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A comunidade ribeirinha que vive às margens do Rio São Francisco em Sergipe e em Alagoas está em alerta. Isso porque o volume de água das comportas de usinas hidroelétricas da região vai aumentar a vazão gradativamente até a próxima semana, quando deve atingir 4 mil metros cúbicos por segundo (m³/s) – cerca de oito vezes a medida considerada normal.

O alerta foi emitido pelos governos dos dois estados, por causa das chuvas acima da média nas últimas semanas na Região Sudeste, que aumentaram os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas de Três Marias e Sobradinho, no estado de Minas Gerais. Isso provocou a cheia na bacia do Rio São Francisco. Sobradinho, inclusive, está próxima de atingir a capacidade máxima de acumulação para o período.

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A população de mais de 20 municípios sergipanos e alagoanos deve desocupar as casas que ficam em áreas ribeirinhas da calha principal do rio. As criações de animais também devem ser transferidas para locais seguros.

Equipes estaduais de Defesa Civil participam da remoção de famílias e seguem vistoriando o curso do rio São Francisco, dando suporte para as Prefeituras.

De acordo com o Superintendente da Defesa Civil de Sergipe, Luciano Santos Queiroz, o cenário deve repetir a mesma situação já registrada no ano passado, quando o comércio, turismo e bares instalados nos leitos do rio foram os mais afetados.

"Diante dessa situação e do espelho do que ocorreu no ano passado, esses bares foram informados de novo sobre essa situação e eles agora entendem e compreendem que seu comércio será atingido e vão fazer, preventivamente, a retirada do material para não haver dano."

Nessa quarta-feira (11), a Defesa Civil Nacional já havia reconhecido a situação de emergência em 45 municípios baianos, atingidos pelas fortes chuvas desde o mês passado.

Consideradas uma das sete maravilhas da natureza, as Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, também são famosas por terem o título de o maior conjunto de quedas d'água do mundo. O grande volume de chuva que atingiu a região nos últimos dias assustou, mas ao mesmo tempo proporcionou imagens deslumbrantes das paisagens locais. Nesta quarta-feira (12), a vazão de água bateu novo recorde do ano e chegou a 13,7 milhões de litros por segundo. De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), que faz o monitoramento, o fluxo considerado normal é de 1,5 milhão de litros de água por segundo.

Conforme a MetSul, esta é considerada a segunda maior vazão das quedas desde o início da medição feita pela companhia de energia. Em junho deste ano, o fluxo havia alcançado 10,4 milhões de litros por segundo.

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Em razão do grande volume de água e por razões de segurança, as passarelas das Cataratas do Iguaçu próximas às quedas d'água - do lado argentino e do lado brasileiro - foram interditadas ainda durante a quarta-feira.

Na noite de terça-feira (11), a Copel já havia anunciado estado de emergência na Central Geradora Hidrelétrica Chopim I, instalada no Rio Chopim, entre os municípios de Itapejara d'Oeste e Coronel Vivida, na região sudoeste do Paraná.

"As fortes chuvas que atingiram a região elevaram o nível do rio acima da capacidade máxima do reservatório. Equipes da Copel e da Defesa Civil orientam moradores a deixarem, preventivamente, locais próximos ao rio abaixo da barragem de Chopim I, pelo risco de inundação", informou a Copel.

Fortes chuvas atingem o Paraná

Desde segunda-feira, 10, a Defesa Civil alerta sobre a possibilidade de chuvas intensas, principalmente no oeste e sudoeste do Estado. Conforme último balanço divulgado, até a tarde de quarta-feira, ao menos 24 municípios foram atingidos por eventos severos que incluíram enxurradas e alagamentos.

As cidades mais afetadas são: Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Vitorino, São Miguel do Iguaçu, Santa Izabel do Oeste e Pato Branco.

Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), há regiões em que as chuvas de outubro já ultrapassaram a média histórica do mês. Em Francisco Beltrão, já são 287,6 mm em 11 dias, frente a uma média de 229 mm, e em Pato Branco as precipitações atingiram 263,2 mm (média de 233 mm).

De acordo com o governo do Paraná, até o momento, 4.423 pessoas foram diretamente afetadas pelas chuvas. Há 389 casas danificadas (ao longo do dia algumas foram reparadas), 161 desabrigados, 1.261 desalojados e duas crianças seguem desaparecidas em Pato Branco (as buscas estão em andamento). Até a publicação desta matéria não havia registro de mortos ou feridos.

As fortes chuvas também provocam desabastecimento de água em pelo menos 28 bairros, e mais de 30 mil domicílios ficaram sem luz.

Depois de mudar o curso das águas do Rio Xingu para privilegiar a geração de energia, a Hidrelétrica de Belo Monte, em operação no Pará, será obrigada a liberar um volume maior da água que hoje retém em seu reservatório. A medida pretende atenuar as condições drásticas de vida que passaram a ser a rotina de um trecho de 130 quilômetros de extensão do rio, conhecido como a Volta Grande do Xingu.

As novas regras de vazão de água serão impostas pelo Ibama, responsável pelo licenciamento ambiental de Belo Monte, que é a maior hidrelétrica nacional. O Estadão apurou que a diretoria do Ibama já decidiu sobre a necessidade de revisar as regras que deverão ser acatadas pela Norte Energia, concessionária que opera Belo Monte.

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Em novembro de 2015, a Norte Energia fechou a barragem principal da usina, desviando uma média de até 80% da água para um canal artificial de mais de 20 quilômetros, onde foram instaladas as grandes turbinas da hidrelétrica. Com esse desvio, um trajeto de 130 km, que há milhares de anos convivia com um regime natural de seca e cheia, passou a ser submetido a um regime reduzido e constante de água, o que tem acabado com dezenas de espécies de peixes, tartarugas e frutos, além de comprometer a subsistência de milhares de famílias espalhadas em 25 vilas do trajeto do rio, entre indígenas e não indígenas.

O controle sobre a quantidade de água que passa ou não pela barragem é feito pela Norte Energia, por meio de um "hidrograma de consenso" que prevê os volumes que devem ser liberados. Ocorre que esse documento técnico foi elaborado pela própria empresa, quando do seu licenciamento, em 2009. À época, relatórios do Ibama já chamavam a atenção para o fato de que os volumes previstos no hidrograma trariam riscos à região. Esses pareceres, porém, foram ignorados e o empreendimento recebeu autorização para ser construído.

Testes. Hoje, dez anos após a licença que autoriza as obras de Belo Monte, a situação se confirma. A Norte Energia alega que o trecho ainda passa por uma fase de "testes" e que isso deve ser analisado pelo prazo de seis anos, como previsto no edital da usina. O mesmo edital prevê, porém, que o Ibama pode alterar as regras de vazão do rio, conforme identifique situações que julgue necessárias.

Uma nota informativa do Ibama de 5 de outubro, a qual a reportagem teve acesso, menciona a conclusão de especialistas sobre o assunto, para afirmar que "a sobrevivência e a manutenção de todo o ecossistema da Volta Grande e dos modos de vida de comunidades não podem ser objeto de testes quando são contundentes e claras as evidências e indicativos de impactos graves e irreversíveis que já ocorrem e estão em curso".

O pulso da inundação natural do Rio Xingu garantia a passagem de 20 mil a 25 mil metros cúbicos de água por segundo nos meses de cheia, de dezembro a junho. Com a construção da usina, a empresa adotou duas regras: liberar 4 mil m³ por segundo em um ano e 8 mil m³ no ano seguinte. Esse regime artificial, porém, acabou por comprometer completamente a vida no trecho bloqueado do rio.

Impraticável. Ao analisar os resultados, a equipe técnica do Ibama concluiu que o cenário com 4 mil m³/s "é impraticável". Sobre o cenário com 8 mil m³, declarou que os dados "são insuficientes para garantir que não haverá piora drástica nas condições ambientais e de modo de vida na Volta Grande do Xingu".

Em sua nota técnica, que foi referendada pelo presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, o órgão afirma que, "desde o início dos estudos, não havia certeza de qual seria a vazão suficiente para prevenir ou mitigar os impactos" e que a Norte Energia propôs seu "hidrograma de consenso" como medida de mitigação.

Neste segundo semestre, o Ibama apresentou um "hidrograma provisório" para a operação de Belo Monte. A Norte Energia, porém, entrou com ação contra essa decisão, sob alegação de que o órgão mudava as regras do licenciamento no meio do processo e que agia assim por "pressão" do Ministério Público Federal. O caso foi parar no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1).

Na semana passada, a Justiça Federal negou o pedido da concessionária contra o Ibama. "Foi devidamente justificada a alteração do referido hidrograma, diante de fatos e dados, bem como da incidência dos princípios da precaução e da prevenção", afirmou o TFR1. "A conclusão a que se chega é que o órgão ambiental não ultrapassou quaisquer dos seus limites administrativos no tocante à sua competência para realizar, justificadamente, alterações."

Estiagem. Por meio de nota, a Norte Energia culpou a estiagem pela situação. "A vazão natural do Rio Xingu que chega ao reservatório da UHE (usina hidrelétrica) Belo Monte está abaixo dos padrões já observados em outros períodos de estiagem, sendo uma das cinco menores vazões já registradas desde 1968, quando foram iniciados os acompanhamentos de vazões", declarou.

Sobre a decisão do TRF1, declarou que o assunto "está em análise". A respeito da decisão do Ibama de determinar um novo regime de vazão para o Rio Xingu, declarou apenas que não foi comunicada.

Pressão. No ano passado, após uma vistoria local realizada por diversos órgãos públicos e especialistas, foi novamente comprovado que "não está demonstrada a garantia da reprodução da vida, com riscos aos ecossistemas e à sobrevivência das populações residentes", por causa da pouca água no trecho. "A pressão política para que fosse emitida a licença no menor prazo possível foi um dos motivos para que se exonerasse do cargo a então ministra do Meio Ambiente Marina Silva, ainda em 2008", afirma o Ministério Público Federal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sistema Cantareira recebeu somente nos dois últimos dias uma quantidade de água superior à que entrou nos reservatórios durante todo o mês de janeiro de 2015, o mais seco da história, quando o manancial chegou a ter apenas 5% do volume morto.

Foram 36,4 bilhões de litros em apenas 48 horas, 18% a mais do que nos 31 dias de janeiro de 2015. Para efeito comparativo, a vazão de entrada de água no Cantareira no domingo, 17, era de 193 mil litros por segundo. Há exatamente um ano, eram 5,1 mil l/s.

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A vazão recorde no sistema desde o início da crise ocorreu no sábado, 16. Foram 228,7 mil l/s, índice semelhante ao que entrou no manancial em janeiro de 2010 e 2011, quando o Cantareira chegou perto de 100% da capacidade e a Sabesp abriu as comportas das barragens, inundando cidades do interior.

Com as vazões recordes, a Represa Jaguari-Jacareí, que representa 80% do sistema, saiu no domingo, do volume morto. Foi nela que a Sabesp iniciou a captação da reserva profunda em maio de 2014. Considerando o estoque de todas as represas, o volume morto foi recuperado em 30 de dezembro. Desde então, o nível já subiu 8,7 pontos, chegando a 9,4%.

No domingo, os bombeiros resgataram os corpos de dois homens que foram arrastados pelas enchentes em Pederneiras e Votuporanga, no interior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Águas (ANA) decidiu prorrogar até o fim de novembro a vazão de água do reservatório de Sobradinho, na Bahia, atualmente em 900 metros cúbicos por segundo (m3/s). Não está afastada, porém, a possibilidade de o segundo maior reservatório do País ter sua liberação de água reduzida para inéditos 800 metros cúbicos, dada a situação crítica de Sobradinho.

Dados de segunda-feira (26), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que Sobradinho está com apenas 4% da capacidade de água que pode armazenar, índice nunca atingido desde 1979, quando sua barragem foi fechada.

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A liberação de 900 metros cúbicos por segundo já é considerada uma condição extrema, se levado em conta que, em situação regular, os órgãos ambientais permitem que a vazão mínima do lago artificial seja de 1,3 mil metros cúbicos por segundo. Os dados apontam que esta é a pior crise da Bacia do São Francisco - que abastece 97% da região Nordeste - nos 84 anos da série histórica.

"As entidades federais e estaduais envolvidas e os representantes dos setores usuários da bacia receberam um sinal para se preparem, pois, dependendo das condições hidrológicas futuras, a vazão mínima permitida poderá ser reduzida ainda mais. Uma nova reunião de avaliação será feita em novembro", declarou a ANA, em nota.

Na reunião, ficou decidido ainda que a vazão do reservatório de Três Marias, que fica acima de Sobradinho, localizado nas cabeceiras do Rio São Francisco, continuará em 500 m3/s até o final de novembro, com o propósito de aliviar a situação de Sobradinho.

"Três Marias é uma das reservas estratégicas para a segurança hídrica da bacia, que pode ser fundamental caso o próximo período úmido seja abaixo da média, semelhante ao que vem sendo observado nos últimos anos na região", informou a ANA.

Desde abril de 2013, a operação dos reservatórios da Bacia do São Francisco vem sendo feita de forma especial e com acompanhamento periódico. A operação evitou que esses reservatórios atingissem o nível mínimo operacional ainda em 2014, segundo a ANA. Atualmente o volume total da bacia do Rio São Francisco é de 8,69% do seu volume útil.

Com o volume de 12 mil litros de água por segundo, o Rio Piracicaba registrou na manhã desta segunda-feira (10) a menor vazão deste ano. De acordo com a medição da Rede Telemétrica do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), na área central de Piracicaba passavam o equivalente a apenas 22% da média para o período, que é de mais de 54 mil litros.

O nível de água estava em apenas 85 centímetros, altura que fez pedras reaparecerem em vários pontos do leito do rio. Para o mês de agosto o Piracicaba deveria estar com mais de 1,40 metro de profundidade. A situação preocupa porque a época considerada de seca está apenas começando.

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A meteorologia também não está otimista com o futuro e a previsão de chuvas para a região não é boa. De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a chance chover na região até o início da próxima semana é de apenas 5%.

Importância

O Rio Piracicaba é considerado de grande importância para o Estado e está ligado ao Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo.

No final da tarde, a vazão melhorou um pouco, chegando a 13,2 mil litros de água por segundo no trecho urbano de Piracicaba, com o nível do rio indo a 88 centímetros de profundidade.

Na manhã desta terça-feira (28), uma roda de discussão na sede da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília, definiu o início dos testes para redução da vazão defluente das usinas hidrelétricas de Sobradinho e Xingó, ambas localizadas na bacia do rio São Francisco. A decisão foi um consenso entre a agência reguladora e representantes do setor elétrico. Atualmente, as UHEs operam com vazões entre 1000m3/s e 1.100m3/s. A partir do prazo estabelecido, passarão a ter 900m3/s.

Em tempos de escassez, a medida de reduções visa preservar os estoques hídricos dos principais reservatórios, importantes na regularização das águas do Velho Chico. Hoje, a barragem de Sobradinho possui um volume útil de 21,91% da sua capacidade de armazenamento de água. Entre janeiro e abril de 2015, este armazenamento foi considerado por especialistas do setor como o pior da história. 

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Os testes serão feitos de maneira progressiva em três etapas, com reduções integrais, para 1000m3/s, 950m3/s, 900m3/s. O início será dentre 15 a 20 dias por parte da operadora dos reservatórios, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco - Chesf. Antes deste prazo, a empresa deverá atender às condicionantes determinadas na licença concedida pelo Ibama. Por exemplo, a elaboração de um plano de contingência envolvendo todos os usuários da bacia.

Além disso, o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, destacou que os teste só serão realizados após resolver o recente problema de aparecimento de micro-alga no lago de Xingó, entre os estados de Alagoas e Sergipe, e que vem dificultando o abastecimento da população ribeirinha.

Durante a reunião, ficou aprovado também o aumento dos atuais 80m3/s para 200m3/s da vazão defluente da UHE Três Marias, situada em território mineiro. A medida tem início já no próximo dia 1 de maio.

Uma nova reunião para avaliar os resultados do teste já está marcada na sede do órgão federal para o mês de maio. Nela, será aprovada ou não a vazão definitiva de 900m3/s.

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Uma mancha escura no leito do Rio São Francisco, na altura do estado de Alagoas, causou a suspensão da captação de água na região. Para discutir o assunto, uma reunião foi realizada na última terça-feira (14), articulada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, com a participação de diversos órgãos ligados à questão ambiental. Foram discutidas estratégias que venham dissipar o dano que é visível entre os municípios de Delmiro Gouveia e Olho d’Água do Casado. Ao final, ficou decidido aumentar a vazão do rio.

O secretário do Comitê, Maciel Oliveira, explicou qual a maior preocupação em relação à questão. “Estamos preocupados com o abastecimento humano. Então, vamos formalizar junto à ANA e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico [ONS] essa alternativa para captar água. Não há outro ponto que possa garantir o fornecimento da água para a população”, explicou. 

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A solicitação de aumento da vazão se baseia nos chamados ensaios, ou seja, estudos realizados pela  Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal) e que apontam ser essa a solução mais viável para retirar a mancha identificada no leito do rio. Mas ainda não é possível estimar qual o nível mínimo adequado para garantir a dissipação da mancha. Essa definição depende do resultado da análise das amostras, que está sendo feita pelo IMA/AL, Casal, Chesf e Ibama.

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Durante a reunião, o presidente da Casal, Clécio Falcão, externou sua indignação com a falta de comunicação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) antes da abertura da comporta do reservatório Apolônio Sales, em Paulo Afonso (BA). “O rio São Francisco vem sofrendo gravemente com essa redução da defluência. A Casal está com o sistema de captação parado na região, devido a má qualidade da água. É lamentável a atitude da Chesf, que fez essa operação sem uma comunicação prévia”, disse Falcão.

Apesar da acusação, Maciel Oliveira ressaltou que ainda não é possível afirmar, com absoluta certeza, a culpabilidade da Chesf no grave incidente. A representante da empresa, Patrícia Maia e Silva disse que a Chesf só irá se posicionar oficialmente após o resultado da análise das amostras de água.

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Alagoas (MP/AL) anunciaram que tomaram medidas fiscalizatórias para o caso. O órgão federal abriu procedimento para investigar de quem é a culpa pelo problema, enquanto o MP alagoano abriu inquérito civil público, com o mesmo objetivo. Na quinta-feira da próxima semana (23) haverá nova reunião, também em Maceió, para dar prosseguimento às discussões, com vistas a encontrar solução para o problema.

Aquilo que era tratado como testes pelo setor elétrico será materializado nos próximos dias. A vazão do rio São Francisco será reduzida dos atuais 1.100 m³ por segundo para 1.000 m³ por segundo. A solicitação já havia sido feita desde o ano passado, mas a Agência Nacional de Águas (ANA) aguardava um posicionamento do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), que emitiu parecer recentemente.

A decisão foi anunciada nesta terça-feira (17), durante reunião na sede da ANA, em Brasília. O órgão ambiental, representado pela coordenadora-geral Regina Generino, avalia que apesar de autorizar a defluência de 1.000 m³ por segundo, foram registradas alterações na calha do rio, a exemplo do aumento em até quatro vezes da presença de nitrato, especialmente na região do Baixo São Francisco. “Além disso, a cunha salina também apresenta alterações, especialmente na proximidade com a foz, no município alagoano de Piaçabuçu”, revelou Generino.

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O nitrato, presente no esgoto doméstico e nos descartes de indústrias e pecuaristas, representa especial risco à saúde de crianças, causando danos neurológicos ou redução da oxigenação do corpo. Além disso, a presença excessiva de nitratos em rios ou mares estimula o crescimento de algas, fenômeno conhecido como eutrofização. Em casos extremos, essas algas podem colorir a água e emitir substâncias tóxicas para os peixes.

Durante a reunião, o diretor de Operações da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), Mozart Bandeira Arnaud, anunciou que a meta é aplicar a defluência de 900 m³ por segundo. O presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo, descartou, nesse momento, qualquer discussão nesse sentido. “O setor elétrico precisa definir qual a real necessidade de operação”, alertou Andreu.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, criticou a falta de um padrão nos pedidos do setor elétrico, bem como a visão do segmento, que só vê o rio como gerador de energia elétrica. “Apesar dos cenários diversos, a discussão só acontece no sentido de aplicar reduções no São Francisco”, criticou ele. Como alternativa, Miranda convidou a todos os participantes da reunião a se integrarem nas atividades relativas às discussões com vistas a atualização do Plano de Recursos Hídricos do São Francisco.

Anivaldo Miranda também solicitou acesso ao relatório detalhado elaborado pelo Ibama, o qual se baseou para conceder a autorização na vazão menor do rio. “Porque a crise na bacia é mais profunda do que se relata. Fala-se, aqui, em bacia hidrográfica, mas só se fala na calha do rio. A bacia é muito maior e o retrato atual não é nada bom. Faço, aqui, um apelo pungente para que, paralelamente à situação atual, também se construa soluções para o rio”, disse o presidente do CBHSF.

O superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Paraíba e do São Francisco (Codevasf), Alaôr Grangeon Siqueira, reforçou a gravidade por que passa a bacia do São Francisco atualmente. Segundo ele, muitos produtores rurais estão na iminência de parar de produzir, pois dependem unicamente da água do Velho Chico e a captação está cada vez mais difícil. O superintendente da ANA, Joaquim Gondim, destacou que é fundamental, nas futuras reuniões, a presença de representante da Marinha, com o objetivo de discutir um outro aspecto de grande importância diante do cenário atual, que é o de navegação.

Da Assessoria da CBHSF

Depois de um fim de semana quase sem chuvas, os rios das bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que sofrem influência do Sistema Cantareira, apresentaram forte queda de vazão nesta segunda-feira. Em média, o nível estava a menos de um terço do que atingiu após as chuvas da semana passada. O recuo indica que o sistema continua muito dependente das chuvas, o que aumenta o risco de desabastecimento na área do PCJ - regiões de Campinas, Jundiaí e Piracicaba - a partir de abril, quando começa o período de estiagem.

O Rio Piracicaba, o principal da região, refluiu de 301,5 metros cúbicos por segundo na sexta-feira para 92,5 na medição da tarde desta segunda-feira. A vazão do Rio Atibaia, que abastece Campinas e outras cidades da região, caiu de 60,3 metros cúbicos por segundo para 27,1 no ponto de captação de Campinas, enquanto a vazão do Rio Jaguari, oscilou de 52,6 para apenas 9,4 metros cúbicos por segundo em Morungaba. Apesar da queda, a vazão de referência desses rios era considerada boa, segundo a Sala de Situação do Consórcio PCJ.

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Na média, as vazões estavam bem acima do nível de alerta - quando os usuários são informados sobre a possibilidade de terem de adotar medidas de restrição. Uma portaria conjunta da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), publicada no final de janeiro, estabelece redução de 20% na captação para abastecimento público e uso animal quando a vazão cai abaixo do nível de alerta. Para uso industrial e agrícola, a redução é de 30%. Desde que as novas regras entraram em vigor, não houve necessidade de reduzir as captações, já que as chuvas ajudaram a manter a vazão dos rios.

Mesmo com o fevereiro mais chuvoso em 9 anos, o Sistema Cantareira tem recebido um volume de água 46% abaixo da média histórica para o mês. Boletim da Agência Nacional de Águas (ANA) mostra que a entrada de água nos reservatórios ainda está 30,5 mil litros por segundo menor do que o esperado, resultado do "efeito esponja" provocado pelo solo seco. Essa diferença corresponde ao dobro do que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem retirado para abastecer cerca de 6,5 milhões de pessoas na região metropolitana.

Até a quarta-feira, 18, o manancial registrou uma vazão afluente média (água que entra) de 34,9 mil litros por segundo, volume 310% maior do que o registrado no mês passado e em fevereiro de 2014, quando o índice foi de apenas 8,5 mil litros por segundo em cada um. Em tempos de seca extrema nos reservatórios, o dado parece animador, mas ainda está longe da normalidade do chamado ciclo hidrológico do manancial. A vazão esperada para fevereiro é de 65,4 mil litros por segundo, a mais alta do ano.

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O nível do maior sistema de São Paulo subiu 0.6 ponto porcentual, nesta quarta, chegando a 8,9% da capacidade, incluindo duas cotas do volume morto, água represada abaixo dos túneis de captação. Foi o 13º aumento consecutivo, e o maior desde o dia 11 de janeiro de 2013. Apesar disso, o Cantareira registrou a menor alta ontem entre todos os sistemas que abastecem a Grande São Paulo. Alto Tietê e Guarapiranga, por exemplo, subiram 1,1 e 0,7 ponto porcentual, respectivamente, segundo a Sabesp.

Parte da recuperação do Cantareira, que sofria quedas mensais desde maio de 2013 e retomou o nível de novembro, deve-se ao aumento das chuvas. Até ontem, a pluviometria acumulada era de 257 milímetros, 29% acima da média para todo o mês, que é de 199,1 milímetros. A dez dias para o fim de fevereiro, o volume é o maior registrado neste mês no manancial desde 2006, quando choveu 283,4 milímetros. No ano passado, foram 73 milímetros.

"O dado positivo é que as chuvas voltaram, mas não adianta ficar muito empolgado porque, em relação à vazão afluente, ainda estamos muito abaixo da média. O que podemos dizer, desde que tenhamos essa sorte em março e abril, é que há chance de nos livrarmos do rodízio radical e de não precisarmos usar o terceiro volume morto. Mesmo assim, começaríamos 2016 pior do que no ano passado", explica o engenheiro civil José Roberto Kachel, especialista em hidrologia.

Corte

As chuvas, contudo, não teriam o menor impacto não fosse a redução de 66% do volume de água retirado do Cantareira pela Sabesp para abastecer a Grande São Paulo, além de mais 5,5 milhões de pessoas nas regiões de Campinas e Piracicaba. Há um ano, a captação era de 32,6 mil litros por segundo, e, agora, caiu para 11 mil litros por segundo. Com isso, o manancial terá superávit pela primeira vez em 22 meses.

O resultado, contudo, tem sido obtido mediante uma redução drástica da pressão da água e fechamento de 40% da rede, provocando longos cortes no abastecimento, como na casa de Maria Aparecida Terra, de 40 anos, no Jaçanã, zona norte da capital, onde a água não chega desde domingo. "Tem idosos, doentes e crianças no local e estamos preocupadíssimos, pois nossa pouca reserva está quase zerada", disse. A Sabesp afirma que está reavaliando as áreas de redução da pressão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Beneficiados pelas chuvas, os rios Atibaia, Camanducaia e Jaguari, que estão sob a influência do Sistema Cantareira, registraram nesta segunda-feira (9) o melhor conjunto de vazões desde fevereiro de 2014, na fase inicial da crise hídrica. A vazão média, conforme a Sala de Situação do Consórcio PCJ, chegou a 26 metros cúbicos por segundo nos cinco pontos de medição espalhados pelos três rios. No final de janeiro, quando foram estabelecidas as novas regras de operação das vazões, a média era de 6 metros cúbicos por segundo.

No Alto Atibaia, a vazão nesta segunda-feira era de 19,12 metros cúbicos por segundo, mas subia para 31,84 metros cúbicos por segundo no Baixo Atibaia, próximo da captação de Campinas. O Rio Camanducaia estava com 13,49 metros cúbicos por segundo no ponto de medição, enquanto o Rio Jaguari tinha vazão recorde de 42,74 metros por segundo. À montante do Cantareira, a vazão medida era de 23,41 metros cúbicos por segundo.

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Apesar da boa situação dos rios, a crise hídrica não está afastada, segundo o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz. Ele alertou para o fato de que os institutos especializados em clima e recursos hídricos estão prevendo que o Sistema Cantareira estará exaurido entre abril e junto de 2015, devido à ocorrência de chuvas no sistema de alimentação manter-se em 50% das médias históricas, enquanto a retirada de água continua elevada.

Para Lahóz, as chuvas que estão ocorrendo podem levar a comunidade a acreditar que a crise hídrica está resolvida, relaxando nas ações de racionalização do uso e de reservação de água. Tem ocorrido, segundo ele, que as vazões aumentam muito quando chove, porém, 48 horas depois baixam demais, voltando a causar problema às captações. Lahóz defende iniciativas como a de produtores rurais de Holambra e Atibaia, que estão investindo na construção de açudes impermeabilizados com mantas para reservar a água das chuvas que devem cair até o final de março.

Em um cantinho reservado do bairro do Recife Antigo terá início, de terça até quinta-feira (31) o evento "Vazão". Um espaço destinado a troca de ideias e exposição de alguns resultados obtidos de projetos e experimentações que misturam tecnologia, cultura e arte. O evento reserva o dia 1° de junho para um debate acerca dos assuntos abordados nos encontros durante todo o Vazão.

O evento é um misto de várias ciências em um espaço disposto a exibir experiências e captar novidades das cabeças pensantes que estiverem presentes. “A intenção do evento é ver além do muro, entender o trabalho do outro, saber o que o outro faz. Permitir que as mentes se agitem, que visões se intersectem, que novos insights surjam. Que tal rachar o muro e fazer a represa esborrar?”, explica um dos idealizadores do projeto, Filipe Calegario.

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O projeto surgiu de um grupo formado por pessoas de diversas áreas de conhecimento como cientistas, programadores, artistas, engenheiros, hobbistas, designers, publicitários, curiosos a fim de compartilhar o que vêm produzindo e pretendem produzir. O encontro visa garantir feedback dos visitantes acerca dos projetos expostos e estreitar laços em busca de ampliar o network entre os presentes.

Durante todos os dias haverá exposições de projetos de robótica, automação; a junção de computação, arte e música; e visualização de informação. No entanto, o evento dá abertura para a exibição de outros projetos que desejam ser expostos, não bastando ser na área essencialmente tecnológica. “Os trabalhos podem estar em funcionamento ou ainda inacabadas; em forma de textos, desenhos, rabiscos, máquinas, móveis, bugigangas, gambiarras, poesias, programas de computador, instalações, vídeos, fotografias, imagens. Enfim, qualquer forma de mostrar a ideia”, detalha Calegario.

Serviço

Exposição de projetos: de 29 a 31 de maio de 2012

Abertura: 29 de maio às 19h (terça-feira)

Debate: 01 de junho às 19h (sexta-feira)

Local: Espaço Bê Cubico - Rua do Bom Jesus, 172 - 5º andar

google groups: http://groups.google.com/d/forum/vazao

vazao@vazao.me

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