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O Ministério Público Estadual pediu à Justiça a condenação do conselheiro do Tribunal de Contas da União (TCE-SP) Robson Marinho à perda da função pública e suspensão dos direitos políticos. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público acusa Marinho de ato de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.

Em ação civil ajuizada na 13ª Vara da Fazenda Pública da capital, os promotores reafirmam que o conselheiro, que foi chefe da Casa Civil do governo Mario Covas (PSDB), recebeu US$ 2,7 milhões em propinas para favorecer a multinacional francesa Alstom em contrato no setor de energia no Estado, em 1998.

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Há duas semanas, a promotoria requereu cautelarmente o afastamento do conselheiro de suas funções. Agora, a promotoria ingressou com a ação principal contra Marinho, pedindo sua condenação com base no artigo 12, inciso I da Lei da Improbidade Administrativa.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Robson Marinho, pediu mais uma semana de licença-prêmio. Ele deveria ter retornado ao trabalho nesta segunda-feira, 16, após afastar-se por um período de sete dias das funções.

Ante a iminência de uma decisão da Justiça sobre o pedido do Ministério Público Estadual de seu afastamento do cargo por suspeita de recebimento de US$ 2,7 milhões em propinas da multinacional francesa Alstom, o conselheiro adotou a estratégia de prorrogar a licença-prêmio. Robson Marinho quer evitar o constrangimento de ser retirado do cargo por ordem judicial, se for acolhido o pedido do MPE. No ultimo sábado, 14, o Diário Oficial publicou a renovação do benefício concedido ao conselheiro, que começou a ser cumprindo no dia 4 de junho.

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Sob fogo cerrado do Ministério Público Estadual, que judicialmente requereu seu afastamento do cargo, o conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), alega que não poderia receber propina da Alstom por decisão que tomou três anos depois do suposto depósito em sua conta bancária.

O caso Alstom, que envolve Marinho, se refere a suposto esquema de propinas na área de energia do governo paulista no final dos anos 1990. Esta semana, Marinho pediu licença do cargo. Em sua defesa à Comissão do TCE que o investiga no âmbito disciplinar, apontou uma "incoerência cronológica" nos fatos a ele atribuídos. O conselheiro argumentou que não poderia ter escolhido ser o relator do caso porque a distribuição é eletrônica, aleatória.

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Marinho votou pela regularidade do aditivo X - extensão de garantia dos equipamentos da multinacional francesa no âmbito do projeto Gisel, da Eletropaulo, antiga estatal de energia. O conselheiro alega que deu voto pela legalidade do contrato em 2001. Juntou certidão do próprio TCE sobre o julgamento.

Ex-chefe da Casa Civil de Mário Covas (PSDB), que o nomeou conselheiro em 1997, ele assinala que o Ministério Público lhe atribui recebimento de valores a partir de 1998 - ano em que abriu conta secreta em Genebra, em nome da offshore Higgins Finance Ltd. "Como é possível eu ter ganho (propina da Alstom) por um ato que pratiquei três anos depois?"

A Comissão do TCE é formada por três conselheiros, Dimas Ramalho (presidente), Renato Martins Costa e Sidney Beraldo. Ao colegiado Marinho apresentou sua versão por escrito na semana passada. Seu relato segue a linha do pronunciamento que fez em maio no Plenário da corte de contas.

Marinho ponderou que "não é possível" que a suposta propina a ele paga envolva "valores tão expressivos". A Promotoria sustenta que a Alstom depositou, por empresas de fachada, US$ 2,7 milhões na conta Higgings, entre 1998 e 2005. Ele observou que não julgou o contrato principal, mas o termo de extensão da garantia dos equipamentos, em valor de R$ 4,8 milhões, portanto, muito inferior à suposta propina recebida.

Destacou que os julgamentos no TCE são realizados por um colegiado, não individualmente, e seguem pareceres dos órgãos técnicos. Os contratos, destaca, passam pelo crivo do procedimento de instrução e também se manifesta a Procuradoria da Fazenda. Na Câmara do TCE três conselheiros votam. No caso Alstom, lembrou, votaram com ele os conselheiros Cláudio Alvarenga e Eduardo Bittencourt, ambos já aposentados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sob suspeita de ter recebido US$ 2,7 milhões em propinas da multinacional francesa Alstom, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho tirou licença-prêmio por sete dias. Nesta quarta-feira, 4, ele nem participa da sessão do Pleno da Corte de Contas.

Marinho está sob investigação do Ministério Público de São Paulo e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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A licença-prêmio é um benefício ao qual servidores públicos têm direito a desfrutar de acordo com um determinado período de trabalho. A licença será tirada em dias intercalados, de 4 a 6 de junho e de 9 a 11. O último dia será na sexta-feira, 13. O retorno está previsto para o dia 16.

Ao pedir a licença, Marinho tenta livrar-se da forte pressão que vem sofrendo em seus próprios domínios. Alguns conselheiros veem nele um desgaste extraordinário para a Corte de Contas.

Há duas semanas a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, braço do Ministério Público que investiga improbidade, requereu à Justiça imediato afastamento do conselheiro de suas funções. Na última segunda-feira, 2, ele foi citado oficialmente pela 13ª vara da Fazenda Pública da capital para que se manifeste sobre o pedido cautelar da promotoria.

Ex-chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), Marinho está isolado no Tribunal de Contas. Desde que foi revelada a existência de sua conta secreta em Genebra, com saldo bloqueado de US$ 3,059 milhões, ele vem negando ter recebido propinas para favorecer a Alstom em um contrato da área de energia do governo paulista, firmado em 1998. "Nunca recebi um tostão, um dólar sequer da Alstom", afirma Robson Marinho.

Na sessão plenária da semana passada, enigmático, Marinho dirigiu-se ao conselheiro Renato Martins Costa, que na ocasião estava sendo homenageado ao completar 20 anos no cargo.

"O conselheiro Renato Martins Costa é para todos nós um paradigma por sua experiência e sabedoria", disse Marinho. "É um exemplo de conselheiro, de homem público, que sabe honrar com os compromissos."

Robson Marinho disse ainda: "Tenho orgulho de ser seu colega. Por sua firmeza. É efetivamente um conselheiro que tem caráter, retidão. Merece meu respeito e minha admiração. É um conselheiro que cumpre com a sua palavra."

O ministro Arnaldo Esteves Lima, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), manteve sob competência do primeiro grau judicial em São Paulo três ações cautelares movidas contra o conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) - inclusive as que tratam da quebra dos sigilos bancário e fiscal e pedido de seu afastamento das funções na corte de contas.

A medida é extensiva a outros 11 investigados do caso Alstom, suposto esquema de pagamento de propinas entre 1998 e 2002 por contratos do setor de energia em São Paulo assinados na gestão Mário Covas, do PSDB.

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A decisão do ministro, de 29 de maio, segue entendimento do Supremo Tribunal Federal de que "inexiste" foro privilegiado em ações de improbidade administrativa. O benefício é válido para ações penais.

A decisão do STJ representa novo revés de Marinho em sua tentativa de tirar das mãos da juíza Maria Gabriela Spaolonzi, da 13. Vara da Fazenda Pública da Capital, todos os processos movidos contra ele, inclusive o pedido do Ministério Público Estadual para seu afastamento.

Esse pedido foi apresentado há dez dias pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, que investiga improbidade. Os promotores que subscrevem a ação sustentam que "é temerário" o conselheiro permanecer no cargo. Eles sustentam que Marinho recebeu US$ 2,7 milhões em propinas da Alstom.

A juíza deu prazo de 72 horas para Marinho se defender, a partir de sua citação.

Na semana passada, advogados do conselheiro foram ao STJ com uma reclamação contra a 13.ª Vara da Fazenda alegando que ele detém foro privilegiado perante essa corte - ou seja, a quebra de sigilo e o pedido de afastamento só poderiam ser analisados pelo STJ, e não pela primeira instância. A defesa dos de outros 11 investigados seguiu o mesmo caminho.

Com sua decisão, o ministro manteve sob responsabilidade da 13.ª Vara da Fazenda todas as três ações propostas contra Marinho - sequestro de bens, em 2009, quebra de sigilo bancário e fiscal, em 2010, e agora a cautelar de afastamento.

Na reclamação ao STJ, a defesa sustenta que a juíza da Fazenda é "incompetente (para o caso), uma vez que, por se tratar o reclamante (Marinho) de membro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, cabe a este Superior Tribunal de Justiça o processamento e julgamento de ação civil pública por improbidade administrativa".

Negado

Mas Arnaldo Esteves Lima repeliu o pedido. "As liminares têm como objetivo assegurar o resultado útil do processo. É que o lapso temporal de processamento da ação pode causar prejuízo de difícil reparação ou irreparável à parte interessada (promotoria) considerando a possibilidade de êxito na demanda, o que não ocorre na espécie."

Esteves Lima assinalou que em decisão de 16 de setembro de 2013, ao julgar o agravo regimental 12.514/MT, o ministro relator Ari Pargendler e seus pares votaram à unanimidade "que as ações por improbidade administrativa devem ser processadas e julgadas pelas instâncias ordinárias, ainda que propostas contra agente político detentor de foro por prerrogativa de função".

O ministro do STJ destacou que o Supremo Tribunal Federal já advertiu que, "tratando-se de ação civil por improbidade, mostra-se irrelevante, para efeito de definição da competência originária dos tribunais, que se cuide de ocupante de cargo público ou de titular de mandato eletivo ainda no exercício das respectivas funções, pois a ação civil em questão deverá ser ajuizada perante magistrado de primeiro grau". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Suíça suspendeu "toda a cooperação judicial com o Brasil" por vazamento de dados sigilosos da apuração que envolve o conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e outros alvos do caso Alstom. Marinho é investigado sob suspeita de receber propina da multinacional francesa para beneficiá-la em um contrato do setor de energia fechado em 1998, durante o governo tucano de Mário Covas.

O congelamento da cooperação alcança pelo menos outros dez casos investigados de forma conjunta ou nos quais o Brasil havia pedido informações. Esses procedimentos foram, por enquanto, arquivados. O rompimento não é definitivo, mas Berna avisou que "está suspensa a troca de informações entre autoridades da Suíça e do Brasil" até que a Justiça suíça receba justificativa válida sobre divulgação de relatório de investigação financeira.

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O mal-estar, segundo autoridades suíças, foi gerado por causa da publicação dos nomes dos suspeitos no caso Alstom e de informações e documentos que os comprometem, inclusive o cartão de abertura de uma conta em nome da offshore Higgings Finance Ltd. no Credit Lyonnais de Genebra.

Constituída nas Ilhas Virgens Britânicas, a Higgings é controlada por Marinho. Ele detém os direitos econômicos da offshore. A Suíça bloqueou US$ 3,059 milhões do conselheiro, que foi chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB).

O Ministério Público sustenta que a Alstom pagou US$ 2,7 milhões em propinas para Marinho ajudá-la a ganhar contrato de aditamento do projeto Gisel - empreendimento da Eletropaulo, antiga estatal paulista.

A Suíça enviou ao Brasil toda a documentação sobre Marinho. Em março, o Tribunal Penal de Bellinzona rechaçou pedido dos advogados de defesa, que pretendiam evitar a remessa dos extratos bancários.

Em seguida, o Supremo Tribunal da Confederação Suíça (Bundesgericht), em Lausanne, não garantiu a revisão em recurso apresentado pelo conselheiro e liberou definitivamente os documentos que o Ministério Público paulista usará para processar Marinho em ação civil por improbidade. O conselheiro é suspeito de ter favorecido a multinacional ao relatar no TCE julgamento sobre extensão da garantia de equipamentos no projeto Gisel.

Os suíços estavam satisfeitos com o anúncio de que a cooperação estava funcionando. Mas foram surpreendidos ao ver, na mídia brasileira, os nomes dos envolvidos, suas contas bancárias e dados considerados privados.

Segundo os suíços, o Brasil teria violado dois dos principais pontos do acordo de cooperação. Um deles se refere à proteção à privacidade dos suspeitos. Na Suíça, até que alguém seja condenado, seu nome é mantido em sigilo.

Outra violação foi do princípio de "boa-fé". Ao enviar os documentos, os suíços presumiam que seus colegas brasileiros respeitassem critérios e regras observadas no país europeu.

Maluf. Não é a primeira vez que o acordo de cooperação entre o Brasil e a Suíça, assinado em 2005, foi congelado. Antes de entrar em vigor, o tratado foi engavetado em Berna depois que o Brasil usou dados passados pelos suíços para abrir investigações e denunciar criminalmente o deputado Paulo Maluf (PP-SP) por evasão fiscal.

O acordo prevê que detalhes de contas podem ser compartilhados, mas apenas para processos que se referem à lavagem de dinheiro e corrupção. O Brasil havia indicado aos suíços que atuaria nesse sentido. Mas, quando as informações foram transmitidas, um caso de evasão fiscal foi aberto. Irritados, os suíços levaram mais dois anos para ratificar o acordo, que agora volta a ser barrado.No dia 14 de maio, durante sessão plenária do TCE, Marinho afirmou a seus pares que "jamais recebeu um único tostão, um único dólar da Alstom".

O criminalista Celso Vilardi, que defende Marinho, disse que não é dele a iniciativa de protestar à Suíça contra vazamento no Brasil. "Não foi pedido meu, mas dado o espetáculo midiático que aconteceu em torno desse caso, eu não me surpreendo com a decisão suíça." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sob suspeita de ter recebido US$ 2,7 milhões em propinas da Alstom, o conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo, aprovou como relator o contrato e 11 aditamentos do Consórcio Sistrem com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O Sistrem, do qual a empresa francesa fez parte, é um dos cinco contratos em que a Siemens e o Ministério Público acusaram ação do cartel metroferroviário entre 1998 e 2008 - governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.

Marinho teria recebido dinheiro da Alstom em contrato da área de energia do Estado, em 1998. Na semana passada, a promotoria pediu à Justiça seu afastamento. A Suíça bloqueou US$ 3,059 milhões em uma conta secreta do conselheiro. Rastreando os contratos do cartel que passaram pelo crivo do TCE, a promotoria concluiu que Marinho teve papel decisivo para o Consórcio Sistrem avançar sem obstáculos. Orçado em US$ 289,2 milhões - correspondentes a R$ 511 milhões, considerado o câmbio de 1.º de março de 2000 - o Sistrem foi contratado para instalação da Linha 5 (Lilás), ligação Capão Redondo-Largo 13 de Maio, originalmente projetada para ser operada pela CPTM, depois transferida para o Metrô.

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À época da licitação, entre 1999 e 2000, a CPTM tinha como diretores João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo, que foram indiciados pela Polícia Federal por corrupção, crime financeiro, lavagem de dinheiro e formação de cartel. A Suíça descobriu US$ 826 mil em uma conta de Zaniboni. Também identificou cinco contas de Venâncio com saldo superior a US$ 1 milhão.

Em fevereiro, ao denunciar 30 executivos de 12 empresas pela formação de cinco cartéis, o promotor de Justiça Marcelo Mendroni sustentou haver "indícios de má-fé no comportamento de agentes da estatal", referindo-se à CPTM.

Decisões. No período entre 2000 e 2005, Marinho aprovou 11 aditamentos para inclusão de 48 unidades de equipamentos de ar condicionado, freios dos truques, alteração do projeto executivo de subestações e reajustamento de preços e a inclusão de mais uma empresa no consórcio. Em todos os julgamentos, ele decidiu "julgar regulares a concorrência internacional, o contrato e os termos aditivos em exame, bem como legais os atos determinativos das despesas".

Em 29 de julho de 2005, Marinho invocou responsabilidade de órgãos técnicos do TCE para votar pela legalidade do aditivo 11 do contrato em que o Ministério Público vê conluio da Alstom com mais 8 empresas. "Diante do que consta dos autos, especialmente dos pronunciamentos favoráveis da auditoria e da Procuradoria da Fazenda, julgo regular o termo de aditamento 11", cravou.

A Alstom, em nota, lamentou "que o alegado conteúdo de investigações sobre supostas condutas ocorridas no passado venham a ser utilizadas de forma reiterada e desproporcional nos dias de hoje com o intuito de prejudicar uma empresa que cumpre absolutamente com todas as suas obrigações". Há duas semanas, Marinho afirmou no plenário do TCE que "jamais recebeu um único tostão, um único dólar da Alstom". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Robson Marinho saia. Peça afastamento, pois está desgastando a imagem do governo. Está desgastando a Assembleia, está desgastando o Tribunal de Contas". Esse apelo foi feito nesta terça-feira pelo deputado estadual e ex-presidente do diretório estadual do PSDB em São Paulo de 2011 a 2013, Pedro Tobias, durante sessão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

É a primeira manifestação de um parlamentar tucano pedindo a saída do ex-chefe da Casa Civil do Governo Covas, também do PSDB, em São Paulo. "Se não podemos condená-lo porque a prova foi conseguida de maneira irregular; então anulem essa prova. Se temos prova de sua culpa; então, nós não podemos protegê-lo", continuou o deputado. Ele afirmou ainda ser amigo de Robson Marinho. "Ele é meu amigo e sei que pode, e espero, amanhã provar sua inocência", disse.

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Tobias mencionou a situação do conselheiro do TCE-SP após tecer várias críticas ao governo federal e afirmar que o governo Dilma não tem contribuído com o Estado de São Paulo. O deputado, que exerce seu quarto mandato, chegou ainda a admitir que o governo Alckmin tem problemas. "Lógico que nosso governo tem problemas, mas nós denunciamos", pontuou.

A iniciativa do deputado ocorreu após as sucessivas derrotas dos recursos de Marinho contra as contra decisões judiciais, tomadas a partir de solicitações do Ministério Público. Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo hoje, documento do Tribunal Federal da Suíça, em Lausanne, encaminhado ao Brasil, liga oficialmente o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Robson Marinho, à offshore Higgins Finance Ltd, titular de conta no Crédit Agricole de Genebra.

Na conta da offshore foram depositados US$ 2,7 milhões entre 1998 e 2005 - desse total, US$ 1,1 milhão estão bloqueados. O Ministério Público informa ter provas de que o dinheiro de Marinho tem origem em propinas no caso Alstom - escândalo no setor de energia do governo Covas.

Marinho está sob suspeita porque teria favorecido a multinacional francesa no projeto Gisel, empreendimento da Eletropaulo, antiga estatal do governo de São Paulo. Segundo o acórdão do Tribunal suíço, Marinho "é suspeito de ter favorecido a conclusão do contrato mediante o recebimento de diversos benefícios". Em São Paulo, a Justiça já havia rechaçado liminar por ele pedida contra o sequestro de valores no exterior e solicitação de remessa de documentos da Suíça. A Justiça também já havia rejeitado liminar contra ação cautelar de exibição de documentos (quebra de sigilo no Brasil).

A Justiça suíça identificou nova conta secreta por onde passaram mais de US$ 2,7 milhões em supostas propinas da Alstom para garantir, em 1998, um contrato da área de energia de São Paulo na gestão Mário Covas (PSDB). Os dados foram divulgados ontem (12) pelo Tribunal Penal Federal da Suíça e a movimentação bancária completa envolvendo esses pagamentos será enviada à Justiça brasileira, que apura o caso.

Na semana passada, a Justiça suíça já havia anunciado a identificação de uma conta secreta de Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, abastecida com depósitos que somaram US$ 950 mil realizados por Sabino Indelicato, suposto pagador de propinas do caso Alstom.

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Ex-chefe da Casa Civil de Covas, o conselheiro teria, segundo a investigação, recebido dinheiro em troca de dar um sinal verde para o contrato da Alstom com a Eletropaulo, antiga estatal de energia. A Suíça revela que a conta do conselheiro chegou a movimentar USR 2,5 milhões, dos quais US$ 1,1 milhão estão bloqueados.

Marinho está sob suspeita do Ministério Público Estadual. Ontem, o deputado Carlos Giannazi, líder do PSOL na Assembleia, pediu sua convocação para depor. Ele aponta para a "injustificada inércia desta Casa Legislativa na tomada de qualquer providência, diante do poder-dever fiscalizador inerente ao Legislativo". O esquema criado pela Alstom, segundo a Suíça, pode ter sido mais amplo. A empresa francesa teria criado companhias de fachada com sede em Genebra e que funcionariam para repassar propinas a agentes públicos brasileiros.

Além de Marinho, os suíços identificaram um segundo brasileiro que "também estaria implicado nos esquemas de corrupção". O nome do suspeito não é revelado nos documentos do Tribunal suíço. "A conta foi creditada entre 1998 e 2005 de um montante total de quase US$ 2,7 mi." O dinheiro, segundo a investigação, foi depositado por uma empresas criada pela Alstom. O titular da conta seria uma pessoa envolvida no esquema de pagamentos de propinas no Brasil. Os suíços constataram uma transferência no mesmo dia, 17 de março de 1998, pela empresa da Alstom a duas pessoas relacionadas com as investigações no Brasil. A conta identificada recebeu US$ 146,4 mil. A empresa depositou exatamente metade desse valor para uma pessoa citada apenas com a letra L e que seria "secretária" de um funcionário público brasileiro.

O advogado Celso Vilardi, que defende Marinho, afirma que as provas do caso Alstom são nulas porque derivadas de uma investigação em Genebra que foi declarada nula pela Justiça suíça. "No Brasil não existe possibilidade de se utilizar esse tipo de documento derivado de provas ilícitas." A Alstom manifestou "veemente repúdio quanto as insinuações de que possui política institucionalizada de pagamentos irregulares para obtenção de contratos".

O Ministério Público de São Paulo não vê riscos à investigação sobre o conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), mesmo se os promotores fizerem uso do acórdão do Tribunal Penal de Belinzzona, na Suíça, para instruir acusação contra o ex-chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB). O documento, de 28 páginas, confirma que Marinho recebeu US$ 953 mil em conta secreta em Genebra.

O valor foi depositado em parcelas pelo empresário Sabino Indelicato, apontado como pagador de propinas do caso Alstom, esquema de corrupção no setor de energia do governo de São Paulo, entre 1998 e 2002, nos governos Covas e Geraldo Alckmin.

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A defesa de Marinho argumenta o próprio Tribunal de Bellinzona admite que as provas do caso Alstom tiveram origem em uma outra investigação na Suíça que foi declarada nula. Os promotores de Justiça consideram que seu grande trunfo para derrubar a tese da defesa.

Nessa etapa do acórdão, a Corte suíça pondera que as solicitações de ajuda legal feitas pelo Brasil foram formuladas no contexto de inquéritos penais visando a repressão de infrações graves, como a corrupção.

"A Suíça deve prestar sua cooperação tanto em virtude da Convenção das Nações Unidas contra a corrupção, que entrou em vigor na Suíça em 24 de outubro de 2009 como a Convenção penal sobre a corrupção, do Conselho da Europa, datada de 27 de janeiro de 1999", assinala o acórdão.

Para os promotores do Ministério Público de São Paulo, a Corte de Bellinzona é categórica ao reconhecer a importância da remessa dos documentos sobre Indelicato e Marinho para o Brasil. "Ocorre que os fatos que são objeto das investigações são graves. Eles têm por base suspeitas de lavagem de dinheiro, como também de uma enorme corrupção duradoura e com ramificações internacionais alcançando vários países, entre eles a França."

O acórdão veio na semana passada. Ele se refere a uma apelação de Indelicato e sua mulher, Luci, que pretendiam impedir que a Suíça enviasse para o Brasil dados sobre sua movimentação financeira. O recurso dos Indelicato foi rechaçado pela Corte de Bellinzana.

Nos próximos dias chegam ao Ministério Público cópias dos extratos bancários das contas de Indelicato e do conselheiro - os promotores aguardam por esses papéis incriminadores desde 2011. Robson Marinho está com um total de US$ 1,1 milhão bloqueado na Suíça.

O criminalista Celso Vilardi, que defende Marinho, já tem sua estratégia definida. Com ampla experiência na defesa de investigados por crimes financeiros, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Vilardi vai pedir à Justiça que liminarmente impeça a investigação da promotoria. "As provas enviadas pela Suíça são ilícitas porque decorrentes do caso Holenweger, declarado nula pelo mesmo Tribunal de Bellinzona", adverte Vilardi, em referência ao banqueiro Oskar Holenweger, que foi alvo das autoridades suíças por delito financeiro.

Segundo Vilardi, a investigação sobre Holenweger, declarada nula pela Suíça por infiltração ilegal de agentes, deu origem ao caso Alstom. "Do acórdão enviado para as autoridades brasileiras consta claramente que todos os documentos do chamado caso Alstom, que supostamente envolvem Robson Marinho, foram originados em investigação anulada pelo tribunal suíço", argumenta Celso Vilardi. Segundo o criminalista, o caso Alstom é incontroversamente derivado da prova nula. "No Brasil não existe possibilidade de se utilizar esse tipo de documento derivado de provas ilícitas."

Vilardi prevê que a ofensiva do Ministério Público contra o ex-braço direito de Covas deverá ter o mesmo destino da Operação Castelo de Areia - emblemática missão da Polícia Federal e da Procuradoria da República que acabou arquivada sob o argumento de que as provas tiveram origem em denúncia anônima. Mas os promotores não acreditam nesse desfecho no caso Robson Marinho. Eles estão reunindo provas de que o conselheiro do TCE paulista foi contemplado com propinas da Alstom para ajudar a multinacional francesa a ganhar o projeto Gisel, empreendimento da Eletropaulo, antiga estatal de energia de São Paulo.

O acórdão do Tribunal de Belinzzona, datado de 28 de fevereiro de 2014, mostra, ainda, que Robson Marinho foi à Copa do Mundo de futebol na França, em 1998, às custas da Alstom - naquele mesmo ano foi assinado o aditivo X do contrato Gisel da Eletropaulo em favor da multinacional. Três anos mais tarde o conselheiro votou pela regularidade de um contrato de extensão da garantia de equipamentos da Alstom.

O Tribunal Penal de Bellinzona, na Suíça, enviou ao Ministério Público de São Paulo um acórdão de 28 páginas no qual relata que o empresário Sabino Indelicato depositou US$ 950 mil na conta do conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Ex-chefe da Casa Civil do governo Mario Covas, Marinho é suspeito de ter recebido propinas ( "vantagens ilícitas", na definição do Ministério Público Paulista) no caso Alstom - esquema de corrupção no setor de energia do governo de São Paulo em 1998.

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A sentença do Tribunal Penal suíço impôs o mais pesado revés ao conselheiro do TCE de São Paulo. Marinho, em nota divulgada em fevereiro, afirmou que jamais cometeu qualquer ato ilícito. Mas a decisão da Corte suíça mostra as relações próximas dele com Indelicato, acusado de ser intermediário da Alstom para pagamentos de propinas a agentes públicos do Brasil e já denunciado criminalmente pela Procuradoria da República em São Paulo no caso Alstom.

O acórdão se refere a decisão da corte suíça que rejeitou recurso de Indelicato - o empresário queria evitar que a Suíça enviasse para o Brasil documentos relativos à sua movimentação bancária naquele país. Indelicato mantém conta na mesma instituição financeira onde Marinho depositou um total de US$ 1,1 milhão. Desse total, segundo os investigadores suíços, US$ 950 mil foram repassados por Indelicato para o conselheiro.

A decisão destaca ainda que em 1998 Marinho foi à França para assistir à Copa do Mundo de futebol às custas da Alstom. O conselheiro, na ocasião, aproveitou para visitar as empresas da multinacional francesa.

O acórdão identifica os investigados por letras. No caso de Marinho, os suíços o identificam pela letra "I". Indelicato e sua mulher, Luci Lopes Indelicato, são identificados pelas letras "A" e "B", respectivamente. Trata-se de um método usual na Suíça para preservar a identidade dos acusados. Mas o acórdão descreve funções e atividades dos investigados que levam à certeza dos promotores e procuradores brasileiros sobre a participação de Marinho.

No caso da letra "I", os suíços destacam no documento " sua qualidade de magistrado junto ao Tribunal de Contas "- referência feita na página 24 do acórdão. O advogado Celso Vilardi, que defende o conselheiro Robson Marinho, não foi localizado.

Para os promotores de Justiça e procuradores da República que investigam o ex-chefe da Casa Civil de Covas, a decisão do Tribunal de Bellinzona é histórica porque abre caminho para todas as investigações de interesse do Brasil sobre atos de improbidade praticados por políticos. Os promotores de Justiça do Ministério Público de São Paulo aguardam agora o envio pela Suíça de todos os extratos bancários da conta que Marinho mantém em Genebra. O conselheiro tem US$ 1,1 mi bloqueados por decisão judicial daquele país. Os documentos bancários saíram da Suíça no último dia 2. A previsão é de que cheguem às mãos dos promotores em cerca de 10 a 15 dias. Os promotores e também procuradores da República que investigam Marinho por enriquecimento ilícito acreditam que ele vai renunciar ao cargo de conselheiro do TCE-SP.

Ao Tribunal de Contas do Estado, promotores dizem que documentos que incriminam conselheiro estão na Justiça.

O Ministério Público Estadual afirmou ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo que o conselheiro Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil no governo Mário Covas (PSDB), recebeu "pagamento de vantagens ilícitas" no caso Alstom - esquema de propinas na área de energia nos anos 1990.

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Por meio do ofício 1243/14, a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital é taxativa ao informar que o conselheiro recebeu valores ilícitos no âmbito do contrato Gisel, empreendimento da antiga Eletropaulo. Dois promotores de Justiça subscrevem o ofício 1243/14, endereçado ao corregedor geral do TCE, conselheiro Dimas Ramalho.

Eles orientam o corregedor a solicitar na Justiça e ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, documentos que incriminam Robson Marinho.

"Informamos que os documentos que mostram o pagamento de vantagens ilícitas a Robson Riedel Marinho se encontram sob segredo de Justiça, mas podem ser solicitados", destacam os promotores Silvio Antonio Marques e José Carlos Blat, responsáveis pela investigação sobre suposto enriquecimento ilícito do conselheiro.

Conselheiro está com US$ 1,1 mi bloqueado na Suíça, mas afirma que não contribuiu com esquema de propina. Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Eles indicam instâncias e autoridades que detêm as provas contra Marinho:

1) Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, juíza da 13ª Vara da Fazenda Pública da Capital de São Paulo, nos autos do processo da ação cautelar de sequestro número 0026976-70.2009.8.26.0053, proposta pelo Ministério Público em face Robson Riedel Marinho e outros.

2) Delegado Ricardo Saadi, da Polícia Federal, diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional - Secretaria Nacional de Justiça, no que concerne às cópias remetidas pelo Office Fedéral de la Justice de Berna (Suíça) e pelo Tribunal de Grande Instance de Paris (França).

Marinho tem US$ 1,1 milhão bloqueados na Suíça. Rastreamento realizado pela Procuradoria de Genebra indica todos os depósitos na conta secreta de Marinho em Genebra. Os extratos bancários revelam a origem dos repasses.

A promotoria não tem mais dúvidas de que o conselheiro recebeu propina no caso Alstom. Ele foi o relator em processo no TCE que, em 2001, abriu caminho para contrato de extensão de garantia de equipamentos em contrato celebrado entre a Alstom e a Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE).

No final de março de 2014, a Promotoria do Patrimônio pediu ao corregedor do TCE que adotasse medidas cabíveis para investigar Marinho. Naquela ocasião, a Promotoria enviou cópia do inquérito civil 204/2008, cujo alvo principal é o conselheiro Marinho.

Os promotores já indicavam ao corregedor que ele poderia solicitar à Justiça os documentos contra Marinho.

No dia 4 de abril, porém, o corregedor do TCE escreveu para os promotores. "Avaliado o conjunto de material probatório que acompanha a petição, consoante levantamento inicial detalhado de todas as citações e referências ao nome do mencionado membro desta Corte nos documentos e provas testemunhais disponibilizados, não se verificam elementos objetivos ou subjetivos que suportem motivação ou conduta que incitem atuação correcional administrativa."

No último dia 28, os promotores Silvio Antonio Marques e José Carlos Blat responderam ao corregedor. Eles reiteram que o corregedor poderá pedir em juízo e ao DRCI os documentos que comprovam que Marinho recebeu "pagamento de valores ilícitos".

Se o corregedor do TCE pedir acesso aos autos da 13ª Vara da Fazenda Pública da Capital não terá oposição do Ministério Público Estadual.

Os promotores Silvio Marques e José Carlos Blat deverão concordar com o pedido de cópia do TCE ou mesmo do Ministério Público de Contas.

Robson Marinho nega categoricamente ter recebido valores ilícitos. "Nunca recebi qualquer valor da Alstom, seja da filial brasileira ou da matriz francesa", declarou, em nota, no mês de março.

Ele afirma que "causa estranheza" a alegação de que recebeu propina em 1998, porque só assinou um documento referente ao projeto Gisel em 2001.

"A cronologia desmente essa suposição", rechaça Robson Marinho. A Alstom rebate as acusações de que tenha uma política sistemática de pagamento de propinas e afirma reiteradamente que "tem implementado, em toda a sua organização, regras estritas de conformidade e ética".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou nesta sexta-feira (28), a intenção de parlamentares governistas de incluir as investigações do caso Alstom numa possível CPI da Petrobras. O tucano classificou a estratégia como "puramente eleitoreira". "Neste momento, o importante para o País é esclarecer o mau manejo da Petrobras, como é que a tal ponto", disse o ex-presidente.

FHC disse que a proposta da CPI é de investigar a questão da Petrobras e afirmou que ela não é contra o governo Dilma. "A CPI não pode se transformar em palco político, tem que ser realmente para investigar o que aconteceu na Petrobras porque é sério, está pondo em risco a maior empresa do Brasil, a credibilidade dela", afirmou, reforçando que é contra a investigação de outros temas nesta comissão. "A CPI tem que ter um fato determinado. O fato determinado está posto lá e é o caso da Petrobrás. Se houve corrupção (no caso Alstom), e pode ter havido, tem que punir quem foi corrupto. Mas não houve até agora nenhuma ligação entre eventuais corrompidos e corruptores com o governo."

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Questionado sobre se ele acreditava que o governo levaria em frente a ameaça de convocar tucanos, FHC não questionou a força do governo, mas afirmou que uma ação assim tem custos. "O governo sempre tem força, agora usa meios que o desgasta. (Por exemplo) Retirar assinatura, é um meio violento, quem vai retirar perde", disse FHC após mediar um debate sobre os 50 anos do Golpe Militar no instituto que leva seu nome, em São Paulo.

O ex-presidente se mostrou otimista sobre a criação da comissão e disse torcer para que ela chegue a resultados "palpáveis". "Eu acredito que (a CPI) vá acontecer e eu espero que a CPI chegue a resultados palpáveis que nos permitam dizer: 'olha, errou aqui, ali, acolá e vamos corrigir'. Porque a Pertobras é importante demais para ser joguete de interesse político".

Documentos enviados pela Suíça ao Brasil revelam que um lobista acusado de pagar propina da Alstom a agentes públicos do Estado de São Paulo firmou contrato com uma subsidiária da multinacional francesa para prestação de consultoria em um projeto de Furnas. Investigadores suíços suspeitam que a empresa também subornou funcionários da empresa federal em 1998.

Romeu Pinto Jr. é um dos 11 réus no processo criminal aberto pela Justiça Federal em São Paulo em janeiro. Ele é acusado de lavar dinheiro da Alstom que serviria para pagar ex-diretores de uma extinta estatal de energia entre 1998 e 2008. Em troca da propina, segundo procuradores, a Alstom conseguiu obter um aditivo de contrato no valor atualizado de R$ 181,3 milhões com a Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE).

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Os documentos suíços mostram que a MCA Uruguay, offshore pertencente a Pinto Jr., assinou em 5 de julho de 1998 um contrato com a Cegelec, subsidiária da Alstom, para consultoria em um projeto que envolvia o fornecimento de um sistema de telecomunicações para Furnas. Quatro dias depois, a Cegelec assinaria um contrato após ter vencido uma licitação da empresa federal de cerca de US$ 13,4 milhões, em valores da época.

Além do contrato, também constam da cooperação jurídica prestada pela Suíça uma série de recibos emitidos pela MCA à Cegelec, assinados por Pinto Jr., em que o lobista solicita o depósito de diversos valores na conta 707440 do banco Audi, em Nova York. Ao todo, são cinco recibos emitidos pelo lobista, num total de US$ 1,2 milhão.

Além dos recibos, os procuradores suíços enviaram as respectivas ordens de transferência bancária emitidas pela Cegelec aos bancos franceses Societé Generale e Credit Agricole. Nelas, a subsidiária da Alstom solicita às instituições financeiras que transfiram para a conta da MCA no banco Audi os mesmos valores indicados por Pinto Jr. nos recibos da consultoria.

Outras ordens de transferência levantadas pela investigação mostram que Pinto Jr. transferiu US$ 222 mil para a conta Long Hill Finance Corp., que por sua vez repassou valores para a conta de Sabino Indelicato, também réu no mesmo processo. Indelicato fez diversas transferências para uma conta na Suíça pertencente ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil no primeiro mandato do governador Mário Covas (PSDB).

Sem serviço

Em depoimento prestado em 2009 ao Ministério Público, Pinto Jr. admitiu que não prestou os serviços pelos quais emitiu recibos à Alstom em nome da offshore MCA Uruguay, de sua propriedade. Ele disse que repassou o dinheiro recebido da multinacional a motoboys indicados por doleiros, não tendo ficado com qualquer quantia.

O advogado de Pinto Jr., contudo, contradisse hoje seu cliente e afirmou que os serviços foram prestados. O próprio lobista afirmou, em outro depoimento, que "não esteve envolvido em qualquer projeto de telecomunicações envolvendo a Cegelec/Alstom e a companhia Furnas".

Pinto Jr. também afirmou que a offshore foi criada por um ex-diretor financeiro da Alstom na França, que também controlava as contas da empresa na Suíça e em Luxemburgo.

A prática de contratação de consultorias fictícias para o pagamento de propina levou a Alstom a ser condenada judicialmente fora do Brasil. Em dezembro, a multinacional anunciou que decidiu abolir a contratação de consultorias para atividades comerciais.

Em 2006, em depoimento na Polícia Federal, um ex-superintendente da Toshiba, José Antonio Talavera, afirmou que a Alstom integrava um "clube da propina" que subornava políticos e dirigentes de empresas do setor elétrico para obter contratos. Outras quatro empresas privadas também participariam do esquema. Entre as estatais, segundo ele, estava Furnas.

Além de investigada por integrar um cartel no setor metroferroviário, a Alstom é suspeita de formar cartel no setor elétrico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há quase seis anos, autoridades brasileiras têm indícios de que parte do suposto esquema de corrupção da Alstom e da Siemens passava por empresas uruguaias, mas nunca fizeram nenhum pedido de cooperação ao país vizinho.

O primeiro documento do inquérito sobre a Siemens da Polícia Federal é uma representação de cinco páginas do então líder do PT na Assembleia de São Paulo, Roberto Felício, em agosto de 2008. Ele relatou ao procurador Rodrigo de Grandis, do Ministério Público Federal, que recebera documentos nos quais se denunciava a prática de atividades ilícitas da Alstom e da Siemens no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

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Tratava-se de dois contratos idênticos feitos pela Siemens com as empresas uruguaias Gantown e Leraway, bem como de cópia da carta anônima enviada ao ombudsman da Siemens na Alemanha - que, como depois se revelou, era de autoria de Everton Rheinheimer, principal delator de corrupção do cartel de trens.

A carta foi dirigida a diversos promotores e procuradores estaduais e federais. Nela, Rheinheimer dizia que, além das empresas brasileiras Procint e Constech, os consultores Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira - este já falecido - usavam as uruguaias Gantown e a Leraway para pagar propina no Brasil.

A reportagem consultou autoridades responsáveis pelo combate à lavagem de dinheiro no Uruguai. Todas afirmaram que a maior parte da cooperação internacional do País é feita com Argentina e Brasil. Todas estranharam que o Brasil nunca tenha pedido cooperação.

"Travas legais como segredos bancários são superadas facilmente com um pedido bem fundamentado. Judicialmente se levanta tudo rapidamente, algumas coisas em questões de horas", afirmou o secretário nacional Antilavagem de Dinheiro do Uruguai, Carlos Díaz.

Questionado, o procurador Rodrigo de Grandis disse que não poderia se manifestar por não ter tido acesso aos autos.

A procuradora Karen Kahn, que esteve à frente do inquérito do caso Siemens até que ele foi enviado em dezembro ao Supremo Tribunal Federal (onde foi desmembrado e retornou ao Ministério Público Federal, ficando a cargo de Rodrigo De Grandis), afirmou que "estava em vias" de pedir essa cooperação, quando o caso foi para o STF.

No fim do ano, ela pediu cooperação à Alemanha e à Inglaterra. O Uruguai "não tem tradição de cooperar com o Brasil", afirmou, mas é "um dos próximos países para a gente cutucar". O promotor Silvio Marques, do Ministério Público, que conduz as investigações do caso Alstom na esfera paulista, não quis se manifestar alegando que o caso está sob sigilo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Três empresas uruguaias contratadas pela Alstom e pela Siemens para dar consultoria sobre projetos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) são de fachada. Investigadores brasileiros e suíços suspeitam que essas empresas foram usadas para pagar propina a agentes públicos das estatais de São Paulo dentro do esquema do cartel.

A Gantown, a Leraway e a GHT Consulting usam como endereço em seus registros oficiais um imóvel comercial de Montevidéu onde funciona um escritório de contabilidade chamado Guyer y Regules. Esse escritório tinha como uma de suas especialidades criar sociedades anônimas, muito usadas para impedir a identificação de seus proprietários. Tal expediente era permitido no Uruguai até 2013.

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A Polícia Federal e os órgãos de registro de São Paulo nunca conseguiram encontrar dados sobre essas empresas no Brasil ou suas atividades no País, apesar das tentativas.

A prática de contratação de consultorias fictícias para o pagamento de propina levou as duas multinacionais a serem condenadas judicialmente fora do Brasil. A Siemens foi condenada na Alemanha e nos Estados Unidos; e a Alstom, na Suíça.

O escritório que sedia as três empresas uruguaias não dispõe de expertise para prestação de serviços de consultoria na área de transportes. O Uruguai não tem tradição na área metroferroviária. Não tem metrô e dispõe de apenas uma linha de trens de passageiros que conta com cinco carros e transporta somente cerca de 1.200 pessoas por dia.

As três empresas nem sequer estão registradas como consultorias no país vizinho, mas como "assessoramento de investimentos financeiros".

A reportagem foi até o prédio onde fica o escritório de contabilidade, mas um funcionário informou não ter autorização para permitir a entrada.

O promotor criminal uruguaio Juan Gomez disse que só poderia iniciar uma investigação sobre as empresas com um pedido de cooperação judicial do Brasil, o que nunca foi feito desde o início dos inquéritos sobre a Alstom e a Siemens.

Contratos

Segundo o Ministério Público suíço, a Alstom firmou, em 1999, contratos com a Gantown e a GHT Consulting. O objetivo era a prestação de consultoria para fornecer 129 composições à CPTM. A promotoria suíça sustenta que as empresas eram "destinatárias do pagamento de comissões efetuadas por companhias da Alstom no âmbito dos projetos da CPTM".

Já a Siemens assinou dois contratos idênticos, um com a Gantown e outro com a Leraway, no mesmo dia de abril de 2000, para consultoria relativa à implantação da Linha 5 (Lilás) do Metrô - o maior dos seis contratos que a Siemens denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica por formação de cartel.

Nem a Siemens nem a Alstom concordaram em revelar ao Estado quais os relatórios produzidos pelos consultores. Também não informaram com quem trataram nas empresas uruguaias. A Siemens também não esclareceu por que fez contratos idênticos, assinados no mesmo dia de abril de 2000, com duas das sociedades anônimas para o mesmo projeto do Metrô.

Delator

Em colaboração premiada feita na Polícia Federal, o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer disse que os fornecedores de equipamentos da Linha 5 pagaram de propina 9% do total do contrato de R$ 945 milhões, em valores atualizados.

A Gantown, a Leraway e a GHT fazem parte de uma lista de empresas que o Ministério Público da Suíça e Rheinheimer atribuem aos consultores Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira. Sérgio morreu em 2011. Arthur é hoje um dos indiciados pela Polícia Federal no inquérito do cartel, suspeito de intermediar as propinas. Segundo os investigadores suíços, o dinheiro transitava entre contas das empresas e de seus donos no Uruguai, na Suíça e na Inglaterra e depois era transferido por doleiros para destinos desconhecidos.

O doleiro Marco Antonio Cursini disse à PF que fez operações de dólar cabo para o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, que recebeu na Suíça valores de Arthur Teixeira. Cursini trouxe os valores para o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal denunciou, na sexta-feira (31), à Justiça doze investigados por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relativos a um aditivo de contrato firmado em 1998 pela multinacional francesa Alstom com uma companhia de energia do governo de São Paulo. Entre os denunciados estão dois ex-diretores de estatais paulistas. Segundo a denúncia, o pagamento de propina a funcionários públicos do Estado ocorreu entre 1998 e 2003. O período compreende as gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.

É a primeira denúncia de caráter criminal envolvendo uma empresa do cartel dos setores de energia e metroferroviário, por práticas que são investigadas, no Brasil, desde 2008. A Alston também é alvo de outro inquérito sobre irregularidades na venda de equipamentos e serviços para o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

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Segundo a Procuradoria da República, os crimes foram praticados quando da assinatura do décimo aditivo do contrato Gisel (Grupo Industrial para o Sistema da Eletropaulo), assinado pela Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE) com a Alstom e outras três empresas por R$ 181,3 milhões, em valores atualizados.

O aditivo se referia ao fornecimento de equipamento para construção e ampliação de três estações de transmissão de energia e compra de equipamentos que serviriam para a expansão do Metrô paulista. O valor da propina pago pelo esquema para que não houvesse licitação, segundo a Procuradoria, foi de R$ 23,3 milhões, em valores corrigidos pelo IGP-M. O vereador Andrea Matarazzo (PSDB), que chegou a ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, não foi denunciado. "Forçoso reconhecer a inexistência, pelo menos por ora, de elementos de prova suficientes para a propositura da ação penal pública", avaliou a Procuradoria que, no entanto, requereu abertura de inquérito policial autônomo para investigar a conduta do tucano.

A denúncia mira principalmente dois novos personagens do Caso Alstom, acusados por corrupção passiva: o ex-presidente da EPTE José Sidnei Colombo Martini - hoje professor da Escola Politécnica da USP e prefeito da Cidade Universitária - e Celso Sebastião Cerchiari, diretor de operações da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, concessionária privada de energia que incorporou a EPTE em 2001. Cerchiari e Martini foram investigados pela Polícia Federal, mas não indiciados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O corregedor nacional do Ministério Público, Alessandro Tramujas, decidiu apurar se o promotor de Justiça de São Paulo Silvio Marques cometeu alguma irregularidade ao atuar em investigações sobre o caso Alstom.

Tramujas resolveu instaurar uma reclamação disciplinar para verificar se houve algum desvio de conduta do promotor. De acordo com informações do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), não existe um fato específico a ser apurado. O que será investigada é a tramitação do caso no Ministério Público de São Paulo para verificar se ocorreu da forma correta e se os prazos foram cumpridos.

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Procurado pela reportagem, Silvio Marques mostrou-se surpreso com a abertura do procedimento. Ele afirmou que as investigações "estão absolutamente em dia". "Vou aguardar para ver qual é a reclamação", disse o promotor. Silvio Marques contou que durante as investigações do caso Alstom ações foram propostas, inclusive com pedidos de bloqueio de bens.

Tramujas tomou a decisão de instaurar a reclamação contra Silvio Marques após ter recebido uma representação dos deputados estaduais petistas Luiz Claudio Marcolino e Antonio Mentor. Silvio Marques disse que os parlamentares pediram que o Ministério Público liberasse informações para eles. Mas afirmou que os dados não foram fornecidos porque envolviam documentos sigilosos.

Na semana passada, a Corregedoria já havia aberto um procedimento similar para investigar o procurador da República Rodrigo de Grandis, suspeito de ser responsável por atraso em apurações sobre o caso Alstom.

A demora do Ministério Público Federal em fornecer informações para autoridades suíças sobre suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção levou ao arquivamento das investigações por falta de cooperação dos procuradores brasileiros.

No entanto, na semana passada, o Ministério Público Federal anunciou que serão realizadas nos próximos dias as diligências solicitadas pelos suíços.

Na ocasião, a Procuradoria Geral da República divulgou informação segundo a qual o pedido de colaboração foi renovado após uma negociação conduzida pela Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal.

O Ministério Público Federal deve encaminhar nesta segunda-feira, 4, para a Suíça a primeira leva de documentos após o país europeu repetir, na semana passada, um pedido de ajuda na investigação do caso Alstom, empresa suspeita de integrar um esquema de cartel e pagamento de propinas para a obtenção de contratos metroferroviários no governo paulista. Os brasileiros também vão pedir detalhes dos dados já apurados pelos colegas suíços.

Os procuradores suíços haviam congelado as investigações por falta de colaboração das autoridades brasileiras. Um dos pedidos de colaboração, enviado em 2011, ficou parado aqui por quase três anos. O procurador então responsável pelo caso, Rodrigo de Grandis, alegou ter arquivado o pedido numa pasta errada, motivo pelo qual ele não teria sido atendido a tempo.

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A retomada das investigações dos suíços, com o novo pedido de colaboração, deve dar impulso ao caso. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se comprometeu a fornecer ajuda prontamente, o que motivou o envio da primeira leva de documentos agora. A meta é apurar contratos das empresas suspeitas de integrar o cartel entre 1999 e 2009, nas gestões dos governadores tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

Celeridade

Ao renovar o pedido de colaboração com o Brasil no caso Alstom, os procuradores suíços demonstraram extraoficialmente preocupação com outras suspeitas de corrupção envolvendo brasileiros que teriam enviado dinheiro para contas do país, um paraíso fiscal cravado no meio da Europa.

O esquema do Propinoduto, que envolveu subornos de fiscais de renda do Rio, é um deles. O dinheiro bloqueado pelos suíços ameaça ser devolvidos para os já condenados, por conta da lentidão da Justiça brasileira em concluir definitivamente o caso. Há ainda pendências sobre o dinheiro da família do ex-prefeito paulistano e hoje deputado Paulo Maluf, sobre o qual pesa a acusação de desvios públicos. O risco é de que o bloqueio, que já dura mais de dez anos, seja cancelado por falta de uma sentença definitiva no Brasil e que os filhos de Maluf voltem a ter acesso ao dinheiro.

Questionada pelo Grupo Estado, a assessoria de imprensa do Ministério Público suíço informou que não se pronunciaria nem sobre o caso Alstom nem sobre os outros que envolvem cooperação com o Brasil.

O caso Alstom, além de ser alvo dos suíços, também é investigado no Brasil desde 2008. As relações da empresa com os governos tucanos já renderam o indiciamento de 11 pessoas, entre elas o vereador Andrea Matarazzo, que foi secretário de Energia de São Paulo - ele nega o envolvimento em pagamentos de propina pela multinacional.

Reforço

As suspeitas sobre a ação de um cartel no governo paulista foram reforçadas em maio deste ano, quando outra multinacional que atua no setor metroferroviário fechou um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do governo federal que regula a concorrência no Brasil. Ex-diretores da empresa admitiram a existência de acertos para a obtenção dos contratos com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e com o Metrô. Foi apontado ainda conluio no Distrito Federal. Mas não houve, segundo o atual presidente da multinacional no Brasil, Paulo Stark, menção a propina envolvendo a Siemens ou as outras empresas citadas, entre elas a Alstom.

Os investigadores suíços, porém, já identificaram pagamentos ao ex-chefe de manutenção da CPTM João Roberto Zaniboni. Os procuradores suspeitam de que a Alstom tenha pago US$ 836 mil em propinas numa conta em Zurique a fim de obter um contrato com a estatal paulista.

A investigação revela que o executivo, que atuou nos governo dos tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin, assinou aditamentos a contratos com a multinacional que somaram R$ 11,4 milhões. Junto com os documentos solicitados pelo país europeu, o Ministério Público Federal brasileiro pediu mais detalhes sobre o que há nas mãos dos investigadores suíços. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal deverá realizar nos próximos dias diligências solicitadas por autoridades suíças como parte da apuração de suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção ativa de agentes públicos que teriam sido praticadas pela empresa Alstom. A providência será tomada após as autoridades da Suíça terem arquivado investigações por falta de cooperação dos procuradores brasileiros.

O procurador da República Rodrigo de Grandis, que era o responsável pelas apurações, afirmou na semana passada que houve uma falha administrativa. O pedido da Suíça, feito em 2011, teria sido arquivado numa pasta errada. Nesta sexta-feira, 01, a Procuradoria Geral da República anunciou que o pedido de colaboração foi renovado nesta semana após uma negociação conduzida pela Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal.

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De acordo com a Procuradoria, a Secretaria de Cooperação Internacional apresentou na quinta-feira, 31, um relatório preliminar sobre a demora no cumprimento das diligências. No documento, há menção a uma suposta outra falha, do Ministério da Justiça. O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do ministério teria enviado o pedido diretamente para a Procuradoria da República em São Paulo. Segundo o relatório, o correto teria sido encaminhar a solicitação para a Procuradoria Geral da República, em Brasília.

"Conforme o relatório, teria havido falha no envio direto do pedido, pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça (DRCI), à Procuradoria da República em São Paulo. A Corregedoria do MPF irá apurar se teria havido falha no não encaminhamento das providências solicitadas", afirmou a Procuradoria em nota divulgada ontem. A reportagem procurou o Ministério da Justiça por meio da assessoria de imprensa do órgão, mas até a noite desta sexta não recebeu nenhuma resposta.

Investigado por causa da demora, o procurador Rodrigo de Grandis não deverá participar das diligências que serão feitas agora pelo Ministério Público Federal em São Paulo. De acordo com a Procuradoria, ele está desde o mês passado em licença para estudos. O procurador deverá voltar a atuar em dezembro.

Ainda neste mês a Procuradoria pretende editar uma portaria para regulamentar a tramitação de pedidos de cooperação internacional. Também será providenciado um inventário sobre todos os pedidos de cooperação existentes.

Conforme informações da Procuradoria, o Ministério Público Federal em São Paulo tem atualmente duas investigações envolvendo a Alstom. A primeira apura a suposta fraude em licitação e pagamento de propina pela empresa relacionada a obras de expansão do metrô. O pedido de cooperação da Suíça foi feito nesse caso. A outra investigação apura suspeita de corrupção internacional, lavagem de dinheiro e evasão de divisas decorrente da obtenção de crédito junto a um banco francês pela empresa estatal paulista IPTE em contrato firmado com consórcio liderado pela Alstom.

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