que o delegado tinha uma suposta relação com o PT, tentou atrapalhar as investigações e mantinha uma amizade com um procurador denunciado por venda de informações no caso JBS. É o que apontam as informações da chamada "Vaza Jato", a partir do vazamento de troca mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil.

Em 2015, o coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, deu indícios de um delegado carioca, "o qual é muito ligado ao PT, e esperaria favor político futuro em troca de infos para melar o caso"(sic), relatou em uma conversa no Telegram. No mesmo dia, ele descobriu a identidade e contou aos membros do grupo MPF Lava Jato 2. "Nome do Delegado da Polícia Federal é Alexandre Ramagem Rodrigues. Está na Direção-geral da PF, em Brasília" (sic), revelou.

##RECOMENDA##

Dallagnol ainda repassou a descoberta para Januário Paludo, um dos veteranos da Lava Jato no Paraná. O homenageado no grupo “Filhos de Januário” – um dos mais movimentados durante as operações - chegou afirmar que acionaria uma investigação em Brasília, contudo a ação não foi iniciada e Ramagem esteve tranquilo até o fim do governo Dilma.

Após dois anos, o delegado envolveu-se na denúncia que estremeceu a gestão de Michel Temer. Um dia após o dono da JBS, Joesley Batista, divulgar a conversa na qual o presidente endossou a compra do silêncio de Eduardo Cunha, o procurador Ângelo Goulart Villela foi preso pela suspeita de ter vendido informações sigilosas ao empresário.

Deltan entrou em contato com o coordenador da Operação Greenfield, que mirava fundos de pensão sob a atuação de Villela. Ele repassou para o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes uma mensagem de um denunciante, que enfatizou uma suposta parceria entre Ramagem e Vilella, e estimulou que o delegado deveria ser "afastado sumariamente, por que é grande o risco de estar envolvido também" (sic).

De fato, o delegado e o procurador trabalharam juntos em Roraima, entre 2008 e 2011. De acordo com denúncias, eles mantinham uma relação próxima e, inclusive, Villela teria dividido uma casa com Ramagem em Boa Vista e o convidou para seu casamento, em 2013.

Conforme reportagem do The Intercept Brasil, o delegado não atuou na Operação Greenfield, mas chegou a atuar na Lava Jato em 2013, quando comandou a Operação Cadeia Velha que prendeu empresários do transporte público, principalmente do Rio de Janeiro.

Alexandre Ramagem prosseguiu na força-tarefa até 2018 e saiu para assumir um cargo administrativo na Polícia Federal. Após a facada sofrida por Bolsonaro durante as eleições, ele tornou-se responsável pela segurança da campanha do futuro presidente. Com a vitória de Bolsonaro, o delegado foi alçado à direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde atuava até ser indicado ao cargo de diretor-geral da Polícia Federal nessa segunda-feira (27).

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando