O que se apresenta como uma alternativa contra a imobilidade urbana pode resultar em transtornos e perda de tempo. O sistema de compartilhamento de bicicletas na Região Metropolitana do Recife (RMR) já faz parte do cotidiano da população, porém falhas são comumente enfrentadas por quem deseja ir pedalando para seus destinos.
O LeiaJá testou 12 estações do BikePE, na Zona Oeste e área central do Recife, e encontrou problemas em quatro, ou seja, um terço das estações. Na estação 77, na feira da Bomba Grande, no bairro do Cordeiro, a parte do leitor do cartão está danificada e, ao aproximar o Vale Eletrônico Metropolitano para liberar uma das bikes, o cartão ficou “colado” à maquina e a leitura não foi efetuada.
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Mesmo identificada como operante no site do BikePE, a estação 76, na Rua Antônio Fernandes, próxima ao Mercado do Cordeiro, também estava sem liberar as bicicletas. No bairro do Recife, na estação 5, da Avenida Cais do Apolo, o leitor do cartão apresentava a mensagem “sem comunicação”. Logo em seguida, o sistema pareceu voltar ao normal; ao aproximar o VEM do leitor, o sistema designou uma bicicleta para ser retirada, mas a bike permaneceu travada.
“Uso com frequência e o principal problema é a corrente que sempre cai. Falta manutenção”, apontou o corretor Jandeir Maia. Enquanto conversava com a equipe de reportagem, Jandeir teve problemas para conseguir retirar uma bike na estação 30, na Igreja da Soledade. “Coloquei o cartão, indicou uma bicicleta e não liberou. Fiquei tentando, tentando, aí liberou esta aqui”, disse o usuário do BikePE.
Manutenção – Diariamente, técnicos realizam trabalhos de conservação das estações de compartilhamento de bicicletas na RMR. Todos os dias, três remanejadores são designados à reposição de bikes nas estações vazias ou à retirada de algumas naquelas lotadas. O serviço é de responsabilidade da Serttel, empresa responsável pela manutenção.
Um funcionário que pediu para não ser identificado confirmou a recorrência dos problemas apresentados nas estações. “A empresa se preocupou em instalar muitas estações ao mesmo tempo e não deu a mesma importância à manutenção. Todos os dias eu recolho bicicletas com corrente caída, pneus furados, vejo estações sem funcionar”, admitiu.
O LeiaJá também flagrou bicicletas com o vidro do retrovisor quebrado e com pichações na parte frontal da cesta. De acordo com a Serttel, qualquer informação sobre equipamentos quebrados ou dificuldades no acesso às bicicletas do Bike PE devem ser reportadas pelo Call Center da empresa, através do número 4003-6056.
A reportagem tentou contato com a assessoria da Serttel, buscando as respostas sobre os erros ou demora na manutenção, mas até o momento da publicação da matéria, a empresa não se posicionou.