Políticos criticam nomeação: "PF do Bolsonaro"
Opositores e ex-apoiadores do presidente questionaram a proximidade do novo diretor-geral da PF com Alexandre Ramagem
A nomeação de Rolando de Souza para comando da Polícia Federal feita por Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (4) teve forte repercussão no meio político. As lideranças oposicionistas não deixaram de ressaltar o fato de Rolando ser considerado “braço-direito” de Alexandre Ramagem, impedido de assumir o cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A íntima relação entre Ramagem e o clã Bolsonaro coloca em suspeição a nomeação do atual diretor-geral da Abin. Com impossibilidade da nomeação o presidente decidiu então pelo nome de Rolando, mas a relação com Ramagem não foi esquecida.
"Bolsonaro nomeou Rolando Alexandre, assessor de Ramagem na Abin, para dirigir a PF. Ou seja, em vez do amigo do Carluxo, o sub do amigo do Carluxo. Apequena a Polícia Federal e mantém a linha de usá-la como braço político", disse o ex-presidenciável Guiherme Boulos.
Segundo Marcelo Freixo, deputado federal (PSOL) Bolsonaro insistirá na 'interferência' na PF, relatada por Sergio Moro no discurso feito para anunciar a saída do cargo de Ministro da Justiça: "Resumindo: sai o amigo do peito do Carluxo e entra o braço direito do amigo do peito do Carluxo, que assim como seus irmãos é alvo de investigações da PF. Bolsonaro não vai desistir de interferir na Polícia Federal para encobrir os crimes de sua família".
Resumindo: sai o amigo do peito do Carluxo e entra o braço direito do amigo do peito do Carluxo, que assim como seus irmãos é alvo de investigações da PF. Bolsonaro não vai desistir de interferir na Polícia Federal para encobrir os crimes de sua família.
Erika Kokay do PT também criticou a nomeação e afirmou que Bolsonaro segue um projeto para "transformar a Polícia Federal, que deveria ser polícia de Estado, em polícia política!".
Ex-apoiadores do presidente também se posicionaram sobre o assunto. Ferrenha defensora de Moro, assim como já foi de Bolsonaro, Joice Hasselman do PSL questionou se Rolando seria capaz de dizer não a família Bolsonaro e citou que sua nomeação era um "tampão" até que Ramagem ocupasse a cadeira”. Alexandre Frota ainda afirmou que agora a instituição seria a "Polícia de Bolsonaro".