Um conflito fundiário antigo na comunidade de agricultores do Engenho de Batateiras, na cidade de Maraial, Agreste de Pernambuco, pode ter se tornado mais tenso com um episódio de violência e tentativa de invasão no último domingo (2). Uma câmera de segurança flagrou o momento em que dois homens armados cercaram a casa de uma família e tentaram derrubar a porta com chutes.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra Nordeste II (CPT NE2), que assessora a comunidade, os invasores são conhecidos na localidade e surgem sempre armados. Além de tentar arrombar a casa, a dupla roubou as câmeras de vigilância. No momento do ocorrido, a família não se encontrava na residência.
##RECOMENDA##As câmeras de segurança roubadas haviam sido instaladas pelo Governo do Estado, por meio do Programa Estadual de Proteção a Defensores de Direitos Humanos (PEPDDH), no qual a família está inserida por já vir sofrendo ameaças desde o ano de 2020, segundo a CPT. Esses equipamentos servem para monitoramento das pessoas que circundam o sítio, como forma de segurança oferecida pelo PEPDDH e para que as autoridades policiais tenham acesso a mais elementos em investigações, caso necessário.
As famílias acreditam que o crime tem relação com o conflito existente com o titular da propriedade do imóvel, Walmer Almeida da Silva, e temem que a situação no Engenho Batateiras volte a se tornar violenta, com episódios recorrentes de ameaça e tortura, como os ocorridos em 2020, que resultou em um episódio de tortura e disparos de arma de fogo.
Ainda de acordo com a CPT, as famílias acreditam que esse crime pode ser um “recado” a mando do proprietário, para que elas saiam de seus sítios e suas residências. O ocorrido aumenta o clima de tensão na comunidade, conforme depoimento da moradora, cujo nome foi mantido em sigilo: “A gente tá inseguro [SIC], com medo, e ao mesmo tempo revoltado com isso, de ter que sair da nossa casa pra ter segurança”.
Por estarem no programa de proteção, a agricultora e seu companheiro entraram imediatamente em contato com a Secretaria de Direitos Humanos junto à Comissão Pastoral da Terra (CPT), que já está acompanhando o caso e tomando as medidas cabíveis.
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