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A pior seca dos últimos 40 anos. Assim está sendo considerada a estiagem que afeta várias cidades da Região Nordeste do Brasil. O povo que vive e trabalha com plantação têm mais dificuldade com a falta de água, além das criações de animais que acabam sem poder ter comida saudável e ainda sofrem com a sede. Ainda por cima, nas comunidades rurais afetadas, há inúmeros estudantes que têm que conviver com a dificuldade da seca e ainda precisam estudar para garantirem um futuro melhor.
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Apesar da estiagem, de acordo com a Secretaria de Educação de Pernambuco (SE), a grande maioria das escolas situadas nos municípios atingidos pela falta de chuva não tiveram suas aulas prejudicadas. “A seca não está interferindo diretamente no andamento das aulas nas escolas estaduais dos municípios atingidos pelo problema. Em alguns municípios (Bezerros, Pombos, Santa Cruz do Capibaribe, Ouricuri, Betânia, Venturosa, Araripina, Vitória de Santo Antão e Glória do Goitá) as escolas tomaram providências paliativas, como dispensar os alunos mais cedo, quando há falta de água. Entretanto não há frequência dessa prática. A Secretaria de Educação, através da Secretaria Executiva de Gestão da Rede, também informa que já está sendo feito um levantamento, juntamente com os gestores das Gerências Regionais de Educação, para definição de orçamento de carros-pipa, que abastecerão as unidades educacionais para que o aprendizado dos estudantes não seja prejudicado”. Essa foi a informação passada pela assessoria de comunicação da secretaria à reportagem do Portal LeiaJá.
Na Escola Estadual Manoel Gomes, no centro do município pernambucano de Pombos – cidade que sofre com a estiagem – localizado a aproximadamente 60 quilômetros do Recife, em alguns dias, os alunos tiveram que ser dispensados das aulas. De acordo com a diretora da escola, Zélia Maria de Ataíde, houve momentos em que nem a merenda pode ser feita. “Tivemos dias que não conseguimos fazer a merenda e tivemos de liberar os alunos”, comenta.
Mas, de fato, as aulas ocorreram sem tantos problemas. A escola recebeu ajuda de órgãos públicos por meio de carros-pipas para que o local fosse abastecido. Porém, quando a diretora conversava com os alunos, ouve muitas reclamações e lamentações por causa da estiagem. “Nós temos cerca de 1.500 alunos na escola e mais da metade mora em áreas rurais. São pessoas que trabalham o dia todo com a lavora e criação de bichos e estão passando dificuldades. Eles são muito sofridos e é bastante difícil para eles estudar e trabalhar ao mesmo tempo”, relata Zélia. A diretora revela que esses estudantes recebem um acompanhamento especial, tendo em vista que eles chegam para assistir aula cansados por consequência do trabalho duro no campo. “Os professores são mais atenciosos e trabalham os assuntos com mais leveza”, comenta.
Vontade e superação
Ainda de madrugada, com o céu quase que escuro, o jovem Evaldo Manoel Tavares Júnior, de 17 anos, sai do sítio da sua família, localizado na zona rural de Pombos, para estudar no centro da cidade. Ele tem que conciliar o terceiro ano do ensino médio, com o trabalho no campo, entre lidar com animais, plantação de abacaxi, milho, feijão, entre outras atividades.
Por causa da seca, a produção de alimento na terra da sua família está extremamente prejudicada. “A situação aqui é ruim. Nossa plantação está mal e os bois do meu pai estão magros. Apesar dos problemas, Evaldo Júnior não larga dos estudos e nunca deixou de assistir as aulas na Escola Estadual Manoel Gomes. “Em primeiro lugar estão os meus estudos, porque eu quero ser alguém na vida”, diz o jovem entusiasmdado.
O seu pai, de mesmo nome, Evaldo Manoel Tavares, 44, tem o filho como um orgulho, que apesar da vida pobre e aguerrida, se esforça para estudar. “O esforço dele é muito grande. Acordar cedo e percorrer uma distância enorme para estudar é um orgulho. Eu não tive como estudar, pois nunca consegui, e pra mim é maravilhoso ver meu filho assim”, comenta o pai.
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