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Aproximadamente 9 mil crianças e adolescentes morreram por ano, entre 1997 e 2016, vítimas de homicídios no Brasil, de acordo com o levantamento realizado pela Fundação Abrinq, com base em dados do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM).

Somente em 2016 foram registrados 11,6 mil homicídios de crianças e adolescentes no país. Na análise somente do número de mortes por arma de fogo, o aumento é de 113,7%, de 4,2 mil em 1997 para 9,1 mil em 2016.

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Na região sudeste, Rio de Janeiro e Espírito Santo são os estados com maior incidência e tendência de crescimento no número de homicídios de menores de idade. Nas demais regiões, o levantamento identificou a mesma tendência de aumento no Pará e Pernambuco. Já o Ceará e Distrito Federal apresentam tendências de queda no índice de homicídios.

Os dados ainda apontam que o homicídio de crianças e adolescentes é maior entre a população negra (preta ou parda). Em todo o país, o número de mortes de menores de idade negros em 2016 foi de 76,6% enquanto a taxa entre os brancos foi de 19,1%. A maior diferença observada foi no Pará, com taxa de 92,8% entre os negros e de 5,7% entre os brancos.

A redução das desigualdades entre as regiões brasileiras no acesso e na qualidade da educação é um dos principais desafios do país para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030. A análise é de um estudo da Fundação Abrinq, lançado nesta terça-feira (10), que analisa os objetivos relacionados à educação e ao trabalho.

“As desigualdades regionais aparecem muito fortemente em todos os indicadores. É preciso uma política de redução de desigualdades urgente, e isso tem que ter tanto ações com foco regional, quanto ações para priorizar as classes sociais de mais baixa renda”, diz a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira.

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O estudo compõe uma série de quatro relatórios que serão publicados para analisar os principais indicadores nacionais associados a crianças e adolescentes para o monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao analisar o acesso à educação, o principal desafio está na educação infantil. Enquanto a média brasileira de crianças de 4 e 5 anos matriculadas na pré-escola é de 91,6%, em estados como o Acre, Amapá e Amazonas o índice fica entre 71% e 75%. Os cinco estados com mais baixa oferta de pré-escola estão na Região Norte. Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE), todas as crianças nessa faixa etária deveriam estar matriculadas até 2016.

O estudo também revela que a cobertura de creches nos estados da Região Norte é bem menor do que a média brasileira (30,4%), ficando em patamares como 6,5% no Amapá e 8,3% no Amazonas. “Os dados mostram que, se mantido o atual ritmo de ampliação das vagas, em especial o ritmo mais lento em regiões como o Norte e Nordeste, não atingiremos a meta do PNE para todas as regiões e grupos sociais”, diz o estudo. A meta é de atendimento de 50% das crianças de até 3 anos em creches até 2024.

Na avaliação sobre a qualidade do ensino, o estudo aponta desigualdades na taxa de aprendizagem para o 3º ano do ensino fundamental. Na matemática, por exemplo, enquanto a média de crianças com aprendizagem adequada é de 42,9%, em estados como o Maranhão o índice é de 16,3%. Na escrita, a média brasileira é de 65,5% e no Pará, de 34,3%.

Também há desigualdades nas taxas de analfabetismo da população entre 10 e 17 anos, que no Norte e Nordeste chegam a 5,4% nessa faixa etária, quase o dobro da média nacional (2,9%) e superior às demais regiões: Centro-Oeste (1,4%), Sudeste (1,3%) e Sul (1%).

De acordo com a administradora da Fundação Abrinq, as desigualdades entre os estados detectadas no estudo podem comprometer o alcance dos resultados estabelecidos pelo pacto da ONU. “Se nada for feito, pode sim comprometer o alcance das metas. Não quer dizer que vai comprometer, porque eventualmente pode se ter uma política e um planejamento que resolvam esses problemas e façam com que a gente avance nesses desafios”, diz Heloisa.

O compromisso para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foi assinado há dois anos por 193 países, incluindo o Brasil. Os ODS deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos, sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Trabalho Infantil

O estudo da Fundação Abrinq também analisou a situação do trabalho infantil no Brasil. A média nacional de ocupados entre 5 e 17 anos é de 5%, mas em estados como o Piauí (7,5%), Sergipe (7,2%) e o Rio Grande do Sul (6,9%), o percentual é maior.

Quatro das cinco regiões brasileiras concentram mais indivíduos de 5 a 17 anos ocupados do que a proporção do país nesse indicador. Na Região Sul, 6,2% das crianças e adolescentes nessa faixa etária desempenham alguma atividade, remunerada ou não. Procurados pela Agência Brasil, os ministérios da Educação e do Trabalho não se manifestaram sobre o estudo da Fundação Abrinq.

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O candidato à Presidência da República pelo PV, Eduardo Jorge, assinou nesta quinta-feira (31) um termo de compromisso que estabelece metas para o atendimento aos direitos das crianças e adolescentes em seu governo, caso seja eleito. Criado pela Fundação Abrinq, o projeto convida todos os candidatos a se tornarem Amigos da Criança.

O candidato do PV foi o primeiro entre os 11 presidenciáveis a assinar o termo. “Eu assino com segurança, pois são prioridades ligadas à criança, mas que, de certa forma, se espalham por várias políticas públicas. Educação, saúde, superação da pobreza, proteção ao meio ambiente e agricultura. Essas metas estão ligadas a todas essas áreas, que são prioridades do nosso programa”, disse Eduardo Jorge.

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A Abrinq, organização sem fins lucrativos voltada à defesa dos direitos da criança, tem o projeto Presidente Amigo da Criança desde 2002, que está na quarta edição. “O Brasil tem muitos desafios ainda na implementação de políticas voltadas a crianças e adolescentes. Um dos desafios é a questão do acesso às creches, o que é uma demanda especialmente das famílias mais vulneráveis. O Brasil alcançou somente em torno de 20% de inserção das crianças que precisam desse serviço. O desafio é o governo implementar essa política junto com os municípios, é lá que o prefeito tem que dar conta dessa política. O gestor precisa desse apoio federal”, disse a gerente executiva da Abrinq, Denise Cesário.

Eduardo Jorge disse que, se eleito, uma de suas metas é disponibilizar mais recursos para o cumprimento das metas da Abrinq. “Nenhum candidato vai deixar de achar que a criança brasileira é uma prioridade. Mas o que o nosso programa do PV coloca é como nós vamos ter os recursos a mais para investir nessas políticas na área da saúde, educação, defesa do meio ambiente, cultura de paz e agricultura limpa”, disse.

“Nós vamos cortar o que for necessário para poder ter mais recursos nessas áreas. No nosso programa, dizemos como vamos fazer isso, na reforma política, na reforma do pacto federativo, na diminuição de algumas estruturas que eu acho excessivas em Brasília, para que se tenha mais saúde e educação nos municípios”, declarou.

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Durante a tarde desta quarta-feira (21), os prefeitos e representantes de municípios brasileiros deram continuidade ao Encontro Regional do Programa Criança com Todos os Seus Direitos (PCTD), organizado pela Fundação Abrinq. O encontro que ocorreu na sede da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), no Recife, foram abordadas temáticas sobre o Programa Prefeito Amigo da Criança, onde alguns municípios aproveitaram para aderir à iniciativa. 

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Dentre as 431 cidades do Nordeste que fazem parte do Programa, 71 são pernambucanas. Entre estas o Recife, que entregou durante o encontro a carta de compromisso e adesão ao Prefeito Amigo da Criança, assinada pelo vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB), representando o prefeito Geraldo Julio, ausente no evento

Para Luciano, a adesão da capital pernambucana ao Programa só atraí benefícios. “Vejo principalmente duas razões. Uma é que o programa reforça objetivos, intenções e itens do programa de governo que nós adotamos. O outro é que ele dá ensejo a troca de experiências e informações entre as prefeituras que aderem a ele. O que é muito útil, mesmo com as diferenças”, ressaltou.

A cerimônia também foi acompanhada pelo presidente do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente do Recife (COMDICA), Alexandre Nápolis, que destacou a importância da iniciativa para o público infanto-juvenil. “Estamos tentando fazer com que não tenha mais crianças nas ruas, ou em situação de risco, e esse programa é relevante para conseguirmos criar metas e diretrizes objetivas para a área. O COMDICA se insere nesse processo como um agente que vai monitorar, avaliar e aprovar o plano redigido pela gestão municipal, o qual aguardamos com esperança”, revelou o presidente.

Para fazer as honras da casa o presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), descreveu o significado da ação atraí no âmbito estadual. “Atrai a troca de experiências entre os municípios e outra questão é que a gente se reconhece pelo aspecto da autoafirmação em fazer. E nada melhor do que fazer o bem, principalmente aos pequenos”, frisou Patriota.

O Programa Prefeito Amigo da Criança, vai resultar em um prêmio, a ser divulgado em junho de 2016. O que de acordo com Patriota estimula “a competição pelo lado do bem, quem faz mais e melhor”.

Gestores de 35 municípios pernambucanos se encontrarão nesta quarta (21) e quinta-feira (22), no Seminário Prioridade Absoluta: ‘Um Município para Crianças e Adolescentes da Fundação Abrinq - Save the Children’. O evento será realizado na sede da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), no bairro de Jardim São Paulo, Recife e iniciará a partir das 9h.

O objetivo do encontro é capacitar os prefeitos que já aderiram ao Programa Prefeito Amigo da Criança e abrir espaço para aos gestores que ainda não participam da iniciativa. No local, os administradores terão a oportunidade de receberem assessoria técnica gratuita nas áreas de financiamento de políticas públicas, saúde, educação e assistência; saberem como é possível conquistar o reconhecimento do Prêmio Prefeito Amigo da Criança e adquirirem conhecimento de como acessar mais recursos públicos, sem custos no orçamento municipal.

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Outros locais - Além do Recife, o seminário também terá edições posteriores em outras regiões do Brasil: Centro-Oeste (Cuiabá), Sul (Florianópolis) e Sudeste (São Paulo).

Encontro - Na ocasião acontecerá também o Encontro Regional com Gestores dos Municípios do Programa Criança com Todos os Seus Direitos onde será apresentado o trabalho da Fundação Abrinq no estado de Pernambuco. Durante a solenidade será debatida a importância das políticas de desenvolvimento integral da primeira infância, na perspectiva da construção e aprovação dos planos municipais. 

Confira a programação:

21 de agosto (quarta-feira):

Encontro Regional com Gestores dos Municípios do Programa Criança com Todos os Seus Direitos:

9h às 12h– Encontro com os 35 municípios participantes do Programa; 

Seminário Prioridade Absoluta: Um Município para Crianças e Adolescentes;

13h - Credenciamento e café de recepção;

14h - Cerimônia de abertura;

15h - Palestra Magna: “Estratégias de operacionalização da Prioridade Absoluta” - Dr. Wilson Tafner – Promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude de São Paulo;

16h - Apresentação da agenda de trabalho da gestão 2013-2016 do Programa Prefeito Amigo da Criança

16h30 - Convite para adesão ao Programa Prefeito Amigo da Criança e encerramento

22 de agosto (quinta-feira):

Seminário Prioridade Absoluta: Um Município para Crianças e Adolescentes:

9h - Palestra “Plano Municipal para a Infância e Adolescência” - Maria Luiza Faraone Silveira;

10h45 - Coffee break;

11h - Workshop - “Plano Municipal para a Infância e Adolescência” - Maria Luiza Faraone Silveira;

13h - Almoço;

14h - Palestra - “Orçamento Criança e Adolescente” – Wieland Silberschneider;

15h45 - Coffee break;

16h - Workshop - “Orçamento Criança e Adolescente” – Wieland Silberschneider

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