Peru acelera dose de reforço por variante ômicron da Covid
O país vai antecipar de 5 para 3 meses o tempo de espera da dose de reforço
O Peru vai acelerar a aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para mitigar os contágios diante de uma possível terceira onda e evitar um colapso sanitário, após aumentarem para 12 nas últimas horas os casos da variante ômicron, anunciou o governo nesta segunda-feira (20).
"Será antecipada de 5 para 3 meses (o tempo de espera da dose de reforço) porque está demonstrado que as pessoas com a terceira dose têm até 75% de proteção contra estas variantes”, disse a jornalistas o ministro da Saúde, Hernando Cevallos.
A decisão foi anunciada após o aumento dos contágios pela variante ômicron, que chegou a 12 nesta segunda-feira após terem sido anunciados no domingo os quatro primeiros casos do país.
Entre os contagiados "alguns sim e outros não contavam (com a vacina). Por isso é conveniente ter esta terceira dose (...) Uma terceira onda poderia ocorrer com vacinados e não vacinados, dada a velocidade desta variante”.
"A velocidade de reprodução do vírus é muito superior à que nós conhecemos. Com esta velocidade de ataque, dificulta muito para nós termos capacidade de resposta", alertou a autoridade, diante do risco de um colapso do sistema sanitário, como ocorreu nas ondas anteriores da pandemia.
As doses de reforço usadas no Peru são as da farmacêutica americana Pfizer e do grupo sueco-britânico AstraZeneca.
A medida entrou em vigor nesta segunda-feira e podem receber a nova dose os maiores de 18 anos.
O Peru enfrenta um repique de casos, o que levou o governo a proibir as reuniões familiares e as festas de Natal e Ano Novo, bem com reforçar a campanha de vacinação.
Apesar de 74% da população ter sido imunizada com duas doses, o surgimento da variante ômicron ativou todos os alertas.
"(Setenta e quatro por cento de vacinados) é absolutamente insuficiente diante da variante ômicron. Precisamos superar os 80%. (Essa variante) escala da efetividade das vacinas", alertou o ministro da Saúde.
Com uma população de 33 milhões de pessoas, o Peru tem a maior taxa de mortalidade do mundo pela pandemia, com 6.122 óbitos por milhão de habitantes, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.
No Peru, é obrigatória a apresentação do passaporte sanitário, certificando que a pessoa recebeu ao menos duas doses da vacina anticovid para ter acesso a estabelecimentos comerciais, trabalhar em ambientes fechados e usar o transporte público.
No último mês, os contágios dobraram para mais de 1.500 por dia e as mortes, a mais de 50 por dia.
No total, foram registrados mais de dois milhões de casos, com mais de 201.000 mortes.