Uma estudante de jornalismo denunciou ter sofrido assédio de um suposto pastor em via pública no Recife na última terça-feira (6). O acusado Arthur Felipe Silva, de 22 anos, assinou um Termo de Compromisso na delegacia e foi liberado.
Aline de Souza, de 22 anos, conta que saía da faculdade para encontrar amigos no Parque 13 de Maio, no bairro de Santo Amaro, área central da cidade. Na altura da Ponte Duarte Coelho, ela percebeu que um homem estava logo atrás. Quando ela dobrou na Rua do Hospício, notou que Arthur estava tão próximo que era possível sentir a respiração dele.
##RECOMENDA##Por duas vezes, o suspeito aproximou da jovem a ponto dela empurrá-lo. "Perguntei se ele era louco ou estava 'viajando'", diz a jovem. Mais à frente, o homem teria aproximado o rosto dos seios dela e dito que iria se masturbar para ela. "Eu o empurrei e gritei, chamei ele de louco, tarado, mas ninguém fez nada, só olhou", lembra Aline.
Quando a estudante encontrou os amigos, relatou o caso e o grupo foi tirar satisfação com o acusado. A Guarda Municipal, então, deteve Arthur.
Aline e o suspeito foram levados para a Central de Plantões da Capital, na Zona Norte do Recife, onde foi assinado o Termo de Compromisso. Lá, Aline diz ter ouvido Arthur alegar que era pastor auxiliar da Igreja Universal e que mora dentro de uma igreja. Ele contou que está estudando para deixar de ser auxiliar e assumir como pastor principal.
Universal nega que suspeito seja pastor
Em nota, a Igreja Universal do Reino de Deus informou que o Arthur não é pastor da instituição. "Trata-se de alguém que estava em fase de avaliação de conduta e comportamento para sua elegibilidade ao ministério pastoral. A partir desse comportamento inaceitável que veio a público, ele foi definitivamente afastado do programa de preparação de pastores", assegura o documento.
Acusado é liberado
Para frustração da vítima, o suspeito foi liberado após o registro de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). "Eu pedi para representar contra ele em um processo criminal e o delegado não quis. E se este cara tivesse me levado para uma rua e me estuprado? A culpa seria de quem?", questiona ela. Desde setembro, importunação sexual é crime com pena de até cinco anos de prisão.