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Na última quinta-feira (24), grupos de movimentos negros se encontraram em diversas cidades do Brasil para dar início à Jornada dos Movimentos Negros contra a Violência Policial. No Recife, coletivos, frentes e articulações pelos direitos das pessoas negras se reuniram no bairro do Ibura, na zona Sul da cidade.  

Um dos grupos representados no ato foi o Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (SIMPERE), com a presença de Carmen Dolores, que faz parte do Coletivo Antirracista, formado por professores e professoras da categoria. Ao LeiaJá, Dolores compartilhou a importância de incluir pautas antirracistas no currículo escolar, e como falta de presença das autoridades é latente. 

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“A gente acha que as ações da prefeitura com relação à questão da violência e do enfrentamento ao racismo ainda têm sido muito tímidas. Na prefeitura, por exemplo, a gente tem um grupo que é responsável de fazer o trabalho do antirracismo nas escolas, e esse grupo praticamente se resume hoje a duas pessoas na Prefeitura do Recife”, declarou Carmen. 

Carmen Dolores, integrante do Simpere. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

“Não existe uma política pública de fato. Não é política de governo, a gente quer uma política de Estado, uma política que se alongue independente dos governos, na perspectiva do enfrentamento da violência e do racismo. Então essas ações estruturantes [devem ser colocadas em prática] a médio e longo prazo”, continuou a docente. 

Soluções concretas e possíveis 

As críticas, no entanto, não vêm sozinhas. A categoria já encontra e insiste em propor soluções concretas e possíveis. A necessidade de formação para os professores é fundamental, para a implementação de uma educação antirracista, segundo apontam os docentes. 

“O principal apontamento para resolver o problema da violência nas comunidades, é a escola ser pertencente da comunidade. É a comunidade se sentir parte da escola, ‘derrubar os muros’. Quando a comunidade sente que a escola é pertencente à própria comunidade, a escola não é atacada, não existe violência. É um processo em que a escola precisa se aproximar cada vez mais das comunidades”, enfatizou Carmen Dolores. 

Ato lembra Mãe Bernadete 

Além de abordar a violência policial, que causou a morte de 45 pessoas na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, entre julho e agosto deste ano, o ato foi organizado para se manifestar contra a morte da Yalorixá Mãe Bernadete, assassinada no último dia 17. 

Piedade Marques, da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, lista as principais problemáticas que incentivaram a mobilização nacional. 

Piedade Marques, participante da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

“É aquela história, no frigir dos ovos, é sobre as nossas vidas. É sobre as violências, é sobre o racismo estrutural, sobre o perfilamento que define quem são as pessoas, os corpos sujeitos da ação policial. Fala sobre o encarceramento em massa, fala sobre a guerra às drogas aonde nós, negros e negras é que somos vítimas, colocadas inclusive como algozes porque somos nós que estamos ocupando os presídios”, relata Marques. 

 

Desde o final de março, os professores da rede municipal de ensino do Recife estão em greve. Organizados pelo Sindicato Municipal Dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), a categoria reivindica o reajuste salário de 14,95%, previsto por lei federal, aplicado à carreira.

Após algumas mesas de negociação, a Prefeitura do Recife, por meio de ofício enviado ao Simpere na última segunda-feira (3), afirmou que não haverá novas propostas até que os docentes encerrem a greve. À reportagem, a coordenadora geral do Simpere, Jaqueline Dornelas, afirmou que a categoria, durante assembleia realizada na manhã desta terça-feira (4), decidiu pela continuidade da paralisação. 

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"A categoria não aceita essa condição do prefeito [João Campos] em atrelar a reabertura da negociação á suspensão da greve. Nós entendemos que isso é um processo democrático, que o Simpere está aberto á negociação e que o governo tem que dar um sinal de que quer resolver o conflito abrindo a mesa, chamando o Simpere para negociar e oferecendo um reajuste que valorize a carreira do professor, da professora que atuam nas escolas e creches públicas do Recife", pontuou Jaqueline Dornelas. 

Na última mesa de negociação entre a Prefeitura do Recife e o Simpere, no dia 29 de março, foi ofertado um reajuste, aplicado à carreira, de apenas 7,5%, que foi rejeitada pelos profissionais. Na ocasião, de acordo com a coordenadora geral do sindicato, a gestão municipal afirmou que tem condições financeiras para oferecer o reajuste [14,95%].

"A prefeitura assume que tem condições financeiras, que o limite prudencial não está no seu limite, está bom. A arrecadação está boa para pagar esse ano, eles mesmo alegam isso. Mas, eles não querem deixar esse 14,95% para o compromisso de pagar em 2024".

Em greve desde o dia 29 de março, os professores da Rede Municipal do Recife realizaram, nesta segunda-feira (3), um ato em frente à Escola de Formação de Educadores do Recife Professor Paulo Freire (Efer), no bairro da Madalena. Os docentes se manifestaram contra o não pagamento do reajuste salarial de 14,95% solicitado pela categoria, reajuste sustentado pela lei de piso salarial aprovado nacionalmente pelo Ministério da Educação em janeiro de 2023.

A Diretora do Sindicato Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial de Recife (Simpere), Andrea Batista participou do ato e demonstra indignação ao falar sobre o não pagamento do reajuste salarial.

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“Estamos mostrando para a sociedade recifense como é que o prefeito João Campos trata o professor e a educação do Recife. Minha filha também é aluna da Rede, e nós não estamos sendo tratados à contento pelo prefeito, que não cumpre a lei do piso, lei que está vigente desde 2008 e ele não quer aplicar o piso na carreira dos professores, por isso estamos aqui mostrando para todos que João Campos só faz propaganda e não cumpre a lei do piso salarial dos professores”, afirmou.

Cerca de 300 docentes participaram do ato nesta segunda-feira e anunciaram a realização de mais uma assembleia para decidir sobre a continuidade ou encerramento da greve feita pela categoria, que interrompe as aulas nas escolas municipais do Recife por tempo indeterminado.

Professoras e professores da rede municipal de ensino do Recife deflagraram greve, nesta quarta-feira (29), durante uma nova assembleia realizada no Teatro da Boa Vista, localizado na área central da capital pernambucana. A categoria reivindica desde o início de março que o prefeito João Campos (PSB) cumpra a lei do piso nacional, cujo reajuste é de 14,95%.

Mais cedo, o Sindicato Municipal Dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) participou de uma nova mesa de negociação com a gestão municipal, que manteve a proposta de pouco mais de 7% incorporado à carreira e foi rejeitada pela categoria.

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Ao LeiaJá, Jaqueline Dornelas, coordenadora do Simpere, aponta que a prefeitura do Recife afirmou que tem condições financeiras para oferecer o reajuste [14,95%]. "A prefeitura assume que tem condições financeiras, que o limite prudencial não está no seu limite, está bom. A arrecadação está boa para pagar esse ano, eles mesmo alegam isso. Mas, eles não querem deixar esse 14,95% para o compromisso de pagar em 2024".

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João Campos afirma que os professores recebem acima do piso piso nacional

Na última segunda-feira (27), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), afirmou que os profesores recebem acima do piso piso nacional. “O município do Recife paga o piso nacional dos professores, nenhum professor da nossa rede ganha abaixo do piso nacional do magistério, repito, todos os professores do município do Recife recebem acima do piso nacional do magistério",  disse.

Na ocasião, Campos anunciava a abertura de um concurso com 1000 vagas para novos docentes que integrarão a rede e foi questionado sobre a revindicação dos professores durante coletiva de imprensa. A fala do gestor municipal foi rebatida pelo Simpere. "O prefeito está destruindo a carreira do professor de Recife. Quando ele paga o reajuste para apenas 1300 professores de nível inicial e deixa mais de 8000 professores sem esse reajuste, ele não está cumprindo a lei, ele está destruindo a carreira do professor de Recife”, criticou Ana Davi,coordenadora do sindicato, à reportagem. 

O Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere) rebateu a fala do prefeito João Campos (PSB), nesta segunda-feira (27), que foi questinado sobre o pagamento do novo piso salarial do magistério, reajustado, por lei federal, em 14,95%. Na ocasião, o gestor municipal, que dava detalhes sobre o abertura do concurso com 1000 vagas para novos docentes para a rede, alegou que o professores "recebem acima do piso nacional"

Ao LeiaJá, a coordenadora geral do Simpere, Ana Davi, reconhece a importância da abertura do certame, que foi uma promessa durante a campanha de João Campos. No entanto, ela afirma que a prefeitura "descumpre a lei quando não aplica o piso salarial na tabela".

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"Se você pegar o edital do concurso, você vai ver que a prefeitura colocou o mesmo salário inicial para professores de nível médio é de graduação, descumprindo o plano de cargos e carreiras que é Lei municipal. Hoje, Recife quebrou o magistério quando ele iguala o salário de um professor de nível médio, com o salário de um professor graduado", disse.

À reportagem, Ana Davi aponta que o prefeito está "destruindo a carreira do professor de Recife”. "Quando ele paga o reajuste para apenas 1300 professores de nível inicial e deixa mais de 8000 professores sem esse reajuste, ele não está cumprindo a lei, ele está destruindo a carreira do professor de Recife”.

 

Às vésperas de uma possível deflagração de greve por parte dos professores da Rede Municipal de Ensino do Recife, a Prefeitura do Recife (PCR) anunciou a abertura de um concurso com 1000 vagas para novos docentes que integrarão a rede. Durante a coletiva de imprensa onde divulgou o novo certame, o prefeito João Campos (PSB) foi questionado sobre o reajuste salarial pedido pela categoria, de 14,95%, aprovado nacionalmente.

Em resposta, o chefe do Executivo municipal respondeu: “O município do Recife paga o piso nacional dos professores, nenhum professor da nossa rede ganha abaixo do piso nacional do magistério, repito, todos os professores do município do Recife recebem acima do piso nacional do magistério. Eu respeito todas as categorias, entidades de classe, sindicatos, na luta democrática é essencial você ter o direito de se manifestar, reivindicar, mas eu estou aqui para fazer o que a gente julga que é importante para o município. Se não tivéssemos um município numa situação de equilíbrio, jamais poderíamos abrir um concurso com mil vagas de professores”, disse.

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Desde o dia 8 de março, professores ligados ao Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere) decretaram estado de greve. A categoria exige que a gestão do prefeito João Campos pague o novo piso salarial da carreira, cujo reajuste previsto por lei é de 14,95%, e vale ainda ressaltar que última proposta da Prefeitura, rejeitada pelos profissionais, foi de pouco mais de 6%.

A Prefeitura do Recife, por meio de nota enviada ao LeiaJá, alegou 'surpresa' com a greve dos professores da rede municipal de ensino, decretada nesta terça-feira (21), durante assembleia realizada pelo Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere).

"A Prefeitura do Recife informa que não recebeu contraproposta da categoria. A gestão ressalta ainda, que recebeu com surpresa a decretação da greve, realizada em assembleia nesta terça-feira (21), diante das negociações em andamento e aguarda a comunicação formal do Sindicato". O comunicado também aponta que não houve paralisação das atividades nas escolas municipais e salienta que uma nova assembleia está prevista para o dia 29 de março. 

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No dia 8 de março, os docentes do Recife, organizados pelo Simpere, decretaram estado de greve. A categoria exige que o prefeito João Campos (PSB) pague o novo piso salarial da carreira, cujo reajuste previsto por lei é de 14,95%. A última proposta da Prefeitura, rejeitada pelos profissionais, foi de pouco mais de 6%.

À reportagem, a gestão municipal afirma que, desde o mês de janeiro, faz o cumprimento do piso salarial dos professores conforme a Lei nº 11.738, de junho de 2018, "garantindo que nenhum profissional receba abaixo do piso nacional, estabelecido pelo Governo Federal em R$ 4.420,55 para o ano de 2023".

"A Prefeitura do Recife espera que a categoria possa negociar de modo que a greve não seja deflagrada, pois a interrupção das atividades nas unidades escolares vai impactar diretamente a vida dos mais de 95 mil estudantes da rede, que terão prejuízos de aprendizagem e problemas no cumprimento do calendário no ano letivo, além prejuízos do acesso à alimentação escolar, pois não há condições de receber estudantes nas escolas e creches sem a presença dos professores, com prejuízos para crianças e suas famílias", finaliza a nota. 

Nesta terça-feira (21), durante assembleia realizada no Teatro Boa Vista, no centro do Recife, os professores do Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere) resolveram decretar greve. O motivo é a cobrança no pagamento do piso salarial, reajustado em 14,95%.

A assembleia reuniu cerca de 800 docentes. Segundo uma coordenadoras do Simpere, Jaqueline Dornelas, as aulas ainda continuam. "Essa decretação de hoje não significa a paralisação imediata das aulas. Marcamos uma assembleia para o dia 29, onde a categoria, reunida, vai decidir deflagrar e paralizar as atividades ou não deflagar".

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Ainda segundo Dornelas, a categoria rejeitou unanimamente a proposta do governo. "Não houve nenhum voto contrário nem nenhuma rejeição. Queria dizer que a proposta do governo, de só aplicar 6,95% e desejar pagar o restante, os 8%, por meio de abono, de maneira que a gente recebe de uma vez só e depois não incorpora aos vencimentos, para nós isso não é valorização", disse.

A diretora do Simpere, Telma Ratta, ressalta que a proposta da Prefeitura do Recife não será aceita. "Deflagramos a nossa greve, tiramos um calendário de luta. Amanhã, temos paralisação de todas as escolas municipais, participando do Ato Nacional da CNTE", falou.

Segundo a assessoria de comunicação do Simpere, os professores da Rede Municipal irão para uma mesa de negociação, na Prefeitura do Recife, às 11h, a convite da gestão municipal.

O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) realizou, nesta terça-feira (07), uma paralisação das duas últimas aulas e panfletagem pelas escolas e comunidade escolar. A entidade denuncia o descumprimento do piso salarial dos professores e professoras por parte da Prefeitura do Recife.

A principal bandeira do ato é o reajuste do piso salarial previsto pela lei 11.738/08 que, neste ano de 2023, tem índice de 14,95%, mas ainda não foi efetuado pelo prefeito João Campos (PSB) aos profissionais da área. Telma Ratta, diretora do Simpere, conversou com o LeiaJá sobre a movimentação da categoria:

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“Nós temos um índice que é lei, que é o nosso piso. Esse ano foi indexado em 14,95% e a proposta da prefeitura é de 5,79% a partir de março e 9,16% como abono a partir de julho. Isso não nos contempla porque fica muito abaixo do que foi veiculado e do que é lei. Então nós não aceitamos a proposta na última assembleia, que foi dia 28 de fevereiro, e criamos um calendário de luta”, explica.

Em nota, o sindicato esclarece que a Prefeitura do Recife indicou que irá pagar o reajuste apenas para os professores em início de carreira. Porém a defesa deles é que isto seja aplicado em todos os níveis, inclusive para os aposentados.

Além do principal embate, a associação também está reivindicando pautas como convocação imediata de concurso público, o chamamento dos professores que estão com acréscimo de carga horária e eleições diretas dos cargos de diretor e vice nas escolas. Segundo a associação, eles estão em briga por boas escolas e creches com merendas de qualidade.

“Nossa luta não é apenas por salário pela aplicação do [reajuste de] 15% que é justa e é lei, e ele [o prefeito] não está cumprindo. A nossa luta é educacional, é ampla. É por uma educação pública gratuita e de qualidade social”, afirma Socorrinho Assunção, secretária do Simpere.

A diretora do sindicato afirma que solicitou uma nova mesa para negociação com a prefeitura do Recife, mas não conseguiram retorno até então. Indicados pela Secretaria de Educação do município, o LeiaJá procurou contato com a Secretaria de Administração mas não obteve nenhuma resposta até o momento da publicação desta matéria.

Em nome da lei federal, a categoria irá continuar seu calendário de reivindicações enquanto não tem suas exigências atendidas pela prefeitura. Na quarta-feira (08) a categoria irá participar de outra assembleia geral, na Câmara dos Vereadores, para discutir a campanha salarial. Estarão presentes, também, no ato público 8M em nome do Dia Internacional da Mulher, no Parque Treze de Maio.

O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) solicita, por meio de ofício, um parecer ao Conselho Municipal de Saúde sobre os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças no estado de Pernambuco. Atualmente, cerca de 228 crianças, na faixa etária entre zero e cinco anos, aguardam leitos em UTIs de hospitais públicos.

A maioria nessa fila de espera é devido à SRAG. Nesse contexto, algumas escolas da modalidade da educação infantil estão suspendendo as aulas. O que, até o momento, não é o caso das instituições municipais da capital pernambucana, de acordo com o Simpere. 

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"A escola, por ser um ambiente coletivo, é um ambiente em que dissemina muito esse tipo de doença. Os alunos têm contato um com o outro, mesmo de máscara. Então, eu pessoalmente, na última terça-feira, levei o ofício para o Conselho Municipal de Saúde e nele, estamos pedindo um parecer sobre essa questão da Síndrome Respiratória no Recife", explica à reportagem Socorro Assunção, Coordenadora da organização sindical. 

A solicitação ainda não foi respondida pelo conselho.

Aulas suspensas

Na última terça-feira (24), a prefeitura de Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, informou, por meio das redes sociais, a suspensão temporária das atividades presenciais na educação infantil do município. A medida, de acordo com o comunicado, tem duração de duas semanas.

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Outra cidade que optou pela interrupção das aulas, a partir desta quinta-feira (26) até 10 de junho, é Alagoinha, no Agreste pernambucano. A gestão municipal alega que a suspensão das atividades nas instituições da educação infantil tem relação com o aumento de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave em Pernambuco.

Professores da rede municipal do Recife decidiram suspender, nesta sexta-feira (18), a greve da campanha salarial de 2022, que teve início no dia 7 de março. A decisão foi tomada durante assembleia no Teatro Boa Vista, localizado no centro da capital pernambucana. A categoria aceitou a proposta da prefeitura do reajuste de 23% do piso salarial.

“A categoria resolveu suspender a greve e aceitar a proposta de 23% de rebatimento na carreira, para todos os servidores da educação. No caso os professores e professoras, mais de 12% como abono que será pago de uma única vez, a partir do mês de abril, em nove parcelas, que foi a proposta do governo, além da questão do acrescimento de carga horária e do reajuste do abono educador", explicou Telma Ratta, diretora do Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere).

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"É um elenco de propostas que foram colocadas pelo governo, não houve mudança, mas a categoria avaliou que seria melhor aceitar e continuar a luta para tentar incorporar esses 12% em nosso salário, para a campanha salarial de 2023”, concluiu.

Desde a última segunda-feira (7), professores da rede municipal do Recife estão em greve. A principal reivindicação da categoria é que o prefeito da capital pernambucana, João Campos (PSB), conceda o reajuste de 33,24% no piso salarial, porcentagem que é prevista por lei federal. Na contramão do que é solicitado pelos docentes, a prefeitura oferece apenas acréscimo de 13%.

Enquanto o reajuste preterido pelos profissionais do município não é acatado, outras cidades da Região Metropolitana do Recife anunciam o benefício. Nos últimos dias, as prefeituras de Jaboatão dos Guararapes e Olinda anunciaram, respectivamente, acréscimo de 36% e 34% na remuneração dos docentes. Em Camaragibe, o benefício é de 33,24%. Além disso, professores que atuam na rede estadual de Pernambuco contam com acerto do piso em 35%, anunciado em fevereiro.

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Professores do Recife decretaram greve no dia 4 de março. Foto: cortesia/Simpere

Em entrevista ao LeiaJá, Socorrinho Assunção, diretora do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), afirma que a adesão à greve está em torno de 97%. Além disso, a liderança sindical ressalta que a categoria só retornará às atividades após o pagamento do percentual exigido. “Não há meio termo. A nossa principal reivindicação é que ele [João Campos] efetive e pague o reajuste que é lei”.

Atualmente, a remuneração dada a esses profissionais, que atuam na rede municipal do Recife, que de acordo com Telma Ratta, também diretora do sindicato e professora, conta com 6.000 trabalhadores efetivos e 1.500 temporários, é de R$ 2.886 para jornadas de 200 horas/aulas.

Esse valor coloca o município entre as capitais do Nordeste com o menor salário, ficando atrás, por exemplo, de cidades como São Luís, no Maranhão, que tem vencimento de R$ 4.653, Fortaleza, Ceará, cuja remuneração é de R$ 4.384,82, e Teresina, no Piauí, com salário de R$ 3.348,04.

"Corda no pescoço"

Na tentativa de ter a reivindicação atendida, assim como, um retorno da Prefeitura do Recife, os professores do município, liderados pelo Simpere, realizaram ações, que envolvem panfletagem, vigília, passeatas e assembleia. À reportagem,  Socorrinho Assunção, após ser questionada sobre qual a justificativa dada pela gestão municipal para a não efetivação do reajuste salarial em 33,24%, salientou que não há motivação concreta.

Entretanto, em uma rodada de negociação o secretário executivo de gestão de pessoas, Bruno Alves, apontou que a prefeitura não teria como disponibilizar a porcentagem, pois, o reajuste deixaria a gestão "com a corda no pescoço". O LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Educação da capital pernambucana que, em um primeiro momento, alegou que os questionamentos enviados seriam respondidos. No entanto, até o fechamento da matéria, não tivemos retorno. O espaço segue aberto.

Categoria pede reajuste de 33,24% no piso salarial. Foto: cortesia/Simpere

Nova mesa de negociação

Na tarde desta sexta-feira (11), o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) anunciou, por meio das redes sociais, que uma nova mesa de negociação com a gestão municipal será realizada na próxima segunda-feira (14), às 11, no Edifício Sede da Prefeitura do Recife, localizado na área central do município.

"A Gestão Municipal, em caráter excepcional, e no intuito de manter o diálogo como o meio mais adequado para solução do impasse com os professores da Rede Municipal de Educação, convidamos os representantes da categoria para uma nova rodada de negociação", diz trecho do comunicado. Confira o ofício na íntegra: 

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Professores e Professoras, liderados pelo Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife, (Simpere), realizaram ato em frente à Prefeitura, nesta quarta-feira (23), para exigir o piso salarial. O grupo está na sede municipal desde às 16h e, no início da noite, fecharam a via, sentido centro, em protesto.

"Hoje, conseguimos arrancar uma mesa de negociação e, nesse momento, estamos aqui reunidos em vigília, professores e professoras da nossa rede, para podermos pedir os nossos direitos que é de 33% do piso salarial na carreira. João Campos tem que pagar esse piso. Nós estamos aqui fazendo essa pressão", disse ao LeiaJá a diretora do Simpere, Socorro Assunção.

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A representante do sindicato aponta que a gestão municipal ofereceu 11% de aumento, porcentagem abaixo do que é esperado pela categoria. “O piso é de 33%. O piso salarial é direito do trabalhador, é uma lei que tem que ser cumprida. Ele [João Campos] tem que cumprir essa lei”, ressalta Socorro Assunção.

Neste momento, de acordo com a diretora do Simpere, representantes dos professores da rede municipal e os vereadores Dani Portela (PSOL), Ana Lúcia (PDT) e Rinaldo Júnior (PSB) participam de uma mesa de negociação. "Nós estamos desde às 16h aqui e só vamos sair daqui dessa vigília quando a comissão de negociação descer dessa mesa e nos colocar, colocar para a categoria qual foi a anegociação".

O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) decretou greve e paralisação das últimas duas aulas nesta sexta-feira (18). A mobilização acontece após assembleia geral realizada na quarta-feira (16), em que foi discutido o reajuste do piso de 33,23% não acatado pelo prefeito João Campos.

A categoria vem pedindo o ajuste salarial com repercussão em toda carreira durante todos o mês com atos simbólicos e negociações. Segundo o sindicato, o prefeito João Campos não cumpriu com o ajuste do piso rebaixando a porcentagem para 10,06% em mesa de negociação. A categoria reforça que não deseja paralisar as escolas, mas não vê outra solução diante as últimas negociações. Segundo os professores, reajustes não são aplicados há três anos.

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O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) realiza ato, nesta segunda-feira (14), no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife. A organização pede ao prefeito João Campos (PSB) o pagamento do piso salarial da categoria, como também, a suspensão das aulas presenciais nas instituições municipais da capital pernambucana.

"Hoje, a gente vai ter que sair daqui com uma proposta concreta de pagamento do piso deste governo. Hoje é um dia de paralisação de todos os turnos das escolas municipais e a gente está pressionando, com um quantitativo muito bom de professores, e o objetivo é que o governo João Campos pague e honre com o piso", ressaltou ao LeiaJá a diretora do Simpere, Socorrinho Assunção.

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A manifestação também pede pela suspensão das aulas presenciais, previstas para esta terça-feira (15), de acordo com Socorrinho Assunção, o pedido é referente ao número de casos de Covid-19 no Estado, principalmente, no Recife.

Além disso, ela chama atenção para o quantitativo de crianças contaminadas pela variante Ômicron. "A gente também vai negociar com o governo hoje, agora à tarde, este ponto. Para que permaneçamos, até que melhore, até que a maioria das crianças sejam vacinadas, que as aulas continuem on-line", diz. Neste momento, os professores estão em caminhada pelo bairro. 

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Professores da rede municipal do Recife paralisaram as atividades nesta sexta-feira (4). O ato luta pelo reajuste do piso salarial de em 33,23% com repercussão em toda carreira e pede o retorno das aulas remotas devido ao surto de Covid-19 e influenza no estado. A mobilização iniciou às 9h e segue por todo o dia em frente à Prefeitura do Recife, na área central da capital pernambucana.

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Professores do Simpere realizam paralisação em frente à Prefeitura do Recife (Foto: Divulgação)

“Hoje, nossas aulas em Recife não voltaram porque estamos denunciando o descumprimento da lei do piso e a falta de condições sanitárias para o retorno seguro das aulas. Recife, hoje, paga o pior salário da Região Metropolitana aos seus professores. É preciso que a Prefeitura valorize seus profissionais”, afirmou a coordenadora geral do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (SIMPERE), Anna Davi, ao LeiaJá.

Ainda segundo Anna Davi, o público-alvo da rede municipal sequer tomou a primeira dose da vacina, o que torna preocupante o retorno às aulas na modalidade presencial: “Hoje, nosso público alvo não está sequer com a primeira dose. Então nossa paralisação é em defesa da vida e o retorno seguro às aulas. Não podemos colocar 95 mil estudantes em salas pequenas, sem ventilação, em meio ao aumento da onda de Ômicron e influenza”, afirmou, ao LeiaJá.

Foto: Divulgação

Jaqueline Dornelas, também coordenadora do Simpere, explica que aplicar o reajuste apenas para profissionais que estão iniciando a profissão torna o salário igual aos professores que já trabalham há anos, “achantando” a carreira: “Não adianta o prefeito querer colocar esses 33% apenas no professor que tá numa etapa inicial da carreira, ele precisa rebater para toda a categoria independente da etapa que ele esteja no plano de carreira”, explicou, segundo informações da assessoria de comunicação.

Anteriormente, o sindicato conseguiu que a Secretaria da Educação adiasse o retorno das aulas para o dia 14 de fevereiro para estudantes da educação infantil e anos inicias. Agora, Jaqueline afirma que o sindicato tenta conseguir o mesmo para estudantes do 6º ao 9º ano: “Pedimos que as escolas de 6º ao 9º ano também tenham o início das aulas adiadas, como conseguimos para educação infantil e anos iniciais. O secretário insiste em deixar as escolas abertas com professores, estudantes e funcionários dentro, mesmo com a Ômicron e influenza lotando os hospitais”, completou.

O Simpere pede não só a aplicação do valor do piso salarial do magistério para 2022, no valor de R$ 3.845,43, e a volta das aulas de forma remota, como que a educação pública municipal não seja privatizada.

Nesta quarta-feira (26), o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial de Recife (Simpere) se posicionou, em nota, contra o retorno às aulas presenciais da Rede Municipal da cidade, que têm data prevista para o dia 4 de fevereiro de 2022. A decisão foi tomada tendo em vista o agravamento da pandemia, devido a disseminação da variante Ômicron.

No comunicado, o Simpere ressalta que a política de retorno às atividades presenciais adotadas pelo atual prefeito de Recife, João Campos, não leva em consideração o aumento de hospitalizações em UTIs, que estão em alerta crítico com 80% dos leitos ocupados. Além disso, o sindicato cita em nota a expansão de casos de infectados com os vírus Influenza H1N2 e H3N2, que acentuam a urgência em preservar a saúde da população, por meio do distanciamento social.

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Mediante esta realidade, o Simpere salientou que exige que a prefeitura da cidade suspenda a realização do primeiro semestre escolar de 2022 de forma presencial e ainda solicita uma reunião com o governo para que sejam debatidos um planejamento mais seguro do retorno ao presencial, medidas de aceleração da vacinação das crianças entre 5 anos a 11 anos e testagem em massa da população. 

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), anunciou, por meio das redes sociais, nesta quinta-feira (28), Dia do Servidor Público, a assinatura de um plano de metas para as escolas da capital pernambucana. De acordo com a publicação, a iniciativa beneficiará os professores da Secretaria de Educação.

Ainda segundo o texto do prefeito, o bônus, que será concedido aos docentes ainda em 2021, poderá ser equivalente "a um 14º e até 15º salários", escreveu Campos. Confira a publicação:

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Há dias, lideranças e professores ligados ao Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) tentam um diálogo direto com João Campos para negociação do reajuste salarial em 12,84%, valor anunciado pelo Ministério da Educação. No entanto, o grupo não teve êxito. Após o anúncio do prefeito do Recife, o LeiaJá procurou a coordenadora geral do Simpere, Cláudia Ribeiro, para saber do posicionamento do sindicato sobre o benefício. De maneira enfática, Cláudia classificou o bônus como um "show pirotécnico" e uma "armadilha".

"É um anúncio que dá a falsa impressão de investimento na educação pública e nos seus profissionais. É show pirotécnico! Porque parte do pressuposto que escola é fábrica e que nela tem uma linha de montagem de resultados que se referem à aprendizagem. Outra, é que na medida em que irá implementar uma política de premiação deixará a maioria sem investimento algum, promovendo sucateamento, abandono e justificando aos professores nenhum reajuste posto que estes serão responsabilizados pelo baixos índices de aprendizagem. É uma armadilha", critica.

Para a coordenadora do Simpere, a prefeitura deveria garantir uma política de valorização dos profissionais da Educação e investir na Educação pública. Além disso, ela chama atenção para a luta salarial travada há anos com a administração do município. "Nossos salários estão congelados desde 2017 e o repasse do percentual do piso de 2020 não foi repassado para todos os professores", ressalta.

O Sindicato Municipal dos Professores da Rede Oficial do Recife (Simpere) realizará, nesta sexta-feira (23), uma coletiva de imprensa sobre a volta às aulas nas escolas da capital pernambucana. De acordo com o sindicato, serão expostas contradições dos argumentos usados pela prefeitura, bem como a ineficiência dos protocolos de segurança na prática nessa primeira semana de retorno às salas.

"O calendário imposto arbitrariamente pela Prefeitura obriga toda a comunidade escolar a se expor ao covid-19 sem que nem os docentes estejam plenamente vacinados com segunda dose, muito menos com imunização completa", argumenta o Simpere, em nota enviada pela assessoria de imprensa.

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Ainda de acordo com o sindicato, os docentes só indicam previsão de retorno seguro no final de setembro, "com possibilidade de reavaliação a depender de qualquer agravamento da situação sanitária da cidade". Por fim, o Simpere salienta a falta de estrutura nas escolas indicando que o distanciamento mínimo dificilmente será garantido, assim como condições adequadas de higiene, tendo em vista a falta de água constantes em bairros do Recife.

Após a Secretaria de Educação do Recife anunciar a retomada escalonada das aulas presenciais em todas as escolas da rede municipal da cidade, prevista para esta quinta-feira (22), os professores, juntamente com o sindicato da categoria (Simpere), decidiram durante assembleia virtual, realizada nesta quarta-feira (21), pela manutenção das atividades remotas.

Por meio da assessoria, o Simpere afirma que não houve diálogo entre a Prefeitura do Recife e docentes. Além disso, o sindicato alega que muitos profissionais ainda não receberam a segunda doseda vacina contra a Covid-19 e coloca como condição para retomada presencial que 60% da população geral esteja vacinada com as duas doses.

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"A imposição autoritária da prefeitura pela volta às aulas presenciais acontece no momento em que a variante delta coronavírus começa a se espalhar pelo país, inclusive com casos de mortes confirmadas em navio atracado no Recife. A nova variante pode se espalhar mais rápido no Brasil pelo processo de vacinação retardado pela política genocida de Bolsonaro. Nesse cenário, a PCR deixa claro que professor imunizado não é prioridade para volta às aulas presenciais", afirma o sindicato através da assessoria.

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