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A Justiça do Paraná negou o pedido de habeas corpus (HC) em favor do policial penal Jorge Guaranho, denunciado por homicídio qualificado por matar a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda. A defesa de Guaranho havia pedido que a prisão preventiva fosse transformada em prisão domiciliar humanitária. Com isso Guaranho segue preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Na decisão, tomada  na noite desse sábado (13), o desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) manteve a prisão preventiva do acusado com o argumento de que o cenário “conturbado”, em razão da proximidade das eleições.

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Segundo o magistrado, a concessão da prisão domiciliar pode “gerar novos conflitos entre pessoas com diferentes preferências político-partidárias”. Guaranho é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e Arruda era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu e apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No pedido  a defesa de Guaranho argumentou  que a ordem de prisão preventiva seria ilegal e que o policial penal não apresentava riscos à ordem pública. “A intolerância, motivada por exagerada paixão, não pode ser aceita e deve ser coibida pelo Poder Judiciário, tendo em vista as eleições que se avizinham e o panorama o atual processo eleitoral, sob pena de consequente sensação de impunidade, que poderá gerar novos conflitos entre pessoas com diferentes preferências político-partidárias”, argumentou o desembargador.

A defesa também alegou que Guaranho ainda se recupera dos ferimentos sofridos durante o episódio que resultou na morte de Arruda e que precisaria de cuidados especiais para se restabelecer. “Ele sequer consegue andar, sua visão está comprometida, não tem condições de se alimentar sozinho e, evidentemente, não consegue realizar a sua higiene pessoal” argumentou a defesa. 

Ao manter a preventiva, o desembargador reforçou o fato de que “a Administração Pública tem plenas condições de prestar a assistência de que necessita o paciente”. “Da atenta leitura do quanto se tem nos autos de origem, ao que tudo indica, ele necessita de cuidados a serem dispensados por médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos visando tão somente sua reabilitação física, nada apontando para eventual risco de morte”, apontou o desembargador.

O policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda, já foi preso em Curitiba. A informação é da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), que comunicou a entrada do réu no Complexo Médico Penal (CMP) em São José dos Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense. A transferência aconteceu às 2h50 deste sábado (13). 

Guaranho foi enviado à unidade por ainda estar com a saúde fragilizada. Ele é réu por homicídio duplamente qualificado, diante da morte de Marcelo Arruda, durante a festa de aniversário da vítima, em uma casa de festas privada. O crime aconteceu em julho e o autor também ficou ferido, precisando de internação médica por quase um mês. Por esta razão, não foi possível fazer o exame de corpo e delito pelo Instituto Médico-Legal (IML), procedimento que é padrão após a prisão. 

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Guaranho foi avaliado por uma equipe médica que estava de plantão do CMP, conforme a Sesp, e já se encontra em uma cela neste sábado. A defesa do acusado se opôs à prisão, considerando-a “desumana” e alegando que a unidade prisional não tinha condições de recebê-lo de imediato. 

Prisão domiciliar revogada 

O policial bolsonarista havia conseguido o direito à prisão domiciliar também esta semana, mas o pedido foi revogado em seguida pela Justiça do Paraná, que determinou a transferência para o CMP. Guaranho recebeu alta na quarta-feira (10), e deveria ser transferido para o Complexo, mas um ofício do próprio sistema informou que o local não tinha estrutura para atendê-lo por conta das necessidades médicas que ele necessita e, por isso, ele ficou em prisão domiciliar e usando tornozeleira eletrônica.  

No entanto, em nova decisão publicada na sexta-feira (12), o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello informou à Secretaria de Segurança Pública (Sesp) que o Complexo Médico Penal “apresenta plenas condições estruturais e humanas de custodiar o réu”, diferentemente da argumentação inicial.  

O despacho também destaca que um documento junto aos autos do processo diz que o Complexo Penal “possui condições de garantir a manutenção diária das necessidades básicas do custodiado com supervisão contínua, levando em consideração as informações do Relatório de Evolução Médica do paciente”. 

 

A Polícia Civil do Paraná divulgou neste domingo (17) um  comunicado para justificar a decisão de ter indiciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e perigo comum o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho pelo assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, tesoureiro do PT. O crime ocorreu no sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR).

Segundo nota, a corporação descartou o indiciamento por crime político por não haver previsão legal.

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"A qualificação por motivo torpe indica que a motivação é imoral, vergonhosa. A pena aplicável pode chegar a 30 anos. Não há nenhuma qualificadora específica para motivação política prevista em lei, portanto isto é inaplicável. Também não há previsão legal para o enquadramento como “crime político”, visto que a antiga Lei de Segurança Nacional foi pela revogada pela nova Lei de Crimes contra o Estado Democrático de Direito, que não possui qualquer tipo penal aplicável. Portanto, o indiciamento, além de estar correto, é o mais severo capaz de ser aplicado ao caso", argumenta. 

As conclusões do inquérito foram apresentadas na sexta-feira (15) pela delegada-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello. O policial penal federal foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe, vil e socialmente reprovável e por causar perigo comum, uma vez que expôs terceiros a riscos, “inclusive a esposa da vítima, que poderia ter sido atingida”.

A delegada argumentou que não havia - até aquele momento - evidências suficientes para afirmar que a morte do guarda municipal foi um “crime político”. De acordo com a apuração policial, Guaranho se dirigiu à festa de temática petista na qual Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos, para fazer “provocações” de cunho político, tocando, em alto volume, músicas em alusão ao presidente Jair Bolsonaro. 

“Estão claras a provocação e a discussão em razão de opiniões políticas, mas falta provar que o retorno dele [Guaranho] ao local foi por esse motivo, uma vez que a esposa disse que ele se sentiu humilhado [após a discussão]. Por isso, é difícil afirmar que foi crime de ódio”, disse a delegada ao comentar a dificuldade em enquadrar o caso como crime político.

A negociação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com o ex-ministro Gilberto Kassab - que planeja lançá-lo à Presidência da República pelo PSD - reacendeu o clima de confronto entre os tucanos. A ala do PSDB ligada ao governador de São Paulo, João Doria, passou a destacar o investimento feito pelo partido para a realização das prévias, com o objetivo de causar desgaste a Leite. Até agora não adiantou: o gaúcho está mesmo disposto a se filiar ao PSD de Kassab.

O tesoureiro do PSDB, César Gontijo, cobrou postura "ética" do gaúcho. Pelas suas contas, Leite recebeu R$ 1,2 milhão da legenda para disputar as prévias contra Doria, que venceu o embate, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. "As prévias custaram R$ 10 milhões e só aconteceram porque Eduardo Leite se comprometeu a ficar na legenda se perdesse. É uma questão ética. Por isso fizemos esse investimento. Ele vai enterrar a carreira se sair do PSDB", afirmou Gontijo ao Estadão.

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Aliados do governador do Rio Grande do Sul disseram que ele não se importa de enfrentar a pecha de "mau perdedor". Em conversas reservadas, Leite afirma que o custo político de seu gesto não será significativo porque "o vencedor (Doria)" não conseguiu "ficar de pé" nas pesquisas de intenção de voto.

Este argumento, porém, não é compartilhado por nomes históricos do partido que são críticos à candidatura de Doria. Nesta terça, 15, após tomar café com Kassab, em São Paulo, e se reunir com investidores do Itaú BBA, Leite desembarcou em Brasília para encontros separados com tucanos, como o presidente do partido, Bruno Araújo (PE), o deputado Aécio Neves (MG) e o senador Tasso Jereissati (CE). Os correligionários fizeram um último esforço para convencê-lo a ficar no partido. Leite, no entanto, indicou estar muito próximo de anunciar a ida para o PSD.

'Obcecado'

"Partidos são formados por personalidades diferentes. Naturalmente, há divergência, houve divergência dentro do PSDB e as prévias apresentaram isso. A discussão aqui é um projeto para o País, como a gente vai viabilizar. É sobre isso que estou obcecado e obstinado: como posso dar a melhor contribuição nesse processo político que se avizinha para ajudar a alternativa aos polos de radicalização", afirmou o gaúcho, após a reunião com aliados, numa referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Araújo disse ter esperança de que Leite mude de ideia. "Há disposição do governador do Rio Grande do Sul de disputar uma eleição presidencial. Ele disputou as prévias e isso projetou seu nome nacionalmente. Recebeu convite de outro partido oferecendo essa vaga e estamos mostrando quais as variáveis e o porquê é importante ele seguir nesse compromisso com o PSDB", observou o dirigente. "Se me comprovarem que meu papel é outro, que é dando suporte na retaguarda, não tem nenhum problema de assumir esse papel, se houver outra candidatura que melhor projete isso. Mas, enquanto houver um grupo representativo que ache que eu possa ser uma liderança desse projeto, estou aqui discutindo como ele pode se viabilizar", insistiu o governador.

Compromisso

Leite e Kassab estarão juntos novamente nesta quarta-feira (16), em Porto Alegre, mas desta vez em ato público: a cerimônia de filiação da ex-senadora Ana Amélia ao PSD. Egressa do Progressistas, decidiu ir para o PSD após uma negociação combinada com o governador - ela é secretária de Relações Federativas e Internacionais do Estado. Ana Amélia, que foi candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin em 2018, disputará novamente o Senado.

"O que vão dizer e as críticas (sobre a saída de Leite do PSDB) são irrelevantes. O que é relevante é o gesto de coragem dele. Ruim é o covarde que, diante de custos políticos, deixa de assumir a responsabilidade com o interesse nacional. Existe algo maior e mais significativo que as prévias (do PSDB)", disse Ana Amélia ao Estadão. Para aceitar mudar de partido Leite negocia a manutenção de sua base de sustentação no Estado, onde tentará fazer um sucessor.

Na avaliação do ex-senador José Aníbal - que se tornou desafeto de Doria -, o PSDB está numa situação de "estresse". "É preciso ver quais possibilidades temos e evitar que o PSDB tenha um baixo protagonismo nesta eleição presidencial", afirmou. "Em princípio, é importante que o Eduardo fique no PSDB. O partido está numa situação, no mínimo, de estresse. Tem um candidato (Doria) que não sai do lugar, ao contrário, aumenta a rejeição a ele."

Leite retornou ao Brasil no início da semana após uma viagem aos Estados Unidos. O governador antecipou o retorno ao País para intensificar a articulação política em torno da possível candidatura ao Palácio do Planalto. O caminho no PSD ficou livre para o gaúcho após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), anunciar que não vai disputar a Presidência em outubro.

A negociação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com o ex-prefeito Gilberto Kassab, que planeja lançar o gaúcho à Presidência da República pelo PSD, tem causado indignação entre os tucanos. Os dois se reuniram na manhã desta quinta-feira, 15, em São Paulo e estão próximos de chegar a um acordo.

Segundo o tesoureiro nacional do PSDB, César Gontijo, a provável saída de Eduardo Leite do partido será um "desastre financeiro". O dirigente tucano lembrou que o gaúcho recebeu R$ 1,2 milhão da legenda para disputar as prévias contra o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio e o governador de São Paulo, João Doria, que venceu a disputa interna.

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"As prévias custaram R$ 10 milhões e só aconteceram porque Eduardo Leite se comprometeu a ficar na legenda se perdesse. É uma questão ética. Por isso fizemos esse investimento. Ele vai enterrar a carreira se sair do PSDB. Quem vai acreditar em Eduardo Leite depois disso?", afirmou Gontijo ao Estadão.

Ainda segundo o tesoureiro, o governador do Rio Grande do Sul até agora não chamou a direção do partido para conversar.

Ana Amélia no PSD

Nesta quarta-feira, 16, Kassab e Leite estarão juntos em Porto Alegre no evento de filiação da ex-senadora Ana Amélia ao PSD. Egressa do Progressistas, ela chega ao novo partido após negociação combinada com o governador, inclusive porque é secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul.

Integrante da executiva nacional do PSD, o sindicalista Ricardo Pattah, presidente da UGT, disse que a legenda vai estender o "tapete vermelho" para Leite e defendeu o governador das críticas dos tucanos. "Sou contra qualquer patrulhamento ideológico. Como dizia Tancredo Neves, política é como nuvem. Se ele não está à vontade no PSDB, tem uma janela partidária que permite mudar", afirmou Pattah. A expectativa da cúpula do PSD é que Leite formalize a adesão à sigla na semana que vem.

Após se reunir com Kassab de manhã, na tarde desta terça, 15, Leite tem encontro marcado com integrantes do PSDB que o apoiaram nas prévias, como o senador Tasso Jereissati (CE) e o deputado Aécio Neves (MG).

O empresário Ricardo Pernambuco Júnior, dono da Carioca Engenharia, entregou à Operação Lava Jato um "rol de elementos de prova" contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde abril de 2015. Pernambuco Júnior é um dos delatores do esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014 e apontou repasse de R$ 1 milhão em espécie a Vaccari.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em 1.º de outubro de 2015, Pernambuco Júnior afirmou que, em 2011, Vaccari foi ao seu escritório e solicitou que a Carioca fizesse uma "doação" de R$ 1 milhão ao PT. Segundo o delator, a doação não se vinculava a nenhuma campanha eleitoral específica. O depoimento de Pernambuco Júnior foi anexado aos autos da Lava Jato na quinta-feira, 30.

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Na lista de documentos, estão os "registros na portaria da sede da Carioca Engenharia em São Paulo, nas datas de 3 de fevereiro de 2014, 15 de agosto de 2014 e 26 de setembro de 2014, contemplando a presença do Sr. João Vaccari Neto na empresa; observação: os registros de portaria contemplam, apenas, os últimos 18 meses’. Pernambuco Júnior entregou também "agenda eletrônica (outlook) e e-mails indicando reuniões e contatos com o Sr. João Vaccari Neto".

O empresário também anexou, entre outros documentos, um e-mail de 15 de abril de 2011 "no qual Ricardo Pernambuco Júnior solicita à sua secretária que imprima os protocolos de convites para obras na Petrobras, os quais estavam direcionados a Renato Duque e Graça Foster, e os entregue 'a Angela no PT e pedir a ela para encaminhar para Dr João Vaccari'".

Defesa

O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso rechaçou com veemência a denúncia do empresário que afirma ter entregue R$ 1 milhão em dinheiro vivo para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. "Isso não procede. Vaccari jamais recebeu dinheiro em espécie", afirma o defensor do ex-tesoureiro.

O advogado assegura que "todas as vezes que alguém procurou Vaccari para fazer doações foi indicada a conta bancária oficial do Partido dos Trabalhadores para a realização dos depósitos que imediatamente eram lançados na contabilidade oficial do PT e declarados a Justiça Eleitoral". E que Vaccari nunca recebeu valores em espécie.

Apesar de insistir que não tinha poder sob a gestão de José Maria Marin na CBF, Marco Polo Del Nero levou três diretores da sua administração na Federação Paulista de Futebol (FPF) e vários funcionários para fazerem parte do comando da entidade. Del Nero foi vice-presidente de Marin de 2012 a 2015.

A engenharia financeira da CBF, inclusive, foi montada por Del Nero. Os homens responsáveis por cuidar do dinheiro da entidade durante a gestão de Marin eram funcionários da confiança de Del Nero na FPF e foram levados ao Rio de Janeiro por ele: Rogério Caboclo (diretor financeiro) e Gilnei Botrel (tesoureiro).

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Outro diretor da CBF à época de Marin que fazia parte do grupo de trabalho de Del Nero na FPF era o então vice-presidente Reinaldo Carneiro Bastos (diretor de Desenvolvimento e Projetos). Bastos assumiu a presidência da FPF depois que Del Nero foi empossado na CBF, em abril, e ganhou um novo cargo na entidade. Agora, ele é diretor de coordenação.

Também chegou à CBF pelas mãos de Del Nero durante a gestão de Marin o diretor de marketing Gilberto Ratto, ex-funcionário da Topper, patrocinadora da FPF. No Departamento de Comunicação, logo após a saída do diretor Rodrigo Paiva, depois da Copa do Mundo, também foram alocados funcionários da FPF.

Del Nero admitiu semana passada, durante sabatina na Câmara dos Deputados, que participou da negociação de alguns contratos na CBF nos últimos três anos e a sua influência no mandato Marin deverá ser investigada pela CPI que está sendo montada no Senado para apurar irregularidades na entidade. Marin foi preso em Zurique, na Suíça, no dia 27 de maio, acusado de ter recebido propina nas negociações de contratos da Copa América e da Copa do Brasil.

"Eu fiquei dez meses na CBF e, desde quando Del Nero e Marin entraram na CBF, quase todos os funcionários em cargos especiais eram de São Paulo, da Federação Paulista de Futebol. O pessoal do financeiro, de T.I. (tecnologia da informação)... Todo mundo veio de São Paulo para trabalhar na CBF. A estrutura era montada pelo Del Nero", afirmou o deputado federal e superintendente de futebol do Corinthians, Andrés Sanchez, diretor de seleções da CBF de janeiro a novembro de 2012.

O ex-deputado Márcio Macedo (PT-SE) é o novo tesoureiro do PT, no lugar do ex-tesoureiro João Vaccari Neto. O nome de Macedo foi referendado pelo diretório nacional, após outros membros do partido terem recusado o posto - casos, por exemplo, da deputada Érika Kokai (DF), indicada pelo vice-presidente nacional da legenda e líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), e do vice-presidente nacional da sigla Alberto Cantalice.

O ex-deputado do PT de Sergipe foi secretário de Meio Ambiente do governo Marcelo Déda (PT) e era ligado ao ex-governador, que morreu em 2013.

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O Diretório Nacional do PT deu sinais de que tem pressa na escolha do novo tesoureiro do partido em substituição a João Vaccari Neto, preso na última quarta-feira (9) por suspeitas em desvios de dinheiro na Petrobras: os dirigentes petistas que participam da reunião que começou às 11 horas decidiram não fazer nenhum pausa, inclusive para o almoço. Preferiram pedir comida.

A expectativa é pelo nome do novo tesoureiro do partido. Ainda não se sabe se será um tesoureiro definitivo ou se pode ser apontado um mandatário "tampão". Até a quinta-feira (16), o partido estava com dificuldades para encontrar uma pessoa com o perfil adequado e que aceitasse assumir a secretaria de finanças.

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O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, nesta quarta-feira (15), que a prisão do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga os esquemas de corrupção da Petrobras, é mais uma prova da “degradação moral de um governo”. Ao comentar o episódio, o tucano lembrou que durante a campanha eleitoral questionou se a presidente Dilma Rousseff (PT) confiava em Vaccari e ela sinalizou que sim. 

“A pergunta não mudou. Quem sabe a resposta tenha mudado. A presidente Dilma continua confiando no tesoureiro do seu partido que está preso, que movimentou recursos da corrupção, envolvendo a sua família nisso? É a degradação moral absoluta de um governo que, para se manter no poder, deixou de lado o mínimo de respeito à sociedade brasileira, e, obviamente, isso terá consequências”, observou o senador.

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Aécio elencou a prisão de Vaccari como “algo inédito” e “grave”. Com isso, segundo ele, a crise política do país só agrava. “Ela (a crise política) está cada vez chegando mais próxima do governo e da própria presidente da República”, cravou. “É o desespero de um partido que não tem mais como olhar nos olhos da sociedade brasileira, principalmente daqueles que confiaram nesse partido”, acrescentou o parlamentar.

Para o oposicionista, o “PT vive os seus estertores” ao ser reconhecido hoje pelos brasileiros como “o partido da ineficiência e o partido da corrupção”. “Eles terão muitas dificuldades para superar essa marca”, avaliou Aécio Neves.

A Justiça Federal negou pedido do Ministério Público Federal para bloquear as contas do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Os procuradores fizeram o requerimento, sob alegação de que o petista integra um núcleo de "operadores financeiros que movimentaram em seu nome e lavaram centenas de milhões de reais em detrimento da Petrobrás, no Brasil e no exterior". O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, avaliou que a "constrição, com efeitos mais graves, demanda melhor prova".

O pedido foi feito no dia 17 de dezembro de 2014, nos autos da nona etapa da Operação Lava Jato, chamada My Way, que revelou esquema de corrupção na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás. A Procuradoria da República incluiu no requerimento de embargo de ativos outros dez investigados por desvios na estatal petrolífera.

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"São responsáveis solidários pelos danos causados, requer-se que o bloqueio de ativos não tenha limite, sem prejuízo de posterior análise de situações individuais", afirmou o Ministério Público. No entanto, a Justiça Federal considerou a medida "prematura".

Foram incluídos no requerimento, além de Vaccari: Zwi Skornicki, Milton Pascowitch, Shinko Nakandakari, Mario Frederico Mendonça Goes, Atan de Azevedo Barbosa, Cesar Roberto Santos Oliveira, Guilherme Esteves de Jesus, Bernardo Schiller Freiburghaus, Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva e Augusto Amorim Costa.

Coerção

Na mesma oportunidade, o Ministério Público Federal requereu a condução coercitiva de Vaccari, executada na quinta-feira. O tesoureiro foi levado pela manhã à sede da PF, em São Paulo, para depor sobre as acusações feitas pelo ex-gerente executivo da Petrobrás Pedro Barusco. O tesoureiro negou recebimento de propinas.

Segundo Barusco, que fez delação premiada e concordou em devolver US$ 100 milhões, Vaccari teria arrecadado, em nome do PT, entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propinas sobre contratos da Petrobrás, entre 2003 e 2013.

Um dos principais personagens do chamado mensalão mineiro, Cláudio Mourão, acusado de desviar verbas públicas para a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998 deve ficar livre do processo que responde na justiça mineira. Amanhã, Mourão completa 70 anos de idade e será beneficiado por um artigo do Código Penal que reduz pela metade o prazo de prescrição dos crimes.

O advogado do réu, Antônio Velloso Neto, disse não ter pressa para requerer a prescrição. "Essa questão não interessa por hora. Ele é inocente", diz o advogado, que afirmou ter vontade de seguir com o processo até o julgamento de mérito para que seu cliente seja absolvido. Entretanto, ao mesmo tempo em que defende a continuidade do julgamento, Velloso Neto diz que é obrigação do juiz decretar a prescrição automaticamente. Ele informou que vai aguardar a decisão da justiça para depois avaliar a possibilidade de elaborar um requerimento.

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O advogado se mostrou preocupado com a situação de seu cliente. "O Cláudio já sofreu muito (com o processo)". Ele ressaltou que a vida de Mourão mudou significativamente após o início da ação e disse que ele passou a ter dificuldades para conseguir emprego. "Às vezes, saindo desse processo, a vida dele melhora", completou. Cláudio Mourão foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como membro do núcleo que operou o esquema de retirada criminosa de verbas públicas de companhias de Minas Gerais para alimentar o caixa da campanha que tentava reeleger o então governador do Estado, Eduardo Azeredo. Naquele ano, o tucano acabou derrotado nas urnas por Itamar Franco.

De acordo com a investigação, o dinheiro era desviado das estatais através de cotas de patrocínio de eventos esportivos e publicidade fictícia por meio das agências de publicidade SMP&B, de Marcos Valério e DNA Propaganda, ambas posteriormente envolvidas no mensalão do PT.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no mês de março, Claúdio Mourão já havia mostrado interesse em pedir a prescrição dos crimes. À época, ele afirmou que se o julgamento não estivesse concluído na data de seu aniversário de 70 anos, iria usar esse direito. "O Código Penal é pra todo mundo, né?", disse.

Crimes

Mourão responde por lavagem de dinheiro e peculato (crime de desvio de dinheiro público). Pelo Código Penal, os dois crimes prescrevem depois que 16 anos tenham transcorrido entre o fato e o recebimento da denúncia pela justiça. Quando o acusado completa 70 anos de idade, o prazo cai pela metade. No caso de Mourão, a prescrição dos crimes passa para o ano de 2006, extinguindo sua responsabilidade no processo, já que a denúncia foi recebida quatro anos depois dessa data, em 2010. A responsável por decretar a extinção da punibilidade será a juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Neide da Silva Martins. Em janeiro deste ano, a mesma magistrada concedeu o benefício ao ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, também apontado pela PGR como operador do esquema.

O processo se encontra em fase de instrução, quando se reúnem todas as evidências e provas, coletando também depoimentos das partes. As testemunhas indicadas pelo Ministério Público já foram ouvidas. Resta ainda a conclusão dos depoimentos das testemunhas de defesa. Os acusados ainda poderão se manifestar e, posteriormente, há a possibilidade de a defesa e a acusação fazerem uma nova rodada de argumentação. Somente após esse andamento, a decisão de primeiro grau será tomada. A próxima audiência está marcada para o dia 29 de abril em Belo Horizonte.

Após quase dois anos dos homicídios do diretor financeiro do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Colombiano dos Santos, e de sua companheira, Catarina Galindo, ocorridos no dia 29 de junho de 2010, foram presos na manhã desta quinta-feira (17), Claudiomiro César Ferreira Santana e seu irmão, Cássio Antonio Ferreira Santana, donos do Plano de Saúde Mastermed.

A operação foi estourada pela Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). De acordo com eles, os irmãos são os possíveis mandantes do crime, além de Edilson Duarte Araújo, Wagner Luís Lopes de Souza, Adaílton Araújo de Jesus, ex-funcionários dos empresários.

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Segundo o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, alguns documentos e computadores foram apreendidos na sede do Sindicato dos Rodoviários e na empresa de Plano de Saúde Mastermed. “Desde o início das investigações sabíamos que havia uma relação entre irregularidades do sindicato e as mortes", afirmou.

No apartamento de Claudiomiro, na mansão Victory Tower, no Corredor da Vitória, foram encontradas armas e munições - duas pistolas, um revólver e uma escopeta. O diretor do DHPP, Arthur Gallas, informou que foi recolhido mais de 60 depoimentos ao longo destes dois anos.

Causa dos homicídios - Segundo o DHPP, Paulo Colombiano assumiu a tesouraria do Sindicato dos Rodoviários e passou a apresentar insatisfação com o plano de saúde que atendia à categoria, porque a taxa de administração mensal passava de R$ 700 mil.  “Paulo descobriu que a taxa administrativa paga pelo sindicato à Mastermed era muito alta. Foram pagos R$ 35 milhões para a prestação do serviço de 2005 a 2010. Mais de 30% do valor total pago a empresa, que era de R$ 106 milhões”, destacou o secretário Maurício Barbosa. Ele foi morto, junto com sua esposa, após descobrir as irregularidades, a exemplo de dívidas com o INSS, FGTS e Receita Federal.

*Com informações da SECOM-BA E SSP BA

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