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As infecções por covid-19 voltaram a disparar nesta terça-feira (4) no mundo, com um milhão de casos em 24 horas nos Estados Unidos, cerca de 300 mil na França e mais de 200 mil no Reino Unido, ameaçando o funcionamento da saúde e de outros setores-chave.

Muitas personalidades estão entre os novos casos positivos, como o rei sueco Carlos XVI Gustavo e sua esposa Silvia, o presidente mauritano Mohamed Uld Cheikh El Ghazouani e seu homólogo de Botswana, Mokgweetsi Masisi.

Os Estados Unidos registraram um recorde mundial de mais de um milhão de casos em 24 horas, de acordo com dados de segunda-feira da Universidade Johns Hopkins.

No entanto, esse número deve ser visto com cautela, já que as contagens de segunda costumam ser muito altas devido aos atrasos das notificações do fim de semana, que neste caso foram de três dias no país por causa do Ano Novo.

Ainda assim, essa cifra representa mais do que o dobro do registado na segunda-feira anterior, depois do fim de semana de Natal, também de três dias.

Na Austrália, também houve um recorde: quase 50 mil casos diários, o que levou a população a ser testada em massa, apesar do custo.

- Licenças médicas -

A França registrou cerca de 300 mil contágios em 24 horas, informou o ministro da Saúde, Olivier Véran.

O índice de positividade (proporção de casos entre pessoas que fazem exames), já ultrapassa 15% no país, próximo ao seu recorde do final de 2020.

O Reino Unido também registrou um recorde de mais de 200 mil casos em 24 horas nesta terça-feira.

A atual onda da epidemia iniciou-se no final de 2021 com a chegada da variante ômicron, consideravelmente mais contagiosa que as anteriores.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa, o aumento de sua circulação pode favorecer o surgimento de novas variantes mais perigosas.

Embora a gravidade da ômicron pareça limitada, ela está causando um aumento nas licenças médicas e transtornos em vários setores, incluindo o da saúde.

Pelo menos seis hospitais do Reino Unido declararam "incidentes críticos" nesta terça, o que significa que a situação pode afetar os casos prioritários.

A falta de pessoal também afetou o início do ano letivo na Inglaterra, onde o governo voltou a pedir a ajuda de professores aposentados.

- Pressão sobre os não vacinados -

Em resposta ao tsunami da ômicron, os governos impuseram novas restrições e incentivaram o teletrabalho, ao mesmo tempo que pressionavam os não vacinados.

Na França, o governo quer introduzir um "passaporte de vacinação", de forma que pessoas não vacinadas não terão mais acesso a atividades de lazer nem restaurantes e bares.

O Chipre também pode anunciar novas medidas nesta quarta-feira, como a restrição a casas noturnas, locais de entretenimento e visitas domiciliares.

A ilha tem a maior taxa de infecção do mundo, com 2.505 casos por 100 mil habitantes.

No Equador, o presidente Guillermo Lasso disse na terça-feira que um milhão de pessoas precisam ainda ser vacinadas para que o país de 17,7 milhões de habitantes obtenha imunidade coletiva.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, reconheceu um ressurgimento das infecções, mas considerou que não há motivo para alarme, pois as hospitalizações e as mortes seguem estáveis.

- Cruzeiros afetados -

A capital da Índia, Nova Délhi, também impôs novas medidas, como o confinamento durante os finais de semana.

A China confinou mais de um milhão de pessoas a mais em uma cidade no centro do país depois de detectar três casos assintomáticos, a um mês do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

A pandemia está começando a afetar viagens de cruzeiro novamente. A associação brasileira do setor anunciou na segunda a suspensão dos cruzeiros marítimos até 21 de janeiro, devido a "discrepâncias" na aplicação dos protocolos de covid, após o surgimento de surtos em três navios.

A moda também não foi poupada, e o designer italiano Giorgio Armani cancelou seus desfiles marcados para janeiro em Milão e Paris.

Apesar de tudo, a extrema contagiosidade da variante ômicron não foi acompanhada por um aumento significativo de mortes.

Desde que o vírus foi detectado em dezembro de 2019, a pandemia matou mais de 5,4 milhões de pessoas, de acordo com contagem da AFP baseada em dados oficiais.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) informou nesta segunda-feira (3) que a variante Ômicron do novo coronavírus tem transmissão comunitária na capital fluminense. Isso significa que já não é mais possível rastrear a origem dos casos e associá-la a viajantes, indicando que o vírus já circula entre a população local. 

 Apesar disso, o município confirmou apenas dois casos de infecção causados pela variante, detectado após sequenciamento genômico realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Mais 180 suspeitas de infecção pela Ômicron estão em investigação. 

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O segundo caso confirmado foi em uma brasileira de 23 anos que mora em Nova York e chegou ao Brasil em 17 de dezembro. No mesmo dia de sua chegada, ela procurou uma unidade particular de saúde com quadro de amigdalite, e, após teste RT-PCR, foi confirmada a covid-19. 

A jovem já se recuperou dos sintomas e o laudo que confirmou a variante Ômicron ficou pronto hoje. De acordo com a SMS, ela havia sido imunizada com as duas doses da vacina da farmacêutica Moderna, tendo recebido a última há mais de seis meses, sem a aplicação de uma dose de reforço posterior. 

A prefeitura considera que a transmissão comunitária da variante Ômicron já está se refletindo em um aumento de notificações da doença na cidade. A taxa de positividade dos testes de covid-19, que já havia subido de 0,7% para 5,5% na semana passada, chegou hoje a 9,6%. A taxa indica quantos testes realizados de fato indicam a presença do coronavírus. 

 O município pede que cariocas que passaram réveillon fora da cidade e que estão com sintomas gripais devem procurar atendimento para testagem em uma das 230 unidades de atenção primária de saúde pela cidade, ou nos centros de atendimento a pacientes com síndrome gripal, localizados na Vila Olímpica do Alemão, no Parque Olímpico da Barra, na Vila Olímpica de Honório Gurgel, na Policlínica Manoel Guilherme da Silveira Filho (Bangu), na Unidade Ambulatorial Almir Dulton (Campo Grande), e na Policlínica Rodolpho Rocco (Del Castilho).

Milhões de pessoas em todo o mundo se preparavam nesta quinta-feira (30) para comemorações de Ano Novo drasticamente limitadas pela propagação avassaladora da covid-19, que na semana de 23 a 29 de dezembro superou o marco histórico de um milhão de casos diários.

Nos últimos sete dias, foram detectados, em média, 1.045.000 infecções diárias, 46% a mais do que na semana anterior, segundo um balanço da AFP divulgado nesta quinta-feira, estabelecido a partir de dados oficiais.

A covid-19, detectada há dois anos e declarada pandemia mundial em março de 2020, já matou mais de 5,4 milhões de pessoas, desencadeando crises econômicas e obrigando as sociedades a viver confinamentos intermitentes.

Até agora, a explosão de casos não se traduziu em aumento do número de mortos.

Mas a variante ômicron, embora se considere que provoque sintomas mais brandos do que as anteriores, elevou as infecções a níveis recorde.

Do México à Grécia, da França ao Brasil, o forte repique tem obrigado os governos a voltar a impor restrições e, em alguns casos, a cancelar as festas de réveillon.

O papa Francisco cancelou sua tradicional visita na véspera do Ano Novo ao presépio na Praça de São Pedro, preocupado com a propagação do coronavírus na multidão reunida, informou o Vaticano nesta quinta-feira.

- "Música proibida"-

Na Grécia, "a música será proibida" em bares e restaurantes, que fecharão à meia-noite e às 02h no dia 31", alertou o ministro da Saúde, Thanos Plevris, para tentar limitar o desejo de seus compatriotas de saírem para comemorar a virada do ano.

O país registrou um novo pico de contágios diários na quarta-feira, seguindo o mesmo caminho de outros países, que há dias batem recordes de casos, como França, Reino Unido e Espanha.

Na Espanha, os festejos públicos foram cancelados na maioria das cidades, com exceção de Madri, onde está prevista uma celebração pública limitada a 7.000 pessoas, em comparação com as 18.000 de 2019. O país voltou a superar o recorde de contágios diários nesta quinta, com 161.688 casos em 24 horas.

Na França, que superou pelo segundo dia consecutivo a marca dos 200.000 novos contágios diários, as boates, fechadas desde 10 de dezembro, continuarão assim pelo menos nas primeiras três semanas de janeiro.

Além disso, os bares de Paris terão que fechar as portas às 02h e, a partir da sexta-feira, será obrigatório o uso de máscaras em ambientes externos para os maiores de 11 anos.

A Dinamarca, que atualmente tem o maior número de casos novos do mundo em relação à sua população, também superou pelo segundo dia consecutivo a marca de 20.000 infecções adicionais.

O repique de infecções também atingiu a América Latina e o Caribe, onde Cuba exigirá a partir de 5 de janeiro o esquema vacinal completo e exame PCR negativo para poder entrar no país.

A região acumula agora mais de 47 milhões de contágios e cerca de 1,6 milhão de mortes.

Na Cidade do México e em São Paulo, as autoridades cancelaram os festejos de Ano Novo por causa da covid-19.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a praia de Copacabana, que no Ano Novo costuma reunir mais de três milhões de pessoas, terá sua capacidade limitada, não contará com os shows tradicionais na virada do ano e a queima de fogos será feita em nove locais da cidade para evitar aglomerações.

Restrições similares se multiplicam em vários países do mundo diante da virulência alarmante da nova variante.

A Indonésia, por exemplo, informou que mais de 4,2 milhões de casos confirmados, alertou que os viajantes estrangeiros serão deportados da ilha de Bali se forem surpreendidos violando as regras sanitárias durante o período das festas de fim de ano.

Bali proibiu carnavais, queima de fogos e reuniões de mais de 50 pessoas durante o período de Natal e Ano Novo.

Na Arábia Saudita, as autoridades voltaram a impor medidas de distanciamento na Grande Mesquita da cidade santa de Meca.

- "À beira do colapso" -

"Me preocupa enormemente que a ômicron, ao ser mais transmissível e circular ao mesmo tempo que a delta, esteja provocando uma tsunami de casos", alertou nesta quarta-feira o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Diante desta situação, as autoridades sanitárias dos Estados Unidos - com uma média de mais de 265.000 casos diários - instaram nesta quinta-feira as pessoas a evitarem viagens em navios de cruzeiro ainda que estejam vacinadas.

"Os sistemas de saúde estão à beira do colapso", acrescentou o diretor da OMS.

Nesta quinta-feira, o Serviço Nacional da Saúde do Reino Unido anunciou que começará a abrir hospitais de campanha temporários para conter um possível excesso de pacientes hospitalizados na Inglaterra.

Na China, os moradores da cidade de Xi'an, onde 13 milhões de pessoas permanecem confinadas, se queixavam de não encontrar alimentos suficientes, apesar de Pequim ter assegurado que a situação estava controlada.

A TV estatal mostrou imagens de trabalhadores com trajes de proteção para materiais perigosos classificando ovos, carne e verduras antes de entregar comida aos moradores de porta em porta.

O governo italiano informou nesta quarta-feira (29) que ampliará a vigência do passaporte de vacinação para transportes, hotéis, áreas externas, congressos, piscinas e academias, a fim de tentar conter o aumento dos casos de Covid-19 por causa da variante ômicron.

A medida entrará em vigor no dia 10 de janeiro, segundo o decreto-lei que "introduz medidas urgentes para conter a propagação da epidemia de Covid-19", aprovado em um conselho de ministros presidido por Mario Draghi.

Até agora, para viajar de trem e avião bastava a apresentação de um passaporte sanitário "básico", que poderia ser obtido com um teste negativo.

Já o passaporte vacinal, chamado na Itália de "passaporte sanitário reforçado", só pode ser obtido com o esquema de vacinação completo, ou se a pessoa tiver se curado da Covid-19.

O governo também decidiu suprimir a quarentena de 10 dias para vacinados ou curados de covid que tiveram contato com algum caso positivo. Já os não vacinados terão que seguir cumprindo os 10 dias.

A flexibilização das regras de quarentena tem como objetivo evitar a paralisação de certos setores, como o de transportes, no qual o grande número de funcionários em quarentena levou ao cancelamento de muitas viagens de trem.

Nesta quarta-feira, a Itália registrou 98.020 novos contágios de covid e contabilizava mais de 600.000 casos ativos da doença.

Autoridades de saúde dos EUA anunciaram nesta segunda-feira (27) que reduziram pela metade o tempo de isolamento recomendado para pessoas com Covid-19, de 10 para cinco dias em casos assintomáticos, no momento em que o aumento do número de casos provoca caos nas viagens.

"A variante Ômicron se propaga rapidamente e tem o potencial de impactar todas as facetas da nossa sociedade", advertiu a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças Rochelle Walensky, ao anunciar a mudança. "Essas atualizações garantem que as pessoas possam continuar com segurança suas rotinas."

O balanço divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Ministério da Saúde indica que foram confirmados 74 casos no Brasil da nova variante do coronavírus, a Ômicron. 

As infecções foram registradas em São Paulo (27), em Goiás (22), em Minas Gerais (13), no Rio Grande do Sul (3), no Distrito Federal (1), no Rio de Janeiro (1), no Espírito Santo (1), em Santa Catarina (3) e  no Ceará (3). 

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Há ainda, segundo a pasta, 116 casos em investigação, sendo 16 no Distrito Federal, 19 em Minas Gerais, 58 em Santa Catarina e 23 no Rio Grande do Sul.

Em meio à propagação meteórica da variante ômicron, o Reino Unido registrou mais de 122.000 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, um novo recorde desde o início da pandemia.

Um dos mais atingidos pelo coronavírus na Europa, também registrou 137 mortes no mesmo intervalo - elevando o total para 147.857 -, além de 1.171 internações hospitalares. Embora este último número não tenha variado muito, continua a marcar uma tendência de aceleração da doença no território.

Cada nação do Reino Unido tem suas próprias competências em questões de saúde. Por enquanto, País de Gales, Irlanda do Norte e Escócia anunciaram um endurecimento das restrições que entrará em vigor após o Natal.

Já na Inglaterra, o governo de Boris Johnson resiste a impor medidas adicionais, apoiando-se em estudos que mostram um menor risco de hospitalização com a ômicron do que com a variante delta, dominante até muito recentemente.

Os especialistas temem, porém, que, apesar do menor risco de casos graves, o número de casos seja tão alto que pressione o sistema hospitalar.

Classificando esses estudos de "raio de esperança para o Natal", a diretora da agência britânica de segurança sanitária, Jenny Harries, argumentou que, em suas decisões, as autoridades levam em consideração o impacto da pandemia nos hospitais, mas também na sociedade como um todo - sobretudo, para os trabalhadores.

Em Londres, há uma semana estimava-se que uma pessoa em cada 20 já tinha covid-19. Assim, o coronavírus volta a afetar muitos setores da economia, devido ao fechamento de empresas e aos cancelamentos nos transportes.

A Espanha registrou nesta terça-feira (21) 49.823 contágios por Covid-19 em 24 horas, seu maior número desde o início da pandemia, enquanto a variante ômicron, mais contagiosa, representa quase metade dos novos casos, informou o Ministério da Saúde.

O último recorde de casos em 24 horas na Espanha, um dos países mais afetados na primeira onda da pandemia, era de 39.000 e foi alcançado há quase um ano, em 13 de janeiro.

Hoje, a incidência chegou a 695 casos por 100.000 habitantes em 14 dias. Além disso, a ômicron representou 47% dos novos casos registrados entre 6 e 12 de dezembro.

Com cerca de 47 milhões de habitantes, a Espanha registra um total de 5.585.054 contágios desde o início da pandemia.

O governo se reunirá nesta quarta-feira com as administrações regionais, que têm competência em matéria sanitária, para avaliar medidas adicionais para fazer frente à nova onda de propagação do vírus.

A Catalunha, uma das regiões mais populosas do país, anunciou hoje que pedirá à Justiça autorização para aplicar novas restrições, entre elas o toque de recolher entre 01h00 e 06h00 da manhã e o fechamento de discotecas a partir da noite de quinta-feira.

Nas últimas semanas, algumas autoridades regionais ampliaram o uso do passaporte sanitário para acesso a locais públicos.

A Espanha é um dos países com maior taxa de vacinação da Europa, com 89,7% da população maior de 12 anos totalmente vacinada. Além disso, o país foi um dos primeiros do continente a iniciar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, em 15 de dezembro.

A variante ômicron foi detectada pela primeira vez em novembro na África do Sul e tem se espalhado rapidamente por ser altamente contagiosa, o que levou diversos países a endurecer as restrições sanitárias.

A ômicron é agora dominante na Dinamarca, que também registrou um recorde de casos em 24 horas nesta terça-feira, enquanto nos Estados Unidos a nova variante representou 73,2% das infecções de covid-19 registradas na semana que se encerrou em 18 de dezembro, segundo as autoridades sanitárias americanas.

A Alemanha limitou nesta terça-feira (21) as reuniões e festas de réveillon a 10 pessoas e proibiu o público em grandes eventos esportivos a partir de 28 de dezembro para tentar conter o avanço da variante ômicron do coronavírus.

“Não é hora de celebrar festas e noites amistosas com muita gente”, disse o chanceler Olaf Scholz, após falar aos dirigentes das 16 regiões do país, garantindo que “a quinta onda já está em andamento”.

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As medidas, que se aplicam até mesmo a pessoas vacinadas e àqueles que se recuperaram da covid-19, entram em vigor a partir de 28 de dezembro para todas as reuniões privadas.

Para pessoas não vacinadas, o limite é de no máximo dois convidados, disse Scholz em entrevista coletiva.

Clubes e discotecas também fecharão em todo o país. Esses estabelecimentos já estão fechados em algumas regiões especialmente afetadas pela pandemia, como a Baviera.

Todas as competições esportivas, especialmente os jogos de futebol, serão realizadas à portas fechadas, o que deverá valer para a Bundesliga quando o campeonato alemão for retomado, em 7 de janeiro.

“O número de infecções aumentará enormemente nas próximas semanas, devemos nos preparar agora”, destacou ao exortar os alemães a assumirem sua “responsabilidade individual” no cumprimento das novas restrições.

O chanceler recomendou testes antes das reuniões com outras pessoas nas festas de Natal e Ano Novo. Ao contrário da vizinha Holanda, a Alemanha não pretende fechar lojas, cinemas ou restaurantes não essenciais.

A maior economia da Europa foi atingida por um forte surto de coronavírus desde o início do outono. O número de novos casos diminuiu ligeiramente desde o retorno de várias restrições, mas o nível de infecção continua alto. Na terça-feira, quase 24 mil casos foram notificados em 24 horas, enquanto no sábado chegaram a quase 43 mil.

A Alemanha já apertou as restrições em várias ocasiões, especialmente para 30% de sua população que não é vacinada.

O Peru vai acelerar a aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para mitigar os contágios diante de uma possível terceira onda e evitar um colapso sanitário, após aumentarem para 12 nas últimas horas os casos da variante ômicron, anunciou o governo nesta segunda-feira (20).

"Será antecipada de 5 para 3 meses (o tempo de espera da dose de reforço) porque está demonstrado que as pessoas com a terceira dose têm até 75% de proteção contra estas variantes”, disse a jornalistas o ministro da Saúde, Hernando Cevallos.

A decisão foi anunciada após o aumento dos contágios pela variante ômicron, que chegou a 12 nesta segunda-feira após terem sido anunciados no domingo os quatro primeiros casos do país.

Entre os contagiados "alguns sim e outros não contavam (com a vacina). Por isso é conveniente ter esta terceira dose (...) Uma terceira onda poderia ocorrer com vacinados e não vacinados, dada a velocidade desta variante”.

"A velocidade de reprodução do vírus é muito superior à que nós conhecemos. Com esta velocidade de ataque, dificulta muito para nós termos capacidade de resposta", alertou a autoridade, diante do risco de um colapso do sistema sanitário, como ocorreu nas ondas anteriores da pandemia.

As doses de reforço usadas no Peru são as da farmacêutica americana Pfizer e do grupo sueco-britânico AstraZeneca.

A medida entrou em vigor nesta segunda-feira e podem receber a nova dose os maiores de 18 anos.

O Peru enfrenta um repique de casos, o que levou o governo a proibir as reuniões familiares e as festas de Natal e Ano Novo, bem com reforçar a campanha de vacinação.

Apesar de 74% da população ter sido imunizada com duas doses, o surgimento da variante ômicron ativou todos os alertas.

"(Setenta e quatro por cento de vacinados) é absolutamente insuficiente diante da variante ômicron. Precisamos superar os 80%. (Essa variante) escala da efetividade das vacinas", alertou o ministro da Saúde.

Com uma população de 33 milhões de pessoas, o Peru tem a maior taxa de mortalidade do mundo pela pandemia, com 6.122 óbitos por milhão de habitantes, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.

No Peru, é obrigatória a apresentação do passaporte sanitário, certificando que a pessoa recebeu ao menos duas doses da vacina anticovid para ter acesso a estabelecimentos comerciais, trabalhar em ambientes fechados e usar o transporte público.

No último mês, os contágios dobraram para mais de 1.500 por dia e as mortes, a mais de 50 por dia.

No total, foram registrados mais de dois milhões de casos, com mais de 201.000 mortes.

A variante ômicron do coronavírus parece ter uma taxa de reinfecção maior, provocando, porém, sintomas mais leves, afirmou nesta quarta-feira (8) a Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto a Pfizer e a BioNTech asseguraram que sua vacina anticovid é "eficaz" contra essa cepa após três doses do imunizante.

"Os dados preliminares da África do Sul sugerem um risco maior de reinfecção pela ômicron, mas são necessários mais dados para tirar conclusões mais sólidas", declarou com prudência Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante encontro com a imprensa em Genebra.

"Também há indícios que sugerem que a ômicron provoca sintomas menos graves do que a delta [a variante mais dominante atualmente], mas ainda é cedo demais para termos certeza", acrescentou.

Os laboratórios Pfizer e BioNTech, por sua vez, insistiram na eficácia de sua vacina atual contra a variante ômicron.

Estes anúncios foram antecedidos pelos dos cientistas de alto nível da ONU e da Casa Branca, que apontam a que as vacinas anticovid existentes a priori continuam sendo pertinentes contra a ômicron, cuja descoberta recente na África do Sul gerou uma onda de pânico.

A virologista americana Angela Rasmussen considerou que os primeiros dados publicados pela Pfizer e outros estudos independentes são "pelo menos animadores".

"Uma terceira dose reduzirá o risco de infecção em pessoas vacinadas", declarou à AFP.

Mesmo assim, pediu prudência, destacando que os níveis de anticorpos - o único que foi medido até o momento - não constituem a única forma de fazer frente à doença.

- Dúvidas sobre a eficácia -

Os primeiros resultados, muito parciais, de um estudo não geraram muito otimismo.

Segundo o Africa Health Research Institute (AHRI), organismo sul-africano que patrocinou um dos primeiros estudos sobre a resistência da ômicron às vacinas, esta variante "escapa em parte à imunidade dada pela vacina da Pfizer".

Michael Ryan, encarregado de emergências da OMS, destacou que os estudos desta variante ainda são incipientes.

A ômicron foi detectada em 24 de novembro pelas autoridades sul-africanas e, desde então, sua presença foi confirmada em dezenas de países.

"O padrão geral que estamos vendo até agora não mostra um aumento da gravidade. De fato, em alguns locais do sul da África, são registrados sintomas mais leves", disse o médico, em linha com o que tinha dito à AFP Anthony Fauci, conselheiro científico da Casa Branca.

No entanto, a ômicron é "claramente muito transmissível", provavelmente mais do que a delta, acrescentou Fauci.

Pfizer e BioNTech advertiram que "provavelmente (a nova variante) não seja suficientemente neutralizada depois de duas doses".

Mas, "a vacina continua sendo eficaz contra o coronavírus, inclusive a variante ômicron, se forem administradas três doses", destacaram, baseando-se em estudos não publicados.

Contudo, os dois laboratórios informaram que vão continuar trabalhando na "preparação de uma vacina específica" contra a ômicron, com a esperança de que "esteja disponível em março, se for necessária uma adaptação".

- ONU contra a vacinação obrigatória -

De qualquer forma, a vacinação obrigatória não é aceitável em nenhuma hipótese, alertou nesta quarta-feira a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos.

"Em nenhuma circunstância as pessoas têm que ser vacinadas à força, embora se uma pessoa se negar a cumprir a obrigação de se vacinar, pode sofrer consequências legais, como por exemplo uma multa apropriada", declarou Michelle Bachelet em mensagem de vídeo.

Isso, apesar de na Europa haver ua preocupação, em meio a uma quinta onda provocada pela variante delta.

Frente ao número de casos no continente, a OMS recomendou proteger melhor as crianças, atualmente a faixa mais afetada, e deixar a vacinação obrigatória como "último recurso".

Para evitar novos fechamentos de escolas e a volta da educação à distância, o braço europeu da OMS aconselha reforçar as testagens nas escolas e contemplar a vacinação das crianças escolarizadas.

No Reino Unido, o primeiro-ministro, Boris Johnson, anunciou um endurecimento das restrições, com o teletrabalho generalizado a partir da segunda-feira e a obrigação de apresentação do passaporte sanitário em alguns locais.

A Noruega também anunciou medidas, como a limitação, a partir da quinta-feira, do número de pessoas em reuniões.

O governo dinamarquês decidiu, por sua vez, prolongar o recesso escolar de Natal em quatro dias e impôs a generalização do teletrabalho desde que seja possível a partir de 10 de dezembro. Além disso, os bares e restaurantes deverão fechar à meia-noite.

Na Áustria, enquanto isso, o célebre baile da Ópera, previsto para 24 de fevereiro em Viena, foi cancelado pelo segundo ano consecutivo por causa da pandemia.

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