Depois de perder o apoio de dois prefeitos do PTB nos últimos dias, o senador e pré-candidato ao governo de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB), avaliou a situação como uma distribuição de “bolsa eleição” por parte do PSB. As acusações foram dirigidas aos socialistas em conversa com a imprensa logo após reunião na União Geral dos Trabalhadores (UGT), no Recife, nesta sexta-feira (25) e de acordo com o líder do PTB, os socialistas prometeram obras e recursos para atrair membros petebistas para o palanque do pré-candidato ao governo pelo PSB, Paulo Câmara.
O parlamentar afirmou ter tomada ciência de que as reuniões entre o prefeito de Gravatá, Bruno Martiniano (PTB), a prefeita de Arcoverde Madalena Brito (PTB) e membros da chapa do PSB ocorreram no Palácio do Campo das Princesas, e por isso, indagou várias vezes se o governador João Lyra Neto (PSB) tem relação com as supostas promessas feitas aos gestores municipais. “Quero colocar minha preocupação em dois planos: primeiro saber se o governo do Estado está se vinculando a essas promessas que estão sendo feitas por integrante da outra chapa. (...) E que critérios são esses que orientam esse tipo de assistência que é prestado a alguns em detrimento a maioria?”, questionou.
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Ele também frisou a relevância de estar atento a este processo “marcado por uma ação dos integrantes da outra chapa que estão fazendo a cooptação e vinculando aparentemente o próprio governo a essas ações”.
“A primeira questão é até que ponto essas ações, ou essas promessas veiculam o atual governo de Pernambuco. Essa é a primeira questão e ao que parece estar se criando a bolsa eleição, ou seja, um tipo de ajuda que está dado em caráter extraordinário a alguns municípios com o nítido propósito de poder cooptar quadros do PTB, neste caso, de prefeituras importantes como se estivesse estabelecendo um prêmio aos infiéis. E uma bolsa que significa um prêmio aos infiéis”, disparou.
Monteiro pontuou a importância de se respeitar a legislação eleitoral e também comentou dos limites fiscais que o Estado possui. “Não se pode ferir a responsabilidade fiscal do Estado e, portanto, é algo que precisa que a sociedade de Pernambuco conheça de forma mais clara, mais transparente. Como se pauta? Que critérios orientam este tipo de assistência extraordinária que está sendo oferecidas agora, as vésperas do processo eleitoral?”, destacou, acrescentando uma série de questionamentos posteriormente. “Se é algo que se distingue apenas a premiar os infiéis. E os outros municípios? Alguns tantos carentes. Porque se tem um olhar de prefeituras estratégicas de tirar do PTB e os outros? Se o Estado tem margem para oferecer uma assistência extraordinária que se tenha um caráter republicano, democrático e transparente”, indagou.
Ironizando a situação, o senador relembrou a liberação do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) e denominou outro nome aos recursos oferecidos aos petebistas. “Nós já tivemos o FEM, e o que parece agora estão criando o ‘Vem’. É como se agora estivessem criando o super sistema ou o ‘Vem’ como já está sendo chamado. É preciso ter controle social”, alertou.
Apesar das fortes críticas, Armando Monteiro defendeu o caráter de João Lyra e acredita que ele não esteja envolvido com as reuniões. “Eu ainda dou um crédito ao governo João Lyra apesar de saber que essas reuniões estão sendo feitas no Palácio e não há segredo entre a prefeita de Arcoverde. Ela disse que houve uma promessa de R$ 11milhões em obras, quero saber se essas promessas vinculam ao governo e ao governador. Eu, conhecendo a trajetória de João e a postura, eu imagino que ele deve observar que se ele tivesse de fazer algo nesta direção ele fazia de forma mais transparente, mais republicana e mais democrática e não numa bolsa eleição que premia os infiéis”, reforçou.
Questionado se iria repassar as acusações para a Justiça Eleitoral ou ao Ministério Público, o petebista disse que o foco agora não é procurar a Justiça Eleitoral, e sim, que a sociedade tome ciência e que Lyra afirma ou não, se as promessas vinculam ao governo. “Como alguém que está num partido antigo, como é que a pessoa muda? Até quando falam de um eventual déficit de atenção do governo federal isso não resiste aos números”, disse, revelando em seguida apresentar neste sábado (26), em Gravatá, todas as ações feiras na cidade provindas de recursos federais como convênios e até financiamentos. Já sobre Arcoverde, ele contou que foram liberados R$ 40 milhões para construção da Adutora Jatobá, além de outras obras. Monteiro também disse acreditar que possa haver gastos da máquina pública, por isso, levantou tantas indagações.
Coletiva – AS informações levantadas por Armando Monteiro serão exibidas em coletiva de imprensa, no Hotel Canariu’s de Gravatá, na Rodovia BR-232, KM 87, às 9h neste sábado (26). No local, o petebista estará acompanhando pelo deputado federal Jorge Corte Real (PTB) e do deputado federal João Paulo (PT).