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O governo quer hospedar jornalistas, árbitros e o restante do staff da Olimpíada do Rio, em 2016, nas moradias de um dos empreendimentos cariocas do Minha Casa Minha Vida. A equipe dos Jogos usará as casas do programa de habitação popular antes mesmo de os beneficiários escolhidos receberem as chaves dos novos apartamentos. A Vila de Mídia, que está sendo construída na Baixada de Jacarepaguá, é formada por 66 prédios de cinco andares, num total de 1.320 unidades habitacionais com 45 metros quadrados cada uma. A previsão de entrega do conjunto para o comitê olímpico é fevereiro de 2016.

Para abrigar parte dos 25 mil profissionais de mídia credenciados para a cobertura dos Jogos e dos 8 mil funcionários que trabalharão nas instalações olímpicas, foram feitas adaptações no modelo que é sempre usado nas moradias do Minha Casa Minha Vida. Não houve alteração da área construída, mas no primeiro momento cada um dos apartamentos terá dois quartos, dois banheiros e sala (sem cozinha e área de serviços).

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Depois dos Jogos, que vão ocorrer de 5 a 21 de agosto de 2016, as casas voltarão para a construtora Novo Lar, que fará modificações para revertê-las à planta básica da faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, destinada às famílias que ganham até R$ 1,6 mil por mês. Os apartamentos voltarão a ter dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviços.

O governo federal estima gastar R$ 99 milhões na construção desse empreendimento. Segundo o Ministério das Cidades, as adaptações que serão necessárias já foram incluídas no contrato com a construtora. A prefeitura do Rio de Janeiro pagou R$ 19 milhões pela desocupação do terreno, de 43 mil metros quadrados, na Estrada do Engenho d’Água, bairro do Anil, onde funcionava um antigo centro de distribuição de bebidas. A ideia original era construir as acomodações da Olimpíada na Zona Portuária.

Quando o empreendimento estiver com a metade construída, a prefeitura do Rio apresentará a lista dos beneficiários que devem ser contemplados com os novos apartamentos depois dos Jogos. Para ter o amparo legal, a Casa Civil incluiu uma emenda no projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamento, prática conhecida como "contrabando", por ser alheia ao teor da matéria de que trata à proposta.

"É facultada a cessão de uso de imóveis habitacionais de propriedade ou posse da União ou integrantes do patrimônio de fundos geridos por órgãos da Administração Federal Direta ou Indireta, para atividades relacionadas à realização dos Jogos Rio 2016, na forma regulamentada pelo Poder Executivo", diz o texto.

Na mesma redação, foram incluídos outros itens que tratam da Olimpíada, entre eles um dispositivo que desobriga a União de cobrir déficits do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Embora o governo afirme que quer aprovar a proposta ainda nesta semana, a falta de quórum por causa das festas de São João, que desmobilizam principalmente a bancada do Nordeste, apontam para um adiamento.

A Grã-Bretanha anunciou um "reforço" de peso para os Jogos Olímpicos do Rio/2016. Os britânicos revelaram, nesta quarta-feira, que conseguiram autorização para que Zharnel Hughes, velocista nascido no território ultramarino de Anguilla, compita pelo país em eventos organizados pelo Comitê Olímpico Internacional, especialmente a Olimpíada.

Hughes tem apenas 19 anos (faz 20 no mês que vem) e, no ano passado, quebrou o recorde dos 100m no Campeonato Jamaicano Júnior, que pertencia a Yohan Blake. Companheiro de treino de Usain Bolt, o garoto tem sido comparado ao homem mais rápido do mundo. No mês passado, por pouco não venceu o ídolo nos 200m na etapa de Nova York da Diamond League.

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Anguilla, um território britânico ultramarino de pouco mais de 13 mil habitantes, é filiado à Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF), mas não é reconhecido pelo COI. Assim, Hughes optou por competir pela Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos, fazendo valer um passaporte que tem desde que nasceu. O velocista tem 10s15 e 20s15 como melhores marcas da carreira nos 100m e 200m, respectivamente.

Além dele, a Grã-Bretanha conseguiu a naturalização esportiva de outros quatro atletas nos últimos dias para sua equipe de atletismo: as norte-americana Cindy Ofili (dos 100m com barreiras, britânica desde que nasceu), Shante Little (400m com barreiras) e Montene Speight (400m rasos), além da sueca Victoria Dronsfield, do salto em altura.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) encerrou neste sábado a série de reuniões sobre os Jogos de 2016 reforçando a mensagem de que não há tempo para perder quanto à conclusão das obras. Em entrevista, o presidente do COI, Thomas Bach, explicou, em tom de brincadeira, a aposta que firmou com o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

"Eu disse que quando viesse à abertura dos Jogos no Maracanã queria ter a oportunidade de agradecer a alguns operários pelo fim do trabalho. Paes me disse que gostaria de apostar que eu não teria operários para cumprimentar. Na verdade, eu quero perder essa aposta. E ainda assim vou agradecer", disse Bach.

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Assim como nas sabatinas que sofreu no decorrer da semana, o dirigente foi muito questionado sobre as críticas que os projetos olímpicos têm sofrido em relação ao legado ambiental, principalmente quanto à construção do campo de golfe em uma área de preservação. Os ambientalistas também enfatizam o reconhecimento por parte do governo estadual de que a meta despoluição da Baía de Guanabara não será atingida.

O dirigente afirmou que confia no tratamento do governo sobre a preservação ambiental. E ressaltou que, se não fosse pela Olimpíada, algumas iniciativas, como a tentativa de despoluir a Baía de Guanabara, não teriam evolução.

Bach também foi questionado sobre a instalação de uma nova linha de metrô que beneficia apenas uma área nobre da cidade - ligando Ipanema até a Barra. "Teremos mais linhas de ônibus em outras áreas. Teremos mais infraestrutura, que vai criar emprego para muitos", justificou.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, que está em visita ao Rio de Janeiro com a cúpula da entidade, foi hostilizado por ambientalistas na tarde deste sábado, em frente a um hotel de luxo de Copacabana, zona sul da cidade, onde os membros da entidade estão hospedados.

A caminho de um compromisso, o dirigente deixou o lobby do hotel sob um forte esquema de segurança, mas saiu do bloqueio formado por policiais militares para esboçar uma tentativa de conversa com os manifestantes, que não quiseram conversa. E responderam com vaias, gritos de "assassino" e faixas que diziam "COI go home (COI vá para casa)". Em seguida, ele entrou na van da delegação e foi embora.

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"Ele (Thomas Bach) é cúmplice do Eduardo Paes (prefeito do Rio) na devastação da mata atlântica. Estão desmatando a área de preservação para beneficiar empreiteiros", afirmou o biólogo Marcelo Mello, integrante do grupo "Ocupa Golfe", que acusa os organizadores dos Jogos de não respeitarem as leis ambientais do local onde está sendo construído o campo olímpico de golfe.

Em entrevista antes de deixar o hotel, ciente de que estava ocorrendo um protesto do lado de fora, Thomas Bach afirmou "que está aberto para um diálogo com todos". Disse também que recebeu garantias governamentais de que a construção do campo de golfe está sendo feita de forma responsável.

Cerca de duas horas antes, uma ativista que não quis se identificar invadiu o lobby do hotel para fazer um apitaço. Após a confusão inicial do ato, ela foi recepcionada pelo diretor de comunicação do COI, Mark Adams, que trocou contatos com a ativista para tentar manter um diálogo sobre as reivindicações do "Ocupa Golfe".

Um protesto, inicialmente pacífico, terminou em confusão na tarde deste sábado (28) no lobby de um hotel de luxo, em Copacabana, zona sul do Rio, onde ocorrem reuniões do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Aproximadamente 10 manifestantes contrários à construção do campo de golfe olímpico na Reserva de Marapendi, zona oeste da cidade, se concentraram na entrada do hotel com faixas e bandeiras. Em dado momento, alguns deles tentaram entrar no saguão do hotel. Seguranças tentaram intervir, mas os ativistas resistiram com empurrões e chegaram ao interior do estabelecimento.

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Rapidamente, eles foram cercados por profissionais da imprensa de todo o mundo que estão fazendo a cobertura da visita do COI. "Desmataram nossa reserva ecológica na Barra da Tijuca para construir um campo de golfe", reclamava uma das manifestantes, que também soava apitos.

O Comitê Rio 2016 revelou nesta sexta-feira que os Jogos do Rio podem receber duas piras olímpicas - uma no Maracanã e outra no Engenhão. Tradicionalmente, apenas uma fica instalada no estádio olímpico durante o evento. O assunto ainda vai ser debatido em reuniões do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Rio 2016, está tratando do assunto, que deve entrar na pauta do COI em agosto deste ano. Porém, não quis dar detalhes das negociações. "Vamos levar o assunto ao COI no momento certo. Ainda é cedo para falarmos", afirmou.

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Na quarta feira, durante coletiva de imprensa que encerrou a oitava visita da Comissão de Coordenação do COI para os Jogos Olímpicos, Nuzman negou com veemência que o Comitê estivesse cogitando o assunto.

O interesse de ter duas piras se dá porque a abertura e o encerramento dos Jogos serão realizados no Maracanã, e não no estádio olímpico, onde normalmente ocorrem os festejos e fica instalada a pira olímpica.

A oitava visita da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos do Rio terminou com uma preocupação. Segundo o COI, as obras do velódromo, da pista de hipismo e do campo de golfe estão com o cronograma sob "muita pressão", o que poderá atrapalhar a realização de eventos-teste previstos para o segundo semestre deste ano.

Quem usou a expressão foi a própria presidente da comissão, a marroquina Nawal El Moutawakel, durante coletiva de imprensa realizada em um hotel em Copacabana, nesta quarta-feira. A entrevista que encerrou a visita oficial de inspeção do COI.

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"Nós queremos dizer que há muita pressão no cronograma para essas provas em função dos eventos-teste", afirmou Nawal. "O Rio está entrando no período mais intenso (de preparação), em que precisa entrar num grande nível de detalhamento e entregar 21 eventos testes. Um exemplo dessa intensidade são o campo de golfe, o velódromo e o hipismo." O evento-teste de hipismo está previsto para acontecer em agosto.

O alerta sobre essas três instalações contrastou com a percepção do COI em relação aos demais equipamentos olímpicos que estão sendo construídos. "Ficamos muito impressionados com o progresso nas instalações olímpicas. Visitamos o Parque Olímpico e o Complexo de Deodoro na segunda-feira, e ambas as áreas estão nos trilhos", assegurou Nawal.

ACOMODAÇÕES - Outro ponto que mereceu atenção da comissão diz respeito à hospedagem. "Uma força-tarefa está se reunindo para que todos os envolvidos possam ter um quarto para comparecer aos Jogos Olímpicos", afirmou Nawal.

Quando da candidatura, o Rio se comprometeu a quase dobrar o número de quartos na cidade, saltando de 20 mil para 36 mil vagas de hospedagem. Além de novos hotéis, uma das soluções encontradas seria o aluguel de cinco navios que ficariam ancorados na cidade. Na terça-feira, o prefeito Eduardo Paes declarou que essa era uma questão já resolvida, e que somente um navio será necessário.

Não foi o que deu a entender a comissão do COI. Christophe Dubi, diretor executivo dos Jogos Olímpicos, afirmou que "é sempre um desafio ter de acomodar 40 mil quartos de hotel".

Mas o sempre otimista Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio, garantiu que tudo será resolvido. "Ganhamos os Jogos Olímpicos com 18 mil quartos, hoje temos mais de 36 mil e outros estão em andamento. A um ano e meio da Olimpíada eu não tenho a menor dúvida de que atingiremos o número necessário."

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse que está "muito satisfeito" com os avanços das obras para a Olimpíada de 2016. O dirigente está no Brasil participando da oitava visita da Comissão de Coordenação para os Jogos Olímpicos (Cocom) e para a reunião do Comitê Executivo do COI.

Bach deu a breve declaração na manhã desta terça-feira na saída de um hotel na zona sul do Rio, onde está acontecendo a série de reuniões entre integrantes do COI, do Comitê Rio e autoridades públicas. "Estou muito satisfeito (com o progresso). Agora estou indo a Brasília", declarou, sucinto. O dirigente tem reunião marcada com a presidente Dilma Rousseff às 15h.

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Nesta terça-feira, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito da capital, Eduardo Paes, participaram mais uma vez dos encontros da Cocom. Pezão ficou pouco mais de 30 minutos e saiu antes da comitiva do COI. Já o prefeito participa de uma série de reuniões até o fim da manhã.

A reta final para a Olimpíada do Rio chegou, com um calendário cheio para os atletas brasileiros em 2015. Em entrevista exclusiva, o diretor executivo de esportes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marcus Vinicius Freire, detalha que a temporada que vem pela frente será feita de forma estratégica para encarar Pan e Mundiais, em busca da melhor forma para os Jogos.

A meta de ser Top 10, conquistando entre 27 e 30 medalhas, continua. Mas Freire admite: o Brasil não tem "gordura" em sua delegação para atingir esse objetivo, caso os principais atletas tenham problemas.

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Agência Estado - Quais são as metas do COB para 2015, reta final para a Olimpíada do Rio?

Marcus Vinicius Freire - Os dois primeiros anos do ciclo foram os melhores da história olímpica brasileira. 2015 é mesmo a reta final, com 500 e poucos dias para os Jogos (nesta segunda-feira faltam 543 dias), e um evento gigante pela frente, que é o Pan (em julho). Vamos levar 600 atletas para Toronto, em um Pan totalmente atípico, já que não vamos brigar por classificação para a Olimpíada em várias modalidades. E o calendário é complicado porque encavalou com o Mundial de Desportos Aquáticos, na Rússia. Mas a gente continua focado em ser Top 3, brigando pelo segundo lugar com o Canadá, que joga em casa e é favorito.

AE - Mas esse também é um ano de muitos Mundiais.

Marcus Vinicius Freire - Em relação aos Mundiais, vamos fazer a mesma comparação dos últimos dois anos. Vamos pegar os números de 2011 e comparar. A gente saiu, no primeiro ano de ciclo, de 11 para 27 medalhas (comparando 2009 e 2013) e, no segundo ano, de 15 para 24. Mostra que o trabalho está no caminho certo.

AE - Para quem vale o Pan e para quem valem os Mundiais?

Marcus Vinicius Freire - Cada atleta, treinador e diretor técnico negocia conosco, estamos dando muito mais voz a eles. O importante é o dia 5 de agosto de 2016 (data de abertura da Olimpíada). E o que é melhor para esse dia? Cada um monta a sua estratégia.

AE - Para os atletas mais novos seria interessante disputar o Pan por causa da vivência?

Marcus Vinicius Freire - Essa discussão é ótima. Nos nossos encontros de treinadores tivemos essa pergunta e cada tem a sua resposta. O Jesus Morlán, da canoagem, acha que ninguém tem que entrar na Vila, ninguém tem que dar entrevista. O Torben (Grael, treinador chefe da vela) diz o contrário. Que a vela sempre fica fora da Vila e que ele quer que a filha dele (Martine, campeã mundial da classe 49er) fique para ver como é.

AE - O Brasil ficará na Vila, com os outros atletas, em 2016?

Marcus Vinicius Freire - Majoritariamente na Vila, mas não totalmente. O judô vai fazer igual em Londres, quando ficou em Sheffield e saía de lá 48 horas antes da competição. No Forte de São João, que vai ser nossa base, ficam atletismo e natação, por causa da pista e da piscina. A gente também tem hotéis reservados pela cidade, para quem vai competir em Copacabana, no Aterro do Flamengo ou em Deodoro.

AE - Essas reservas têm a ver com conforto ou controle?

Marcus Vinicius Freire - Pensamos em facilidade, conforto e proximidade. É na Vila que você tem controle total, não no hotel. Mas vamos fechar a Vila para visitantes. A Grã-Bretanha fez isso. Criaram um outro espaço, perto da Vila, em que o atleta ia para encontrar o familiar, a namorada, o agente. Vamos fazer a mesma coisa. Isso não atrapalha só o cara, mas o time inteiro.

AE - Hoje, a única equipe sem chance de classificação é o hóquei sobre grama feminino. Por quê?

Marcus Vinicius Freire - Cinco anos atrás, fui a todas as federações internacionais para perguntar: como é que vocês me ajudam (a classificar para os Jogos)? A de hóquei disse que a distância era grande e era necessária uma evolução para vir o convite. O feminino não acompanhou e no ano passado já ficou fora. O masculino encostou na meta e vai ao Pan precisando ficar entre os seis para ter a vaga. O convite foi amarrado na evolução técnica. Tem quem discorde, acha que tem que ter time de qualquer jeito, mas não vejo assim. É melhor um plano a longo prazo do que virar chacota.

AE - Como o COB tem trabalhado a questão da pressão em casa?

Marcus Vinicius Freire - Temos um trabalho específico. Definimos que não existe atendimento de emergência. Temos 11 psicólogos tratando as equipes. A gente entende que jogar em casa tem o lado positivo e o negativo. O bom é a torcida a favor, conhecer o ambiente. O ruim é a distração, de querer saber se a mãe está na arquibancada, se os amigos ficaram do lado de fora. Não adianta achar que vamos eliminar isso. Temos de conseguir prepará-los para lidar com isso. Não vou ter como segurar mídia social, não vou jogar fora o celular.

AE - O Brasil tem como meta ser Top 10. Esse objetivo continua em ganhar entre 27 e 30 medalhas?

Marcus Vinicius Freire - Sim, mas a gente tem que combinar com os demais… Quando se fala em medalhas, não adianta achar que com 27 eu vou ficar no top 10 se os caras que estão embaixo da gente ganharem 28. Então, é uma estimativa, olhando para o perfil dos últimos quatro Jogos. É uma meta arrojada, mas factível.

AE - O Brasil tem "gordura" na delegação? O Everton Lopes, do boxe, era um possível medalhista e se profissionalizou. Assim como ele, o País pode perder outros...

Marcus Vinicius Freire - Sim, perdemos o Everton e ele estava na conta. Mas os outros países também podem perder. Eu gostaria que, para muitos atletas, a Olimpíada fosse amanhã e, para outros, daqui a dois anos. Porque uns estão maturando e outros estão prontos para ganhar tudo agora. E, depois, uma coisa é a meta. Se ganhar 27 medalhas e ficar em 11.º ou em 9.º, continuamos nela. Se ficar próximo, passar um pouquinho, faz parte do jogo. A tendência dos últimos Jogos é a de diluição das medalhas. Entrou mais gente embaixo: Azerbaijão, Usbequistão, Montenegro... E aí pode ser que, no Rio, a tendência seja até o contrário, de que para ficar em 10.º precise de 25 medalhas.

AE - A naturalização é, hoje, uma realidade. Qual a posição do COB?

Marcus Vinicius Freire - A gente não incentiva e nem desincentiva. Cada confederação tem a sua estratégia e apoiamos. Naturalizamos no tênis de mesa (Gui Lin), naturalizamos na luta (Eduard Soghomonyan). Mas acho que as federações internacionais devem impor restrições no número. O time do Catar (no Mundial de Handebol) tinha 12 jogadores e 10 eram estrangeiros. Aí a seleção não é do Catar.

AE - A pressão por resultado pode fazer aumentar o uso de doping?

Marcus Vinicius Freire - Acho que cada vez menos. Mas, por outro lado, existe hoje um negócio chamado suplemento, que o atleta de alto rendimento não vive sem. Só que, dependendo dos substâncias do suplemento, é uma linha muito tênue (da quantidade proibida e da liberada)... Os caras vivem no limite, e essa é a preocupação. É igual ao uso do Facebook ou do Twitter, não para controlar e dizer que, a partir de agora, ele só vai comer ovo e frango.

AE - Como o COB tem pensado as próximas Olimpíadas?

Marcus Vinicius Freire - Criamos um programa de identificação e desenvolvimento de talentos e trouxemos uma consultora que fez isso nos últimos 12 anos na Grã-Bretanha, a Sue Campbell. O primeiro diagnóstico dela é que temos identificação e um bom trabalho no alto rendimento, com um buraco no meio. Da nossa parte, montamos um protocolo de identificação nos Jogos Escolares, que é a nossa base. Na última edição, com 2 milhões de participantes, levamos o pessoal da Ciência do Esporte para detectar perfil e levar para algumas confederações.

AE - Nós chegaríamos a essa formatação se o Brasil não fosse sede olímpica?

Marcus Vinicius Freire - Chegaríamos se já tivéssemos uma equipe profissional como temos hoje. Mas talvez não teríamos os recursos. O Ministério do Esporte não estaria com essa vontade toda de fazer um plano como o Brasil Medalhas, o Ministério da Ciência e Tecnologia não iria me dar um laboratório de US$ 6 milhões, como o do Maria Lenk, as Forças Armadas possivelmente não teriam engajado 500 atletas. Esse é um sonho olímpico que o COB aceita comandar, mas é um trabalho conjunto. O grande legado dos Jogos em casa foi ter conquistado esse engajamento.

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) confirmou, nesta quinta-feira, os critérios de escolha das quatro duplas que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio/2016. O País, porém, só tem duas vagas garantidas na Olimpíada, uma em cada naipe, como país sede. A CBV, nem cogita a possibilidade de outras duas vagas não serem obtidas pelo ranking mundial e vai divulgar os escolhidos em janeiro de 2016, seis meses antes de serem definidas as cotas de cada país na Olimpíada.

A CBV explica que uma dupla masculina e uma dupla feminina "conquistarão" a vaga pela pontuação obtida no ranking mundial. Conforme havia antecipado a Agência Estado em outubro do ano passado, os outros dois times serão indicados pela entidade. A CBV garante que a escolha será baseada "em critérios técnicos e de meritocracia".

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A novidade é que a CBV atendeu ao pedido dos atletas e não vai usar o ranking olímpico da Federação Internacional de Vôlei, que considera todos os eventos do calendário, até 13 de junho de 2016. Serão levados em conta apenas os 10 torneios mais importantes do ano. Ficará com a vaga a dupla que somar mais pontos em oito deles, podendo descartar dois resultados.

Serão considerados para a pontuação do ranking da CBV o Campeonato Mundial, as cinco etapas de Major Series da temporada e as cinco de Grand Slam. "Restringimos aos principais torneios, os que têm o nível técnico mais alto, para que os times que lutam pela vaga possam se planejar para essas competições específicas", explicou o gerente de seleções de vôlei de praia da CBV, Franco Neto.

A entidade promete divulgar, na primeira quinzena de janeiro de 2016, qual será a segunda dupla de cada naipe que jogará a Olimpíada. Assim, as quatro parcerias terão pelo menos sete meses de preparação exclusiva para os Jogos.

"Pela primeira vez, desde que o vôlei de praia virou esporte olímpico, vamos oferecer ao menos seis meses para os times se prepararem. Antes, a definição das duplas ocorria às vésperas dos Jogos. Os outros países já tinham as duplas definidas e treinando especificamente para o local da Olimpíada. Vamos oferecer um período para que os times possam se concentrar e realizar a preparação sem terem a preocupação com outros torneios, com a vaga", destacou Franco.

Diretor-executivo do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Trade agora vai cuidar da preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. Ele será o novo secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte. O executivo teve o seu nome confirmado nesta terça-feira.

O anúncio já era esperado, mas Ricardo Trade esperou a oficialização para falar pela primeira vez do novo cargo. "Eu fiquei sabendo ainda há pouco da confirmação. É um novo desafio, espero poder levar a experiência adquirida no COL para a secretária". Mesmo assim, prefere só se aprofundar sobre seus planos após seu nome ser publicado no Diário Oficial, o que lhe permitirá assumir efetivamente o cargo.

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De acordo com o secretário-executivo do ministério, Luis Fernandes, entre as atribuições de Ricardo Trade está a preparação dos times olímpicos, chamada de Plano Brasil Medalha. "É uma função importante. Toda a parte de investimento é responsabilidade dessa secretaria".

Luis Fernandes, homem forte do ministério na época de Aldo Rebelo, está de saída. Deverá ser substituído na secretaria-geral por Ricardo Leyser, que ocupava o cargo que agora será de Ricardo Trade.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, voltou a elogiar a organização dos Jogos do Rio/2016. Depois de um longo período de descontentamento do COI com o atraso nas obras, o Rio tem sido elogiado pela entidade máximo do olimpismo nos últimos meses.

"(O ano de) 2015 vai ver as preparações para o Rio ganhando ritmo, com a celebração de um ano para os Jogos em 5 de agosto. A preparação estão em um bom passo e o apoio para os Jogos está em ascensão. Serão mais de 20 eventos-teste durante 2015. O Rio/2016 deve ser parabenizado pelos esforços enquanto movemos para a fase de entrega", escreveu Bach na tradicional "carta de ano novo".

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No documento, Bach lembrou que 2014 foi um ano "monumental" para o movimento olímpico porque, depois de 18 meses de debate, o Comitê Executivo do COI aprovou, de forma unânime, todas as 40 propostas da chamada Agenda 2020, que propunha uma série de alterações no dinamismo do movimento olímpico.

O dirigente apontou ainda que em 15 de janeiro será aberto o processo de escolha da sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024, para os quais já estarão em vigor as novas recomendações da Agenda 2020. Pelo novo modelo, as candidaturas serão menos custosas e as cidades poderão adaptar os Jogos a equipamentos já existentes.

O sonho da conquista de uma medalha de ouro, momento maior na vida de atletas de alto rendimento, está mexendo com o cotidiano carioca e mudando paisagens do Rio, sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A menos de dois anos da cerimônia de abertura, prevista para 5 de agosto de 2016, é frenético o movimento de pelo menos 5 mil operários no canteiro de obras do Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

Há ainda as adaptações no Parque de Deodoro e as construções de um legado urbano inédito na cidade, como o Porto Maravilha, dois túneis que ligam a zona sul com a zona oeste na estrutura de transporte dos modernos ônibus BRTs e a linha 4 do metrô, em um volume total de recursos de R$ 37,6 bilhões.

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"A Olimpíada é transformadora", disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, principal tocador das obras dos Jogos no País. "Pequim, em 2008, gastou com os Jogos R$ 65 bilhões; Londres, em 2012, chegou a R$ 41,2 bilhões, dos quais o governo desembolsou R$ 33 bilhões", comparou o prefeito. Paes diz ainda que do total movimentado (R$ 37,6 bilhões), 57% é recurso de Parceria Público Privada (PPP). "Dinheiro de governo é 43%", ressaltou.

Segundo o prefeito do Rio, uma das marcas dos Jogos no Brasil "é que após a Olimpíada não haverá elefante branco". Os estádios permanentes vão virar centros de produção de atletas e algumas estruturas, como a handebol, da Barra, vão virar escolas.

Porém, no meio do formigueiro construtivo carioca, há um alerta vermelho. O velódromo, palco das provas de ciclismo, programado para estar pronto no final de 2015, ainda está no chão. Engenheiros do Parque Olímpico e o vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Aroldo Cedraz de Oliveira, que acompanham a construção, se dizem preocupados com o atraso. Além disso, o TCU aumentou a pressão sobre a empreitada e analisa recursos de empresas que perderam a licitação do velódromo, vencida pela construtora Tecnosolo em janeiro. O contrato é de R$ 118,8 milhões.

Um parecer do ministro Raimundo Carreiro (TCU) aceitou parte da representação das empresas Construtora Damiani, Jota Elle Construções Civis e DM Construtora de Obras, argumentando que foram detectados "indícios de inabilitação indevida e de exigências editalícias restritivas à competitividade". E no documento Matriz de Responsabilidades do Ministério do Esporte e Prefeitura do Rio, painel geral de acompanhamento de todas as obras, o velódromo, projetado com um custo de R$ 112,9 milhões, mais R$ 5,9 milhões destinados à manutenção após a construção, está atrasado.

O prefeito do Rio discorda. E defende a Tecnosolo, a empresa que está sendo pressionada pela fiscalização por causa da dificuldade em acompanhar o ritmo das demais construções do parque da Barra da Tijuca. Paes afirma que o velódromo está em dia. "É uma obra que a gente olha com muita atenção. É uma construtora menor, que está em recuperação judicial", explicou, emendando que "não há indício de irregularidades com a empresa" e garantindo que a situação da Tecnosolo não afetará a obra. "Impacto zero", disse Paes.

Para o prefeito, "é uma empresa que, aparentemente, não tem um caixa muito forte. Então, é uma empresa que você não pode ficar atrasando liquidação de faturas. Mas eu acompanho isso semanalmente, com curvas de atraso e curvas de adiantamento. Eu sei quando está uma semana atrasada, duas semanas adiantada", afirmou. Na Tecnosolo, que está em recuperação judicial desde agosto de 2012, a informação é a de que não haverá atraso na entrega.

Visto no Ministério do Esporte como um parceiro exemplar na administração do canteiro olímpico no qual se transformou o Rio, o prefeito alega que no Parque de Deodoro também houve problemas. "A partir do momento em que iniciamos as obras, elas estão indo muito bem, com cronograma até um pouco antecipado. Mas vamos ficar atentos. As obras da prefeitura são 90% das coisas", declarou.

Um encontro ocorrido nesta sexta-feira entre a presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, definiu que os três entes de governo vão pedir ao Comitê Organizador dos Jogos de 2016 que abra mão da garantia de injeção de recursos públicos caso haja déficit nas contas da entidade.

O orçamento do Comitê Organizador - que é responsável pela operação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos - é de R$ 7 bilhões, sendo que a origem dos recursos deverá vir totalmente de recursos privados. A previsão é que, deste montante, pouco mais de 50% venham de patrocínios e o restante da venda de ingressos, licenciamentos, hospedagem e verba do Comitê Olímpico Internacional (COI).

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Mas, na instituição do Ato Olímpico, as três esferas de governo se comprometeram a cobrir eventuais prejuízos, com teto máximo de R$ 1,8 bilhão. "Minha ideia é a de que o Comitê Rio/2016 abra mão desse dispositivo legal", afirmou o prefeito Eduardo Paes, após o encontro que ocorreu reservadamente em um hotel na zona sul do Rio e nem sequer constava na agenda oficial.

A intenção dos chefes de Executivo é demonstrar que os governos querem evitar ao máximo o uso de recursos públicos no Comitê Organizador dos Jogos do Rio.

A iniciativa, porém, deverá encontrar resistência. Além do Comitê Organizador, será necessário convencer o próprio COI, cuja diretoria irá ao Rio em fevereiro de 2015. Isso porque a garantia de que o governo iria sanear um eventual déficit nas contas foi dada pelo Brasil durante a candidatura para os Jogos de 2016.

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O Banco Central lançou oficialmente nesta sexta-feira as primeiras moedas comemorativas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio. Na etapa inicial do programa numismático, foram lançadas nove moedas - uma de ouro e quatro de prata, para colecionadores, além de outras quatro de circulação comum. Até 2016, outras 27 peças serão apresentadas.

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A apresentação das moedas aconteceu em evento na sede do BC no centro do Rio, contando com a presença de autoridades dos três entes de governo, além do presidente do Comitê Organizador dos Jogos do Rio, Carlos Arthur Nuzman.

Nuzman destacou que moedas comemorativas dos Jogos Olímpicos existem desde a edição de Helsinque, em 1952. "Mas pela primeira vez há moedas que serão colocadas também no meio circulante", lembrou o dirigente.

Para o presidente do BC, Alexandre Tombini, as moedas servirão para marcar por muito tempo o evento que acontecerá em 2016 no Rio. "As moedas comemorativas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos representam um registro perene de um momento histórico para o País, para a sociedade brasileira e para a cidade do Rio de Janeiro", disse. Ele afirmou ainda que "esse é o maior programa numismático já lançado no País".

A moeda de ouro homenageia o Cristo Redentor e a prova de 100 metros do atletismo, uma das mais esperadas na Olimpíada. Já as de prata fazem referência à cidade do Rio. E os esportes olímpicos e paralímpicos são os destaques das moedas de circulação comum (no valor de R$ 1 cada), que serão disponibilizadas na rede bancária - uma parte, porém, será vendida em embalagens especiais para coleção.

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Depois de um longo processo, foram divulgados neste domingo os mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio/2016. O mascote olímpico homenageia a fauna brasileira, sendo uma mistura de diversos animais existentes no País. Na prática, porém, ele nada mais é do que um gato amarelo. O mascote paralímpico, por sua vez, simboliza a fauna do Brasil. É azul com uma enorme "cabeleira" verde que lembra a copa de uma árvore.

Os mascotes foram apresentados durante o programa Fantástico, da TV Globo, sem a presença de nenhum dirigente ligado à organização dos Jogos do Rio. Maiores detalhes sobre ambos serão dados nesta segunda-feira, em evento organizado pelo Rio/2016.

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"O mascote olímpico representa a diversidade dos animais do país - conta com a agilidade dos felinos, o gingado dos macacos e a leveza dos pássaros. Tem o olfato apurado, capaz de farejar aventuras, e uma audição que ajuda a encontrar as torcidas mais animadas. Além disso, pode esticar seus braços e pernas como quiser: pode estar com a cabeça no Pão de açúcar, com os pés no Maracanã e as mãos no Corcovado - tudo ao mesmo tempo", disse o texto divulgado pela assessoria de imprensa do comitê.

O mascote parece mais ágil que a maior parte dos mascotes olímpicos do passado, inclusive Wenlock, dos Jogos de Londres/2012. Durante a semana, cinco mascotes históricos "passearam" pelo Rio, em uma forma de promover a divulgação do mascote da próxima Olimpíada.

O nome dos mascotes será decidido por votação, com opções "casadas" para os mascotes da Olimpíada e da Paralimpíada. Chama atenção a escolha por "Vinicius" e "Tom", em uma clara referência a Vinicius de Moraes e Tom Jobim, que imortalizaram a Garota de Ipanema, um símbolo do Rio. "Oba" e "Eba" são mais facilmente pronunciáveis, enquanto "Tibatuque" e "Esquindim" lembram mais as opções peculiares dadas para a escolha do mascote da Copa - Fuleco ganhou.

Para o mascote paralímpico, uma referência inteligente. Como os atletas paralímpicos, o personagem pode tirar soluções da "cabeleira" e se superar. "Com uma cabeleira de folhagens tropicais, o mascote Paralímpico é um ser cativante, que traduz a energia das nossas matas em suas cores e formas. Possui a capacidade transformadora da flora e não acredita que exista barreiras que não possam ser superadas. Como as plantas, está sempre crescendo em direção ao sol e superando obstáculos", contou o texto oficial.

A contagem regressiva de um trabalho iniciado há dois anos termina nesta segunda-feira: as mascotes dos Jogos de 2016 farão a primeira aparição pública em uma escola municipal do Rio, o Ginásio Experimental Olímpico Juan Antonio Samaranch, em Santa Teresa. Serão recepcionadas por personagens de outras Olimpíadas, como o ursinho Misha, após uma ação inédita que resgatou as mascotes de edições olímpicas anteriores.

A ansiedade de Beth Lula, diretora de marca do Comitê Organizador do Rio-2016, é justificável. As mascotes fazem parte do imaginário do torneio e, também, são importante fonte de renda dos Jogos - contribuem com 25% do faturamento de produtos licenciados, previsto para R$ 1 bilhão. "As mascotes são um símbolo muito forte, personificam o elo emocional com os Jogos, são as porta-vozes do olimpismo", explicou.

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A edição brasileira será como a de Londres: uma personagem para a Olimpíada e outra para a Paraolimpíada. Mas, como elas serão? Eis um segredo guardado há quase um ano. Se o Brasil não fugir à regra, nossas mascotes serão animaizinhos. Foi o ocorreu em oito das 11 edições olímpicas, a começar pelo cachorro da raça dachshund Waldi, de Munique/1972.

As personagens da primeira Olimpíada na América do Sul serão um produto "made in Brazil". O edital de concorrência para a concepção das mascotes deixou claro ser disponível apenas para profissionais de design e publicidade do País. "Nossa missão é deixar um legado em todas as áreas possíveis e, por isso, o concurso foi direcionado ao mercado criativo brasileiro", explicou Beth. "As mascotes precisam mostrar nossa cultura, mas também ter um entendimento universal. Isso é um requisito básico".

A organização dos Jogos contou também com a consultoria dos responsáveis pelo Anima Mundi, que organiza um dos principais festivais de animação do mundo. Mas o público-alvo das mascotes também teve um papel importante. Quando o Rio/2016 chegou às três propostas finalistas, crianças de 6 a 12 anos foram consultadas. Deixadas sozinhas com as imagens, deram sua opinião sincera. "Essa experiência foi muito interessante", contou Beth. "As mascotes que nós, da organização, mais gostamos, foram as que elas mais rejeitaram. Claro, somos adultos!"

Em compensação, as personagens que serão conhecidas nesta segunda, eleitas por unanimidade por um júri de 14 pessoas, foram as que o público infanto-juvenil aprovou com louvor. "Por isso, estamos muito seguros de que a escolha é acertada".

Assim que as mascotes forem oficialmente divulgadas, começará o processo de "batismo", por votação popular, pela internet. Por três semanas, o público poderá votar em três pares de nomes. Os escolhidos serão conhecidos em 14 de dezembro. Também nos próximos dias, uma loja virtual já terá à venda os produtos licenciados das mascotes.

O imbróglio judicial envolvendo o campo de golfe dos Jogos Olímpicos de 2016 foi assunto evitado na entrevista coletiva que encerrou a sétima visita oficial da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos Olímpicos. O tema foi abordado em três momentos, e em todos eles as respostas foram evasivas.

O campo de golfe está sendo construído na zona oeste do Rio e ocupa parte de uma área de proteção ambiental. O Ministério Público do Rio entrou com uma ação pedindo readequação no projeto, mas a prefeitura alega que isso é inviável, já que ele avançaria até a margem da Avenida das Américas, área onde serão erguidos empreendimentos imobiliários. Duas audiências de conciliação já foram realizadas, sem sucesso. Assim, caberá à Justiça dar uma decisão final.

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Indagada sobre o tema, Nawal El Moutawakel, presidente da comissão, desconversou. "Nós estivemos ontem visitando o campo de golfe e ele me pareceu muito bom", disse a marroquina. Sobre o problema judicial, ela se limitou a dizer que "a prefeitura está lidando com isso". Essa foi a mesma postura do presidente do Comitê Rio, Carlos Arthur Nuzman. "Isso vocês precisam perguntar para a prefeitura."

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, participou ativamente das atividades da comissão nos três dias, mas não esteve na coletiva. Mais cedo, ele conversou com jornalistas e repetiu o discurso que dera na segunda-feira, no primeiro dia de reuniões. Segundo Paes, o Brasil "vive em um sistema democrático" e contestações na Justiça são comuns. Ele se diz confiante.

A sétima visita oficial da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos Olímpicos encerrou nesta quarta-feira no Rio agradando, ao menos no discurso, os dirigentes da entidade. Após as duras críticas de março, quando a comissão esteve no Rio pela última vez, a mensagem passada agora foi de otimismo. Mas o COI alertou que os prazos apertados ainda mantêm aceso o sinal de alerta.

"Vamos deixar o Rio hoje muito satisfeitos com o progresso visto desde março", afirmou a presidente da comissão do COI, Nawal El Moutawakel, presidente da comissão. "Nós tivemos muito progresso. O que estava acontecendo em março já faz parte da história", continuou a dirigente.

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Nawal, porém, reconheceu que alguns pontos ainda merecem cuidado especial. "Duas áreas que examinamos muito de perto são as construções e as acomodações. O Comitê Rio 2016 e os governos apresentaram todos os processos. Apesar de o cronograma estar muito apertado, a equipe do Rio demonstrou claramente que está sob controle", disse.

Já o novo diretor executivo do COI para os Jogos Olímpicos, Christophe Dubi, fez questão de tomar a palavra para deixar um alerta. "Quando estamos a dois anos de um projeto como este, em todos os lugares nós ficamos um pouco alertas devido à quantidade e ao volume de trabalho que tem que ser realizado", pontuou.

"Todos os dias nós vemos uma aceleração quase exponencial das obras. Neste ponto, nos preocupamos, sim, que falte dois anos e tenha todo esse volume de trabalho. Há preocupação, que nos deixa acordados durante a noite. Mas isso acontece em todos os Jogos", afirmou Dubi.

DEODORO - Uma das maiores preocupações do COI em março, o Complexo de Deodoro ficou de fora da visita oficial da Comissão - na terça, eles estiveram no campo de golfe, na Vila dos Atletas e no Parque Olímpico. Mas Dubi informou que uma equipe do COI esteve no local realizando imagens e percebeu avanços.

"Eles viram muito trabalho de terraplenagem, o que é a parte fundamental das obras. E nós sabemos que, se essa parte for bem feita, o terreno estará forte e firme para receber as instalações. Com toda a terraplenagem podemos ver a paisagem do parque, o que demonstra que ficará pronto para os Jogos", avaliou.

A possibilidade de trabalhar no voluntariado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 atraiu mais de 10 mil candidatos na primeira manhã de inscrições, por meio do site do Comitê Organizador Rio/2016. A expectativa é que esse valor chegue a 40 mil até o fim desta quinta-feira. O presidente do Rio/2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, espera que até 15 de novembro, data final de registros, sejam efetuadas 300 mil inscrições, um recorde na história dos Jogos Olímpicos.

"Sem o apoio dos governos não faríamos os Jogos, sem os voluntários também não", disse, Nuzman e acrescentou. "Nós e o Governo vamos entregar tudo o que prometemos e os voluntários serão os executores", garantiu, durante apresentação do plano de voluntariado, realizada na manhã desta quinta-feira, na capital carioca.

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Ao todo, 70 mil voluntários vão trabalhar na Olimpíada. Desses, 45 mil atuarão nas disputas olímpicas (de 5 a 21 de agosto de 2016) e 25 mil nas paraolímpicas (7 a 18 de setembro de 2016). Quem quiser vai poder participar dos dois eventos - é só declarar na ficha de inscrição. O período mínimo de trabalho é de 10 dias.

A ginasta brasileira Daiane dos Santos está participando da campanha para atrair os voluntários e exaltou o trabalho deles. "O voluntário chega a ser como um pai, um incentivador e até um treinador do atleta no momento da disputa. Não só por seu país, mas para todos. Esse é o verdadeiro espírito olímpico."

O diretor de RH do Comitê, Henrique Gonzalez, informou que a entidade espera um grande número de deficientes entre os voluntários. "Está tudo planejado para todos terem acessibilidade. Na maioria dos cargos não há restrições para deficientes", explicou.

Após as inscrições, os candidatos farão uma dinâmica online e, no fim de fevereiro de 2015, vão passar por uma entrevista presencial. Para isso, serão abertos postos em diversas cidades do País. Os aprovados vão iniciar o treinamento no início de 2016.

O candidato brasileiro deve ter mais de 18 anos e terá de apresentar o CPF. Não será obrigatório falar inglês ou outros idiomas. Ainda assim, o comitê vai oferecer um curso de inglês online, gratuitamente, durante um ano para os voluntários que quiserem. Os estrangeiros, por sua vez, terão de apresentar o número do passaporte e enfrentar um teste de conhecimento básico do português.

Os voluntários vão ser alocados em nove áreas de atuação. A maior delas será a de atendimento, com 30 mil vagas. Os demais postos serão distribuídos entre esportes, tecnologia da informação, saúde, produção de cerimônias, apoio operacional, imprensa e comunicação, e protocolo e línguas.

O voluntário terá de custear as próprias despesas com hospedagem e transporte para as cidades que vão ter competição - além do Rio, Salvador, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte vão receber o torneio de futebol -, o comitê garante o transporte interno, uniforme e alimentação durante as competições.

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