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Os principais tipos de surdez podem ser diferenciados pelo local de lesão no sistema auditivo. Ao contrário do que possa parecer em um primeiro momento, nem toda perda auditiva se dá pela mesma causa, além disso, os níveis da lesão podem variar também. De acordo com dados do IBGE, há mais de dois milhões de pessoas com algum grau de surdez no Brasil em 2022. Confira a seguir, três tipos diferentes de surdez e saiba como identificar cada um deles: 

Surdez por condução - Acontece quando o problema ocorre no ouvido externo e/ou médio, que tem como função conduzir o som até o ouvido interno. Nesse caso, o som nem chega ao ouvido interno. Esse é o tipo mais comum de deficiência auditiva, que pode ser temporária ou permanente. As doenças infecciosas ou o acúmulo de cera são as principais causas da surdez por condução temporária. Entretanto, quando há um tratamento adequado, o paciente tem grandes chances de recuperar a audição por completo. Já a principal causa da permanente, é a perfuração do tímpano, que produz danos irreversíveis.

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 Surdez neurossensorial – Ocorre quando há uma lesão no ouvido interno, impedindo que as células levam o estímulo do som até o cérebro. Nesse tipo, o paciente apresenta dificuldade de processar a informação sonora. É quando os sons vibram na primeira parte do ouvido, mas os estímulos não são transmitidos ao cérebro.

Essa surdez é a mais difícil de ser tratada. Isso acontece quando se expõe a sons e ruídos continuamente e por longo período, também algumas doenças como caxumba, meningite, entre outras, podem afetar as células.

 Surdez mista - É a combinação de duas lesões: no ouvido externo, como no ouvido interno. As principais causas são medicamentos, infecções no ouvido, perfurações no tímpano e muitas outras, relacionadas à perda neurossensorial e por condução. É difícil de encontrar a raiz do problema. O tratamento pode ser o uso correto de medicamentos, aparelho auditivo e intervenções cirúrgicas.  

A pesquisadora Carla Georgia Travassos Teixeira Pinto, professora de Letras e Pedagogia, mestra pelo programa de pós-graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura da UNAMA - Universidade da Amazônia e doutoranda em Comunicação, Cultura e Amazônia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), publicou o livro "Desafios e Descobertas do Universo Surdo", pela editora Dialética. O trabalho é baseado nas experiências pessoais da autora, que é portadora de deificiência auditiva.

Carla Pinto procura passar seus conhecimentos e aprendizados para outras pessoas surdas. A obra pretende mostrar que não existe incapacidade no ser humano. “Busco fazer com que pessoas surdas sejam reconhecidas não por serem surdas”, destaca.

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Segundo a professora, as pessoas surdas devem ter a oportunidade de se expressar e o livro busca colaborar para a formação do sujeito surdo sem medo. A autora já está com outro projeto em andamento, baseado em textos criados por seus alunos atuais que são portadores de surdez. “Nós, surdos, ouvimos muito mais que muitos ouvintes”, afirma Carla.

O livro foi lançado no final de dezembro de 2021 e está disponível no site (link aqui), nas Lojas Americanas e na Amazon, em forma de e-book.

Por Alessandra Nascimento.

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, 10 de novembro, especialistas alertam para a importância da prevenção de atendimento adequado para pessoas com dificuldade de audição. A procura por auxílio especializado deve ocorrer em qualquer fase da vida, desde a infância.

A surdez pode se manifestar em diferentes idades –  e uma delas é a surdez congênita, relacionada à perda de audição ao nascer. Por ser uma das mais comuns, é importante que durante a gravidez seja feito o pré-natal como acompanhamento principal para a mãe e a criança. Além disso, os exames de sangue notificam também possíveis doenças e a surdez na gestação, afirmou a médica otorrino Érika Sampaio, que atua no Centro de Tratamento Oncológico (CTO) de Belém.

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“Essa mãe também tem que ser muito bem orientada em relação ao uso de medicamentos. Eu sempre digo que a mãe grávida sempre tem que consultar o seu obstetra. Esse cuidado durante a gravidez é muito importante, sim, para a prevenção e resguardar a saúde desse bebê”, acrescentou a médica.

A médica orienta os pais a analisarem o perfil da criança conforme o crescimento, pois é comum que apareçam sinais da perda auditiva, como comportamento introspectivo, desatenção, dificuldades de aprendizado e de comunicação em lugares com muito barulho. Érika Sampaio complementa que ouvir pequenos barulhos insistentes dentro do ouvido é comum. “A pessoa começa a perceber um som, um zumbido, que não está relacionado com nenhum estímulo sonoro que está próximo. Esse zumbido pode ser uma contínuo ou pode voltar e parar”, reforçou.

A falta de acompanhamento especializado pode, também, aflorar problemas mentais nos mais idosos, informou Érika. De acordo com a médica, a dificuldade de comunicação com o começo da perda de audição contribui para o isolamento e a diminuição de interação entre pessoas idosas com familiares e amigos – potencializando a depressão e a baixo autoestima.

“[Eles] começam a ter limitações para sair com a família, para conversar com as pessoas mais jovens. Isso são sinais bem característicos dessa perda auditiva. É bom a gente ficar atento principalmente nas crianças, que não conseguem expressar, e nos idosos, que na grande maioria das vezes se calam”, alertou.

No Brasil, a inclusão para surdos ainda é baixa. Por esse motivo, a adaptação pode se tornar mais complicada para pessoas que não nasceram com a perda auditiva. Segundo Érika Sampaio, é preciso melhorar a acessibilidade dos surdos em toda a sociedade, mas principalmente na comunicação em língua de sinais (Libras), à qual poucos brasileiros não surdos têm acesso. “A parte mais importante dessa inclusão é para que essas pessoas possam ter uma vida normal e fazer com que essa criança seja incluída e tenha o convívio com outras crianças que não têm surdez e possam socializar e levar uma vida normal.”

Sobre a data alusiva, a médica chama atenção para que pais, jovens e responsáveis adquiram o hábito do tratamento precoce e visitem os médicos para terem a convicção de que a saúde está em dia. “Eu queria destacar o diagnóstico precoce e todos os outros sinais. Procure um especialista, faça um tratamento também. Vamos dar mais atenção ao diagnóstico precoce das nossas crianças e idosos”, finalizou.

Por Quezia Dias.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050 cerca de 25% da população do planeta vai ter algum grau de perda de audição. Em outras palavras, estima-se que pelo menos 700 milhões de pessoas passem a ter a necessidade de recursos médicos para reabilitação auditiva, o que fará com que essa parcela da população tenha dificuldades com a comunicação em geral, seja na vida pessoal ou profissional.

Segundo a entidade, dentre as principais causas para a projeção de surdez na população está o barulho excessivo, principalmente relacionado a profissionais que trabalham em ambientes com alto teor de ruído, que podem chegar a um quadro de perda de audição irreversível. Além disso, os fones de ouvido surgem como possíveis agravantes, já que a saída de som do objeto pode lesionar a célula da orelha interna.

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Vale lembrar que o relatório divulgado pela OMS afirma que aproximadamente 60% dos casos de pessoas com futuros problemas de surdez podem ser evitados, caso haja investimento na prevenção e tratamentos precoces ligados à saúde do ouvido. Destacam-se também planos de vacinação contra doenças que podem estar ligadas a algum quadro de surdez, como a rubéola e a meningite.

Há casos em que há a necessidade de utilizar o aparelho auricular, dispositivo vendido geralmente por preços pouco acessíveis no Brasil. Segundo especialistas da área da saúde, é interessante que o país passe a ter uma produção local de aparelhos com valores mais baixos, já que a demanda pode aumentar nos próximos anos.

 

 

Em uma 'carta aberta', a atriz e diretora Myrian Rios, de 62 anos, revelou estar surda. No vídeo publicado nas suas redes sociais, a artista desabafa por quase trinta minutos para amigos e fãs, dizendo tentar se adaptar à vida sem sons, além de relatar desafios trazidos pela invalidez auditiva. Rios não é capaz de escutar qualquer outro som que não seja a sua voz.

Há cerca de 11 anos, a perda de audição se agravou e ela fez um implante coclear, ou seja, implantou um aparelho eletrônico que capta o som e o transforma em impulsos elétricos diretamente sobre o nervo da audição. A equipe médica, à época, já havia sinalizado à atriz que, em uma década, ela talvez fosse precisar realizar novas intervenções para preservar a audição restante ou para tentar recuperá-la.

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“Eu fiquei surda. Completamente surda dos dois ouvidos. Eu não ouço passarinho cantando, não ouço o barulho da chuva. Isso me incomoda. Eu não ouço nada. Eu ouço a minha voz. Eu estou ouvindo a minha voz, por exemplo. Eu não ouço meus filhos me chamando, cachorro latindo. Só se falar muito pertinho do meu ouvido. Dentro do meu ouvido eu ouço. Isso aconteceu assim. Há muitos anos eu fui perdendo a minha audição. É uma genética da minha família, da parte da materna. As pessoas vão perdendo a audição. A minha mãe, o meu tio, a minha tia... Várias pessoas da minha família foram perdendo a audição até ter perda de audição severa. E eu segui a genética da minha mãe e dos meus tios”, revela em trecho do depoimento público.

Para 2021, Myrian Rios tem quatro espetáculos já com chamada ao público. Um deles, no último dia 22 de maio, o monólogo "Rainha Ester", no qual ela precisou usar um aparelho externo para que conseguisse atuar. Agora, a atriz diz que vai retirar as próteses internas para utilizar um outro aparelho externo, que está sendo desenvolvido sob medida.

Regina Casé e a filha, Benedita, deram uma aula contra o capacitismo, em uma publicação nas redes sociais. Neste sábado (26), data em que é celebrado o Dia Nacional do Surdo, as duas ensinaram como não tratar  pessoas com algum tipo dessa deficiência, a exemplo da própria Benedita, que tem uma perda auditiva severa. 

No vídeo, mãe e filha reproduzem algumas situações ainda comuns entre pessoas ouvintes e não ouvintes, como aqueles que tentam falar com os surdos dando-lhe as costas; os que se dirigem ao acompanhante da pessoa com deficiência e não diretamente a ela; e ainda alguns que falam gritando e tocando na pessoa tentando chamar-lhe a atenção. 

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Na legenda da publicação, Regina explica que a intenção é ajudar todos a se comunicarem melhor e entender a diversidade que há na surdez. Por fim, Regina e Benedita deixam claro que pessoas com deficiência não são dignas de pena ou lamentação. “Procure saber o que é capacitismo e daqui pra frente seja anti capacitista. Ela (Benedita) é linda e é surda”.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está com inscrições abertas para o curso de Libras básico, na modalidade de Ensino a Distância (EaD), voltado para bolsistas, servidores, terceirizados e demais empregados da instituição de ensino. Ao todo, serão ofertadas 200 vagas e as aulas vão de 13 de maio a 26 de julho. 

Os interessados devem se inscrever até o dia 8 de maio, através de um formulário on-line ou via e-mail informando nome completo, CPF, e-mail, comprovante de vínculo com a universidade e local de trabalho para o endereço eadprogepeufpe@gmail.com

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Mais informações podem ser obtidas junto à Coordenação de Capacitação e Qualificação (CCQ) da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida (Progepe) da UFPE, das 8h às 17h, pelo WhatsApp (81) 2126.8671, ou através de e-mail para o endereço eadprogepeufpe@gmail.com.

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Ashley Lawrence tem 21 anos, é aluna da Eastern Kentucky University, na cidade de Richmond, nos Estados Unidos e chamou a atenção por um gesto de solidariedade ao perceber a necessidade do próximo. A jovem viu que muitas pessoas estavam fazendo suas próprias máscaras para se protegerem da covid-19, mas que faltava uma opção que ajudasse a população com surdez e dificuldades auditivas a se comunicar através da leitura labial e começou a costurar máscaras transparentes na região da boca. 

"Então, pouco antes da pandemia, máscaras foram feitas e comercializadas para ajudar as pessoas com perda auditiva a terem acesso à boca do médico para leitura labial / leitura de fala. Devido à escassez de máscaras, todos começaram a fazer suas próprias, então pensei: por que não fazê-las para todos? É assim que permanecemos #HealthyatHome", escreveu Ashley na última segunda-feira em uma postagem que não está mais disponível em seu perfil no Facebook

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 A estudante já tem formação em educação para surdos e postou fotos das máscaras que produz, com uma tela transparente na área da boca, permitindo a visualização dos lábios e das expressões da pessoa que fala, detalhe importante na comunicação por meio da língua de sinais dos Estados Unidos. 

O objetivo do projeto, agora, é tornar as máscaras acessíveis a mais pessoas surdas e com outras formas de deficiência auditiva. Para isso, foi criada uma página para arrecadação de fundos para a confecção das máscaras, que são costuradas pela própria Ashley e outros voluntários que decidiram se envolver em seu projeto, chamado DHH Mask.

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A jogadora Stefany Krebs é surda. Isso não impediu que chegasse à seleção brasileira de futsal e se tornasse campeã mundial no ano passado. Também não freou o interesse do Palmeiras, que decidiu contratá-la para a equipe profissional com jogadoras que ouvem normalmente. Ela é a primeira surda do time alviverde. A surdez também não inviabiliza a comunicação com as companheiras, apenas transforma a troca de informações. Ela ensina a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) enquanto as amigas inventam gestos para as jogadas e para o dia a dia.

A equipe já combinou diversos sinais para o jogo, como pressão para roubar a bola, posicionamento e cuidado com o lançamento nas costas. A defensora Stella, uma das mais próximas de Stefany, explica que o segredo é fazer gestos, como agitar os braços quando quiser receber a bola. Para chamar a atenção quando a companheira está de costas, é preciso o contato corporal, como um toque no ombro. "Ela já falou que a gente pode empurrá-la para a chamar a atenção", sorri Stella. "Tem sido um aprendizado muito legal para todo mundo", revela.

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Stefany, que gosta de ser apenas "Tefy", também usa a leitura labial para entender o que os outros querem. Nesse caso, o interlocutor tem de articular bem as palavras e falar devagar. "Estamos conversando aos poucos. Elas falam ‘bom dia’ e eu me sinto feliz. Eu não estou sozinha. Estou sendo incluída", diz a atleta com a ajuda de Eder Zanella, professor e intérprete de Libras que acompanhou a entrevista exclusiva ao Estado. A menina também é muda.

Obviamente, esse é um aprendizado lento. Apresentada na semana passada como um dos reforços da temporada, a atleta de 21 anos ainda está se adaptando. "No começo, eu estava nervosa e agitada, mas depois as coisas foram acontecendo. A angústia acabou. É um passo depois do outro", explica. "Às vezes, o surdo tem medo de tentar. A gente tem voz. A gente consegue", diz a jogadora.

Para facilitar a inclusão no time do Palmeiras - essa é uma palavra importante e que vai aparecer outras vezes -, o clube contratou especialistas no tema. O preparador físico William Bitencourt e a analista de desempenho Vanessa Silva trabalham no clube e também fazem parte da comissão técnica da seleção brasileira de futsal de surdos. "Estamos dando uma atenção maior a ela neste início. Antes do treino, apresentamos um vídeo e explicamos como vai ser o trabalho do dia. Depois, fazemos os ajustes. São pelo menos três sessões de treinos fora do campo com ela", explica o profissional.

No treino da última quarta-feira, o Estado acompanhou parte dessa interação. No estádio Nelo Brancalente, em Vinhedo, cidade do interior que se tornou a sede do futebol feminino do Palmeiras, William se posiciona perto da linha lateral e orienta Tefy com frequência durante o treino coletivo. Sempre em Libras. Na hora das orientações do treinador Ricardo Belli, a mesma coisa.

Natural de Erechim (RS), Stefany tem dois irmãos: Jean, surdo, e Josiane, ouvinte. O problema foi detectado quando ela tinha dois meses. "Esse diagnóstico foi realizado precocemente porque já tínhamos vivenciado todo esse processo com o meu outro filho. Quando descobrimos a surdez do Jean (com pouco mais de 1 ano) tudo foi muito difícil, por ser algo novo, tivemos todo o processo de luto da família, de tentar entender o porquê aquilo estava acontecendo e como iríamos lidar", explica Roseli Marcia Benati, mãe de Stefany e intérprete de Libras na prefeitura de Erechim (RS).

"Nós passamos a reconhecer a potencialidade e capacidade dos surdos e passamos a lutar por escolas para surdos", explica. "Meus filhos me constituíram como pessoa e como mãe. Tenho muito orgulho deles", completa.

A adaptação de Tefy é facilitada pela percepção visual dos surdos, muito mais apurada do que a das jogadoras ouvintes. "Quem ouve, espera as orientações do treinador. Ela tem de ser independente, olhar a bola, o rival, a arbitragem, o treinador e o time", conta William.

Carismática e extrovertida, a menina capta detalhes da postura, do jeito e até da personalidade das companheiras e faz imitações na concentração em Vinhedo. "Todo mundo morre de rir com as imitações. Ela capta detalhes que a gente não percebe", diz o preparador físico.

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Novembro é um mês importante, pois há campanhas e datas que incentivam o cuidado com a saúde. Uma delas é o Dia Nacional da Prevenção e Combate à Surdez. Segundo dados de 2015 da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% da população mundial tem alguma perda auditiva, congênita ou adquirida. No Brasil são mais de 28 milhões de pessoas nessa situação.

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 A coordenação do curso de Fonoaudiologia da UNAMA - Universidade da Amazônia realizou na última segunda-feira (11), no campus Alcindo Cacela, palestras, apresentação de peça teatral, orientação a respeito das causas da surdez e cuidados com a audição, triagem auditiva e entrega de informativos relacionados à surdez.

A coordenadora e professora de fonoaudiologia Christiane Menezes falou que a campanha é realizada anualmente, todo dia 10 de novembro. “A perda auditiva é algo que você pode prevenir. Caso essa perda já esteja instalada, você pode tratar, pois existem inúmeras formas de tratamento”, disse.

Segundo a coordenadora, o uso de fones de ouvidos com volume alto pode ser prejudicial à audição. Apesar de parecer motivo bobo, informa a professora, há muitos casos de perda auditiva por mau uso dos fones e também os casos congênitos. “Hoje a triagem auditiva neonatal já é um exame obrigatório nas maternidades. A Organização Mundial de Saúde traz pra gente que a cada mil nascidos três são surdos. Se a gente consegue detectar isso de uma maneira precoce, a criança consegue desenvolver linguagem mais próxima do normal possível”, explicou Christiane.

Outras causas da perda auditiva são o envelhecimento natural, o uso de cotonetes de forma inadequada e otites, as inflamações do ouvido.

A Universidade da Amazônia disponibiliza para a comunidade o serviço gratuito na clínica de fonoaudiologia. O usuário pode se inscrever com documento de identidade. Depois, há um encaminhamento para os profissionais competentes.

 

Estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda revela a existência, no Brasil, de 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres. A predominância é na faixa de 60 anos de idade ou mais (57%). Nove por cento das pessoas com deficiência auditiva nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que metade foi antes dos 50 anos. Entre os que apresentam deficiência auditiva severa, 15% já nasceram surdos. Do total pesquisado, 87% não usam aparelhos auditivos.

“A deficiência auditiva é uma deficiência que se agrava com o passar dos anos. E como o Brasil está passando por um processo de envelhecimento da população, hoje já temos 59 milhões de brasileiros com mais de 50 anos e, em 2050, vamos chegar com mais de 98 milhões de brasileiros com mais de 50 anos de idade, essa é uma tendência que só vai crescer”, disse Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Completou que a “sociedade, claramente, não está preparada para isso”.

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Nesse cenário de envelhecimento crescente da população brasileira, Meirelles destacou que oferecer condições de inclusão para as pessoas com deficiência auditiva é cada vez mais importante, “porque o número dessas pessoas só vai crescer”.

Dificuldades

Dois em cada três brasileiros relataram enfrentar dificuldades nas atividades do cotidiano. “Com isso, eles se divertem menos, têm menos chance no mercado de trabalho, não têm as mesmas oportunidades educacionais que os ouvintes têm”. A falta de acolhimento e inclusão limitam o acesso dos surdos às oportunidades básicas, como educação (somente 7% têm ensino superior completo; 15% frequentaram até o ensino médio, 46% até o fundamental e 32% não possuem grau de instrução).

Vinte por cento das pessoas com deficiência auditiva idosos não conseguem sair sozinhas, só 37% estão no mercado de trabalho e 87% não usam aparelhos auditivos. “Porque é muito caro e inacessível para a maioria dessa população”, disse Meirelles. “E como a população surda teve menos oportunidade de estudar do que a população ouvinte, como tem mais dificuldade no mercado de trabalho do que a população ouvinte, o dinheiro para conseguir o aparelho é ainda mais difícil. Esse conjunto de preconceitos que existe na sociedade acaba criando um círculo vicioso que não possibilita que os surdos e os ouvintes tenham as mesmas oportunidades de se dar bem na vida.”

“Quando comecei no meu trabalho, as pessoas pensavam que eu não era capaz de fazer as coisas. Demorou demais para que elas acreditassem que eu tinha capacidades, mas às vezes ainda me olham com discriminação e desconfiança por eu ser quem sou”, afirmou uma mulher com deficiência auditiva de 30 anos, entrevistada em São Paulo.

Autônomos

Entre os tipos de ocupação desempenhada pelas pessoas com deficiência auditivo com 18 anos de idade ou mais destacam-se empregado no setor privado (43%) e trabalhador por conta própria (37%). Segundo Renato Meirelles, “essas pessoas desistiram de arrumar emprego e passaram a empreender para garantir o seu sustento”.

A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 5 de setembro passado, com 1,5 mil brasileiros surdos e ouvintes. No total, o Brasil possui 50,30 pessoas com deficiência. Nove em cada dez brasileiros afirmaram ser favoráveis aos direitos das pessoas com deficiência.

A pesquisa mostra que a maior parcela de pessoas com deficiência auditiva está na Região Sudeste (42%), seguida pelo Nordeste (26%) e Sul (19%). Já as regiões Centro-Oeste e Norte detêm os menores percentuais de surdos (6% e 7%, respectivamente). Das pessoas com deficiência auditiva, 28% declararam ter também algum tipo de deficiência visual e 2%, deficiência intelectual.

Uma parcela de 14% dos brasileiros com problemas auditivos disseram não se sentir à vontade e poder falar sobre quase tudo com a família; 40% sentem isso em relação a amigos, contra 11% e 34% da população de forma geral. A sondagem revela, ainda, que pessoas com deficiência auditiva severa têm três vezes mais chance de sofrerem discriminação em serviços de saúde do que pessoas ouvintes.

Mundo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) existem 500 milhões de surdos no mundo e, até 2050, haverá pelo menos 1 bilhão em todo o globo.

 

No mês de setembro estão concentradas ações sociais para marcar o Dia do Surdo e acender a luta por inclusão e respeito à diversidade. Nesta quinta-feira (26), o coral de libras Mãos que Falam ao Coração, formado por crianças e adolescentes da Escola Adventista de São Brás, participará de evento gratuito e aberto ao público, no shopping Boulevard, em Belém.

“O principal objetivo do coral é promover a integração entre essas crianças e mostrar o respeito que devemos a todos. É uma oportunidade de demonstrarmos o quanto isso é importante e que pessoas, com deficiência auditiva ou não, devem ser integradas a uma sociedade justa e igual para todos”, afirma a coordenadora do coral, Patrícia Braga.

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A apresentação do grupo será às 17 horas, na praça de alimentação. “Com certeza, o evento será emocionante para todos”, diz a gerente de marketing do shopping, Glenda Abdon.

Serviço

Apresentação do coral Mãos que Falam ao Coração.

Local: Praça de alimentação do Boulevard Shopping, localizado na avenida Visconde de Souza Franco (Doca), nº 776.

Hora: 17 horas.

Evento gratuito.

Da assessoria do shopping.

A UNAMA - Universidade da Amazônia realizou na sexta-feira (9), no campus Alcindo Cacela, a antecipação da comemoração do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. A data comemorativa é 10 de novembro. A universidade ofereceu serviços à população e proporcionou experiência aos alunos.

A coordenadora do evento, professora Diolen Lobato, informou que quatro médicos atenderam a população. “O evento foi desenvolvido pelo projeto de responsabilidade social, que faz parte do curso de Fonoaudiologia. Aqui em Belém, o único que coloca em prática a campanha é a Clínica de Fonoaudiologia da UNAMA, em parceria com a Politec. É um dia que tem como objetivo conscientizar a população a respeito dos cuidados com a saúde auditiva. Todos os nossos alunos estão participando de workshops, para conscientizar as pessoas da necessidade de cuidarem de sua saúde auditiva", afirmou Diolen. Segundo ela, se o paciente demonstrar algum problema na triagem, ele é agendado para retornar à universidade, para fazer uma avaliação completa. "Em caso de perda auditiva profunda, que é indicativo de implante, estamos fazendo encaminhamento para o nosso parceiro hospital Bettina Ferro”, destacou.

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A estudante do curso de Fonoaudiologia Thalyta Gonçalves falou sobre a importância desse evento para os alunos e para a população. “É muito importante no curso de Fonoaudiologia trazer o conhecimento dessa categoria que as pessoas ainda não conhecem aqui no Pará. A gente está buscando levar às pessoas um pouco das questões da audição, pois é um mito geral que o fono só trata da voz. Hoje a gente está trabalhando não só no atendimento, mas também com peças e músicas que incentivam a questão da preservação da audição e também os cuidados que se deve ter”, disse Thalyta.

“Num evento como esse, nós alunos somos desafiados a pesquisar e elaborar apresentações, fora o convívio com alunos dos outros semestres, que ajuda muito a gente a crescer nessa área”, afirmou Sophia Rego, aluna do curso.

Para a estudante Angelina Antunes, a experiência do evento é uma base importante para o mercado de trabalho. “O aprendizado que eu estou tendo hoje é fundamental, pois me proporciona a experiência do contato com os pacientes. Muitos nunca haviam feito uma triagem e acabam convivendo com um problema auditivo sem saber”, relatou Angelina.

O evento foi aberto ao público. O atendimento ocorreu das 8 até as 16 horas. Pessoas interessadas em realizar um atendimento podem comparecer na Clínica de Fonoaudiologia da UNAMA, no campus Alcindo Cacela, de segunda a sexta-feira, no horário de 8 às 18 horas.

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Eric Clapton, uma das maiores lendas do rock, revelou em entrevista à BBC que está ficando surdo. O guitarrista, que tem 72 anos de idade, é considerado um dos melhores do mundo.

"Ainda vou trabalhar. Tenho um show no Hyde Park em julho. A única coisa que me preocupa é que estou ficando surdo. Ouço zumbidos, mas minhas mãos ainda funcionam um pouco".

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Clapton assumiu que está lutando contra o alcoolismo e, por mais que o problema tenha dificultado sua evolução, pretende gravar um álbum futuramente.

Um dos nomes mais badalados dos dias de hoje no mundo das séries, principalmente depois da estreia da segunda temporada de Stranger Things, é o de Millie Bobby Brown, que dá vida à Eleven do seriado. Mas ao ver a interpretação da jovem atriz, passaria por sua cabeça que ela não escuta de um dos ouvidos? Pois é! Em entrevista à Variety (que foi acompanhada de um ensaio de tirar o fôlego), a estrela fez a revelação que deixou todo mundo chocado. Millie nasceu com surdez parcial em um ouvido, mas após anos de tratamento, perdeu totalmente a audição.

Mesmo com a dificuldade, a atriz, que hoje tem 13 anos de idade, disse que não deixou que o problema afetar sua carreira: - Eu não deixei que isso me parasse. Quando eu canto, mesmo não ouvindo direito, não me preocupo se estou cantando bem. Ninguém é obrigado a cantar bem, ou dançar bem, ou atuar bem. Se você gosta de fazer, continue fazendo. Ninguém tem direito de te dizer o contrário, refletiu.

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Além disso, Millie Bobby Brown ainda contou como foi perder o BV em frente às câmeras, já que o seu primeiro beijo foi em uma das icônicas cenas da segunda temporada do seriado. - Foi uma experiência estranha. Ter 250 pessoas ver você beijando alguém é tipo Whoa!. [Finn Wolfhard, ator que faz a cena com Millie] diz que não foi [o primeiro beijo dele também], mas eu definitivamente acho que foi. Eu acho que ele só está tentando ser cool.

Durante o bate-papo, a jovem ainda fala sobre como é ser uma criança sob os holofotes: - Viver no momento e cometer erros é uma grande parte de ser humano. Eu ainda sou uma criança. Eu tenho 13 anos de idade e cometer erros é ok... Eu não gosto de mostrar pele. Se eu estou numa sessão de fotos e eles pedem para que eu use uma blusa curta eu responde que ainda não. Quando esse dia chegar, eu terei, tipo, 18 anos.

Aliás, a boa atuação da garota choca, inclusive, quem trabalha com ela no dia a dia do set. A equipe, por exemplo, revelou à Variety que ninguém se sente trabalhando ao lado de uma criança. E pelo resultado final do trabalho dá realmente para perceber que é assim que funciona nos bastidores.

A Casa das Rosas, localizada no bairro da Bela Vista, em São Paulo, fará uma série de eventos para conscientizar a população sobre a importância de ações que promovam o acesso a cultura para todos.

Os eventos ocorrem a partir do dia 1º de setembro com uma grande campanha no Facebook que ao longo do mês trará informações, curiosidades, dicas cinematográficas e anunciará o concurso para que a comunidade surda escolha os sinais da Casa das Rosas e do poeta Haroldo de Campos.

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Os interessados devem enviar o seu sinal pelo Facebook e a escolha será feita no dia 16 de setembro às 19h durante o sarau “Slam do Corpo”, uma batalha de poesia que mistura língua de sinais, voz, português, texto escrito e expressão corporal.

Já no dia 3 de setembro, às 15h, uma palestra sobre a história da Língua Brasileira de Sinais (Libras) será realizada. No dia 17 de setembro, às 14h e 15h, respectivamente, o público saberá mais sobre o uso da Libras em espetáculos artísticos e poderá conferir uma leitura de histórias em Libras-Português sobre o museu e a avenida paulista.

Confira abaixo a programação:

Palestra Libras: História, Gramática e Cultura – Domingo (3), às 15h

A palestra a respeito da Libras – Língua Brasileira de Sinais discorrerá sobre sua história, aspectos linguísticos e socioculturais dentro da cultura e identidades surdas com o palestrante Rafael Veloso.

Slam do Corpo – Sábado (16), às 19h

O sarau pretende realizar a experimentação poética com língua de sinais, reunindo a comunidade surda, a comunidade dos saraus e o público em geral. O resultado é um potente e inesperado encontro entre as línguas.

O slam é um jogo, um campeonato de poesia. As regras básicas são três: os poemas apresentados precisam ser próprios, ter no máximo três minutos de duração e não possuírem acompanhamento musical ou objetos de cena.

Palestra Libras em Espetáculos Artísticos – Domingo (17), às 14h

A palestra a respeito da tradução e interpretação em Libras em espetáculos artísticos e dos desafios da ampliação da acessibilidade surda na cena cultural a partir da ideia do pensamento abissal – fronteiras imaginárias que criam dois campos opostos, no caso, entre a cultura surda e a cultura ouvinte – e em como o acesso à cultura pode promover a abertura de diálogo.

Leitura de Histórias em Libras para Crianças – Domingo (17), às 15h

A leitura de histórias em Libras-Português: a história da Casa das Rosas e da Avenida Paulista será contada em Libras de maneira lúdica por contadora surda com tradução simultânea em Português. Após esse momento, as crianças aprenderão o alfabeto em Libras e sinais a serem escolhidos por elas.

A Casa das Rosas está na Avenida Paulista, 37, e funciona de terça a sábado, das 10h às 22h. Domingos e feriados, das 10h às 18h. Para mais informações, acesse o site: www.casadasrosas.org.br ou ligue: (11) 3285-6986 ou (11) 3288-9447.

Com 44 anos de existência, o Instituto Felipe Smaldone atua no desenvolvimento e na aprendizagem bilíngue de jovens. A proposta é ensinar aos alunos a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira modalidade e também o uso da língua portuguesa, através da escrita. 

O Instituto Felipe Smaldone também oferece o curso de Libras para os familiares dos alunos.  A entidade filantrópica e sem fins lucrativos é dirigida pela congregação das Irmãs Salesianas dos Sagrados Corações e oferece a escolaridade regular do 1° ao 5° ano, juntamente com a formação cidadã. 

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O nome da instituição faz referência ao padre italiano Felipe Smaldone, que dedicou a vida à educação dos surdos na Itália e fundou a Congregação das Irmãs para que elas continuassem a missão. Confira abaixo reportagem da TV Unama sobre o trabalho do instituto:

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Profissionais que atuam em ambiente ruidoso devem ficar alentos aos riscos de perda auditiva com o decorrer dos anos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que no Brasil, considerando todos os graus de perda auditiva, a incidência é de 15,7% da população. Muitas vezes isso se deve à rotina de trabalho das pessoas.

Ruídos que fazem parte do dia-a-dia dos brasileiros, seja no trânsito, em casa ou no trabalho, tornam-se agressores e, aos poucos, deterioram a estrutura interna dos ouvidos, provocando Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). Isso se torna mais provável para aqueles que trabalham em áreas como música e entretenimento, metalurgia, siderurgia, têxtil, gráficas e vidraria. 

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O Dr. Rogério Hamerschmidt, médico otorrinolaringologista do Hospital IPO em Curitiba, aponta que a população não dá a devida atenção à saúde auditiva e, muitas vezes, só percebe o problema já em estágio avançado. “Um grande número de sons e ruídos fazem parte da vida cotidiana. Seja pelos sons vindos da rua ou da música em alto volume, as pessoas não se dão conta do esforço ao qual os ouvidos são expostos diariamente. É por isso que é muito importante oferecer descansos periódicos aos ouvidos e, assim proteger a audição, antes de que este sentido se deteriore”, completa o especialista.

Além das pausas periódicas, profissionais da área recomendam que pessoas que lidam diretamente com som alto por mais de 8 horas usem protetores auditivos – principalmente quando as intensidades de som são superiores a 85 dB. 

No fim de ano, período de festas e confraternizações, é comum que as pessoas exagerem na intensidade da música. Ao aumentar o volume, a impressão é de que a comemoração torna-se ainda mais animada. Entretanto, para a saúde auditiva, os resultados da exposição ao barulho excessivo não são motivo para celebrar. Segundo a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBORL), a exposição a sons intensos é a segunda causa mais comum de deficiência auditiva. O excesso de barulho, ao longo do tempo, pode levar à surdez.

De acordo com o otorrino Alberto Monteiro, do Hospital Jayme da Fonte, o ouvido humano suporta escutar 85 decibéis sem incômodo, o que equivale ao som de um grito ou de uma música em que os indivíduos ainda possam conversar sem gritar. “Depois de estar exposto a sons acima desse valor, o indivíduo pode sentir um tipo de incômodo depois da exposição, uma consequência comum e reversível. Em casos de exposição frequente durante longos períodos de tempo – como é o caso das pessoas que trabalham com música –, é possível que o indivíduo chegue à perda parcial da audição”, explica o especialista. 

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No caso de exposição sonora a fogos de artifício, as consequências podem ser ainda mais graves. “Os danos à audição acontecem porque o estrondo dos fogos, principalmente o dos rojões, é inesperado. O ruído, que pode chegar a uma intensidade de 140 decibéis, percorre todo o ouvido de forma rápida, atingindo as células ciliadas", explica a fonoaudióloga Marcella Vidal. O barulho dos fogos consegue ser superior ao de um avião em decolagem, que atinge 130dB. 

Segundo o otorrino Alberto Monteiro, o mais importante é prevenir, já que as lesões nos tímpanos são irreversíveis. “É possível se divertir e escutar música sem estar exposto a volumes muito altos. A grande questão é realmente estar prevenido, porque, além dos tratamentos alternativos, como o uso de aparelhos auditivos, não existe outra forma de recuperar a audição”, adverte o médico. 

LEGISLAÇÃO - No Recife, a lei 16.243/96 dispõe sobre a intensidade dos sons durante o dia e à noite. Segundo a “Lei do Silêncio”, das 6h às 18h, a permissão é de 70 dB. Já das 18h às 6h, o valor cai para 60 dB. Os limites ainda podem variar caso o som seja próximo a escolas, hospitais, cemitérios ou igrejas. “Em tempo de festejos, esses valores podem aumentar em até 15%”, esclarece Janaína Macedo, chefe do setor de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, órgão responsável pela vistoria de casas de shows e boates, no que diz respeito à poluição sonora. 

Durante as visitas, os fiscais utilizam um decibelímetro, aparelho capaz de medir com precisão a intensidade dos sons emitidos no local. Se estiver funcionando acima do limite de som permitido, o estabelecimento poderá ser autuado. “Durante a visita, verificamos se o local tem alvará de som e, caso não tenha, também poderá receber uma notificação ou até mesmo ser interditado”, explica Janaína. 

Boates, baladas e bares são opções de lazer, mas podem ser bastante prejudiciais para quem trabalha nestes locais. Garçons, DJs, barmans e outros profissionais que diariamente se expõem à música alta são as principais vítimas da perda de audição, que é progressiva e irreversível. A exposição contínua ao ruído, aliado à quantidade de horas em contato com o som alto provoca o processo conhecido como Perda Auditiva por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE).

Um trabalhador não deve ser exposto a uma carga sonora maior que 90 decibéis por mais de oito horas diárias. Se o ruído for maior, por exemplo 98 decibéis, a tolerância permitida é de pouco menos de 10 minutos diários neste ambiente. Um ruído próximo a 85 decibéis equivale a um grito. 

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A maior dificuldade em identificar casos da perda auditiva é que, muitas vezes, as pessoas não percebem os sintomas. Os sintomas iniciais podem ser zumbidos, sensação de ouvido tapado, dores de cabeça e dificuldades para entender o interlocutor durante uma conversa. 

Mas a perda de audição não ocorre apenas aos trabalhadores noturnos. Segundo o England’s Royal National Institute of Deaf, três em cada quatro frequentadores assíduos de boates e danceterias estão sujeitos a desenvolver surdez precoce. No Brasil, ainda não existe dados sobre estes tipos de ocorrência. “O mais importante é procurar um otorrinolaringologista para avaliar se há alguma perda ou complicação e se existe a necessidade de solicitar exames complementares, mais específicos”, recomenda a fonoaudióloga Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas.  A indicação também serve para quem tem casos de perda de audição precoce na família, pois o mal também pode ser genético.

Em todo o planeta, 120 milhões de pessoas já estão com a audição afetada pela exposição a ruídos intensos e podem acabar surdos, visto que as células do ouvido não se regeneram. “A PAINPSE é cumulativa. Qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo. Os efeitos podem não ser sentidos e a percepção do dano pode vir tarde demais”, conclui a fonoaudióloga.

Com informações da assessoria

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